Você está na página 1de 132

DIREITOS REAIS

• MARIA CECILIA
LADEIRA DE
ALMEIDA

• MCECILIALMEIDA@GMAIL.COM

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 1


Bibliografia sugerida
• Antonio Junqueira Azevedo
• Arnaldo Rizzardo;
• Arnoldo Wald;
• Carlos Roberto Gonçalves;
• Caio Mario da Silva Pereira;
• Maria Cecilia Ladeira de Almeida;
• Maria Helena Diniz;
• Melhim Namem Chalhub;
• Orlando Gomes;
• Silvio Rodrigues;
• Silvio Salvo Venosa;
• Washington de Barros Monteiro;
• Outros autores

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 2


Conteúdo programático

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 3


conteúdo programático
• 1. Direito das Coisas; • 12. Usufruto;
• 2. Posse; • 13. Uso;
• 3. Propriedade; • 14. Habitação;
• 4. Direitos de Vizinhança; • 15. Concessão de direito real para fins de
moradia;
• 5. Condomínio; • 16. Concessão de direito real de uso;
• 6. Propriedade resolúvel; • 17. Direito do promitente comprador;
• 7. Propriedade fiduciária de bem móvel; • 18. Penhor;
• 8. Direitos Reais sobre Coisas Alheias: • 19. Hipoteca;
• 9. Enfiteuse; • 20. Anticrese;
• 10. Direito de Superfície; • 21. Alienaçãofiduciária de bens imóveis.
• 11. Servidões Prediais;

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 4


USUCAPIÃO
• USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA – CC 1238;
• USUCAPIÃO ORDINÁRIA – CC 1242;
• USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL RURAL (PRO LABORE, AGRÁRIA OU ESPECIAL RURAL)
- LEI 6969/81 c/c CF 191 c.c. CC 1239;
• USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL URBANA (PRO MORADIA) CF 183 c/c EC 9; 11/14 c/c CC 1240;
• USUCAPIÃO COLETIVA - EC 10;
• USUCAPIÃO POR ABANDONO DE LAR (OU FAMILIAR) – CC 1240-A. c/c
• ENUNCIADO 595 – O requisito “abandono do lar” deve ser interpretado na ótica do instituto da
usucapião familiar como abandono voluntário da posse do imóvel somado à ausência da tutela da
família, não importando em averiguação da culpa pelo fim do casamento ou união estável.
Revogado o Enunciado 499. Parte da legislação: art. 1240-A do Código Civil (VII Jornadas, 2015)
ENUNCIADO 595 – O requisito “abandono do lar” deve ser interpretado na ótica do instituto da
usucapião familiar como abandono voluntário da posse do imóvel somado à ausência da tutela da
família, não importando em averiguação da culpa pelo fim do casamento ou união estável.
Revogado o Enunciado 499. Parte da legislação: art. 1240-A do Código Civil

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 5


USUCAPIÃO - REQUISITOS
• IMOVEL – TIPO E AREA;
• POSSE – PRAZO E MODALIDADES;
• POSSE – APROVEITAMENTO TEMPO ANTERIOR;
• POSSUIDOR – SER OU NÃO PROPRIETÁRIO; ESCALA SOCIAL;
• AÇÃO DE USUCAPIÃO – PROPOSITURA;
• SENTENÇA – COLETIVA E INDIVIDUALIZADA;
• REGISTRO.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 6


Formas de aquisição pela via da usucapião
• USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL – CPC/15 art. 1071 (acrescenta art. 216-A
Lei de Registros Públicos);
• USUCAPIÃO JUDICIAL – processo de conhecimento. (dispositivos
específicos: citação/art. 246§ 3.º; editais/art. 259)

• Sumula STF 237 – aquisição é forma que independe de sentença,


mesmo pq pode ser arguida em defesa. Sentença é meramente
declaratória de direito ( CPC/73- art. 941)

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 7


USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL – LRP 216-A
c.c.NCPC 1071
• processado diretamente junto CRI;
• Prescribente acompanhado por advogado;
• Documentos:
• Ata notarial NCPC384 –Tabelião atesta tempo de posse do prescribente e
antecessores, conf o caso e circunstancias;
• planta e memorial descritivo por profissional habilitado com ART e titulares de
direitos reais e outros direitos registrados na matricula do imóvel e dos confinantes/
• Falta assinatura} notificação p assinar em 15 dias} não comparecimento implica em
discordância;
• Justo titulo ou outro doc q comprove origem, continuidd, natureza e tempo de posse
( ex.: Impostos etc);
• Certidões negativas dos distribuidores da comarca do imóvel e do domicilio do
prescribente.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 8


USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL – LRP 216-A
c.c.NCPC 1071

CRI dará ciência as Fazendas Públicas/ manifestação em 15 dias;

CRI edital jornal de grande circulação p garantir terceiros;

Diligencias – no caso de duvidas;

Escoamento do prazo – registra a aquisição abrindo-se Matricula;

Procedimento de duvida – pode ser suscitado pelo interessado conf. LRP;

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 9


USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL – LRP 216-A
c.c.NCPC 1071
• Documentos não estando em ordem } CRI rejeita o pedido;
• Rejeição não impede ajuizamento ação judicial de usucapião;

• Impugnação do pedido por terceiro titular de dir reais ou outros


constante na matricula do imóvel ou na matricula dos confinantes
• Requerente emendar a Inicial para adequar ao procedimento comum;
• CRI remete para o Juízo competente da comarca do imóvel.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 10


USUCAPIÃO
1.Aproveitamento de posse anterior :
• Transmissão da posse x exclusividade da posse qualificada da
usucapião constitucional – Enunciado STJ 317
• Enunciados 85, 312, 340, 594, 595

2. usucapião em bens públicos

3. Direito intertemporal = conflito de leis no tempo

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 11


Acessões naturais
• ALUVIÃO

• AVULSÃO

• FORMAÇÃO DE ILHAS

• ALVEO ABANDONADO

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 12


Acessões artificiais
• Plantações e construções.
• CCB 1253 a 1259
• Aplicação do direito de retenção (1219), conf. Enunciado 81.
• Enunciado 318 – aquisição do solo em favor construtor de ma-fé.

• Plantações de psicotrópicos – CF art. 243 c.c. Dec. 577/92.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 13


Propriedade - perda
• Alienação - registro;
• Renuncia – registro;
• Abandono (art. 1276, §2º, EC art.8º; Enunciado 242, 243, 316) ;
 Perecimento do bem;
• Desapropriação :
• tipos de desapropriação:
• Utilidade (e necessidade) publica – D.L. 3365/41:
• Interesse social – L 4123/62;
• Interesse social p fins de Ref Agraria – Lei 8629/93 c.c. LC 76/93;
• Interesse social p fins de Ref Urbana - EC art. 10

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 14


Aquisição de propriedade móvel
• Usucapião;
• Ocupação;
• Achado do tesouro;
• Tradição;
• Especificação;
• Confusão, comistão (comissão), adjunção.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 15


