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ESTÁGIO SUPERVISIONADO I

PEDAGOGIA

UNIDADE I
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qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização,
por escrito, do Grupo Ser Educacional.

Edição, revisão e diagramação:


Equipe de Desenvolvimento de Material Didático EaD

_______________________________________________________________________

Regina, Tarcia.

Estágio Supervisionado 1 - Pedagogia: Unidade 1

Recife: Grupo Ser Educacional, 2023.

_______________________________________________________________________

Grupo Ser Educacional


Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro
CEP: 50100-160, Recife - PE
PABX: (81) 3413-4611

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ESTÁGIO SUPERVISIONADO 1
PEDAGOGIA
UNIDADE 1

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PARA INÍCIO DE CONVERSA

Olá, caro(a) aluno(a), tudo bem?

Seja bem-vindo(a) ao nosso primeiro encontro de sua disciplina de Estágio Supervisionado


I , que corresponde ao estágio nas turmas de Educação Infantil.

A Educação Infantil atende crianças de 0 a 5 anos e 11 meses de idade. De acordo


com o Art. 29 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a Educação
Infantil constitui-se como a primeira etapa da educação básica, tendo como finalidade
o desenvolvimento integral da criança de até cinco anos, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade
(BRASIL, 2013). Assim, tem como papel estabelecer as bases da personalidade humana,
da inteligência, da vida emocional e da socialização. Essa configuração da Educação
Infantil se situa a priori no contexto resultante dos avanços do conhecimento científico
sobre o desenvolvimento infantil, em consonância com a constatação da criança como
sujeito de direito, logo, com direito à educação desde os primeiros anos de vida.

Nesse cenário, esta disciplina propõe a articulação entre a teoria e a prática. Ela tem
como objetivo destacar as concepções que circulam sobre o Estágio Supervisionado,
norteá-lo (a) sobre as leis que amparam o estágio, destacar a articulação entre a teoria
e a prática no Estágio Supervisionado e orientá-lo (a) nas atividades da escola-campo.

GUARDE ESSA IDEIA!

Você precisa ficar atento(a), pois, após a reformulação da LDB, em que o Ensino
Fundamental passou de oito para nove anos, os estudantes do 1º ano (antigas turmas
de alfabetização) não fazem mais parte da Educação Infantil como anteriormente.

O estágio I, estágio na Educação Infantil, deverá ser realizado individualmente, em um


estabelecimento legalizado pelos órgãos competentes, ou seja, a escola precisa ter
portaria de funcionamento para que atenda às crianças de 0 a 5 anos e 11 meses de
idade.

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Saiba, querido (a) aluno (a), que a Educação Infantil pode ser ofertada em creches ou entidades
equivalentes, para crianças de até três anos de idade e em pré-escolas, para as crianças de quatro a cinco
anos de idade. A partir da homologação da Base Nacional Comum Curricular (2017), a Educação Infantil
ficou sequencialmente organizada a partir de três grupos distribuídos por faixa etária.

CRECHE PRÉ-ESCOLA

BEBÊS CRIANÇAS BEM PEQUENAS CRIANÇAS PEQUENAS

1 ano e 7 meses a 3 anos


Zero a 1 ano e 6 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses
e 11 meses

Tabela 1 – Distribuição por faixa etária da Educação Infantil.


Fonte: elaborado pela autora.

Caro(a), é imprescindível destacar ainda que, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (2017), na
Educação Infantil, é preciso assegurar os seis direitos de aprendizagem e de desenvolvimento, que são:

• conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens,
ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre cada um;

• brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes


parceiros (crianças e adultos). Assim, ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus
conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais,
expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.

• participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola
e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais
como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens,
elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando.

• explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações,
relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes
sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.

• expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos,
dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens.

• conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de
si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e
linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário (BRASIL, 2017).
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DICA

O conhecimento dessas informações são elementos muito importantes para o


desenvolvimento dessa disciplina, cuja carga horária é de 100h/a. Você pode observá-
las na tabela 2.

Desmembramento Ações a Serem


Atividades Carga Horária em Encontros Desenvolvidas
Atividades no
Aulas no ambiente 30h/a -
Ambiente Virtual

6 dias na escola em
um turno, que pode
Atividades de
ser manhã ou tarde
observação na escola-
Observação e pesquisa 30h/a (horário fechado,
campo; relatórios
do início ao final da
reflexivos.
aula). Atividades de
observação.

