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Cadeira de Metodologia de

Investigação Científica
Docente: Nelson Soquessa
Metodologia e método: conceitos

através de... Por


Meta meio de...
Neologismo
derivado do
Método
grego Caminho,
‘‘methodos’’ hodos via...

Usar um método é, basicamente, procurar ordenar o caminho através do qual se


possa alcançar os objectivos preconizados.

a organização e o planeamento de uma


Methodos passagem em relação ao estudo,
Metodologia + logos/ prática e/ou conclusão de um tema
logia
é um conjunto de procedimentos utilizados, uma
técnica e sua teoria geral. A metodologia avalia a
aplicação do método por meio de procedimentos e
Metodologia técnicas que garantem a legitimidade do
conhecimento obtido. Assim, a metodologia relaciona-
se com a epistemologia, um estudo que tem por
objecto a própria ciência, os discursos e as técnicas
específicas de cada ciência em particular.

é um discurso sobre o caminho que alguém deve percorrer se


pretende fazer ciência. Em outros termos, a Metodologia
Metodologia Científica é uma disciplina que capacita alguém a avaliar
científica métodos, identificando limitações e implicações que dizem
respeito às suas utilizações.
Breve história

 Em 1637, o filósofo francês René Descartes publicou o ilustre “Discurso do


método” e nesta obra apresentou algumas ideias que deviam servir de guia
para o conhecimento científico: critérios para distinguir o verdadeiro do falso,
uma análise do conhecimento baseada na razão, o papel da matemática como
ferramenta instrumental para todas as ciências e as principais regras de seu
método (de maneira muito especial enfatizou não admitir como verdadeira
nenhuma ideia sem um critério de certeza confiável).
 A finalidade de seu raciocínio era proporcionar um caminho correcto para que a
razão humana fosse conduzida com um critério de verdade. É a partir da obra
de Descartes que podemos falar sobre metodologia.
 Sua proposta significou abandonar a pesquisa científica baseada na sorte e, ao
mesmo tempo, incorporar um conjunto de regras confiáveis.
Objectivos da metodologia científica

Segundo Barros e Lehfeld (2007, p. 8), os objectivos específicos da Metodologia Científica são:
1. Análise das características essenciais que permitem distinguir ciência de outras formas de
conhecer, enfatizando o método científico e não o resultado;
2. Análise das condições em que o conhecimento é cientificamente construído, abordando os
significados de postulados e atitudes da ciência hoje;
3. Criação de oportunidades especiais para o aluno comportar-se cientificamente, levantando e
formulando problemas, colectando dados para responder aos questionamentos, analisando,
interpretando e comunicando resultados;
4. Capacitação do aluno para que ele leia criticamente a realidade e produza conhecimentos;
5. Criação de vector de informações e referenciais para a montagem formal e substantiva de
trabalhos científicos: resenhas, monografias, artigos científicos, etc.
Divisão da disciplina de metodologia científica
refere-se ao estudo crítico
Epistemolo dos métodos científicos,
gia pressupostos, limites, etc.,
além da própria concepção,
historicamente
determinada, de ciência

organização lógica do
Divisão da raciocínio tanto na
disciplina lógica prática de investigação
quanto na apresentação
dos resultados

uso de técnicas e procedimentos


específicos utilizados em pesquisas de
diferentes temas por diferentes ciências
Técnica
e normalização do discurso científico
Método, economia e eficiência nos
estudos
2. Aprender a aprender na faculdade
 Quem acaba de ingressar numa faculdade precisa ser informado sobre a
maneira de tirar o máximo proveito do curso que vai/ está fazer.
 Muita coisa muda em relação àquilo com que estava acostumado em seus
cursos primários e do secundário;
 Quem não souber compreender devidamente o espírito da nova situação para
adaptar-se activa e produtivamente a ela perderá preciosa oportunidade de
integrar-se desde o início no ritmo desta nova etapa de ascensão no saber,
que se chama vida universitária;
Diferenças Diferenças entre alunos não
universitários e universitários

