Você está na página 1de 13

Farmacodinâmica

• A farmacodinâmica é sobre o que o fármaco faz com o organismo.


• A interação de um fármaco com o receptor nada mais é do que o modelo chave/fechadura e quando,
encaixam, produzem o efeito farmacológico.
• Em relação aos antineoplásicos, a fechadura são as células neoplásicas (em constante taxa de
replicação – células em metástase), mas pode ser que outras células, dentro dessas características,
também sejam afetadas (outras fechaduras).
• Às vezes, as reações adversas são maiores que os benefícios. Há pacientes com câncer que morrem,
porque não aguentam as reações adversas do tratamento.

• A farmacodinâmica trata da relação do fármaco com o receptor para produzir efeito (bom ou ruim).
• Como mediadores químicos, temos a adrenalina, a ocitocina, entre outros.
• Fármaco agonista é aquele que ativa o receptor, desencadeia uma sinalização celular gigantesca,
produzindo o efeito farmacológico final.
• O fármaco antagonista bloqueia o papel do agonista fisiológico (ex: adrenalina).
• Adrenalina promove a taquicardia, etc → agonista fisiológico.
• Se eu tenho um fármaco que bloqueia a ação da adrenalina, bloqueia também a taquicardia,
diminuindo a hipertensão arterial.
• Os diuréticos são antagonistas, pois bloqueiam, principalmente, a reabsorção de sódio. Ao fazer isso,
o sódio levará consigo a água.
• A reabsorção do sódio seria algo fisiológico, que já acontece no nosso organismo, mas os diuréticos
bloqueiam essa ação, promovendo o efeito farmacológico já citado.
• O broncodilatador é agonista, pois faz a broncodilatação.
• A fisiologia da depressão indica que há uma deficiência na transmissão de serotonina. Isso significa
que ela está sendo pouco produzida e pouco liberada no SNC. Logo, preciso ajudar o organismo a
aumentar a serotonina.
• Quando há a liberação desse neurotransmissor, uma parte dele é recaptada para ser liberada de
novo, de tal forma que, se tenho 10 serotoninas, 5 serão recaptadas e as outras 5 farão seu efeito
fisiológico. Os anti-depressivos agem impedindo que a serotonina seja recaptada, dobrando a
quantidade que fará efeito no organismo.
• Efeito farmacológico é o efeito do fármaco, então, é o antitérmico, o antidepressivo, anti-
hipertensivo, vasodilatador, descongestionante, etc.
• Efeito secundário não é o efeito principal e pode ser ruim ou bom, dependendo do ponto de vista.
• Antialérgico: seu efeito secundário é a sonolência. Para algumas pessoas, isso é bom, pois permite o
descanso, enquanto, para outras, é ruim, pois precisam estudar, trabalhar, etc.
• A reação adversa é aquela que é ruim para qualquer pessoa. Ex.: cólica, náusea, vômito, queda da
pressão arterial, embaçamento da vista, dor no estômago.
• As enzimas que fazem a biotransformação podem ser bloqueadas por álcool, cigarro, um fármaco.
• Enquanto isso, a genética também pode influenciar o efeito terapêutico de um fármaco, através da
indução ou inibição enzimática. Chamamos isso de farmacogenética.
• O efeito de um anticoncepcional, por ex, pode ter um efeito mais rápido em determinadas mulheres
e, por isso, pode acontecer uma gravidez indesejada.
• Há várias possibilidades para um medicamento não funcionar como antes.