6 dias na escola em
Planejamento das
um turno que pode
aulas; aulas nas
ser manhã ou tarde
Ensino 30h/a escolas-campo;
(horário fechado, do
registro das atividades
início ao final da aula);
vivenciadas.
atividades de regência.

Produção de relatórios
reflexivos/ Relatórios das
10h/a -
Atividade de aulas dadas.
pesquisa

Tabela 2 – Carga horária da disciplina.


Fonte: elaborado pela autora.

Então, a hora aula é diferente da hora de relógio. Assim, ao ficar na escola durante 4h de relógio, você deverá
registrar na ficha de frequência do estágio, no espaço destinado ao registro do tempo na escola, 5h/a.

Com isso, estudante, este guia tem o propósito de contribuir com a sua inserção, estudante de Pedagogia,
na escola-campo de estágio, com a intenção de que essa importante experiência possa enobrecer a sua
formação como educador.

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ORIENTAÇÕES DA DISCIPLINA

Estudante, agora vamos entender como o guia está organizado, conforme as cinco
seções descritas abaixo.

1. Concepções de estágio - esse ponto de discussão apresenta a premissa das variadas


concepções de estágio, apontando para a superação da dicotomia entre teoria e prática,
reconhecendo o estágio como uma atividade que visa à reflexão a partir da observação,
da prática e da articulação com os saberes desenvolvidos ao longo do curso.

2. Aspectos legais do estágio supervisionado - o estágio é um elemento


obrigatório na formação. Assim, apresentaremos os seus fundamentos legais, bem
como os mecanismos de dispensa de parte da carga horária para quem já está inserido
na sala de aula neste nível de ensino.

3. O estágio supervisionado e a importância para a formação do Pedagogo


- a discussão proposta neste item parte do princípio de que o estágio é um elemento
primordial para a formação profissional. Assim, é uma oportunidade para que os
estudantes entrem em contato com os espaços em que irão atuar depois de licenciados/
as, assim como com os profissionais dessa área.

4. A práxis como espaço para a construção da identidade profissional – nesse


tópico, apresentaremos a importância do estágio supervisionado e sua relação com o
curso de Pedagogia, visando à articulação entre a teoria e a prática e destacando o papel
das observações como elemento que pode nortear a pesquisa e reconhecendo que temos
que avançar da mera análise para a construção de propostas educativas que contribuam
no desenvolvimento da Educação Infantil como proposto nos mecanismos legais.

5. Organizando a inserção na escola-campo - por fim, mostraremos os primeiros


passos para a sua inserção na escola-campo. Nesse contexto, é muito importante
que você assista aos vídeos propostos e realize a leitura dos textos indicados, pois
eles servirão de referência para ampliar a sua perspectiva durante a observação e
proporcionar uma reflexão da realidade; eles, ainda, auxiliarão na construção da sua
intervenção.

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CONCEPÇÕES DE ESTÁGIO

Prezado(a) aluno(a), vários pesquisadores da área educacional têm se voltado para a realização de
pesquisas sobre o estágio em espaços escolares e não escolares. Essas pesquisas evidenciam que a
maioria das práticas que regem a prática do estágio estão fincadas em modelos aplicacionistas, ou seja,
numa perspectiva do estágio como um momento de treino, preparação para a futura atuação do estudante
no âmbito profissional.

Entre as variadas concepções do estágio supervisionado, destacamos a perspectiva que assume a


prática como uma mera imitação dos modelos existentes. Essa corrente organiza o estágio a partir de
uma realidade estagnada, paralisada. Assim, o estágio é assumido como o ato de apenas observar as
práticas pedagógicas dos professores, o que é compreendido por muitos pesquisadores como uma prática
de estágio artesanal. Existe outra vertente que evidencia o estágio supervisionado como um momento
apenas de operacionalização, perdendo o vínculo com a articulação entre a prática e a teoria.

Nessa conjuntura, o estágio supervisionado é assumido como o momento em que os estudantes


recebem treinamento para atuarem no campo. Assim, precisamos entender o estágio para além dessas
concepções, articulando os conhecimentos que estudantes vão obtendo ao longo do curso com a
realidade, estabelecendo elos que lhes possibilitem vislumbrar, acessar e refletir a prática, a partir desses
conhecimentos ofertados ao longo da sua formação inicial.

