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Anatomia do Ombro e Síndrome do Impacto ❖ Banda posterior (menos espessa);

❖ Recesso axilar (semelhante a uma rede);


(Resumo do Campbell 12e) ➢ Restritor primário dos seguintes movimentos acima de 45o de abdução:
❖ Translação anterior;
❖ Translação posterior;
1. Anatomia do ombro:
a. O ombro possui 4 articulações:
• Esternoclavicular;
• Acromioclavicular;
• Glenoumeral; • Ligamento coracoumeral:
• Escapulotorácica; ➢ Origina-se no processo coracóide;
➢ Estende-se ao longo da cápsula articular até as tuberosidades (entre os
b. A anatomia óssea do ombro pouco contribui para a estabilidade; tendões do supra-espinhal e subescapular – intervalo rotador);
• A maior parte da estabilidade é promovida pelos ligamentos e pelos músculos; ➢ Também se estende formando uma camada superficial sobre as inserções
do supra-espinha e infra-espinhal;
c. Labrum:
• Circunda a glenóide: f. Os músculos podem ser divididos em:
• É composto por tecido fibrocartilaginoso denso; • Intrínsecos:
• Aumenta a profundidade em 50% ao redor da cabeça umeral, aumentando a ➢ *controlam a articulação glenoumeral;
estabilidade; ➢ Manguito rotador (supra-espinhal, infra-espinhal, redondo menor e
d. Assim, a glenóide com o labrum promovem a cobertura da cabeça umeral em: subescapular);
• 75% da cabeça umeral verticalmente; ➢ Deltóide;
• 57% da cabeça umeral horizontalmente; ➢ Peitoral maior;
➢ Redondo maior;
e. Os ligamentos são os estabilizadores primários: ➢ Latíssimo do dorso;
➢ Bíceps braquial;
• Ligamento glenoumeral superior:
➢ Restritor primário dos seguintes movimentos a 0o de abdução: • Extrínsecos:
❖ Translação anterior; ➢ *controlam o movimento da escápula;
❖ Translação posterior; ➢ Rombóides (maior e menor);
❖ Translação inferior; ➢ Levantador da escápula;
➢ As translações anterior e posterior são controladas pelo tensionamento ➢ Trapézio;
do intervalo rotador (que inclui o ligamento glenoumeral superior); ➢ Serrátil anterior;

• Ligamento glenoumeral médio: • A musculatura promove a estabilidade das seguintes formas:


➢ Restritor da rotação externa com o ombro abaixo de 90o de abdução; ➢ Posicionam dinamicamente a escápula:
❖ Articulando a glenóide opostamente à cabeça umeral, de acordo
com os movimentos (semelhante a “uma bola no nariz da foca”);
• Complexo ligamentar glenoumeral inferior;
➢ Aumentam a rigidez torcional dos ligamentos e da cápsula:
➢ Composto por 3 bandas:
❖ Com os movimentos musculares;
❖ Banda anterior (espessa);
➢ Controlam e direcionam a força através da articulação;
Resumo criado e editado por: José Henrique Peres dos Santos e Rafael Wei Min Leal Chang
❖ A musculatura extrínseca e intrínseca trabalha em conjunto; b. Codman acreditava que estava mais associada a lesões do manguito rotador do que a
bursite subacromial;
g. Intervalo rotador: c. Neer descreceu a síndrome do impacto do ombro caracterizada por esporões
• Área triangular anterosuperior onde há ausência de tendões do manguito rotador proliferativos na superfície inferior do processo anterior do acrômio;
(por isso é chamado de “intervalo”); • Aparentemente causada por impacto repetitivo com a cabeça umeral e manguito
• Limites: rotador, com tração do ligamento corracoacromial;
➢ Supra-espinhal (superiormente); • Também percebeu que o terço anterior do acrômio (com seu bordo anterior) é a
➢ Subescapular (inferiormente); estrutura ofensora na maioria dos casos;
➢ Coracóide (medialmente) • E descreveu os estágios da síndrome do impacto (3 estágios):
• Estruturas presentes nele:
➢ Ligamento coracoumeral;
➢ Tendão do bíceps;
➢ Ligamento glenoumeral superior;
• O intervalo rotador pode estar contraturado na capsulite adesiva, e expandido na
instabilidade do ombro;

h. Arco coracoacromial:
• Composto por:
➢ Coracóide;
➢ Acrômio (borda anterior);
➢ Clavícula distal;
➢ Ligamento coracoacromial;
• Fica superior à articulação glenoumeral;
• Estruturas que passam dentro dele:
➢ Tendões do manguito rotador;
➢ Bursa subacromial;
➢ Tendão do bíceps;
➢ Úmero proximal; d. A inserção do tendão supra-espinhal é susceptível ao impacto no arco subacromial na
• O arco acromial também funciona como restritor à translação superior do úmero; flexão anterior do ombro;
e. Teste do impacto de Neer:
i. Área crítica de Codman: • Infiltração de lidocaína subacromial, com alívio dos sintomas;
• Zona de hipovascularidade presente no tendão supra-espinhal;
• Fica 10mm de sua inserção na grande tuberosidade; f. Existem 4 tipos de impacto do ombro:
• Sede frequente de lesões • (1) Impacto primário:
➢ Ocorre primariamente, na ausência de outra patologia que o contribua;
2. Síndrome do impacto do ombro: ➢ Subdividido em intrínseco e extrínseco:
a. Jarvavay realizou a primeira descrição, associada a bursite subacromial; ❖ Intrínseco:

Resumo criado e editado por: José Henrique Peres dos Santos e Rafael Wei Min Leal Chang
✓ As estruturas que passsam abaixo do arco estão aumentadas, ➢ Tratamento:
levando ao impacto (espessamento do manguito, depósitos de ❖ FST agressiva para ganho de rotação interna e fortalecimento do
cálcio, espessamento da bursa subacromial); manguito rotador geralmente é satisfatória;
❖ Extrínseco: ❖ Se não, artroscopia;
✓ O espaço disponível abaixo do arco está diminuído (esporão
subacromial, fratura de acrômio, os acromiale, osteófitos, g. A morfologia do acrômio pode contribuir para o impacto;
exostose); h. Classificação de Morrison-Bigliani:
• Tipo I: reto;
• (2) Impacto secundário: • Tipo II: curvo;
➢ Ocorre secundariamente a instabilidade glenoumeral (geralmente • Tipo III: ganchoso;
anterior) resultando no contato do manguito com o arco coracoacromial
• *Há aumento das lesões de manguito rotador no tipo III;

• (3) Impacto subcoracóideo:


➢ Impacto entre o manguito rotador e o processo coracóide;
➢ Pode ser decorrente de um processo coracóide proeminente devido a
vários motivos:
❖ Iatrogênico (mais comum!!):
✓ Após osteotomia do coracóide no tratamento da instabilidade
do ombro;
➢ Consiste num diagnóstico de exclusão;
➢ Clínica:
❖ Dor à pressão sobre o coracóide;
❖ Teste do impacto subcoracóide de Gerber positivo;
❖ Infiltração de lidocaína na região subcoracóide pode ser realizada
para auxiliar no diagnóstico (porém de acurácia questionável,
devido à presença de outras estruturas nessa região); i. Porém, alguns autores preconizam que o problema primário é a degeneração intrínseca
➢ TC: do manguito rotador:
❖ Distância ≤6,8 mm entre a ponta do coracóide e o úmero proximal • E não o formato do acrômio;
sugere impacto subcoracóideo!! • E que as alterações subacromiais ocorrem secundariamente a essa degeneração;
➢ Tratamento: • Alterações degenerativas ocorrem com a idade:
❖ Coracoplastia aberta ou artroscópica; ➢ Celularidade reduzida dos condrócitos;
➢ Afilamento e ruptura dos fascículos;
• (4) Impacto interno: ➢ Acúmulo de tecido de granulação;
➢ Impacto interno entre o manguito rotador e a glenóide (aspecto ➢ Calcificações;
posterossuperior):
❖ Ocorre na abdução, extensão e rotação externa; j. Outros autores preconizam que as rupturas do manguito podem falhar no
➢ Mais comum em arremessadores; tensionamento, no basquete ou esportes com membro acima da cabeça;
❖ Principalmente se houver perda da rotação interna;
➢ Ocorre lesão posterossuperior do labrum; k. Tratamento conservador:
Resumo criado e editado por: José Henrique Peres dos Santos e Rafael Wei Min Leal Chang
• AINES;
• Injeção subacromial de corticóide (até duas);
• FST de fortalecimento e alongamento;

l. Tratamento cirúrgico:
• Na falha do tratamento conservador após 3-4 meses;
• Acromioplastia (aberta ou artroscópica) é o tratamento de escolha para síndrome
do impacto;
➢ Taxa de sucesso de 85%;

• Princípios do tratamento cirúrgico (preconizado por Neer):


➢ Liberação (mas não ressecção) do ligamento coracoacromial;
➢ Ressecção das bordas anterior e lateral do acrômio;
➢ Ressecção da parte do acrômio anterior à borda da clavícula;
➢ Ressecção dos 1,0 a 1,5 cm distais da clavícula se houver alterações
degenerativas importantes (cirurgia de Mumford);
m. Complicações
• A pior complicação é perda da função anterior do deltóide:
➢ Pode ser secundária à lesão do nervo axilar ou a desinserção do deltóide
do acrômio;
➢ De mau prognóstico, e pouco há para se fazer para restaurar a função de
um deltóide desinserido e retraído;

Resumo criado e editado por: José Henrique Peres dos Santos e Rafael Wei Min Leal Chang

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