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• Supraesternal

DPP WD
• Esternal
SEMIOLOGIA RESPIRATÓRIA

ANATOMIA CLÍNICA TORÁCICA

➔ Principais pontos de referência: ângulo de Louis, ângulo


de Charpy e vértebra proeminente
➔ Ângulo de Louis
• Junção do manúbrio esternal com o corpo esternal
• Nível da segunda articulação condroesternal,
bifurcação traqueal e arco aórtico
• Logo abaixo do ângulo, fica o segundo espaço
intercostal
➔ Ângulo de charpy/epigástrico ➔ Regiões face lateral -> divididas pela linha horizontal
• Junção dos dois rebordos costais que passa pela 6ª articulação condroesternal
• Utilizado para caracterizar o biotipo • Axilar
➔ Vértebra proeminente • Infra axilar
• Corresponde à 7ª vértebra cervical ➔ Regiões face posterior
• Nível em que os ápices pulmonares se projetam na • Supraescapular esquerda e direita (limitadas
parede torácica inferiormente pela linha escapular superior)
• Facilmente palpável com o pescoço em flexão • Supraespinhal esquerda e direita
• Infraespinhal esquerda e direita (divididos pela
espinha da escapula)
• Infraescapular esquerda e direita (limitada
superiormente pela linha escapular superior)
• Interescapular (entre as bordas mediais das
escápulas)

DIVISÃO REGIONAL

➔ Face anterior:
• Linha medioesternal
• Linhas esternais direita e esquerda
• Linhas hemiclaviculares direita e esquerda
➔ Face lateral:
• Linha axilar anterior
• Linha axilar posterior
• Linha axilar média
➔ Face posterior:
• Linha medioespinhal
• Linhas escapulares esquerda e direita
➔ Regiões face anterior
• Supraclavicular direita e esquerda
• Claviculares direita e esquerda
• Infraclaviculares direita e esquerda (limitadas
inferiormente pela linha que passa pela terceira
articulação condroesternal)
• Mamárias direita e esquerda (limitadas
inferiormente pela linha que passa pela sexta
articulação condroesternal)
• Inframamárias direita e esquerda (hipocôndrios)

ISADORA OLIVEIRA MONTE 1


ANAMNESE

➔ Calcular a carga tabágica: anos de fumo x maços por


dia. Se for cigarro de palha, deve-se multiplicar por 3
• > 5: doenças cardiovasculares e cerebrais
• > 10: doenças pulmonares crônicas
• > 15: doenças neoplásicas
➔ Calcular a escala CAGE em casos de alcoolismo
• Duas respostas positivas indicam problemas de
abuso de álcool