DIREITOS DE VIZINHANÇA
• USO ANORMAL DA PROPRIEDADE;
• DAS ARVORES LIMITROFES;
• PASSAGEM FORÇADA;
• PASSAGEM DE CABOS E TUBULAÇÕES;
• DAS AGUAS;
• LIMITES ENTRE PREDIOS E DIREITO DE TAPAGEM;
• DIREITO DE CONSTRUIR ( CONSTRUÇÃO COMPULSORIA, OUTORGA
ONEROSA E TRANSFERENCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR - ESTATT DA
CIDADE).
maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 16
CONDOMÍNIO
• Condomínio geral - art. 1314/1330;

• Condomínio edilício – art. 1331/1358 c.c Lei 4591/64 (Condomínios


em edificações e incorporações imobiliárias)

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 17


CONDOMÍNIO GERAL
• pluralidade de sujeitos no exercício de um direito = comunhão.
• comunhão de direitos = várias pessoas possuem direitos idênticos
sobre a mesma coisa ou conjunto de bens.
• MAS nem toda reunião de pessoas com direito sobre o mesmo imóvel
= existirá comunhão, como nos direitos reais sobre coisa alheia.
• A comunhão específica de direitos reais é o condomínio.
• Na comunhão, a titularidade do direito que pertence, em princípio, a
uma só pessoa, pertence a várias pessoas.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 18


Condomínio geral
• Diversas doutrinas explicam o conteúdo jurídico desse instituto;
• Código Civil adota a teoria da propriedade integral,
• →condôminos são titulares de uma única relação dominial sobre o
bem. O direito é um só, mas é exercido por todos os condôminos,
sem fracionamento.
• → exercício do direito de cada condômino tem como limite o
exercício do direito dos demais.
• Eis a solução para harmonizar a comunhão de direitos reais e a
exclusividade do direito de propriedade.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 19


Condomínio - classificação

• condomínio pode ser classificado quanto:


• à sua origem,
• à sua abrangência e
• ao seu modo de exercer.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 20


Condomínio classificação qto a origem
• origem ou fonte: convencional ou forçado.
• Convencional - resulta de contrato em que os condôminos assim se
colocam para usar e fruir um bem. O convencional, também chamado
de condomínio voluntário, será motivo de maiores comentários,
posto que o Código Civil disciplinou-o nos arts. 1.314 a 1.326.
• Forçado, legal ou necessário - quando não resulta de acordo entre as
partes, mas de imposição legal. Resulta de imposição jurídica, pois é
inevitável o estado da indivisão da coisa. O Código Civil o regulamenta
nos arts. 1.327 a 1.330.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 21


Condomínio classificação qto abrangência

Universal quando abarcar toda a coisa, inclusive frutos e rendimentos.

Particular incide sobre partes do todo ou de seus efeitos.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 22


Condominio classificação qto ao modo de ser
• pro diviso - incide em coisas passíveis de divisão, em caso de extinção
do condomínio e que os condôminos já tenham feito tacitamente
essa divisão. Existe mera aparência de condomínio porque os
comunheiros localizaram-se em parte certa e determinada da coisa,
sobre a qual exercem exclusivamente o direito de propriedade. A
comunhão existe de direito, mas não de fato.

• pro indiviso quando a comunhão permanecer de direito e de fato, não


tendo os consortes operado, sequer tacitamente, a divisão.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 23


Condomínios previstos no
• Código Civil regulamenta
• 1. condomínio em geral, considerado “clássico”, em que se
encontram o condomínio voluntário e o necessário,
• 2. condomínio edilício ou em “planos horizontais”. Desconhecido pelo
Código Beviláqua, normatização na Lei n. 4.591/64. CC 1331 e
seguintes

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 24


Condomínio voluntário
• Por convenção das partes, por contrato (alienação ou aquisição por
dois ou mais interessados de um lado, e outro interessado, de outro)
• Por ato unilateral (instituído por testamento, como condomínio
voluntário. Neste caso será condomínio forçado incidental entre os
herdeiros, desde a abertura da sucessão até a partilha final (Orlando
Gomes, in Direitos reais, p. 240-1, 19. ed., 2004).

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 25


Condomínio voluntário
• por ser convenção entre partes → estabelecer os direitos e
deveres dos consortes.
• convenção determina o quinhão de cada condômino .
• “fração ideal” = potencial de direitos e deveres do
proprietário enquanto subsiste o condomínio.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 26


Condomínio voluntario – extinção
• fração ideal - vai se tornar uma única propriedade com um único
dono.
• convenção deverá determinar qual a fração de cada condômino.
• Se omissa = frações de igual valor. 1315,§ u
• detentor de uma fração → exerce os direitos inerentes à propriedade
em todo o bem. Os atos praticados na coisa comum dependem da
anuência dos demais co-titulares, embora gozem de certa autonomia
no exercício dos direitos/deveres nos limites de sua fração ideal.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 27


Direitos e deveres dos condôminos
• 1. direito de alhear sua parte indivisa. Necessário ofertar aos demais
condôminos, p exercício do direito de preferência.
• Sem consortes terem exercido o direito de preferência → o negócio
poderá ser desfeito, caso o prejudicado assim requeira dentro de 180
dias e desde que deposite o preço.

• 2. se a coisa for divisível → o comunheiro pode alienar livremente seu


quinhão.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 28


Direitos e deveres dos condôminos
• Condômino = possuidor → pode utilizar-se dos remédios possessórios
para proteger a coisa comum, independentemente da autorização
dos demais.

• Gravar parte indivisível - art 1314, caput, in fine: há a faculdade do


condômino de gravar sua parte indivisa. Essa prerrogativa encontra
restrição no art. 1.420, § 2º, CC.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 29


Direitos e deveres dos condôminos
• 1314 - parte em comum deve ser usada de acordo com sua natureza
e sua finalidade.
• 1314, § u - proibido ao condômino, sem anuência dos demais,
modificações que alterem a substância da coisa ou mudem modo de
de exploração.
• comunheiro deve usar pessoalmente a coisa.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 30


Divisão das despesas e receitas art.1315
• Art. 1315 – principal obrigação = concorrer, para as despesas de
conservação ou divisão da coisa e suportar encargos de sua
responsabilidade, na proporção de sua participação.
• ato de constituição do condomínio estabelece partes de cada
condômino, senão presumirem-se iguais 1315, § u.
• Art. 1316 - condômino se nega a pagar sua parte nas despesas ou nas
dívidas da comunhão = renuncia parte ideal.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 31


Divisão despesas
• 1316,§ 2º - condômino deixar de pagar/ demais não assumirem seus
encargos = divisão.
• - dividida a coisa → responderá o quinhão de cada um por sua parte
na dívida: despesas anteriores e despesas de divisão.
• Se não houve discriminação nos gastos ou não se estipulou a
solidariedade, presume-se que as obrigações foram contraídas
proporcionalmente às quotas de cada um.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 32


Divisão despesas
• todos os condôminos contraírem dívidas conjuntamente →
cada um responde na proporção do seu quinhão.

• Divida foi contraída por um dos condôminos, em proveito da


comunhão e durante ela → este responde perante o credor,
mas com direito de regresso contra os demais.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 33


Dir de preferência entre condôminos
• O direito que o comunheiro tem de exigir, a qualquer tempo, a divisão
da coisa comum → preceito de ordem pública } ninguém pode ser
obrigado a permanecer em condomínio.
• “condomínio é a sementeira da discórdia” WBM
• Caso a divisão se faça por venda da coisa comum, esta se processa em
observância dos arts. 730 e seguintes CPC/15.
• Se mais de um condômino quiser exercer a preferencia, observa-se
art 1322

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 34


Divisão dos frutos -art. 1326
• frutos são de todos
• 1. frutos devem ser repartidos proporcionalmente entre os consortes.

