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Fraturas em Adultos

Epidemiologia
das Fraturas
Charles M. Court-Brown and Kenneth J. Koval

Marcello Castiglia
Juliano Voltarelli
Gabriel Quialheiro

1
Objetivo do Capítulo

 Fazer um apanhado da Epidemiologia das


Fraturas visando:
 Apresentar as fraturas mais comuns
 Apresentar as lesões associadas mais
freqüentemente
 Mostrar quais as fraturas estão mais relacionadas
à osteopenia
 Associar a epidemiologia ao mecanismo de
trauma

2
Apresentação

 Este resumo não tem o interesse nem o


propósito de apresentar o capítulo
como um todo, e sim apresentar seu
conceito-chave

3
Apresentação
 Com o passar do tempo, o trauma ortopédico vem
aumentando em incidência, gravidade e
complexidade de tratamento
 Houve muitas mudanças não só no tipo de paciente
traumatizado, mas também no sistema de saúde
dos diversos países
 Como o trauma ortopédico absorve uma grande
receita do orçamento da saúde, é interessante
conhecer a freqüência das lesões
musculoesqueléticas, bem como seu mecanismo de
trauma e custo de tratamento

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Apresentação
 A população envolvida no estudo que gerou
os dados para o capítulo foi originária de
Edimburgo, Escócia
 População de 543.000 pessoas
 5.953 fraturas
 Adultos maiores de 12 anos, durante o ano de 2000
 Centro pode extrapolar dados para a maioria da
Europa e América do Norte
 Poucos centros locais, possibilidade de
rastreamento de “todos” os casos
 Menores desvios e confouders
5
Apresentação

 É aceito que a incidência de fraturas flutua


bastante entre as diversas nações e locais
dentro de uma mesma nação
 Pouco e mau documentada em países pobres
 Probabilidade de erros de contagem mesmo nos
centros mais ricos

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Apresentação

Incidência de Fraturas em Diferentes


Estudos

Homens/Ano Mulheres/Ano Combinado/Ano


Noruega 22,9 21,3 22,8
EUA 26 16 21
Inglaterra 23.5 18.8 21.1
Inglaterra 10 8.1 9
Malta 10 8 9
Escócia 11.67 10.65 11.3

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Incidência de Fraturas

 A incidência geral de fraturas é de 11.3/1000


por ano
 11.67/1000 em homens
 10.65/1000 em mulheres
 Relacionando a idade
 13.9/1000 em 12-19 anos
 6.1/1000 em 40-49 anos
 Há um aumento da incidência com a idade
 23.3/1000 em maiores de 65 anos
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Incidência de Fraturas

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Quão Comuns são as Diferentes
Fraturas???
 É sabido que fraturas do rádio são de longe
as mais comuns
 Fraturas de MTC e fêmur proximal
acontecem em incidência aproximadamente
semelhante
 Fraturas do úmero distal, fêmur distal,
escápula, tálus e mediopé são raras
 Se tomadas todas as fraturas:
 50% ocorrem no homem, 50% na mulher
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Quão Comuns são as Diferentes
Fraturas
Fractures Arranged in Order of Decreasing Incidence
No. % n/105 Gender/Ratio
Distal Radius 1,044 17.5 195.2 31/69
Metacarpal 697 11.7 130.3 85/15
Proximal Femur 692 11.6 129.4 26/74
Finger Phalanx 574 9.6 107.3 68/32
Ankle 539 9.0 100.8 47/53
Metatarsal 403 6.8 75.4 43/57
Proximal Humerus 337 5.7 63.0 30/70
Proximal Forearm 297 5.0 55.5 46/54
Toe Phalanx 212 3.6 39.6 66/34

