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Apologética INCITH - Avançado - Aula 1
Apologética INCITH - Avançado - Aula 1
Apologética INCITH - Avançado - Aula 1
em Teologia
INTRODUÇÃO
Defender a fé parece uma proposta subjetiva e,
para alguns, sem sentido, por conta de declarações
do tipo: “Jesus não precisa que ninguém o
defenda!”. No entanto, temos nas Escrituras um
processo contínuo de defesa de uma cosmovisão,
de uma maneira peculiar de pensamento, este
construído por séculos dentro da perspectiva que
chamamos de “Revelação”.
Pg. 03
Desta forma, nada mais justo que essa maneira de
enxergar o mundo, a sociedade, o desenvolvimento
humano, além de afirmações sobre Deus, a criação, o
destino após a morte, o futuro, seja explicada, tenha
oportunidades de se expressar livremente, tenha uma
articulação capaz de retirar de seus ensinamentos
sentidos amplos e que após criteriosas avaliações, sem
preconceitos, estabeleça uma ligação com o
pensamento contemporâneo.
Pg. 03
DEFINIÇÃO DO TERMO.
Apologética (do grego apologia,
“defesa”) é o ramo da teologia cristã que
procura apresentar uma explicação
racional para as verdades afirmadas pela
fé cristã.
Pg. 03
O termo Apologia é
aplicado por Platão
quando relata a defesa
de Sócrates diante de
Pg. 03 seus acusadores:
“O que vós, cidadão atenienses, haveis sentido, com o manejo
dos meus acusadores, não sei; certo é que eu, devido a eles,
quase me esquecia de mim mesmo, tão persuasivamente
falavam. Contudo, não disseram, eu o afirmo, nada de
verdadeiro. Mas, entre as muitas mentiras que divulgaram,
uma, acima de todas, eu admiro: aquela pela qual disseram
que deveis ter cuidado para não serdes enganados por mim,
como homem hábil no falar”. (Platão, Apologia de Sócrates).
Tertuliano de Cartago faz
o uso de “apologia” para
argumentar em favor do
cristianismo, então mar-
Pg. 03 ginalizado e perseguido:
Marco
Trajano
Antonino Aurélio
AS ORIGENS DA APOLOGÉTICA ATUAL
Pg. 04
FÉ E RAZÃO
Tomás de Aquino (1224-1274).
É considerado o filósofo mais importante do
cristianismo medieval. Sua filosofia
desfruta, ainda hoje, de respeito
generalizado.
Ele procurava, deliberadamente, desenvolver
uma apologética baseada na filosofia
aristoteliana e, ao mesmo tempo,
abandonava a teologia de Aristóteles, tão
pagã como a de Platão.
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Se distancia das assertivas
agostinianas e elabora uma
abordagem apologética na
perspectiva da que hoje chamamos
de “Teologia natural”.
Rejeitava o Argumento Ontológico e
desenvolveu vários argumentos em
favor da existência de Deus a partir
da existência e natureza do universo.
Apesar da existência de Deus ser passível de
prova pela razão, o pecado obscurece a
capacidade de saber (Suma teológica),
portanto crer (não provar) que Deus existe é
necessário para a maioria das pessoas {Suma
contra os gentios).
Revelação.
Deus revelou-se tanto na natureza
quanto nas Escrituras. Sua revelação
natural (Rm 1.19,20) está disponível
para todos e é a base da teologia
natural.
O PRESSUPOSTO REVELACIONAL
A revelação divina não é possível sem
que, pelo menos, três elementos
fundamentais estejam firmados:
(1) A existência de um Ser capaz de
passar uma revelação;
(2) A existência de um ser capaz de
receber uma revelação;
(3) A existência de um meio por
intermédio do qual esta revelação possa
ser transmitida.
“Toda pessoa, sem uma revelação supernatural, não
importa o quanto filosofe, sabe que a morte é o
ingresso no desconhecido. É o portão das trevas.