Assim, lhe orientaremos a organizar suas ações do estágio supervisionado a partir da ação-reflexão-ação,
ou seja, pautada na observação, intervenção e reflexão. Estas ações contribuem para a formação do
professor enquanto um pesquisador, buscando o embasamento teórico necessário para refletir sobre as
perspectivas teóricas assumidas a cada aula.

Logo, é um momento crucial para atentar para a coerência entre aquilo que você diz e sua forma de agir
em sala de aula. Nesse sentido, torna-se uma oportunidade para desvelar preconceitos latentes, para
se envolver com o reconhecimento do direito dos estudantes e dos professores, para fazer um esforço e
lutar pela qualidade da educação e por uma escola efetivamente democrática. Assim, precisa-se destacar
que o exercício da docência é perpassado não apenas por aquilo que nós sabemos, ou seja, nossos
conhecimentos, mas por aquilo que essencialmente somos. Logo, precisamos pensar a concepção de
mundo e de sujeito que norteiam nossas práticas.

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??? VOCÊ SABIA?

Você sabia que o estágio supervisionado é um momento de estabelecimento de


conexões entre a realidade do campus com a reflexão teórica, buscando a necessária
articulação entre a teoria e a prática? Pois é, nesse sentido, a busca pela renovação
do estágio supervisionado rompe com as perspectivas que se organizam a partir de
abordagens tecnicistas que compreendem o estágio como movimento burocrático
limitado à apresentação e correção de fichas, ou ainda, com o reconhecimento da
escola como um território distante do que preconizam as políticas educacionais,
reconfigurando-se como um importante momento formativo na vida do estudante que
possibilita a construção do seu perfil profissional como um professor reflexivo.

Essas provocações, meu caro(a), nos fazem constatar que a vivência do estágio supervisionado é uma
exigência oportuna para estabelecer a dialogicidade entre esse professor mais experiente dentro das suas
possibilidades e limitações, com o estudante nesse processo de construção da sua identidade profissional
em busca de respostas e caminhos para trilhar.

Tudo bem, até agora? Podemos continuar?

ASPECTOS LEGAIS DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Caro(a) aluno(a), após você ter visto que circulam socialmente várias concepções de estágio e entender
que a concepção que pautará essa disciplina está ancorada na ação-reflexão-ação, é importante conhecer
os aspectos legais que fundamentam o estágio e, consequentemente, a existência dessa disciplina.

??? VOCÊ SABIA?

Você sabia que os cursos ofertados pelo Ensino Superior almejam a preparação de
sujeitos críticos que possam atuar no bojo da sociedade? Além do mais, tais cursos visam
a preparação para o mercado de trabalho. Nesse contexto, o Estágio Supervisionado
favorece a convivência com o cotidiano da profissão escolhida.

Pensando especificamente na licenciatura em Pedagogia, podemos afirmar que a


prática docente vivida através do Estágio Supervisionado é uma oportunidade para que
a complexidade vivida no interior da escola possa ser observada e aprimorada.

Assim, mediada pelas teorias apresentadas e discutidas ao longo do curso, o estágio busca os
caminhos necessários para implementar as mudanças no contexto educacional, possibilitando
desde uma formação inicial do futuro professor até a construção de práticas inovadoras.

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A LEGALIDADE DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Prezado(a) aluno(a), o estágio supervisionado tem vários amparos legais, é importante você conhecê-los
para entender a sua importância.

Iniciemos pela Lei 9.394/96, também conhecida como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB), que em seu inciso III, do parágrafo único do Art. 64, ressalta que um de seus fundamentos para
a formação dos profissionais da educação é a associação entre teorias e práticas, através dos estágios
supervisionados e da formação em serviço. Nesse contexto, esta lei reconhece a importância dos estágios
para a formação inicial e continuada dos professores.

VISITE A PÁGINA

Estudante, para saber mais sobre a LDB, recomendo o seguinte acesso


através do link:

https://www.cpt.com.br/ldb/lei-de-diretrizes-e-bases-da-educacao-
completa-interativa-e-atualizada

Assim como a LDB, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia, instituídas pela
Resolução CNE/CP nº 01, de 15 de maio de 2006, destacam a importância da prática profissional ao
evidenciarem que para a integralização dos estudos os estudantes deverão cumprir as atividades de
Estágio Supervisionado (Art. 7º).