• Sempre que pensarmos em reação adversa, precisamos pensar em contra indicação.

locais de ação dos fármacos

• Os alvos terapêuticos são as fechaduras e nós temos 5: os canais iônicos, enzimas, proteínas
transportadoras, receptores e receptores nucleares.
• Nada mais são do que proteínas que transportam íons.
• Os benzodiazepínicos são sedativos, tais como o diazepam, lorazepam, clonazepam, alprazolam,
midazolam. São utilizados em cirurgias, por quem tem insônia, depressão, transtorno do pânico, etc.
Eles são agonistas dos canais de cloro.
• Bloqueadores de canais de cálcio: o principal uso desses fármacos são os anti-hipertensivos, como a
nifedipina, nimodipina, nicardipina e diltiazem. Ao bloquear os canais de cálcio, causam a
vasodilatação, diminuindo a hipertensão arterial (se bloqueiam → antagonista).
• Anestésicos locais: também agem nos canais iônicos (de Na+) e realizam o efeito anestésico. Logo, é
um antagonista.
• Diuréticos: são fármacos que bloqueiam a reabsorção de Na+ (não é o único).
• Além disso, temos também os inibidores das bombas de prótons, que são protetores da mucosa
gástrica, tais como lansoprazol, pantoprazol, esomeprazol, etc. Se é inibidor, é antagonista.
• Sulfonilureias: grupos de hipoglicemiante. Logo, usado para diabetes tipo 2. Objetivo: aumentar a
produção de insulina. Eles bloqueiam os canais de potássio (são antagonistas), nas ilhotas de
Langerhans no pâncreas. Assim que bloqueiam esse canal, promovem a despolarização da célula,
com influxo de cálcio e, consequentemente, com liberação da insulina. Um desses fármacos é a
glibenclamida. Opioides: ativam os canais de K+

• Enzima é uma proteína que transforma um substrato em um produto.


• Anti-inflamatórios não esteroidais: ibuprofeno, nimesulina, cetoprofeno, diclofenaco, etc.
inibem a síntese de prostaglandinas
• Inibidores da ECA: inibidores da enzima conversora de angiotensina – captopril, lisinopril, amypril,
fosinopril, enalapril, etc.
• Inibidores da PDE: inibidores da fosfodiesterase – mais conhecido é o sildenafil (viagra). O efeito final
é a vasodilatação – impotência sexual e nos casos de embolia pulmonar. Fisiologicamente, o homem
não pode ter ereção todo o tempo. O GMPc é o principal responsável pela vasodilatação do corpo
cavernoso do pênis. Então, como a ereção é para situações específicas, fisiologicamente, o GMPc não
pode existir, logo, a enzima fosfodiesterase 5 vai estar sempre degradando o GMPc. Para ajudar o
impotente sexual, usa-se o sildenafil, que inibe essa enzima (PDE), então, teremos aumento do GMPc,
o qual promoverá a guarda do Cálcio dentro do retículo endoplasmático, de tal forma que não
promove mais a vasoconstrição, fazendo vasodilatação e consequente ereção peniana.
• Inibidores da HMG – CoA redutase: ao inibir essa enzima, esses fármacos diminuem a síntese de
colesterol.

• Insulina: guarda glicose na forma de glicogênio nas células hepáticas e musculares. Então a insulina
ativa transportador (principalmente glut – 4) de glicose. Se ela ativa, é um agonista.
• Outro exemplo são os antidepressivos que, numa condição fisiológica, vai promover o aumento de
serotonina. Esses fármacos bloqueiam a proteína transportadora, impedindo que o que foi liberado
volte para dentro do terminal nervoso. Então tudo que for liberado terá um único destino – o
receptor de serotonina. Não existe nada que vai aumentar a produção de serotonina, é importante
entender que o que muda é concentração de serotonina no receptor desse neurotransmissor.