Os homens tem de ultrapassar esse portão
conscientes de que tem dentro de si uma vida
imperecível combinada com todos os elementos de
perdição. Não é evidente, pois, que pecadores
imortais necessitam de algo para responder com
autoridade à pergunta: o que devo fazer para ser
salvo?” (Charles Hodge).
Quando um crente encontra-se
desabilitado para defender sua fé, ele
fatalmente está propenso ao engano.
Disse Charles Hodge: “Que ninguém
creia que o erro doutrinário seja um
mal de pouca importância. Nenhum
caminho para a perdição jamais se
encheu de tanta gente como o da falsa
doutrina”.
O apologista Walter Martin também
alertou que é conhecendo a verdadeira
nota que conseguimos identificar a falsa.
É possível ser um teólogo e não ser
apologista, embora isso não seja
plausível. Entretanto, é impossível ser um
apologista sem ser um teólogo!
O conhecimento das doutrinas fundamentais da
Bíblia é o maior baluarte contra o erro.
Todo o engodo está na deturpação das
Escrituras, na distorção da doutrina. Uma
teologia voltada para a apologia certamente
evitaria os modismos que têm causado
escândalo entre os evangélicos em nosso país.
Pg. 05
Tipos de Apologética
a) Apologética Clássica: A apologética
clássica enfatiza argumentos a favor da
existência de Deus. Vale-se do
argumento teísta para estabelecer a
Verdade do teísmo à parte do apelo à
revelação especial (a Bíblia).
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Apologética Evidencial: A apologética
evidencial enfatiza a necessidade da prova
para apoiar as afirmações das verdades
cristãs. A evidência pode ser racional,
histórica, arqueológica, e até experimental.
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Apologética Pressuposicional: afirma
que é preciso defender o cristianismo
a partir do alicerce de certas
pressuposições.
Geralmente o apologista desta escola
de apologética pressupõe a verdade
básica do cristianismo e depois
continua demonstrando que só o
cristianismo é verdadeiro.
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O EMPREGO DA APOLOGÉTICA
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O apóstolo Pedro expõe a lógica apologética: "Santificai
a Cristo, como Senhor, em vossos corações, estando
sempre preparados para responder a todo aquele que
vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o,
todavia, com mansidão e temor..." (1 Pedro 3:15).
“Sempre devemos estar preparados para enfrentar a
zombaria dos críticos e a investigação honesta daqueles
que buscam a verdade. Pedro pode ter se lembrado
daquela noite amarga em que negou a Cristo. A
resposta a qualquer que [...] pedir a razão da esperança
envolve um relato racional das verdades básicas do
cristianismo e uma refutação convincente de acusações
falsas. Esse tipo de resposta requer mansidão e temor e
uma boa consciência” (Comentário Beacon).
Atos 25:16: "A eles respondi que não é costume dos
romanos condenar quem quer que seja, sem que o
acusado tenha presentes os seus acusados e possa
defender-se da acusação."
Se Deus existe, por
que existe o mal?
Deus não é amor?
Fortalecimento dos cristãos
Não somente é fato
que a apologética é
Pg. 15 vital para a formação
da nossa cultura, mas
ela também tem um
papel vital na vida de
pessoas individuais.
Um desses papéis é o
fortalecimento dos
cristãos.
Treinamento dos cristãos
Precisamos de pastores
que tenham sido
treinados em apologética
e estejam engajados
intelectualmente com a
nossa cultura para que
saibam pastorear os seus
Pg. 15 rebanhos em meio aos
lobos. Por exemplo, os
pastores precisam saber
alguma coisa sobre a
ciência contemporânea.
Evangelização de incrédulos.
Poucas pessoas
discordam no aspecto
de que a apologética
fortalece a fé dos
crentes em Cristo.
Mas muitos dizem que
a apologética não é
muito útil para a
Pg. 17 evangelização.
A Apologética Apostólica
Na leitura de Atos dos
Apóstolos, fica
evidente que era
procedimento padrão
dos apóstolos
argumentar a favor da
verdade da cosmovisão
cristã, tanto com os
judeus quanto com os
pagãos (e.g., At 17.2,3;
Pg. 17 19.8; 28.23,24).