VISITE A PÁGINA

Para uma pesquisa mais aprofundada, que tal visitar o portal do


MEC? Ele lhe dará subsídio para adquirir mais informações sobre as
Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia (2006).
Acesse, você vai gostar:

http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_06.pdf

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Caro(a) estudante, a Lei Nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, conhecida como a Lei de Estágio, detalha
os procedimentos necessários para a realização dos Estágios Supervisionados, em qualquer área,
inclusive nas licenciaturas. De acordo com esta lei, o estágio se constitui em um momento privilegiado
de aprendizagem “in loco” do fazer profissional ou, ainda, como o ato educativo escolar supervisionado,
desenvolvido no ambiente de trabalho que visa a preparação para o trabalho produtivo de educandos,
podendo ser obrigatório (requisito para aprovação e obtenção do diploma, como é o caso da
nossa disciplina) e não obrigatório (desenvolvido como atividade opcional). Em ambos os casos, ele
deverá ter como principal premissa contribuir com a sua formação, lhe preparando para o mercado de
trabalho.

Fique atento, saiba que de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial em
Nível Superior, Resolução nº 2, de 1º de julho de 2015, os cursos de formação inicial de professores
para a educação básica em nível superior, em cursos de licenciatura, devem ter 400 (quatrocentas) horas
dedicadas ao estágio supervisionado, na área de formação e atuação na educação básica, contemplando
também outras áreas específicas, se for o caso, conforme o projeto de curso da instituição.

VISITE A PÁGINA

Para você obter mais informações sobre a Lei de Estágio, acesse o link:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/
L11788.htm

VEJA O VÍDEO!

Para entender melhor a especificação da Educação Infantil, você


precisa assistir ao vídeo “Identidade do Professor”, com duração de
treze minutos e quarenta segundos. Ele é muito importante para a
valorização dos profissionais que atuam na Educação Infantil, que
será o seu primeiro campo de estágio.

Link: https://youtu.be/t--hIaHZhNM

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PARA REFLETIR

Prezado(a) aluno(a), a partir do exposto no texto e no vídeo, é legítimo afirmar que o


Estágio Supervisionado, no curso de licenciatura em Pedagogia, tem como propósito
maior a possibilidade de ofertar ao estudante o contato com a prática docente, com
o cotidiano da escola, com a cultura escolar e da comunidade na qual a escola está
inserida, com a multiplicidade de culturas dos sujeitos, para que a partir dessa intensa
vivência você possa expandir sua prática com intuito de ampliar seu repertório de
aprendiz, seu desenvolvimento pessoal, profissional e humano.

O ESTÁGIO SUPERVISIONADO E A IMPORTÂNCIA PARA FORMAÇÃO DO PEDAGOGO

Prezado(a) estudante, o estágio supervisionado pode ser entendido como um conjunto de atividades
significativas para a sua formação de pedagogo/a, realizadas sob a supervisão de docentes da instituição
formadora, bem como, acompanhado por profissionais das escolas que você escolheu como escolas para
a realização do estágio. Nesse sentido, é um momento em que você, estudante, experimenta situações
de efetivo exercício profissional.

A RESOLUÇÃO CNE/PE Nº 01 DE 15 DE MAIO DE 2006

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia, instituídas pela Resolução
CNE/CP nº 01, de 15 de maio de 2006, o estágio curricular proposto ao longo do curso deve ser organizado
de maneira a assegurar a todos os graduandos a experiência do exercício profissional em ambientes
escolares e não escolares, para que possam ampliar e fortalecer atitudes éticas, conhecimentos e
competências para o exercício da profissão de pedagogos/as.
Nesse contexto, meu caro(a), o estágio supervisionado pode ser compreendido como um tempo significativo
de aprendizagens, que se dá através de um período em que você permanece no espaço onde o estágio
é proposto, para aprender sobre a docência e outras questões que envolvem o exercício profissional do
pedagogo(a), a fim de que, a partir dessa experiência, você possa construir a sua identidade profissional.