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Quais Fraturas estão Relacionadas à
Osteopenia???
 Fraturas relacionadas à osteopenia estão
ficando cada vez mais comuns
 Tradicionalmente, essas fraturas são assumidas
como as do fêmur proximal, rádio distal e coluna
 Esse padrão vem mudando
 Os resultados de fraturas de coluna devem ser
ignorados – Qual a verdadeira incidência?
 “Novas” fraturas associadas à osteopenia:
 Pelve, Diáfise femoral, Fêmur distal, Patela, Diáfise
umeral, Úmero distal e Escápula

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Quais Fraturas estão Associadas à
Osteopenia???
Fractures Arranged in Order of Decreasing Age
No. Average yrs > 65 Yrs (%) > 75 Yrs (%)
Proximal Femur 692 80.5 91.2 78.9
Pelvis 91 69.6 72.5 57.1
Femoral Diaph 55 68.0 69.1 58.2
Prox Humerus 337 64.8 57.0 36.2
Distal Femur 24 61.0 50.0 41.7
Sesamoid 1 58.0 0 0
Patella 57 56.5 49.1 22.8
Distal Humerus 31 56.4 45.2 29.0
Distal Radius 1,044 55.5 45.8 28.2
Humeral Diaph 69 54.8 40.5 17.4
Scapula 17 50.5 41.2 29.4
Spine 40 43.5 17.5 12.5

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Fraturas Expostas

 Mais comuns na perna e pé


 Diáfise da tíbia e tíbia distal são as mais afetadas
 Alta incidência de Gustillo III
 Fraturas expostas nos dedos da mão são
igualmente comuns
 Muito menor morbidade

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Fraturas Expostas

Fractures Arranged in Order of Decreasing


Incidence of Open Fractures
No. Open (%) Gustilo III (%)
Tibial Diaphysis 115 19.1 54.5
Distal Tibia 42 16.6 71.3
Finger Phalanges 574 12.5 2.8
Talus 17 11.8 100
Midfoot 27 11.1 100
Forearm 74 9.5 0
Distal Femur 24 8.3 100
Femoral Diaphysis 55 7.2 75
Toe Phalanges 212 6.6 28.6

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Lesões Associadas

 Das 5.953 fraturas documentadas:


 94.4% ocorreram isoladamente
 4.6% apresentaram como 2 fraturas em 1
indivíduo concomitantemente
 O restante apresentou-se como mais de 2
fraturas concomitantes
 É racional pensar que o pé foi o local com
maior número de lesões associadas

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Lesões Associadas

 Outros Locais Importantes com Alta


Incidência de Lesões Associadas
 Coluna
 Calcâneo é importante, mas não esquecer das fraturas
do membro inferior em geral
 Pelve
 Joelho
 Tíbia Distal
 Úmero diafisário

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Lesões Associadas
The Numbers of Index Fractures, Associated Fractures, and the
Ratio of the Two
  Index Fracture Other Fractures Ratio of Other Fractures/Index 
Talus 17 48 2.82 Calcaneus(19.4%)
MTT (12.9%)
Spine (6.4%)
Midfoot 27 41 1.52 MTT (24.4%)
Calcaneus (9.8%)
Spine (5.9%)
Spine 40 48 1.2 Calcaneus (13.0%)
Distal Radius (13.0%)
Proximal Forearm (9.3%)
Calcaneus 73 31 0.68 Spine (14.6%)
MTT (14.6%)
Talus (14.6%)

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Mecanismo do Trauma

 Dividiu-se em 12 categorias
 Entorse
 QPA
 Queda da escada ou de aclive/declive
 Queda de altura
 Trauma direto/ Agressão
 Esporte
 Moto
 Bicicleta
 Estresse
 Outros (não lembravam)
 Carro
 Ocupante
 Vs Pedestre

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Mecanismo do Trauma

 A mais comum, de longe, foi a QPA


 45% dos casos
 Geralmente Idosos
 70% mulheres
 Outras causas comuns:
 Esporte
 Trauma Direto/Agressão