Aluno não universitário Aluno universitário

1. Deve estar na sala de aula no horário 1. Nos cursos universitários não se exige
exacto e não pode ausentar-se antes de o semelhante rigor; quem não chegar a tempo
professor sair; pode assistir às aulas seguintes;
2. O estudante levar para a casa tarefas 2. Não há tarefas diárias na faculdade;
diárias; 3. Na universidade as salas de aulas são amplas
3. Os alunos andam uniformizados, não e hereogêneas. Ao lado de um jovem de 18
podem fumar no recinto da escola; As anos senta-se um director de escola ou
classes são bastante homogêneas; gerente de uma empresa.
4. Os professores e os directores dão ordens e 4. Na faculdade todos são tratados como adultos
fiscalizam seu cumprimento. e responsáveis.
 Que pensar do académico que não se preocupa com a pontualidade porque o
professor respeita o seu direito de chagar com algum atraso? O que
acontecerá com o académico que não organiza o seu tempo de estudo
particular para preparar aulas, para fazer revisões, só porque o professor não
estabeleceu o controlo das tarefas diárias?
 Quem acaba de entrar na universidade percebe que muita coisa mudou e
deve perceber que também ele deve mudar, especialmente na
responsabilidade, na autodisciplina e na maneira de conduzir sua vida de
estudos, para tirar o maior proveito possível da excelente oportunidade de
crescimento cultural que a faculdade lhe ofereceu.
 Fazer um curso superior não é ouvir aulas para conseguir adivinhar testes,
mas instrumentalizar-se para o trabalho científico. Mais vale esta
instrumentalização do que o conhecimento de uma série de problemas ou o
aumento de informações acumuladas assistematicamente. Mais vale uma
cabeça bem feita do que uma cabeça bem cheia (de informações ou
erudição).
 Quem não preparou suas aulas não pode distribuir convenientemente a
intensidade de sua atenção e pode não fazer perguntas, porque nem sabe que
não entendeu.
O Grande tempo de todo estudantes
 O grande tempo de todo o estudante são as aulas;
 O aluno que, depois de um dia de trabalho, ao invés de ir para a sua casa,
toma rumo da faculdade, às vezes, mesmo sem tempo para uma refeição, e
não aproveita as aulas, é um incoerente;
 O aluno que paga uma faculdade para adquirir o direito a uma carteira dura,
onde possa perder tempo durante as aulas, está a clamar aos quatro ventos
que lhe falta algo na sua caixa craniana;
 O aluno que não aproveita o tempo das aulas com empenho já está julgado:
não leva a sério sua vida de estudo.
Pesquisa científica
Existem diversas espécie de pesquisa científica. Quando um probelama é pouco
conhecido, , ou seja, quando as hipósteses ainda não foram claramente
definidas, estamos diante de uma pesquisa exploratória. Seu objectivo consiste
numa caracterização inicial do problema, de sua classificação e da sua recta
definição. Constitue, pois, o primeiro estágio de toda a pesquisa científica, não
tem por objectivo resolver de imediato o problema, mas tão-somente apanhá-lo
e caracterizá-lo.
A pesquisa teórica tem por objectivo ampliar generalizações, definir leis mais
amplas, estruturar sistemas e modelos teóricos, relacionar e levantar hipóstes
numa visão mais unitárias do universo e gerar novas hipóteses por forças de
dedução lógica. Além disso, supõe grande capacidade de reflexão e de síntese, a
par do espírito de criatividade.
A pesquisa aplicada toma certas leis ou teorias mais amplas como ponto de
partida, e tem por objectivo investigar, comprovar ou rejeitar hípóteses
sugeridas pelos modelos teóricos.
Tipos de pesquisa

1.Pequisa de campo
É um tipo de pesquisa muito usada em Sociologia, Psicologia, Política, Economia,
Antropologia, etc. Não é experimental no sentido de não produzir ou de não
reproduzir os factos que estuda. A pesquisa de campo consiste na observação dos
factos tal como ocorrem, na colecta de dados e no registo de variáveis
presumivelmente relevantes para ulteriores análises. Esta espécie de pesquisa
não permite o isolamento e o controlo das variáveis supostamente relevantes,
mas permite o estabelecimento de relações constantes entre determinadas
condições – variáveis independentes- e determinados eventos – variáveis
dependentes -, observadas e comprovadas.
1.1. Fases da pesquisa de campo

Inicialmente, devemos realizar uma pesquisa bibliográfica sobre o assunto em


questão. Tal estudo nos informará sobre a situação actual do problema, sobre os
trabalhos já realizados a esse respeito e sobre as opiniões reinantes; permitirá o
estabelecimento de um modelo teórico inicial de referência, auxiliará no
estabelecimento das variáveis e na prática do plano geral da pesquisa.
Após a pesquisa bibliográfica prévia, de acordo com a natureza de pesquisa, que
poderá ser sociológica, psicológica, mercadológica, et., cumpre determinar as
técnicas que serão utilizadas na colecta de dados, as fontes da amostras que
deverá ser significativa, isto é, representativa o suficiente para apoiar conlusões;
é preciso, ainda, antes que se parta para a colecta de dados, estabelecer as
técnicas de registo desses dados e as técnicas da sua análise posterior.
1.2. Ténicas para a colecta de dados