• Os receptores são proteínas oriundas do DNA, caracterizados por um domínio intra e outro
extracelular (transmembrana).
• O fármaco, com atividade antagonista ou agonista, liga-se no domínio extracelular do receptor,
desencadeando a sinalização celular.
• Beta bloqueadores: bloqueia, então é antagonista. Eles bloqueiam o papel da adrenalina (em
condições fisiológicas, aumenta a frequência cardíaca, aumenta a força de contração e aumenta a
pressão arterial) e da noradrenalina. Assim, com o bloqueio, adrenalina não causará mais esses
efeitos → diminuição da frequência cardíaca, diminuição da força de contração e diminuição da
pressão arterial. É o exemplo da imagem presente no slide.
• Anti-histamínico (H1/H2): bloqueia a histamina – então é antagonista. Fisiologicamente, a histamina,
quando encontra receptores H1, participam do controle do sono e, quando encontram os receptores
H2, estimulam a síntese de HCl. Em condições fisiopatológicas, substâncias alérgenas disparam a
produção de histamina a qual, atuando sobre receptores H1 periféricos, ativam sinais de alergia, tais
como coriza, coceira, vermelhidão, congestão nasal, lacrimejamento, inchaço dos olhos (depende do
órgão afetado). Então, o papel do fármaco é bloquear a ação da histamina em excesso sobre os
receptores H1, mas ao fazer isso, bloqueia o fisiológico e o fisiopatológico, é por isso que os anti-
histamínicos causam sono. Os do segundo grupo, bloqueiam receptores H2, os quais promovem a
síntese de HCl e possuem efeito na mucosa gástrica.
• Dos exemplos na imagem os únicos agonistas são os agonistas beta. Eles fazem o oposto dos beta
bloqueadores e aumentam a atividade dos receptores beta. São usados em casos de parada cardíaca.
• Antagonistas muscarínicos: lembramos da acetilcolina que possui papel oposto ao da adrenalina. As
ações da adrenalina ocorrem nos receptores alfa e beta, enquanto os da acetilcolina, nos receptores
muscarínicos. Assim, os antagonistas muscarínicos bloqueiam o papel da acetilcolina. São exemplos
de fármacos que atuam em pessoas asmáticas, como broncodilatador (acetilcolina provoca
broncoconstrição).
• Antagonistas D2: receptores de dopamina. Esse mediador, entre tantas outras funções, participa do
controle do sono, junto com a histamina e da sensação de bem-estar, junto com a serotonina. No
entanto, em condições patológicas, participa da esquizofrenia/psicose. Logo, os fármacos
antagonistas bloqueiam essa ação patológica.

• Esses receptores se encontram dentro do núcleo.


• Os antibióticos que possuem ação bacteriostática (inibem a replicação bacteriana) atuam sobre os
receptores nucleares (tetraciclinas, sulfanamidas).
• Anti-inflamatórios esteroidais (glicocorticoides): os corticoides (predinisona, etc) que possuem
atividade anti-inflamatória e, consequentemente, analgésica, também podem ser
imunossupressores, sendo utilizados em doenças autoimunes e em pacientes transplantados. Esses
fármacos atuam ativando o DNA dessas células. Assim que eles fazem isso, induzem alguns fatores
Quimioterápicos: inibem a metastase, a replicação
de transcrição, que culminam na lipocortina-1 e essa substância é a responsável pelo efeito
farmacológico final. Corticoides são agonistas.