Conheça seu público!
“Temos de aprender a
linguagem do nosso público.
Desde o início, é preciso que
fique claro que de nada vale
formular a priori o que o
“homem comum” entende ou
não entende. É preciso
descobrir isso pela experiência
[...]. Devemos traduzir toda
porção mínima que seja de
teologia em linguagem
corriqueira. Isso não é fácil [...],
mas é indispensável”.
Remover barreiras intelectuais dos descrentes
Informações e
Pg. 18 convicções equivocadas
podem estar impedindo
pessoas de se chegarem
a Deus através do
Senhor Jesus.
O Senhor Jesus confiou
aos crentes a missão de
proclamar verdade para
o mundo.
A FILOSOFIA CRISTÃ DA VIDA
A apologética cristã,
Pg. 19 por conseguinte,
deve ser na prática
uma vindicação do
ponto de vista
cristão do mundo e
da vida, como um
todo.
A FILOSOFIA CRISTÃ DA VIDA
“Devo ser franco com vocês: o Anti-
Charles Malik intelectualismo é o maior perigo que o
cristianismo evangélico americano
enfrenta. A mente, compreendida em suas
maiores e mais profundas faculdades, não
tem recebido suficiente atenção. No
entanto, a formação intelectual não ocorre
sem uma completa imersão, durante anos,
na história do pensamento e do espírito. Os
que estão com pressa de sair da
universidade e começar a ganhar dinheiro,
trabalhar na igreja ou pregar o evangelho
não têm ideia do valor infinito de gastar
anos dedicados à conversação com as
maiores mentes e almas do passado,
desenvolvendo, afiando e aumentando o
seu poder de pensamento”.
REFLEXÃO FILOSÓFICA
“Onde estou ou o que sou? De que
causas eu derivo minha existência, e
para qual condição voltarei? De quem o
favor vou solicitar, e de quem o ódio
devo temer? Que seres me cercam? E
sobre quem eu tenho alguma influência,
ou quem a tem sobre mim?
Eu me confundo com todas essas
perguntas, e começo a supor-me na
condição mais deplorável que se possa
imaginar, cercado pela escuridão mais
profunda, e totalmente privado do uso
de qualquer membro e faculdade”.
(DAVID HUME, TRATADO DA
NATUREZA HUMANA).
INTERESSE CRISTÃO
Para dizer o mínimo, é
possível que os inimigos
da religião cristã
possam encontrar nos
campos da ciência e da
filosofia seu trampolim
do qual se lançam
Pg. 20 quando se preparam
para o ataque.
INTERESSE CRISTÃO
Admite-se que não é tarefa do
teólogo ser filósofo ou cientista,
mas ainda é verdade que a
teologia cristã, e
particularmente a apologética
Pg. 20 cristã, têm um interesse nos
campos da filosofia e da
ciência. Para preservar a sua
própria integridade, uma
teologia verdadeiramente cristã
deve publicar, pelo menos em
linhas gerais, algo da natureza
desses interesses.
A Necessidade da Revelação Natural
Falando primeiro da necessidade
da revelação natural, devemos
lembrar que o homem foi feito um
ser pactual. A Escritura tornou-se
PG. 24 necessária por causa da
desobediência pactual de Adão no
paraíso. Essa desobediência
pactual aconteceu em relação a
uma revelação sobrenatural
positiva que Deus tinha dado, com
respeito à árvore do conhecimento
do bem e do mal.
A Necessidade da Revelação Natural
“Paulo falou sobre o Deus vivo
que fez o céu, a terra, o mar e
tudo o que neles há. Ele lembrou
aos filósofos gregos que o Deus
que fez o mundo e tudo o que
nele há é o Senhor dos céus e da
terra, e não é servido por mãos
de homens, como se
necessitasse de algo, por que
ele mesmo dá a todos a vida, o
fôlego e as demais coisas” (At
17.24,25).
(GEISLER, Norman, Enciclopédia
de Apologética, pág. 782)
A Perspicuidade da Revelação Natural