 1.2.1. Entrevista
Consite no diálogo com o objectivo de colher, de determinada fonte, de
determinada pessoa ou informante, dados relevantes para a pesquisa em
andamento. Portanto, não só os quesitos da pesquisa devem ser muito bem
elaboradas, mas também o informante deve ser criteriosamente seleccionado.
O entrevistador deve ser discreto, deve evitar ser importuno; precisa deixar
muito à vontade o informante. O entrevistador precisa ser habilidoso e elegante
ao evitar que o diálogo se desvie dos propósitos da sua pesquisa. É importante
lembrar que o entrevistador deve apenas colectar os dados e não discuti-lo com o
entrevistado. Disso se conclui que o entrevistador deve falar pouco e ouvir
muito.
 1.2.2. Questionário
Na entrevista, o informante fala; na técnica de questionário, o informante escreve ou
responde por escrito a um elenco de questões cuidadosamente elaboradas. Tem a
vantagem de poder ser aplicado simultaneamente a um grande número de informantes.
Seu anonimato pode representar uma segunda vantagem muito apreciável sobre a
entrevista. Deve apresentar todos os seus itens com a maior clareza de tal sorte que o
informante possa responder com precisão, sem ambuguidade.

1.2.3. Formulário
É uma espécie de questionário que o próprio pesquisador preenche de acordo com as
respostas do informante. Tem a vantagem de permitir questionamento verbais adicionais
às questões de entendimento mais difíceis, e pode ser aplicado em informantes
analfabetos.
1.2.4. Análise dos dados
Após a colecta de dados, resta o trabalho de tabulação, de elaboração de gráficos,
quadros, mapas, estatísticas para as análises, interpretações e conclusões de caráctter
indutivo.
2. Pequisa de laboratório
A pesquisa científica pode ser experimental e não experimental. As pesquisas
bibliográficas e de campo não são esperimentais; são de simples observação
controlada, pois o pesquisador não manipula as variáveis, não as isola, não
provoca eventos, mas observa-os e regista-os.
A pesquisa de laboratório, ao contrário, permite que o pesquisador reitere,
provoque e produza fenómenos em condições de controlo. Experimentar, ou
realizar experimentos, significa exercer positivo controlo sobre as condições
presumivelmente relevantes, relativamente a determinado evento; significa
reproduzir, repetir fenómenos dentro de um plano de modificações sistemáticas
das variáveis independentes, relativamente a determinado evento, com
objectivo de descobrir as condições antecedentes responsáveis pelo evento
subsequente, ou efeito, ou variável dependente assumida como objecto da
pesquisa.
2.1. Fases da pesquisa de laboratório
O peimeiro passo da pesquisa de laboratório será também a pesquisa
bibliográfica prévia, pelas razões já apontadas anteriormente.
A pesquisa de laboratório, como qualquer espécie de pesquisa científica, não se
realiza em um acto, mas desenvolve-se ao longo de um processo ordenado, que
percorre etapas bem definidas. Como o método experimental constitui o método-
padrão da pesquisa científica, vamos caracterizar cada um dos seus passos, fases
ou etapas, a saber: a observação, a hipótese, a experimentação, a indução ou a
ampliação da conclusão que permite previsões e domínio da natureza.