• 2. um condômino percebe sozinho → responderá aos outros pelos


frutos que percebeu da coisa comum e pelo dano que lhe causou.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 35


Condomínio - administração
• Administrador - deliberação por maioria absoluta, calculada pelo
valor dos quinhões.
• O administrador pode ser estranho ao condomínio. Preferencia do
condômino.
• O condômino que administrar sem oposição dos outros presume-se
representante comum.
• Se houver divergência encerra comunhão com divisão da coisa
comum, ou sua venda, se for indivisível.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 36


Deliberações – art 1325
• A maioria será calculada pelo valor dos quinhões.
• MAIORIA absoluta será calculada pelo valor da fração das quotas
ideais e não pelo número dos condôminos.
• Não sendo possível alcançar a maioria absoluta, ou ainda não
havendo quorum para evitar e se desfazer de um impasse, qualquer
condômino pode requerer ao juiz que decida, tendo se feito ouvir os
demais.
• Se houver dúvida, o valor do quinhão deve ser avaliado judicialmente,

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 37


Condomínio forçado
• Condomínio forçado/necessário = divisão impossível. Não admite partilha,
não sendo necessariamente obrigatório.
• não se submete às regras gerais do condomínio voluntário, pq não permite
a divisão;
• as partes ideais não podem ser vendidas isoladamente e os direitos sobre o
bem do condomínio forçado são mais amplos que os do condomínio
voluntário. (Orlando Gomes, in Direitos reais, p. 246; 2004).
• Relaciona-se com paredes, cercas, valas, muros divisórios, bem como nos
casos de comistão, confusão e adjunção, bem como se relaciona com os
institutos relativos aos limites entre prédios e o direito de tapagem
(1297/8), como também com o direito de construir (1304/7).

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 38


Condomínio forçado
• Outra espécie de condomínio necessário são os edifícios de
apartamentos, em relação às áreas comuns (art. 1331 e seg + Lei n.
4.591/64.
• Fração mínima de parcelamento - imóvel rural e imóvel urbano.
• Enunciado 594 das VII Jornadas de Dir Civil, 2015: É possível adquirir
a propriedade de área menor do que o módulo rural estabelecido
para a região, por meio da usucapião especial rural.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 39


CONDOMINIO EDILICIO
• O Código Beviláqua não contemplava a matéria → quase inexistente essa
forma condominial na época (1916).
• Ordenações Filipinas - referência a propriedade c dois senhores: um no
sótão e outro no sobrado (Livro I, Tít. 68, § 34).
• 1928, o Decreto n. 5.481 regulamentou a matéria.
• Em 16/12/1964, a matéria foi disciplinada pela Lei n. 4.591. A urbanização
desenfreada, agregada ao adensamento populacional, trouxe um
intrincado instituto ao meio jurídico: os prédios em planos horizontais,
onde há unidades autônomas + área comum, num mesmo imóvel.
• Código Reale (2002) - arts. 1.331 e seguintes.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 40


Condomínio edilício
• origem do condomínio edilício está ligada às modificações ocorridas na
sociedade após o término da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), muito
embora o Código Napoleônico já a disciplinasse no art. 664.
• necessidade de modificações no modo de vida da população do pós-guerra
qto à moradia:
• necessário redimensionar os espaços,
• baratear o custo das edificações,
• facilitar o acesso à casa própria,
• dar condições para as cidades absorverem o crescente êxodo rural etc.
→Surge a divisão dos planos horizontais.
maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 41
Condomínio edilício
• Edificações: partes/propriedade exclusiva e partes/propriedade
comum dos condôminos.
• justaposição de diversas propriedades independentes revestidas da
propriedade comum de partes do edifício.
• proprietário exerce o direito de propriedade revestido dessa dupla
natureza, simultaneamente.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 42


Condomínio edilício
• Enunciado 89 - : “o disposto nos arts. 1.331 a 1.358 do novo Código
Civil aplica-se, no que couber, aos condomínios assemelhados, tais
como loteamentos fechados, multipropriedade imobiliária e clubes de
campo” (I Jornadas, 2002)
• Enunciado 246 - retificam o Enunciado n. 90 das I Jornadas (2002),
para fazer constar que: “deve ser reconhecida personalidade jurídica
ao condomínio edilício”. ( III Jornadas, 2004)
• ENUNCIADO 596 – O condomínio edilício pode adquirir imóvel por
usucapião. Parte da legislação: art. 1243-A do Código Civil – Da
aquisição da Propriedade Imóvel – Da Usucapião (VII Jornadas, 2015)

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 43


Partes comuns e partes exclusivas
• Art. 1331, § 1º alterado Lei 12607/12:
• elenca exemplificadamente partes suscetíveis de utilização
independente no condomínio: como apartamentos, escritórios, lojas,
dentre outros, incluindo loteamentos fechados e shopping centers,
com as respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns.
• são propriedades exclusivas: podem ser alienadas e gravadas
livremente por seus proprietários (não causam dano aos direitos dos
demais condôminos).
• Condômino tem liberdade para ceder, alienar ou gravar com ônus real
a sua unidade.
maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 44
Partes comuns e partes exclusivas
• propriedade de uso comum de todos os condôminos - disciplinada
pela vontade coletiva: convenção, regulamento e princípios legais.
• Há 2 tipos de dois os tipos de áreas comuns: “condomínio geral de
utilização de todos os condôminos, como o solo, a caixa d’água, o
saguão de entrada, elevadores, as garagens comuns e o acesso às
garagens individuais, as áreas de lazer, parques, logradouros de
diversão, jardins, piscinas, saunas etc. Há também um condomínio
parcial ou limitado, como as áreas de serviço de cada andar e o hall
social”. Álvaro Villaça Azevedo (in “O Condomínio no novo Código
Civil”, artigo da obra O novo Código Civil – estudos em homenagem ao
Prof. Miguel Reale, LTr, 2003, coord. Domingos Franciulli Neto, Gilmar
Ferreira Mendes e Ives Gandra da Silva Martins Filho, p. 1.026)
maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 45
Partes comuns e exclusivas
• STJ no mesmo sentido desde que aprovada em assembléia. A Lei n.º 4.591/64
determina que a convenção delibere sobre a maneira de ser utilizada as partes
comuns. (REsp281290, RJ, STJ 4ª T., j.02.10.08, Min Relator Luis Felipe Salomão,
v.u. DJe 13.10.08). Cita outros precedentes declarando situações consolidadas há
muitos anos e que devem ser respeitadas, em função do princípio da boa-fé
objetiva que tempera a regra do artigo 3.º da Lei 4.591/64, que determina a
insuscetibilidade das áreas comuns.