Com relação a isso, o estágio curricular supervisionado pressupõe uma forte ligação entre um profissional
já formado com reconhecimento profissional no ambiente em que exerce a profissão, com um estudante
estagiário, no caso, você. É por esse motivo que chamamos de estágio curricular supervisionado. Essa é
uma oportunidade na sua formação profissional em que tanto através do exercício no espaço de atuação
do pedagogo, quanto pela sua presença participativa no ambiente em que o pedagogo atua, sob a
responsabilidade de um profissional, você constrói referências para o exercício da sua profissão.

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Logo, essa é uma atividade obrigatória, sendo uma condição para a obtenção da sua licença de pedagogo(a),
ou seja, o diploma. Assim, pretendemos orientá-lo(a) para esse momento privilegiado de formação.

Dessa forma, esperamos que você escolha espaços para realizar o estágio supervisionado que realmente
contribuam para a sua formação. Essa escolha deve ser planejada de maneira que você entre em contato
com novas propostas pedagógicas, metodologias que considerem a participação do estudante, em escolas
com boas infraestruturas e condições de trabalho e que a supervisão seja feita, obrigatoriamente, por
um(a) pedagogo(a).

GUARDE ESSA IDEIA!

Essa informação é extremamente importante para que você possa pensar as atividades
que irá propor para as turmas em que fará o estágio. Nessa faixa etária, as crianças
constroem seu significado do mundo através das brincadeiras, em que imitam os papéis
sociais e os jogos simbólicos, apreendendo e construindo as regras, os conceitos e o
raciocínio lógico-matemático.

Atualmente, a Educação Infantil tem o objetivo de reconhecer os saberes das crianças,


assim como, assegurar a construção de novos. Nesse sentido, a mediação de um
profissional que reconheça as especificidades da infância é fundamental.

Por isso, é tão importante que você articule os conhecimentos construídos ao longo
do curso para organizar a sua prática a partir do pressuposto da infância como uma
construção social, intimamente relacionada com as questões socioeconômicas, étnico-
raciais, culturais infantis. Isto é, as crianças atuando como protagonistas na organização
da sua vida e na vida dos quais ela convive.

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A PRÁXIS COMO ESPAÇO PARA A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL

Prezado (a) aluno (a), reconhecendo o estágio como uma oportunidade de ampliação da sua formação,
torna-se importante também salientar que ele é caracterizado como um elemento articulador das várias
disciplinas e conhecimentos propostos ao longo do curso. Nesse sentido, é importante considerar ainda
as competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017, p. 9-10), que propõem:

1. “Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico,


social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e
colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva”. Nesse
contexto, é importante também destacar o papel da escola como espaço de afirmação da cultura
do estudante desde os seus primeiros momentos na escola. Assim, além de valorizar e utilizar os
conhecimentos, o estudante traz para a escola a sua cultura e essa deve ser valorizada. Dessa
maneira, é importante que a criança tenha a possibilidade de reafirmar a sua identidade na escola.

2. “Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências,


incluindo investigação, reflexão, análise crítica, imaginação e criatividade, para
investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar
soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas”. A
competência salienta o papel da escola de formação de despertar na criança a curiosidade, a busca
para as repostas para os “seus porquês”.

3. “Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às


mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-
cultural”. Essa competência traz para a sua centralidade a questão da cultura, compreendendo
a importância da valorização da cultura local e ampliação do repertório cultural dos estudantes a
partir do conhecimento de outras e variadas culturas. Dessa maneira, essas vivências precisam ser
oportunizadas desde a mais tenra idade.

4. “Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras e escrita),


corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística,
matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias
e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento
mútuo”. A proposição da competência nos ajuda a organizar o trabalho pedagógico considerando
outras linguagens para além da verbal, compreendendo a importância de propostas didáticas que
tragam para a centralidade, a criança como protagonista com múltiplas possibilidades de expressar-se.

5. “Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de


forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as
escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos,
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva”. No

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contexto da Educação Infantil, é preciso reconhecer que as crianças vivem a sua infância fortemente
mediada pelas tecnologias da comunicação e informação. Logo, pensar sobre isso é pertinente
também na Educação Infantil.

6. “Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de


conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do
mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto
de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade”. A competência
atenta para a questão das variadas formas de conhecimento e a interrelação desses conhecimentos
para o mundo do trabalho. É importante também pensar na formação humana que ao mesmo tempo
em que se relaciona com o mundo do trabalho, o extrapola.