2.1.1. Observação
Observar é aplicar atenção a um fenómeno ou problema, captá-lo, retratá-lo tal
como se manifesta. Situa-se a observação na fase inicial da pesquisa, mas
perdura durante todo o processo, alternando-se com a aexperimentação, pois é
necessário observar os resultados das manipulações das variáveis ou
experimentos.
 2.1.2. Hipóteses
Hipótese é o enunciado da solução estabelecida provisoriamente como
explicativa de um problema qualquer. Toda hipótese deve ser anunciada em
proposição verificável, para que seja científica e não puramente metafísica. A
hipótese científica representa a opinião do pesquisador à procura de evidências
posteriores e observáveis que a sustentem e comprovem.
A hipótese tem a função muito importante no complexo de toda a pesquisa
científica. É ela que fixa uma diretriz capaz de impor ordem e finalidade a todo o
processo da experimentação. O cientista não trabalha ao sabor do acaso, mas
possui metas, elementos, ideias, pontos definidos aos quais pretende chegar. O
cientista caminha em suas pesquisas guiado por hipóteses.
2.1.3. Experimentações
As hipóteses devem ser postas à prova, verificadas e aprovadas ou reprovadas
pelos factos. Ao trabalho orientado no sentido de verificar hipóteses, no caso de
pesquisa de laboratório, denomina-se experimentação. Fazer experimento
significa reproduzir fenómenos em condições de rigoroso controlo das variáveis,
com o objectivo de identificar os factos antecedentes responsáveis por
determinado evento subsequente.
 2.1.4. Indução
Confirmada a relação constante entre determinação variável independente e
determinado evento, através da experimentação, será lícito ampliar-se esta
relação para fenómenos em que as mesmas variáveis ocorram nas mesmas
circunstâncias. Nisso consiste a indução científica. Ela é ampliadora e a
expressão dessa ampliação chama-se lei.

2.1.5. Previsão e Predição


A partir da lei que não anuncia apenas o que foi verificado em determinado
experimento singular, mas anuncia a relação constante entre determinada
variável independente e o determinado efeito, a ciência tem condições de fazer
previsões ou de predizer eventos.
3. Pesquisa bibliográfica
Bibliografia é o conjunto de livros escritos, artigos e documentos sobre determinados
assuntos, por autores conhecidos e identificados ou anônimos, pertencente a correntes
de pensamento diversas entre si, ao longo da evolução da Humanidade. E a pesquisa
bibliográfica consiste no exame desse manancial, para o levantamento e análise do que
já se produziu sobre determinado assunto que assumimos como tema de pesquisa
científica.
Qualquer espécie de pesquisa, em qualquer área, supõe e exige pesquisa bibliográfica
prévia, quer à maneira da actividade exploratória, quer para o estabelecimento do
status questiones, quer para justificar os objectivos e contribuições da própria
pesquisa.
Nem todos os alunos farão uma pesquisa de campo ou de laboratório, mas todos farão
pesquisa bibliográfica.
Fontes e bibliografia
Fontes são os textos originais, ou textos de primeira mão sobre determinado
assunto. Esses textos, pela importância que tiveram ou que lhes atribuíram,
geraram toda uma literatura mais ou menos ampla.

Bibliografia é o conjunto de produções escritas para esclarecer as fontes, para


divulgá-las, para analisá-las, para refutá-las ou para estabelecê-las; é toda a
literatura originária de determinada fonte ou a respeito de determinado assunto.
Exemplos de fontes e bibliografia
As obras de Platão e de Santo Agostinho serão fontes para o tema ‘‘influências da
concepção platônica sobre a origem das ideias, na teoria agostiniana’’. E essas
mesma obras de Platão e Santo Agostinho serão simples bibliografia para o tema
‘‘função terapêutica da moral hindu’’.
Fases da pesquisa bibliográfica
1. Escolha do assunto: o primeiro passo a ser dado por aquele que se propõe
desenvolver uma pesquisa bibliográfica é a escolha do assunto, o que não é
fácil. Em qualquer área, o campo para pesquisa é vasto, mas a experiência
comprova a indecisão, a perplexidade e até a angústia que precedem a opção
por assunto e não por inúmeros outros.
1.1. Critérios Para a escolha do tema
Da parte do pesquisador
a) Tendências e preferências pessoais – o pesquisador deve escolher um assunto
correspondente a seu gosto pessoal, que esteja na linha de suas tendências e
preferências pessoais;
b) Aptidão – não basta gostar de assunto, é preciso ter aptidão, ser capaz de
desenvolvê-lo
c) Tempo – é importante considerar o tempo disponível e o tempo necessário
para levar a bom termo esta ou aquela pesquisa.
d) Recursos materiais – consideremos ainda o factor económico, custo de
viagens e de aquisição de material, a possibilidade de acesso a fontes raras e a
existência ou não de material bibliográfico disponível.

Da parte do próprio assunto


a) Relevância – o estudante universitário imbuído de espírito científico não cede
à tentação, ao comodismo, à mediocridade de escolher assunto pela sua
aparente facilidade; ao contrário, procura assuntos cujo estudo e
aprofundamento lhe possam trazer contribuições efectiva para o próprio
amadurecimento cultural e alguma contribuição objectiva ao esclarecer melhor
um problema.
Vivências

Fontes de assuntos
Polêmicas

Reflexão

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