• Enunciado n. 247 : “no condomínio edilício é possível a utilização exclusiva da


área ‘comum’ que, pelas próprias características da edificação, não se preste ao
‘uso comum’ dos demais condôminos” (III Jornadas, 2004).
• tais áreas são insuscetíveis de divisão ou alienação, se destacada da respectiva
unidade. Da mesma forma não pode ser utilizada exclusivamente por um
condômino em detrimento dos outros, ressalvado o teor dos comentários ao art.
1340.
maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 46
Condomínio – unidade autônoma

• A unidade autônoma é tratada como prédio isolado, para fins de


tributação, sendo seu proprietário o único responsável pelos tributos
e taxas a ele correspondentes.
• Qualquer débito da unidade não alcançará os demais condôminos.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 47


Condomínio edilício - garagem
• Enunciado n. 91 : “a convenção de condomínio, ou assembleia geral,
podem vedar a locação de área de garagem ou abrigo para veículos a
estranhos ao condomínio”. (I Jornadas, 2002)
• Enunciado consagrado na Lei n.º 12.607, de 04 de abril de 2012, que
altera o disposto no parágrafo, vetando a venda da garagem a
estranhos ao condomínio, ressalvada a hipótese da convenção
condominial permitir.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 48


Fração ideal
• Cada condômino a tem a propriedade de fração ideal do terreno e
coisas comuns.
• fração ideal constara do ato constitutivo quando da convenção de
condomínio.
• valor da fração ideal = valor da unidade condominial,
• - calculado em relação ao conjunto da edificação,
• ( por ex. - as unidades de andares mais baixo = menor valor que as
dos andares superiores, ou o da unidade de cobertura; as unidades
do fundo valem menos que as da frente para a rua etc).

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 49


Primazia da construção sobre o solo
• O solo é tido como principal em relação à classificação dos bens, conforme
art. 92 deste Código. Assim, tem-se a regra superficies solo cedit, pela qual
toda construção presume-se feita pelo proprietário e à sua custa,
• Mas tb pode ser o contrário = solum cedit superficiei.
• Condomínio = solum cedit superficiei. Solo perde primazia em relação à
construção.
• Unidades condominiais tem posição superior na relação jurídica.
• Assim se explicam as características da inalienabilidade e indivisibilidade do
solo na propriedade condominial. (Caio Mário da Silva Pereira, in A
propriedade horizontal no novo regime de condomínio, p. 32).

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 50


peculiaridades
• Nenhuma unidade imobiliária pode ser privada do acesso ao logradouro
público.
• O terraço de cobertura é parte comum, salvo disposição contrária da
escritura de constituição do condomínio.
• Instituído por ato entre vivos ou testamento, registrado no Cartório de
Registro de Imóveis, devendo constar daquele ato, além do disposto em lei
especial:
• Enunciado 504 V Jornadas de Direito Civil do STJ, em 2011 = deve ser
reconhecida como título hábil para registro da propriedade horizontal no
competente registro de imóveis, a escritura declaratória de instituição e
convenção firmada pelo titular único de edificação composta por unidades
autônomas.
maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 51
convenção

• Art. 1.333. A convenção - subscrita pelos titulares de, no mínimo, dois terços das
frações ideais e torna-se, desde logo, obrigatória para os titulares de direito sobre
as unidades, ou para quantos sobre elas tenham posse ou detenção.
• . Para ser oponível contra terceiros, a convenção do condomínio deverá ser
registrada no Cartório de Registro de Imóveis.
• Enunciado n. 248 (III Jornadas, 2004): “o quorum para alteração do regimento
interno do condomínio edilício pode ser livremente fixado na convenção”;
• No silêncio = norma pode ser aprovada por maioria simples dos presentes.
• Alteração da convenção e do regimento – necessária aprovação por dois terços
dos votos dos condôminos.
• Art. 1.334. outras estipulações que devem constar na convenção.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 52


Art. 1.335. direitos do condômino:

• A Lei n.º 12.607, de 04 de abril de 2012, alterando o § 1.º do artigo


1331, supra, determinou que os abrigos de veículos só poderão ser
alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio com
expressa autorização da convenção condominial.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 53


Art. 1.336. deveres do condômino
• O principal dever do condômino = obrigação propter rem = concorrer
com a quota-parte no rateio para as despesas do condomínio.
• fixação das despesas = determinada de acordo com fração ideal do
terreno ou de sua área na unidade autônoma.
• Pode haver cobrança utilização de áreas de lazer, salão de festas etc =
taxa destinada ao fundo condominial.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 54


reformas na unidade
• não podem colocar em risco a estrutura do prédio.
• devem efetuar os reparos necessários para que eventuais defeitos em
sua unidade não prejudiquem os demais, não podendo atentar contra
as regras de higiene e limpeza do prédio.
• NBR
• não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias
externas –redes de proteção, fechamento de terraços e ar
condicionado.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 55


Inadimplência do condomino
• ficará sujeito aos juros moratórios convencionados, ou, não sendo
previstos, 1% ao mês e multa de até 2% sobre o débito.

• Enunciado 505 das V Jornadas de Direito Civil, em 2011 = seja


considerada nula a estipulação que, dissimulando ou embutindo
multa acima de 2%, confere suposto desconto de pontualidade no
pagamento da taxa condominial, pois configura fraude a lei e não
redução por mérito

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 56


Débitos do condomino
• condômino deve pagar os tributos devidos.
• dívidas condominiais, são obrigaçoes propter rem.
• § 2º do art. 1.334 - obrigação acompanha novo proprietário e
compromissário comprador já imitido na posse do imóvel (tenha ou
não levado a registro imobiliário o correspondente contrato).
• inciso IV do art. 3º da Lei n. 8.009/90 – (CC 1715) = não é oponível a
alegação da impenhorabilidade em razão da natureza da dívida
condominial.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 57


Extinção de condomínio
• Art. 1357

• Art. 1358

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 58


ENFITEUSE
SENHORIO – DETENTOR DO DOMÍNIO
DIRETO.
ENFITEUTA – DETENTOR DO DOMÍNIO
UTIL.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 59


CODIGO CIVIL 1916

• CARÁTER PERPETUO DO ÔNUS SOBRE IMÓVEL


ALHEIO;
• ESTENDEU A ENFITEUSE PARA OS IMÓVEIS
URBANOS, POSTO QUE ERA PRÓPRIA PARA
IMÓVEIS RURAIS.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 60


CÓDIGO CIVIL DE 1916
• RENDA ANUAL AO SENHORIO = FORO OU CANON;

• LAUDÊMIO = PERCENTUAL SOBRE O VALOR REAL DA VENDA A SER


PAGO AO SENHORIO PELO ENFITEUTA QUE VENDIA O DOMINIO UTIL,
SALVO DISPOSIÇÃO DIVERSA.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 61


CODIGO CIVIL 2002
• EXTINGUE A ENFITEUSE;
• REVIGORA A SUPERFÍCIE PARA IMÓVEIS URBANOS E ESTENDE PARA
IMOVEIS RURAIS;
• AS ENFITEUSES EM VIGOR CONTINUAM A VIGORAR NOS TERMOS DO
CÓDIGO CIVIL ANTERIOR, MAS PROIBE A SUB ENFITEUSE E A
COBRANÇA DE LAUDÊMIO.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 62


ENFITEUSES COM PODER PÚBLICO

• CONTINUAM A SER DISCIPLINADAS POR LEI


PROPRIA = DECRETO-LEI 9760/46
• SUBSIDIARIAMENTE O CÓDIGO CIVIL DE 1916.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 63


•Direito de Superfície

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 64


Direito de Superfície

Direito real relativo à concessão onerosa ou


gratuita, por tempo certo ou indeterminado,
do uso de superfície de terrenos públicos ou
particulares, para fins de urbanização,
industrialização, edificação, cultivo de terra ou
outra utilização de interesse social.