DESSENBILIZAÇÃO
TOLERÂNCIA /

• Dessensibilização/taquifilaxia:
Tolerância redução gradual do efeito de um fármaco em doses consecutivas.
Nada mais é do que a tolerância. Muitas vezes, está relacionada a longos períodos de uso de um
fármaco. Se eu tomei uma medicação hoje e amanhã ela não funciona mais, o problema não é a
tolerância/dessensibilização, mas uma alteração medicamentosa, é necessário observar algum erro
na farmacocinética ou farmacodinâmica. Ex.: paciente hipertenso e a medicação não funciona mais.
Na clínica, se for uma dosagem fraca, pode-se aumentar a dosagem, ou reduzir o intervalo de
administração (se era de 12/12h, agora usa de 8/8h), ou trocar a medicação.
o Com o passar do tempo, pode ocorrer alterações genéticas em cada indivíduo, normalmente
relacionadas à alimentação, ao nível de estresse, ao estilo de vida. Cenário que pode levar à
alteração do DNA (o indivíduo pode ter câncer) e à alteração de receptores.
o Perda de receptores: mais comum de ocorrer em fármacos que atuam em receptores de
domínio transmembrana (extra/intracelular). Seja lá qual for a causa, ocorre por mudanças
genéticas. Então, o fármaco não tem mais local de ação.
o Exaustão de mediadores (ex.: anfetamina) – sabemos que antidepressivos aumentam a
disponibilidade de serotonina na fenda sináptica. No entanto, pode ocorrer um cenário em
que a acaba a produção de serotonina (depressão grave). Logo, não há como o fármaco atuar.
É claro que há outros tipos de antidepressivos, mas nenhum que fosse tão bom quanto o que
trabalhava com a serotonina. Um dos fármacos que atuam com a anfetamina é a ritalina
(estimula da memória, da concentração e bastante usado clinicamente para quem tem déficit
de atenção e transtorno do espectro autista). O caso da anfetamina e da dopamina é parecido
com o da serotonina, pois os fármacos atuam aumentando a disponibilidade do
neutrotransmissor na fenda sináptica. No entanto, caso não haja mais dopamina/anfetamina,
com a exaustão de mediadores, o fármaco não consegue atuar.
o Aumento da degradação metabólica: uma possibilidade é a pessoa se tornar um indutor
enzimático, então vai fazer a biotransformação de forma mais rápida e, nas dosagens
pretendidas, o fármaco não funciona mais como antes. Isso pode ocorrer por conta de
alteração genético. A pessoa pode ter sido sempre um indutor enzimático, mas nesse caso,
não chamamos de tolerância, pois a pessoa sempre teve isso. Outra razão é uma interação
medicamentosa → a pessoa usa um fármaco que é indutor enzimático. Ex: carbamazepina
o Adaptação fisiológico: ex.: sorine promove vício nos indivíduos que o utilizam, isso ocorre
porque o organismo se adapta ao uso dessa medicação (acha que é ele que está fazendo, mas
é o fármaco). Outro exemplo são os diuréticos tiazídicos, que possuem a função de bloquear
a reabsorção de sódio. O indivíduo hipertenso usa diariamente o diurético tiazídico e o
organismo se adapta a não mais fazer a função que o fármaco faz.
o Extrusão ativa das drogas das células (quimioterapia): fármacos monoclonais que agem em
locais específicos das células. No caso de fármacos monoclonais quimioterápicos,
reconhecem oncogenes dentro da célula. No entanto, o oncogene expulsa o fármaco de
dentro da célula. Assim, pacientes neoplásicos utilizam em torno de 5 medicações, pois se um
fármaco não faz efeito, outro fará.
• Down regulation: é a mesma coisa que perda de receptores – inibição da expressão gênica do
receptor.
• Up regulation: bloqueio contínuo de receptores pelo uso crônico de antagonistas. Um dos exemplos
é o que acontece com o diurético tiazídico, pois o organismo entende que quem está fazendo o papel
é ele e não o fármaco.

• Tolerância: doses cada vez maiores para se obter o efeito desejado. Está relacionada à
dessensibilização.
• Dependência física e química: a dependência química está relacionada ao sentimento, a pessoa
sente, ela precisa tomar todo dia um cálice de vinho, ela precisa dirigir, ela precisa ir ao shopping, ela
precisar ir dormir 8h/dia. Pode ser com alimentos, com fármacos, com hábitos. A dependência física
está relacionada à síndrome de abstinência → dependente de café (sente dor de cabeça, se não
tomar), de morfina (sente muita dor, se não tomar), de sorine (sente constrição nasal, se não usar).
São sinais que a pessoa sente na ausência daquela substância.
• Idiossincrasia: é uma resposta inesperada e anormal, geralmente relacionada a diferenças genéticas.
Apresenta baixa incidência na população. É uma reação adversa relacionada a diferenças genéticas.
• A eficácia é a capacidade de produzir efeito, mas depende de cada organismo, às vezes, é preciso ser
analisada de forma individual. Caso em algum paciente o fármaco não funcione da forma esperada,
isto é, não surtiu efeito, aumenta-se a dosagem. No entanto, temos um limite para essa dosagem,
então, a resposta pode ser mudar o fármaco. Ex.: açúcar e adoçante – açúcar precisamos de uma
colher e adoçante 4 gotas.
• A potência tem a ver com a afinidade ao receptor, com o alvo farmacológico. É por isso que a morfina
é forte, enquanto a dipirona, comparada a ela, é fraca.
• A potência é possível mensurar, eu tenho uma dosagem.
• Ex.: Um paciente hipertenso que não toma água. Posso receitar um diurético e um vasodilatador,
qual o mais eficaz? O vasodilatador, pois o paciente não bebe água.
• Potência: quanto maior a afinidade, maior a potência e menor a concentração necessária (Kd) a fim
de produzir efeito.
• A potência está ligada a ED50/DE50 (EC50), por se referir a concentração. → Concentração necessária
para produzir 50% do efeito.