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Mecanismo de Trauma
The Average Age, Incidence, and Gender Ratio for Each Mode of
Injury
  Average Age (yr) Incidence (%) Gender Ratio (%)
Twist 45.0 6.5 36/64
Fall from standing height 64.6 45.3 29/71
Fall down stairs or slope 49.1 4.1 40/60
Fall from height 38.2 5.8 72/28
Direct blow/assault/crush 32.3 14.1 79/21
Sport 25.6 12.8 83/17
MVA (vehicle occupant) 37.5 1.8 49/51
MVA (pedestrian) 48.3 1.7 52/48
MVA (motorcyclist) 31.2 1.4 89/11
MVA (cyclist) 29.5 2.3 76/24
Stress/spontaneous 58.9 0.5 30/70
Others 56.9 3.7 46/54
Abbreviation: MVA, motor vehicle accident.

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Mecanismo de Trauma
 Entorse
 Muito mais comum no MI
 MTT e Tornozelo
 QPA
 MS mais afetado que o MI
 Idosas: Fêmur proximal mais comum
 Jovens: Rádio distal
 Queda de Escadas ou Terreno Inclinado
 Pouco mais mulheres que homens, geralmente idosas
 No geral, MI=MS. Em idosos, rádio distal é mais comum,
em jovens, tornozelo

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Mecanismo de Trauma
 Trauma Direto/Agressão
 Só QPA é mais comum
 MTC, dedos das mãos e pés
 Dedos mais comuns em idosos, MTC, em jovens
 Queda de Altura
 6% de todas as fraturas
 Tendem a ser mais graves
 Pé, tornozelo e antebraço
 Principal causa de fratura do calcâneo
 Causa importante de fraturas da pelve e coluna

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Mecanismo de Trauma
 Esporte
 Mais comum em homens, jovens
 80% no MS, maior parte no rádio distal
 Tornozelo é mais comum em esportistas homens
e mulheres mais velhos
 Carro
 Ocupantes
 Distribuição por sexo: 50/50
 Alta incidência de fraturas de pelve e coluna
 Fraturas do MS tendem a ser graves: fêmur diafisário e
distal e tíbia proximal

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Mecanismo de Trauma
 Carro
 Pedestre
 Tendem a ser mais velhos
 Têm a maior incidência de fraturas de pelve e coluna
 MI mais comum que MS
 Fraturas graves
 Motocicleta
 Masculinos e jovens (9 homens:1 mulher)
 Muito mais comum MS que MI
 Provável que os portadores de fraturas de MI, coluna e
pelve morram e não dêem entrada no serviço de trauma

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Mecanismo de Trauma

 Ciclistas
 Mais comum em homens (3 homens:1 mulher)
 Fraturas no MS são a maioria
 Pelve e coluna são raros
 Estresse
 Idosos são mais acometidos
 Fêmur proximal, MTT, diáfise femoral e tibial
 Quando em jovens, mais comum nos homens

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Mecanismo de Trauma

The Distribution of the Three Most Common Fractures for


Each Mode of Injury
12 to 39 years 40 to 59 years 60 to 99 years
Twist Metatarsal (42.2%) Ankle (46.0%) Ankle (51.1%)
Fall (standing) Distal Radius (20.7%)Distal Radius (25.1%) Prox Femur (33.1%)
Fall (stairs/slopes) Ankle (22.5%) Metatarsal (20.3%) Distal Rad (22.8%)
Fall (height) Calcaneus (14.1%) Distal Radius (22.1%) Distal Rad (20.7%)
Direct blow/assault Metacarpal (53.7%) Finger (37.7%) Finger (47.1%)
Sports Distal Radius (17.5%) Finger (29.0%) Distal Rad (35.0%)
MVA (occupants) Fem Diaph (13.8%) Distal Femur (11.1%) Distal Rad (21.1%)
MVA (pedestrians) Tibial Diaph (28.6%) Tibial Diaph (19.0%) Ankle (9.5%)
MVA (motorcyclist) Distal Radius (20.6%)Finger (40.0%) Clavicle (14.3%)
MVA (cyclist) Prox Forearm(23.3%) Clavicle (23.1%) Clavicle (17.5%)
Stress/spontaneous Metatarsal (50.0%) Metatarsal (60.0%) Prox Femur (66.6%)
Note that the fractures are separated by age.
MVA, motor vehicle accident.
 