Maria Helena Diniz

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 65


Direito de Superfície
Histórico

Surgimento: Direito Romano.

Finalidade: Fixar o romano nas terras conquistadas,


incentivando e favorecendo esta fixação mediante a
construção de estalagens para pousada e casas bancárias.

Era Medieval: Se tornou odiosa por haver dado causa,


conjuntamente com a enfiteuse, à classe dos “servos da
gleba”, a ponto de ser eliminada pelos movimentos libertários
da fase final do século XVIII.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 66


Direito de Superfície
Histórico

Ressurgimento: Código Civil Austríaco de 1811

Século XX: Modernização - Adotada em quase toda a Europa,


além de Rússia e China.

Direito Brasileiro: a existência do direito de superfície


decorreu, a princípio, da vigência da lei portuguesa em nosso
país, mesmo depois da independência, mas não contemplado
no CC/1916.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 67


Direito de Superfície
Natureza Jurídica

DOUTRINA DOMINANTE:

Duas Propriedades:  a do superficiário


 a do proprietário do terreno ou solo

Alguns autores dizem que as duas propriedades são separadas


por um plano horizontal, o solo.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 68


Direito de Superfície
Natureza Jurídica

DOUTRINA MINORITÁRIA:

Não há que se falar em plano horizontal separando as duas


propriedades, uma vez que o proprietário do solo, cedendo o
direito de superfície, não perde o domínio tanto do subsolo
como do espaço superior ao edifício do superficiário.

Diversas teorias procuram explicar a natureza do direito de


superfície assemelhando-o a outros direitos reais.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 69


Direito de Superfície
Superfície: Direito Autônomo

Ainda que apresente alguns pontos de contato com outros


direitos reais, a superfície tem seu conteúdo específico, o que a
distingue de qualquer instituto real ou obrigacional.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 70


Direito de Superfície
Características

Elementos subjetivos:

Proprietário do solo Superficiário


(concedente) (concessionário)

Concede o direito de construir ou plantar,


sobre solo que continua a lhe pertencer.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 71


Direito de Superfície
Características

Objeto:

CONSTRUÇÃO OU PLANTAÇÃO

O Código Português e o Código Civil Brasileiro contemplam


ambas (alguns ordenamentos limitam a uma ou outra).

Há ordenamentos em que se admite que a superfície tenha


por objeto obras do subsolo.
maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 72
Direito de Superfície
Direitos e obrigações do
Concedente ou Proprietário
utilizar a parte do imóvel que não é objeto da superfície;

receber remuneração (se a superfície for onerosa);

exercer a preferência na aquisição da superfície;

promover a resolução da superfície antes do advento do termo;

omitir-se da prática de atos que impeçam ou prejudiquem o


exercício do direito de superfície;

dar preferência ao superficiário à aquisição do solo.


maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 73
Direito de Superfície
Direitos e obrigações do
Concessionário ou Superficiário

utilizar a superfície do solo alheio;

usar, gozar e dispor da construção ou plantação


superficiária como coisa sua, separada da propriedade
do solo;

constituir gravames reais sobre a construção ou


plantação;

exercer a preferência na aquisição do solo;


maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 74
Direito de Superfície
Direitos e obrigações do
Concessionário ou Superficiário

refazer a construção ou a plantação, se houverem perecido,


enquanto durar o direito de superfície;

pagar a remuneração convencionada;

fazer a construção ou plantação exatamente conforme o que for


estabelecido no título constitutivo da superfície;

conservar a superfície e não demoli-la;

dar preferência ao senhor do solo à aquisição da coisa


superficiária.
maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 75
Direito de Superfície
Concessão do Direito de Superfície

por contrato;

por ato da última vontade;

por usucapião.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 76


Direito de Superfície
Proteção do Direito de Superfície

Por ser um direito real, é protegido por ação real:


reivindicatória, negatória e confessória.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 77


Direito de Superfície
Extinção

término do prazo;
renúncia;
confusão;
resolução;
distrato;
perecimento do objeto;
prescrição e abandono;
desapropriação.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 78


Direito de Superfície
Efeitos da extinção

volta a valer o princípio da acessão, e a coisa


ingressa novamente no patrimônio do
concedente;

extinguem-se os direitos constituídos pelo


superficiário sobre a propriedade.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 79


Direito de Superfície
Código Civil Estatuto das Cidades

DEFINIÇÃO Art. 1.369: O proprietário Art. 21, § 1o: O direito


pode conceder a outrem o de superfície abrange o
No que tange à direito de construir ou de direito de utilizar o solo,
definição do conceito, plantar em seu terreno, o subsolo ou o espaço
o Estatuto das por tempo determinado, aéreo relativo ao
Cidades explicitou o mediante escritura pública terreno, na forma
que abrange o direito devidamente inscrita no estabelecida no contrato
de superfície. Ampliou Registro de Imóveis. respectivo, atendida a
a possibilidade de Parágrafo único. O direito legislação urbanística.
utilização ao subsolo de superfície não autoriza
e espaço aéreo do obra no subsolo, salvo se
terreno. for inerente ao objeto da
concessão.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 80


Direito de Superfície
Código Civil Estatuto das
Cidades
FORMAS DE Art. 1.369: O Art. 21, § 4o: O direito
CONCESSÃO proprietário pode de superfície pode ser
conceder a outrem o transferido a terceiros,
Ambos institutos exigem direito de construir ou de obedecidos os termos
que a concessão do direito plantar em seu terreno, do contrato respectivo.
de superfície seja feita por por tempo determinado, § 5o Por morte do
escritura pública, mediante escritura superficiário, os seus
recepcionando a forma pública devidamente direitos transmitem-se a
contratual expressamente. inscrita no Registro de seus herdeiros.
No entanto, ambos Imóveis.
mantiveram-se silentes no
que concerne ao
testamento a ao usucapião.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 81


Direito de Superfície
Código Civil Estatuto das
Cidades
DURAÇÃO Art. 1.369: O Art. 21: O proprietário
proprietário pode urbano poderá
Com relação ao tempo de conceder a outrem o conceder a outrem o
duração do direito de superfície, direito de construir ou direito de superfície
a divergência entre o Novo de plantar em seu do seu terreno, por
Código Civil e o Estatuto das terreno, por tempo tempo determinado
Cidades é patente. Enquanto o determinado, ou indeterminado,
primeiro dispõe que o instituto mediante escritura mediante escritura
terá tempo determinado, o pública devidamente pública registrada no
segundo dá margem à duração inscrita no Registro cartório de registro de
indeterminada do direito de de Imóveis imóveis.
superfície, desde que cumprida a
função social da propriedade,
garantindo, assim, a utilização
econômica do bem. maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 82
SERVIDÃO

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 83


Conceito
• Servidão é o direito real constituído em função da titularidade de um
imóvel, que permite extrair utilidade de outro imóvel.
• SERVIENTE =prédio que suporta a servidão.
• DOMINANTE =o outro, em favor do qual se constitui.
• conceito fundamental: é a relação de serviência, submissão entre
dois imóveis, independentemente de quem sejam seus titulares, ou
seja;
• um imóvel serve a outro.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 84


ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA SERVIDÃO

• A existência de um ônus ou encargo;

• A incidência de um prédio em proveito de outro;

• O fato de pertencerem os prédios a donos diferentes

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 85


NATUREZA DA SERVIDÃO
• As servidões se estabelecem nos prédios em prol dos proprietários
presentes e futuros. Tal direito é de natureza real sobre coisa alheia.
• servidão concretiza-se sempre na vantagem de utilização para um
fundo e na restrição de gozo para outro.
• servidão não cinde a propriedade de outrem, ambas permanecendo
íntegras.
• Tem como objetivo corrigir as desigualdades naturais decorrentes de
prédios vizinhos ou próximos.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 86


SERVIDÃO X DIREITO DE VIZINHANÇA
• servidões prediais decorrem sempre de ato de vontade, é
estabelecida para facilitar ou tornar mais útil, a propriedade do
prédio dominante. busca maior comodidade na satisfação de
necessidades do proprietário. Deve ser registrada no CRI do imovel
serviente;
• direito de vizinhança decorre de regulamentos ou imposições legais.
decorre de um imperativo. Não há registro.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 87


Características
1. O direito real de servidão dirige-se contra o dono do
prédio serviente de forma permanente, portanto erga
omnes;

2. Deve incidir sobre imóvel alheio, pertencente a


proprietário diverso, tendo sempre um caráter
duradouro;

3. É direito real acessório, que não subsiste sem os


prédios, marcando a característica de inseparabilidade.
A servidão vem ligada ao prédio dominante;

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 88


caracteristicas
4. Apresenta como finalidade a utilidade ou a comodidade para o prédio
dominante, consistindo sempre em gravame para o prédio serviente. É importante
dizer que, ao proprietário do prédio serviente não cabe uma obrigação de fazer,
porque estaria, ao se obrigar a fazer algo pela servidão, assumindo tão somente um
vínculo pessoal;

5. As obras de conservação e uso da servidão pertencem a seu respectivo titular. Se


a servidão pertencer a mais de um prédio, as despesas serão divididas entre os
donos. Pode também ser atribuída ao dono do prédio serviente quando decorrer
do próprio interesse do dono do prédio serviente. Como exemplo temos a
obrigação de manter as águas do aqueduto sempre limpas e fluente;

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 89


características
6. É ambulatória = permanecendo nos imóveis, não importando quem sejam seus
proprietários ou possuidores;

7. É indivisível = a partilha do prédio ou o surgimento de condomínio não


importará na multiplicação de servidões, permanecendo as mesmas inalteradas.
Portanto, a servidão não poderá ser instituída em favor de parte ideal de prédio
dominante, nem onerar parte ideal de prédio serviente;

8. São atípicas = Podem ser criadas segundo as necessidades dos prédios para
proporcionar-lhes maior utilidade.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 90


características
9. É marcada pela impresumibilidade. Desse modo, deve ser
interpretada restritivamente porque já é por si uma restrição à
propriedade, e a sua utilização deve ser sempre a menos onerosa
possível para o prédio serviente;

10. Apresenta caráter de permanência, correspondendo a uma


necessidade, utilidade ou comodidade duradoura para o prédio
dominante.

11.Não se admite servidão dobre outra servidão. Assim, o que recebe


águas de outro prédio, por exemplo, não pode instituir servidão de
repassá-las a outro vizinho.
maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 91
Classificações
• URBANAS: constituídas para utilidade dos prédios edificados

• RURAIS: as demais.

• POSITIVAS: conferem ao prédio dominante o poder de praticar


algum ato no prédio serviente como a servidão de trânsito.

• NEGATIVAS: impõe ao prédio serviente o dever de abster-se da


prática de determinado ato de utilização, como a de não construir
proíbem certas formas de uso, como a de não construir.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 92


• SERVIDÃO CONTINUA: quando exercida independentemente
de uma ação humana e, em geral, ininterruptamente.

• SERVIDÃO DESCONTINUA: aquela que tem o seu exercício


condicionado a algum ato humano atual, como na de transito e
retirada d’água.

• SERVIDÃO APARENTE: se manifesta por obras exteriores,


visíveis e permanentes, como a de passagem e a de aqueduto,
em que o caminho e os condutos podem ser vistos.

• SERVIDÃO NÃO APARENTE: não se revela por obras exteriores,


como a de não edificar alem de certa altura ou de não
construir em determinado local.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 93


MODOS DE CONSTITUIÇÃO
1. As servidões podem nascer de ato ou fato humanos.

1.1. Servidão Constituída Por Ato Humano:

• Negocio Jurídico “causa mortis” ou inter vivos: O modo mais freqüente,


no entanto, de constituição das servidões é por ato inter vivos, isto é,
pelo contrato, em regra a titulo oneroso. Necessária a escritura publica,
bem como o registro imobiliário.

• A Sentença proferida em ação de divisão. Na partilha, “instituir-se-ão as


servidões, que forem indispensáveis, em favor de uns quinhões sobre os
outros, incluindo o respectivo valor no orçamento para que, não se
tratando de servidões naturais, seja compensado o condomínio
aquinhoado com o prédio serviente”.
maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 94
Modos de constituição
1.2. Servidão Constituída por Fato Humano:

• A jurisprudência revelou uma modalidade de constituição de servidão, aplicável


exclusivamente à de transito, decorrente de fato humano. Tem-se entendido que,
se o dono do prédio dominante costuma servir-se de determinado caminho
aberto no prédio serviente, e se este se exterioriza por sinais visíveis, como
aterros, mata-burros, bueiros, pontilhões, etc., nasce o direito real sobre coisa
alheia, digno de proteção possessória. Tal entendimento encontra-se cristalizado
na Súmula 415 do STF, do seguinte teor: “Servidão de transito não titulada, mas
tornada permanente, sobretudo pela natureza das obras realizadas, considera-se
aparente, conferindo direito à proteção possessória”. Se o caminho não é
demarcado e visível, será encarada como mera tolerância do dono do prédio
serviente.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 95


Modo de constituição da servidão

2. A Usucapião: “O exercício incontestado e continuo de uma servidão


aparente, por dez anos, nos termos do art.1242, autoriza o interessado
a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como
titulo a sentença que julgar consumada a usucapião”. Parágrafo Único:
“Se o possuidor não tiver titulo, o prazo da usucapião será de vinte
anos”. Apenas as servidões aparentes podem ser objeto de posse.
Entretanto, a jurisprudência passou a admitir, somente com relação à
servidão de transito que se revele por sinais externos, a proteção
possessória (CC, art.1.379).
Enunciado 251, III Jornadas = przo de 15 anos.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 96


• A Destinação do Proprietário: quando este estabelece uma
serventia em favor de um prédio sobre outro, sendo ambos de
sua propriedade, e um deles é alienado. Passando os prédios a
pertencer a donos diversos, a serventia transforma-se em
servidão. É obvio que no titulo de alienação nada constou,
porque senão teria ela surgido do contrato. Mesmo assim,
considera-se transformada a serventia em servidão porque o
adquirente contava com ela, já que fora estabelecida pelo
proprietário, que dela se valia. Por isso, é necessário que a
serventia seja visível ou que exista obra que revele a
destinação, bem como a falta de declaração contrário ao
estabelecimento da servidão. Pode surgir também a servidão
por destinação do proprietário quando a serventia foi
estabelecida entre as partes de uma mesma gleba e o
proprietário aliena uma delas, ou então aliena as duas a
pessoas diversas.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 97


Direitos e Obrigações
• Salvo disposição no título constitutivo, as obras de conservação
e uso cabem ao dono do prédio dominante. Se incumbirem ao
serviente, poderá o titular exonerar-se, abandonando a
propriedade. Recusando-a, o titular do imóvel dominante fica
com o custeio das obras.