A estricnina é um alcalóide
cristalino muito
tóxico, que tem baixo índice
terapêutico. Foi muito usado
como pesticida, principalmente
para matar ratos. Porém,
devido à sua alta toxicidade,
não só em ratos, mas em
vários animais e também em
seres humanos, o seu uso é
proibido em muitos países.

• Janela terapêutica é o intervalo em que o fármaco produz efeito e produz efeitos colaterais. Esse
intervalo pode ser baixo, o que significa que que eu preciso de uma dosagem um pouco elevada para
produzir o efeito desejado, embora, caso eu ultrapasse essa dosagem, eu tenho efeitos colaterais.
Por outro lado, em uma janela alta, eu posso administrar uma dosagem mais baixa pra produzir meu
efeito e tenho um intervalo longo em que posso administrar uma droga sem produzir efeitos
colaterais.

• Se falamos que o fármaco produz efeito, ele é eficaz. Ele pode ser muito ou pouco eficaz, lembrando
que a eficácia é subjetiva. Se o fármaco produziu efeito, falamos que ele tem afinidade intrínseca.
• Temos de 3 tipos, agonistas plenos, parciais e inversos (esses últimos não ativam o receptor, mas o
estabilizam – eles são vistos como antagonistas, pois a resposta é a mesma, de bloqueio).

• Agonista pleno é aquele que produz efeito máximo, enquanto os agonistas parciais produzem efeito
submáximo. No entanto, esses conceitos são muito teóricos, pois podemos ter um fármaco
extremamente potente, mas a resposta produzida no organismo, pode não ser. Por outro lado, posso
utilizar um agonista parcial, o qual pode produzir uma resposta máxima (dependendo do organismo).
• A morfina é chamada de plena porque tem muito mais afinidade com o receptor, que o agonista
parcial, buprenorfina, embora o encaixe com o receptor possa ser perfeito, produzindo uma resposta
máxima, ainda que seja um agonista parcial.
• O isoproterenol é utilizado em parada cardíaca, de tal forma que ativa os receptores cardíacos,
aumentando a força de contração e a frequência cardíaca.
Agonista inverso: naxolona / naltrexona sao usados em uma overdose de analgésicos opioides porque
estabilizam o receptor

não são ativados todos


os receptores pois foi
utilizado um agonista
pleno ou total que não
necessita de todos os
receptores para agir

• Anti-inflamatórios são antagonistas, pois bloqueiam algo que está acontecendo no organismo.
• Precisamos sempre pensar no comando do verbo na hora de analisar → fármaco bloqueia (anta),
fármaco faz (ago).
• A morfina é chamada de agonista pleno. Esperamos que ela tenha efeito máximo. Quando falamos
de efeito, estamos falando de eficácia. No entanto, pode ser que a morfina não funcione em
determinados pacientes (ineficaz) – isso porque pode ocorrer interação medicamentosa, ou precisa
ser administrada em maior concentração, ou o receptor nunca vai aceitar a morfina (depende do
DNA). O importante é escolher um fármaco que seja eficaz.
• A buprenorfina possui um efeito parcial – esperamos um efeito submáximo, diferente da morfina,
que esperamos um efeito máximo.
• Às vezes, optamos por um fármaco que não seja tão forte, mas eficaz, de modo que não cause tantas
reações adversas.
• O conceito de fármacos parciais e plenos é muito teórico, varia de paciente para paciente.
EX: dimercaprol + arsênio