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Lesões por Arma de Fogo

 Extremamente variável ao redor do mundo


 15% das fraturas que requerem tratamento
cirúrgico
 Sítios mais comuns
 Fêmur (22%)
 Mão (18%)
 Tíbia e Antebraço (14% cada)
 Úmero (10%)

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Tipos Específicos de Fratura

 Clavícula
 Mais comum em homens
 Diafisárias (68,2%), medial (4,1%)
 Mais comumente pós QPA
 Escápula
 Raras, geralmente ocorrem em homens
jovens (alta energia) ou mulheres idosas
(baixa energia)
 Geralmente extra-articulares
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Tipos Específicos de Fratura

 Úmero Proximal
 Mulheres idosas, baixa energia, QPA
 Úmero Diafisário
 Bimodal (importante também em masculino
jovem)
 Mais comum em idosos, QPA
 Não esquecer de metástase
 Úmero Distal
 Incomum, mulheres idosas, 68% QPA

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Tipos Específicos de Fratura

 Antebraço Proximal
 5% de todas as fraturas
 Olécrano: QPA, idosos
 Cabeça do rádio: 56% de todas as fraturas
proximais, jovens masculinos e idosos femininos
 Antebraço Diafisário
 1.2% de todas as fraturas
 Rádio e Ulna Distais
 As fraturas mais comuns, QPA e esportes

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Tipos Específicos de Fratura

 Carpo
 Escafóide é o mais comum (82%)
 MTC
 2º fratura mais comum
 60% no 5º MTC, 15% no 4º MTC, 7% no 3ºMTC,
6% no 2º MTC, 10% no polegar
 6% é de múltiplos MTC
 Trauma direto

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Tipos Específicos de Fratura
 Dedos da mão
 Masculinos, jovens, trauma direto
 30% no 5º dedo
 Fêmur Proximal
 Feminino, idosas, QPA (92% das vezes)
 Fêmur Diafisário
 Subtrocantérica: Idoso, feminino, QPA
 Diáfise: Jovens masculinos (carro) e idosos
femininos (QPA)
 Média de idade: 62.4%

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Tipos Específicos de Fratura

 Fêmur Distal
 Incomum, idoso, mulher, QPA
 Patela
 50% acima de 65 anos
 QPA
 Planalto Tibial
 Homens jovens (alta energia), mulheres idosas
(pedestre)

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Tipos Específicos de Fratura

 Diáfise Tibial
 1.9% de todas as fraturas, maior incidência de
fraturas expostas
 Mais comum em jovens e homens (carro e
esporte). Presente em mulheres idosas (QPA)
 Tíbia Distal
 0.7% de todas as fraturas
 Jovens masculinos (esporte e moto), mulheres
idosas (QPA)

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Tipos Específicos de Fratura
 Tornozelo
 9% de todas as fraturas, entorse
 Calcâneo
 1.2% de todas as fraturas, queda de altura, 64%
intra-articular
 Tálus
 Rara, jovens, masculinos, corpo do tálus mais
comum
 Mediopé
 Rara, cubóide e navicular (48%)
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Tipos Específicos de Fratura
 MTT
 Comum, 75% envolve o 5º MTT, entorse
 Dedos do Pé
 Comum, trauma direto
 Pelve
 92.3% pelve, 7.7% acetábulo
 Se todas forem contadas, 70% é maior de 70 anos
 Coluna
 Se não contarmos fraturas osteoporóticas, jovens
masculinos com acidente de carro, idosos femininos com
QPA
 Geralmente tóraco-lombar

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Fraturas em Adultos
Epidemiologia das Fraturas
Charles M. Court-Brown and Kenneth J. Koval

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