7. “Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar
e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos
humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional
e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do
planeta”. As crianças expressam suas compreensões de mundo, bem como, nos ensinam. Dessa
maneira, podem contribuir para repensarmos muitas atitudes frente às demandas contemporâneas.

8. “Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se


na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e
capacidade para lidar com elas”. A relação entre o cuidar e o educar são premissas primordiais
na Educação Infantil. Logo, essa é uma competência com bastante influência nesse contexto.

9. “Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se


respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e
valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades,
culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza”. A competência traz
para o centro do debate a importância de na escola os estudantes aprenderem a ouvir, respeitar uns
aos outros, da escola como espaço de solidariedade e valorização das diferenças.

10. “Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade,


resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos,
democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários”. Tem como foco a formação individual e
coletiva, visibilizando que o que se espera das vivências oportunizadas na escola, que elas possam
contribuir para a formação de cada um e de todos a partir de uma perspectiva da formação humana.

A partir dessas considerações, o estágio deixa de ser concebido como a parte prática do curso para ser
entendido como uma possibilidade de refletir sobre a realidade à luz dos conhecimentos obtidos. Logo, é
um exercício para que possamos sair das concepções do senso comum para observar e vivenciar a prática
norteada pelos conhecimentos aprendidos no decorrer do curso.

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VISITE A PÁGINA

Estudante, para ter acesso à versão mais atualizada da Base Nacional


Comum Curricular, basta acessar o site do MEC, através do link:

http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/

Nesse sentido, o estágio passa por um redesenho, em que de uma atividade meramente burocrática de
preenchimento de fichas se reconfigura, passando para uma ação de conhecimento da realidade, e a partir
desse conhecimento, no confronto e complemento com a fundamentação teórica adquirida ao longo do
curso, é possível entender os fenômenos vividos no cotidiano da escola, buscando também no diálogo
com seus pares a compreensão dessa realidade. Para, assim, planejar e intervir na sua melhoria.

É nesse contexto, caro(a), que podemos pensar o estágio como práxis. Ou seja, é a partir do reconhecimento da
sala de aula, do chão da escola como elemento norteador de nossas práticas que a práxis efetivamente se realiza.

Uma vez entendido o nosso papel de ação-reflexão-ação para a vivência de uma efetiva práxis, destacamos
que a ação de conhecimento da realidade através da reflexão, assim como da análise e problematização
dessa prática observada e vivida a partir dos conhecimentos implícitos à sua formação, podem ser
concebidas como uma ação de pesquisa da prática.

Diante desse contexto, podemos entender que a teoria nos ajuda a compreender a realidade, assim como
amplia a nossa compreensão dela. Nesse sentido, os conhecimentos teóricos se unem aos conhecimentos
práticos dos professores e da cultura da escola, atribuindo a eles novos sentidos ao mesmo tempo em que
são por eles também reinventados.

O desenvolvimento do estágio como uma atividade de pesquisa será oportunizado ao longo da construção
dos seus relatórios de observação, propostos no próximo guia, em que a partir do observado você será
convidado para analisar a prática, tendo como elemento norteador as especificidades da Educação Infantil.

VEJA O VÍDEO!

Para entender quais elementos norteiam a práxis, é imprescindível


que você assista ao vídeo Perfil do educador Infantil, com duração
de 13 minutos e 6 segundos. Ele destaca como os conhecimentos
teóricos se articulam com a prática e a importância dessa articulação
para a qualificação da prática.

Link: https://youtu.be/o4WcvH-2IbI

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A partir desse contexto, o estágio potencializa as pesquisas, possibilitando o entendimento das experiências
vividas e observadas nas escolas, fomentando a elaboração de pesquisas para serem desenvolvidas em
paralelo com o estágio ou após a sua conclusão. Entretanto, não podemos deixar de destacar que a
mera reflexão a partir da realidade não é suficiente. Por isso, precisamos nos envolver na construção de
metodologias, materiais didáticos e práticas que estejam comprometidas com a melhoria da educação.

Nesse sentido, precisamos estar atentos aos elementos específicos da Educação Infantil, ou seja, a
indissociabilidade entre cuidar e educar.

VEJA O VÍDEO!