• Antagonista químico: é quando um composto interage com outro, inativando esse composto. Um
dos exemplos é a protamina com a heparina. A heparina é um composto super importante, utilizado
em hospitais para quem tem risco de trombose, de AVC, de infarto agudo do miocárdio, tem angina.
A heparina é um medicamento para evitar essas condições. No entanto, pode ocorrer que, além do
paciente ter anti-coagulação, ele também tenha reações adversas, como hemorragia (exacerbação
do efeito da heparina). Nesse momento, entramos com a protamina, que vai
neutralizar/inativar/encapsular a heparina e promover a sua excreção. Pode haver casos em que a
pessoa vai se intoxicar com veneno de rato e o profissional da saúde não vai saber. O paciente vai
chegar no hospital com (provavelmente) hemorragia interna e a administração de protamina pode
não resolver o caso. Isso porque a substância contida no veneno de rato possui mesmo efeito que a
heparina (exacerbada) nos ratos, mas não é a mesma substância. Logo, o paciente pode morrer. Para
tentar resolver o problema, administra-se a vitamina K, fazemos lavagem gástrica, aceleramos a
eliminação do composto, mas como não sabemos o que causou a intoxicação, não conseguimos
tratar o processo de sangramento.
• A mesma coisa acontece com o cálcio e a tetraciclina. O cálcio se junta à tetraciclina e ela não
consegue mais realizar seu efeito farmacológico. Esse cálcio pode vir do leite, dos antiácidos. Então,
precisamos nos atentar até para o leite em interações medicamentosas. Precisa ter um intervalo de,
pelo menos, duas horas. Se for algum alimento a base de cálcio, magnésio ou alumínio, fazemos a
administração do antibiótico com o intervalo de duas horas.
• Outro exemplo: eu tenho o conhecimento de que alguém se intoxicou com o arsênio. Faz-se,
imediatamente, a administração do dimercaprol, o qual interage e inativa o arsênio, facilitando sua
excreção. O problema é que dificilmente conseguimos identificar, pois são situações aleatórias, pode
ser que o paciente, numa crise depressiva e tentando suicídio, tome um vidro de detergente.
• Antagonista farmacocinético/bioquímico: quando o fármaco afeta a farmacocinético do outro. Um
exemplo: antiácido x anti-inflamatório. O anti-inflamatório é ácido e o antiácido é alcalino, então,
interferem na absorção do anti-inflamatório. Outro ex.: anticoncepcionais x antibióticos – os
antibióticos diminuem a absorção do anticoncepcional e aceleram a transformação do
anticoncepcional em inativo. Logo, interfere em duas etapas cinéticas, diminuindo o efeito do
anticoncepcional.
• Antagonismo fisiológico: dois agentes que possuem efeitos fisiológicos contrários e se “anulam” →
paciente tem febre, bloqueamos a febre. Paciente tem dor de cabeça, diminuímos a dor de cabeça.
São reações antagônicas entre o organismo e o fármaco. Queremos fazer efeito contrário. Ex: quem
tem hipertireoidismo, possui taquicardia e precisamos utilizar um fármaco com ação oposta – beta-
bloqueadores, que fazem a redução da frequência cardíaca. Outro exemplo é quando tenho dois
fármacos que não possuem nenhuma relação entre eles. Um é anti-inflamatório e outro é
anti hipertensivo, mas, em algum momento, os efeitos que eles produzem são antagônicos. No entanto,
o anti-inflamatório atua bloqueando a prostaglandina. É bom lembrar que, além da prostaglandina
da inflamação, temos ela fisiológica. A prostaglandina fisiológica possui dois papeis: promover a
filtração renal e a produção do muco que protege o estômago. Se eu bloqueio a prostaglandina
fisiológica, diminuo a filtração renal, com consequente aumento da pressão arterial. Nesse caso,
temos uma interação medicamentosa, pois há aumento da pressão arterial, ainda que o paciente
utilize uma medicação para diminuir a PA. Pode-se sugerir ao paciente para procurar um profissional
de saúde para aumentar a dosagem do hipertensivo, enquanto faz uso do anti-inflamatório.