• O dono do prédio serviente pode, à própria custa, deslocar a


servidão, desde que não a prejudique.

• O direito real de servidão é imobiliário, recaindo somente


sobre bens imóveis, uma vez que os móveis por permitirem
remoção por força alheia não justificam limitação de direito de
propriedade alheio.
maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 98
Servidão de Trânsito
• Pode-se dizer que é espécie do gênero servidão predial, constitui uma restrição
voluntária e não legal por não decorrer de determinação de lei.

• A servidão de trrânsito não ocorre somente quando há o encravamento do prédio


dominante para ser constituída pois, depende do livre consenso entre as partes
interessadas para sua instituição.

• É direito real oponível erga omnes, pois, de acordo com o art 1.231 do Código
Civil, a propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 99


Passagem Forçada
• Constitui direito de vizinhança disciplinado no art. 1.285 do Código Civil, e tem
por finalidade restringir os direitos reais de propriedade, buscando coexistência
pacífica entre seus titulares. É restrição legal e de interesse particular ao direito
de propriedade que tem como pressuposto a existência de encravamento do
prédio daquele que pretender o direito à passagem forçada. Não necessita ser
levada ao registro de imóveis como ocorre na servidão de passagem.

• Não se constitui mediante acordo de vontades, na medida em que se trata de


uma restrição ao direito de propriedade decorrente da lei que tem como
pressuposto o encravamento de um prédio.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 100


Outras
• Há ainda as servidões coativas que emanam judicialmente,
como por exemplo, a prevista no Código de Águas, ou do
Código de Minas.

• Ainda, há situações que situam-se a entre a servidão e as


restrições ao direito de propriedade, como no caso dos
serviços administrativos como o assentamento de esgotos e
canalização de água, eletrodutos e dutos para fios telefônicos,
implantação de gasoduto e oleoduto.

• Para tais situações reservamos a denominação de quase-


servidões embora exista o ônus de suportar, inexiste a peculiar
característica da sujeição de um prédio a um outro, embora o
exercício de uma faculdade venha beneficiar os prédios dos
usuários.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 101


Ações que protegem as Servidões
• Confessória: que visa à obtenção do reconhecimento
judicial da existência de servidão negada ou
contestada. Trata-se de ação real, sendo indispensável
a outorga uxória e a citação da mulher do réu;

• Negatória: destinada a possibilitar ao dono do prédio


serviente a obtenção de sentença que declare a
inexistência de servidão ou de direito à sua
ampliação;

• De Usucapião: conforme expresso no art.1379 do


Código Civil.
maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 102
• De Manutenção ou Reintegração de Posse: em favor
do dono do prédio dominante, que é molestado ou
esbulhado pelo proprietário do prédio serviente.
Também pode ser utilizada quando este não permite
a realização de obras de conservação da servidão;

• Também a ação de nunciação de obra nova (arts 934,


I CPC/73, sem correspondência no CPC/15) para
defender servidão tingni immitendi (colocar trave na
parede do vizinho).

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 103


Extinção das Servidões
O art.1.388, CC indica os casos em que o cancelamento pode ser deferido
judicialmente, a pedido do dono do prédio serviente:

• pela renúncia: que deve ser expressa, mas admite-se que possa ser tácita
quando, por exemplo, o dono do prédio dominante permite que o dono do
prédio serviente faça nele obra incompatível com o exercício da servidão;

• pela cessação: para o prédio dominante, da utilidade que determinou a


constituição da servidão;

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 104


• pelo resgate: que só poderá ocorrer quando convencionado.
Difere, pois, da enfiteuse, que autoriza sempre o
resgate(CC/16, art.683).

Extinguem-se, ainda, as servidões prediais, nos termos do


art.1.389 do Código Civil:

• pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa -


nesse caso opera-se a confusão;

• pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato ou


de outro titulo expresso – trata-se de modo de extinção que se
aplica às servidões aparentes;

• pelo não uso, durante dez anos contínuos.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 105


maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 106
USUFRUTO
DIR REAL TEMPORÁRIO
USAR E FRUIR COISA ALHEIA
FORMA GRATUITA
SEM ALTERAR A SUBSTÂNCIA.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 107


PARTES
• USUFRUTUÁRIO = TITULAR DO DIR REAL;
• DETENTOR DO DOMÍNIO UTIL = TEM USO E GOZO SOBRE A COISA;
• SEUS DIREITOS ABRANGEM VALOR ECONÔMICO DA COISA ( FRUIR AS VANTAGENS, ALUGAR,
EMPRESTAR ETC);
• NÃO PODE DISPOR, ALIENAR
• NÃO PODE MUDAR DESTINAÇÃO ECONÔMICA, SALVO C/ EXPRESSA AUTORIZAÇÃO DO NU-
PROPRIETÁRIO;
• TEM A POSSE DIRETA

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 108


PARTES
• NU PROPRIETÁRIO = TITULAR DO DOMÍNIO.
• PROPRIETÁRIO DESPIDO DOS DIREITOS DE USAR E FRUIR;
• PODE DISPOR DA COISA;
• TEM A POSSE INDIRETA

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 109


CARACTERISTICAS
• 1.OPONÍVEL ERGA OMNES;
• 2. DIR DE SEQUELA (PODER SEGUIR A COISA AONDE QUER QUE ELA VÁ –
AINDA QUE COISA SEJA VENDIDA PERMANECE O USUFRUTO);
• 3. ABRANGE OS ACESSÓRIOS E ACRESCIDOS
• 3.1. BENS CONSUMÍVEIS DENTRE OS ACESSÓRIOS = OBRIGATORIEDADE
RESTITUIR MM QUALIDADE, QUANTIDADE E ESPÉCIE OU VALOR DA ÉPOCA DA
RESTITUIÇÃO.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 110


CARACTERISTICAS
• 4. DIR FRUIR = FACULDADE EXTRAIR UTILIDADES E VANTAGENS DA COISA,
MAIS FRUTOS, ACESSÓRIOS E ACRESCIDOS, SALVO CLÁUSULA CONTRÁRIA;
• 5. PRAZO – SEMPRE TEMPORÁRIO, AINDA QUE TERMO FINAL SEJA CERTO OU
INCERTO;
• 5.1. TERMO FINAL INCERTO DA PES JURÍDICA = MÁXIMO DE 30 ANOS.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 111


CARACTERISTICAS
• 6. CONDIÇÃO RESOLUTIVA = EXTINGUE O USUFRUTO;
• 7. É GRATUITO (SE FOSSE ONEROSO SERIA LOCAÇÃO);
• 7.1 Venosa – oneroso = faz referência a constituição e não ao seu exercício, preço a vista ou
dividido;
• Prestações = vão reduzindo o valor da cessão, obrigação de trato diferido, obrigação, dir real;
• Difere da locação = preço continua mesmo, obrigação de trato sucessivo, dir obrigacional;