Para enriquecer essa discussão, recomendo que você assista ao vídeo


Cuidar, educar, brincar, com duração de dezesseis minutos e trinta e
nove segundos. Ele ajudará você a entender como esses três elementos
se articulam no cotidiano da Educação Infantil. É extremamente
significativo, pois as práticas que temos observados no cotidiano
das creches e pré-escolas estão negando o direito à brincadeira e
ao florescimento da imaginação e da criatividade, surgindo, assim, a
necessidade de rediscutirmos o papel da Educação Infantil.

Link: https://youtu.be/s71QaTgNdiw

INSERÇÃO NA ESCOLA-CAMPO

Agora, chegou o momento de você aprender o passo a passo sobre a iniciação ao Estágio Supervisionado.
Vamos lá!

1. Escolha da instituição onde o estágio será realizado.

A primeira atitude que você deverá fazer é a escolha da escola-campo para o desenvolvimento do estágio.
O estágio poderá ser vivenciado em escolas da rede pública ou privada. Entretanto, fique atento(a), a
escola privada precisa ser devidamente regularizada pelos órgãos competentes. Não basta que ela tenha
apenas CNPJ, ela tem que ter portaria de autorização de funcionamento. Esse é o carimbo que deverá
constar em todos os documentos do estágio. Caso a escola não tenha, ela não está habilitada para ser um
campo de estágio. Todas as escolas da rede pública já têm essa autorização. Assim, basta o carimbo da
direção nas suas fichas de acompanhamento do estágio.

2. Entrega do formulário de identificação e da declaração de aceite (um documento único)

Depois que você escolher a escola-campo, seu segundo passo será preencher o formulário de identificação
do estagiário e a declaração de aceite (um documento único), de acordo com as orientações dadas no

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próprio documento. Após o preenchimento, entregue a alguém da equipe gestora ou à coordenação
pedagógica.

O formulário de identificação informa que você é um aluno regularmente matriculado na instituição e que
deverá fazer o Estágio Supervisionado na Educação Infantil. Na declaração de aceite constam seus dados
e os dados da escola. Essa declaração dará origem ao Termo de Compromisso de Estágio-TCE. Ele é um
documento obrigatório. Para ter acesso aos documentos e compreender como deverão ser preenchidos
entre em contato com o tutor da disciplina,através do canal Fale com o Tutor.

3. Início do estágio

Após o preenchimento dos documentos, lembre-se você deve seguir as orientações do tutor da disciplina
referente ao acesso e preenchimento dos documentos. Chegou o momento de iniciar o seu estágio,
desta forma ao entrar em contato com a direção e com o professor supervisor que é o professor regente,
demostre uma postura de cordialidade e compromentimento.

PALAVRAS FINAIS

Prezado(a) aluno(a), para concluir este primeiro guia da disciplina de Estágio Supervisionado
I, destaco algumas questões importantes que foram evidenciadas ao longo do texto.

1. O estágio deverá ser realizado nas turmas de Educação Infantil, com crianças de
0 a 5 anos e 11 meses de idade;

2. A escola escolhida como escola-campo poderá ser pública ou privada. Mas as


privadas devem ter portaria que autorize o seu funcionamento;

3. Todos os documentos que serão preenchidas ao longo do estágio precisam


apresentar o carimbo e a assinatura da equipe gestora. No caso das instituições
privadas, além desse carimbo, deverá constar o carimbo da portaria de autorização
de funcionamento;

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4. Os documentos sem carimbo tornam o estágio inválido;

Finalizando, destaco a necessidade de você assistir aos vídeos propostos, para que
possa entender e ampliar seus conhecimentos sobre a Educação Infantil.

Não se esqueça de acessar o Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA e expor no


canal Fale com o Tutor as suas dúvidas.

Mais uma vez, desejo todo o sucesso e até a próxima unidade!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da República


Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 dez. 1996.

_______. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP 5, de 13 de dezembro de


2005. Secretaria de Educação do Estado, Brasília, DF, 2005.

_______. Conselho Nacional de Educação. Conselho Pleno. Resolução CNE/CP 1, de 15


de maio de 2006. Secretaria de Educação do Estado, Brasília, DF, 2006.

_______. Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes


e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 set. 2008.

_______. Base Nacional Comum Curricular. Educação é a base. Brasília, Ministério da


Educação, 2017.

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