• Antagonista não competitivo: ligam-se a um sítio distinto do sítio agonista e, por conseguinte,
impedem a ativação do receptor. Ex.: aspirina. Na fisiologia há uma COX, uma enzima plaquetária
que produz tromboxana 2 e faz agregação plaquetária. A agregação plaquetária é importante para a
fisiologia funcionar adequadamente. No entanto, há casos em que precisamos promover a anti-
agregação (pacientes que tiveram suspeitas de infarto, que já infartaram, com AVC, com
aterosclerose, obesidade mórbida, etc). Então, é necessário afinar o sangue desse paciente e é nesse
momento que entra a aspirina, a qual se liga em outro local. O não competir significa que o receptor
tem dois sítios de ligação. Em um, a molécula fisiológica se liga e, no outro, o fármaco. O alvo é a COX
plaquetária e, no local da cox plaquetária atua o tromboxano e, no outro, o fármaco, que age
inativando a enzima, mas sem competição.
• Outro exemplo: Verapamil/nifedipina: fisiologicamente, o cálcio é um dos responsáveis pela
contração cardíaca, ou constrição dos vasos. No entanto, há uma situação em que preciso tratar com
um fármaco. Preciso diminuir a pressão arterial (diurético, vasodilatador, diminuir FC) e o
verapamil/nifedipina são vasodilatadores e bloqueiam o papel do cálcio fisiológico, ao entrar num
dos sítios dos canais de cálcio.
• Antagonista competitivo: fármaco se liga no mesmo sítio ativo do mediador fisiológico. Então ou o
mediador fisiológico se liga, ou o fármaco. Pode haver momentos durante a terapêutica
farmacológica que o mediador fisiológico continua dominando. O primeiro exemplo é de um fármaco
que trata o colesterol alto, no caso, a pravastatina. Bom lembrar que, em concentrações normais, ele
é excelente para o bom funcionamento do organismo (está presente nos hormônios sexuais). No
entanto, há pacientes com hipercolesterolemia, que pode ser tratado com esse fármaco. Então, a
provastatina vai se ligar no receptor da enzima HMG CoA, promovendo a competição.
• Próximo exemplo: ondansetron x serotonina – o ondansetron é muito utilizado em tratamentos de
câncer. Alguns fármacos quimioterápicos aumentam a secreção de serotonina e, em excesso, ela
ativa receptores 5-HT3, causando náusea e vômito. Há pessoas que nunca fizeram atividade física e
sentem náuse/vômito, isso porque durante a atividade física temos liberação de endorfinas, as quais
promovem o bem estar e, entre eles, a serotonina. Nesse caso, a atividade física intensa levou à
superprodução de serotonina, a qual estimulou o 5-HT3. O mesmo acontece com os quimioterápicos.
O ondansetron compete com a serotonina no sítio ativo, para impedir esses efeitos.

Se no gráfico, a curva
deslocou pra direita é
antagonista competitivo,
se nao deslocou pra direita
é não competitivo