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 112


CONSTITUIÇÃO
• 1.CONVENÇÃO = (DOAÇÕES, CASAMENTOS ETC);
• 2. TESTAMENTO;
• 3. USUCAPIÃO EM FAVOR DE PESSOA QUE NÃO O TENHA ADQUIRIDO DO
DONO – ART. 1391;
• EXIGEM INSCRIÇÃO NO CRI - 1391.
• 4. POR LEI – (NÃO EXIGE CRI/LRP 167, nº 7) - EX.: USUFRUTO DOS PAIS SOBRE
BENS DOS FILHOS SOB PODER FAMILIAR – ART. 1689.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 113


USUFRUTUÁRIO - DIREITOS
• 1. POSSE DIRETA,
• 2. USO,
• 3. ADMINISTRAÇÃO,
• 4. PERCEPÇÃO DOS FRUTOS.
• 5. ALIENAR O USUFRUTO AO NÚ-PROPRIETÁRIO.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 114


USUFRUTUÁRIO - DIREITOS
• 6. USUFRUTO EM TÍTULOS DE CRÉDITOS ( NP, DUPLICATAS, LC ETC):
• USUFRUTUÁRIO PODERÁ COBRAR A DÍVIDA REPRESENTADA PELO TÍTULO E
FRUIR OS JUROS DO DINHEIRO. O VALOR DO PRINCIPAL DEVERÁ SER
APLICADO EM OUTROS TÍTULOS COM CLÁUSULA DE CORREÇÃO MONETÁRIA
PARA RESTITUIÇÃO AO NÚ-PROPRIETÁRIO.
• ART. 1395.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 115


USUFRUTUÁRIO - DEVERES
• 1. INVENTARIAR OS BENS RECEBIDOS, DETERMINANDO-LHES VALOR ( GERA GARANTIA AO
NÚ-PROPRIETÁRIO DE RECEBER OS BENS AO FINAL);
• 2. OFERECER CAUÇÃO REAL OU FIDEJUSSÓRIA DE RESTITUIÇÃO, SALVO DISPENSA DO NÚ-
PROPRIETÁRIO
• 3. CASO IMPOSSÍVEL – TERCEIRO OU NU-PROPRIETÁRIO ADMINISTRARÃO O BEM.
• 4. EXCEÇÃO A CAUÇÃO – INSTITUIDOR FOR O USUFRUTUÁRIO ( DOAÇÃO C/RESERVA DE
USUFRUTO)

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 116


USUFRUTUÁRIO - DEVERES
• 5. CONSERVAR A COISA;
• 5.1. REPARAÇÕES NECESSÁRIAS, EXTRAORDINÁRIAS E DE “ALTO VALOR” – NÚ-
PROPRIETÁRIO, QUE TERÁ DIREITO A RECEBER JUROS SOBRE A DESPESA;
• 5.2. DESPESA DE ALTO VALOR = +2/3 do rendimento líquido da coisa, calculado
no período de um ano;
• 6. PAGAR ENCARGOS DA COISA;
• 7. DEFENDER DO ATAQUE DE TERCEIROS.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 117


EXTINÇÃO
• 1. MORTE DO USUFRUTUÁRIO, SE VITALÍCIO
• (VIDE ART 1411 – CONSTITUIDO EM FAVOR DE 2 OU MAIS
USUFRUTUÁRIOS);
• 2. ADVENTO DO TERMO FINAL, SE CERTO;
• 3. IMPLEMENTO DE CONDIÇÃO RESOLUTIVA;
• 4. CONSOLIDAÇÃO ( USUFRUTUÁRIO ADQUIRE A NUA-PROPRIEDADE;

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 118


EXTINÇÃO
• 5. CESSAÇÃO DE CAUSA DETERMINADA DA CONSTITUIÇÃO (EX.:JOSÉ
CUIDAR DE PEDRO – PEDRO VEM A MORRER);
• 6. PERECIMENTO DO OBJETO -
• 6.1. S/ culpa do usufrutuário – subroga-se no valor da indenização do seguro;
• 6.2. C/ culpa de terceiros – usufruto reconstituído sobre a indenização paga.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 119


EXTINÇÃO
• 7. CULPA DO USUFRUTUÁRIO:
• 7.1.ALIENAÇÃO;
• 7.2. ARRUINAREM;
• 7.3. DEIXA DE CUMPRIR CONDIÇÃO SUSPENSIVA;
• 7.4.DEIXA DE APLICAR O CAPITAL ADEQUADAMENTE, SE USUFRUTO EM TÍTULOS
DE CRÉDITO;

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 120


EXTINÇÃO
• 8. RENÚNCIA DO USUFRUTUÁRIO;
• 9. PRESCRIÇÃO DA RESPONSABILIDADE DA ENTREGA
DA COISA PELO NU-PROPRIETÁRIO AO USUFRUTUÁRIO,
EXIGIDA POR MEIO DE AÇÃO REAL DE IMISSÃO DE
POSSE – PRAZO DE 10 ANOS ( CC 205)
• 9.1. VENCIDO O PRAZO – EXTINGUE-SE A RESP DO NU-
PROPRIETÁRIO – CONSOLIDA-SE A PROPRIEDADE PLENA
EM SEU FAVOR.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 121


maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 122
US0

CONFERE AO USUÁRIO UTILIZAÇÃO GRATUITA E TEMPORÁRIA DE BEM


ALHEIO.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 123


CONSTITUIÇÃO
• ATO INTER VIVOS ( EX.: DOAÇÃO);

• MORTIS CAUSA ( TESTAMENTO)

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 124


LIMITAÇÕES
• 1.PODERES DO USUÁRIO:
• UTILIZAÇÃO ATENDE AS NECESSIDADES SUAS E DE SUA FAMÍLIA;
• NÃO PODE CEDER A TÍTULO ONEROSO OU GRATUITO ( ALUGAR,
EMPRESTAR) COMO FAZ O USUFRUTUÁRIO.
• 2. USUÁRIO – PES FÍSICA.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 125


PRAZO
• TEMPORÁRIO
• NO MÁXIMO - VITALÍCIO.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 126


maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 127
HABITAÇÃO

DIREITO REAL SOBRE COISA ALHEIA.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 128


CONCEITO
• CONSISTE EM UTILIZAR TEMPORÁRIA E GRATUITAMENTE IMÓVEL
ALHEIO PARA RESIDÊNCIA DE ALGUÉM OU DE SUA FAMÍLIA.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 129


DIREITOS
• MORADIA GRATUITA DO HABITANTE E OU SUA FAMÍLIA, ENQUANTO
FOR NECESSÁRIO;
• VIDE DIREITOS DE OUTRO CÔNJUGE OU
CONVIVENTE QUANDO DA MORTE – ART. 1831

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 130


DEVERES
• OCUPAR A CASA SEM PODER EMPRESTAR, ALUGAR ETC.
• GARANTIR A INTEGRIDADE DO BEM COM VISTAS A SUA DEVOLUÇÃO
QUANDO TERMO FINAL
• OUTROS DEVERES COMPATÍVEIS, DO USUFRUTO.

maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 131


maria cecilia l almeida dir civil V mackenzie 132

Você também pode gostar