quem ta em maior concentração se liga no receptor


• Antagonistas competitivos reversíveis: correspondem a 80 a 90% dos medicamentos que
prescrevemos. No caso de um paciente com febre, é importante solicitarmos o banho primeiro e,
somente depois, entrar com antitérmico. Isso porque durante o banho a febre abaixa um pouco. O
mediador prostaglandina E está causando a febre → ela atua no centro de controle de temperatura
no hipotálamo, causando febre. Quando administramos o fármaco, organismo reage “você não
manda aqui, fármaco, quem manda sou eu”. Então, o organismo sobe a concentração de
prostaglandina E, aumentando a febre, por isso, é essencial que tenhamos o banho antes. No
momento que o fármaco está completamente absorvido, ele está em maior concentração e por isso,
consegue dominar a situação e diminuir a febre.
• Outro exemplo: anti-histamínico/adrenalina → primeiro, pensamos em choque anafilático (extensa
produção de histamina). Esperamos que o fármaco (anti-histamínico) se ligue no receptor e bloqueie
o papel da histamina. Há uma competição e o organismo, no momento em que percebe a presença
do anti-histamínico, promove a maior concentração de histamina, de tal forma que o fármaco não
consegue atuar e o choque anafilático continua. Assim, nesse caso de choque, usa-se a adrenalina
que entra numa outra categoria → antagonista competitivo irreversível.
• Antagonista competitivo irreversível: o fármaco tem muito mais afinidade com o receptor do que o
mediador do organismo. Quando o fármaco se liga, bloqueia completamente o papel do agonista
fisiológico, porque ele tem maior afinidade. Ele se assemelha muito ao não competitivo.
É importante entender a diferença dos gráficos. No caso mais a esquerda, “não há competição”, pois o
fármaco tem muito mais afinidade com o receptor. Então, logo a curva log abaixa. No outro caso, quando é
um competidor reversível, o organismo tenta aumentar a concentração, logo, temos uma curva deslocada
para a direita, até o momento em que o fármaco é completamente absorvido e aumenta sua concentração.

• O iMAO são inibidores de uma enzima chamada mono-amino-oxidase. Ele é mais utilizado como
antidepressivo, ou como anti-parksoniano, pois ao inibir a MAO, aumenta a concentração de
neurotransmissores que estão deficientes na depressão e na doença de parkson. Ao bloquear o
receptor, impede que a enzima faça o papel de degradar neurotransmissores.
EX: amoxicilina + clavulanato

EX: vitamina C + sulfato ferroso

• O sinergismo acontece quando associamos duas medicações para o “bem”.


• Sinergismo de adição: o efeito final é igual a soma de dois ou mais fármacos com efeitos isolados,
mas que juntos funcionam bem. Seguindo o primeiro exemplo da imagem, o dexclorfeniramina é um
antialérgico, o paracetamol é analgésico e antitérmico e a fenilefrina é um antigripal
descongestionante. O segundo exemplo: carisoprodol é um relaxante muscular, o diclofenaco de
sódio é um anti-inflamatório e a cafeína atua contra o sono e vasodilatando os vasos, ajudando na
melhor distribuição do fármaco.
o Amoxicilina + clavulanato: dois antibióticos que, quando combinados, garantem o efeito final,
quando pensamos em bactérias que produzem a enzima β-lactamase, enzima que destrói a
amoxicilina, de tal forma que, ao ser associada ao clavulanato, confere proteção ao
antibiótico, ajudando na produção de efeito final.
• Sinergismo de potenciação: são dois fármacos com o mesmo efeito → sedativo + ansiolítico. Os dois
causam sedação, com sensação de bem-estar e paciente mais relaxado para dormir. Associação de
paracetamol + codeína → uma das associações mais presentes na clínica. Paracetamol é um
analgésico fraco, enquanto a codeína faz parte do grupo de analgésicos potentes, mas fraca ao ser
comparada à morfina. É uma combinação com dois analgésicos para eu ter um super efeito
analgésico, podendo reduzir a dosagem dos fármacos e, consequentemente, os efeitos colaterais.
Isso pode ser utilizado para a substituição de medicamentos fortes.

Reações adversas (6 tipos)

Tipo A: relacionado com a dose (maior a dose, maior o risco de intoxicação)

Tipo B: não tá relacionada com dose, tem relacao com a reação alergica

Tipo C: dose + tempo de uso (relacao com a toxicidade: hepatotóxico (paracetamol), nefrotoxico)

Tipo D: tempo de uso (dependência química)

Dependencia quimica: necessidade de usar pra poder se sentir bem

Tipo E: dependência fisica (síndrome de abstinência) - sinais da falta do que faz bem

Tipo F ou nocebo: falha inesperada na terapia (questões geneticas)

Você também pode gostar