ISADORA OLIVEIRA MONTE 2


• Chato ou plano: é o que perde a convexidade
normal da parede anterior, havendo por isso
redução do diâmetro anteroposterior. As costelas
aumentam sua inclinação, os espaços intercostais
se reduzem e o ângulo de Louis torna-se mais
nítido. As clavículas são mais oblíquas e salientes, e
as fossas supra e infraclaviculares, mais profundas.
Nesse tipo de tórax, a musculatura é pouco
desenvolvida, razão pela qual as omoplatas estão
➔ Perguntas obrigatórias: febre, perda de peso e apetite
mais baixas, afastando-se da caixa torácica,
caracterizando o chamado tórax alado. É próprio
EXAME FÍSICO – INSPEÇÃO
dos indivíduos longilíneos. Exemplos típicos
➔ Paciente sentado e deitado encontram-se em alguns pacientes com doença
➔ Inspeção estática: forma do tórax e anomalias pulmonar crônica.
estruturais, congênitas ou adquiridas, localizadas ou • Tórax em tonal ou globoso: caracteriza-se pelo
difusas, simétricas ou não aumento exagerado do diâmetro anteroposterior,
➔ Inspeção dinâmica: movimentos respiratórios, horizontalização dos arcos costais e abaulamento
características e alterações da coluna dorsal, o que torna o tórax mais curto.
➔ Avaliar no início a consciência do paciente (pacientes • Infundibuliforme (pectus excavatum): caracteriza-
enfisematosos com frequência apresentam-se em se por uma depressão na parte inferior do esterno
estado torposo devido à narcose por CO2) e região epigástrica.
➔ Na pele, observam-se a coloração e o grau de • Cariniforme (pectus carinatum): o esterno é
hidratação, bem como se há lesões elementares proeminente e as costelas horizontalizadas,
sólidas, correlacionando-as com as doenças resultando em um tórax que se assemelha ao das
pulmonares. aves (tórax de pombo)
➔ Observar a coloração da pele do paciente, destacanto- • Cônico ou em sino: é aquele que tem sua parte
se cianose e palidez (para que haja cianose, é preciso inferior exageradamente alargada, lembrando um
que o paciente tenha pelo menos 5% de hemoglobina tronco de cone ou um sino
reduzida) • Cifótico: tem como característica principal a
➔ As s mamas devem ser examinadas pela inspeção e curvatura da coluna dorsal, formando uma
palpação e comparadas quanto ao volume, posição do gibosidade.
mamilo e existência de nódulos (Pacientes • Cifoescoliótico: apresenta, além da cifose, um
mastectomizadas por neoplasia estão sujeitas a desvio da coluna para o lado (escoliose)
metástases pulmonares que se manifestam por nódulo
pulmonar solitário ou derrame pleural. Ginecomastia
pode denunciar um carcinoma brônquico)
➔ O sistema muscular deve ser examinado de maneira
comparativa, a fim de que se possa surpreender
alterações tróficas de grupos musculares. A contratura
da musculatura paravertebral torácica unilateral
constitui o sinal de Ramond, que denuncia o
comprometimento pleural inflamatório homolateral.
O sinal de Lemos Torres, caracterizado pelo
abaulamento dos espaços intercostais durante a
expiração, é sinal de derrame pleural.
➔ Uma lesão tuberculosa, mesmo tratada corretamente,
deixa marca, provocando redução volumétrica do
hemitórax comprometido. Os abaulamentos localizados
traduzem a presença de alteração subjacente:
neoplasia, aneurisma e hipertrofia do ventrículo direito
nas crianças. Fraturas de costelas são causas “Configuração do tórax. A. Normal. B. Em tonel
frequentes de abaulamentos ou retrações localizadas (enfisema). C. Tórax infundibuliforme (PECTUS
➔ Formatos de tórax: EXCAVATUM). D. Tórax cariniforme (PECTUS
• Normal CARINATUM). E. Escoliose. F. Cifose. G. Gibosidade.” PORTO

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➔ Tipo respiratório: em pessoas sadias, em pé ou
sentadas, predomina a respiração torácica ou costal;
em decúbito dorsal, a respiração é predominantemente
diafragmática
➔ Ritmo respiratório:
• Normalmente a inspiração dura quase o mesmo
tempo que a expiração, sucedendo-se os dois
movimentos com a mesma amplitude, intercalados
por leve pausa. Quando uma dessas características
modifica-se, surgem os ritmos respiratórios
anormais
• Respiração de Cheyne-Stokes: As causas mais
frequentes deste tipo de respiração são
insuficiência cardíaca grave, hipertensão
intracraniana, acidentes vasculares cerebrais e
traumatismos cranioencefálicos. Tal ritmo
caracteriza-se por uma fase de apneia seguida de EXAME FÍSICO – PALPAÇÃO
incursões inspiratórias cada vez mais profundas até
atingir um máximo, para depois vir decrescendo ➔ Avalia a mobilidade da caixa torácica e permite
até nova pausa. examinar lesões superficiais quanto a forma, volume e
• Respiração de Biot: As causas desse ritmo são as consistência
mesmas da respiração de Cheyne-Stokes. No ritmo ➔ A sensibilidade superficial e profunda, a dor provocada
de Biot, a respiração apresenta-se com duas fases, e espontânea ou qualquer outra manifestação dolorosa
mas com características próprias. A primeira, de podem ser avaliadas pela palpação.
apneia, seguida de movimentos inspiratórios e ➔ Os grupos de linfonodos regionais devem ser palpados
expiratórios anárquicos quanto ao ritmo e à cuidadosamente. Adenomegalias mais ou menos fixas,
amplitude. Quase sempre este tipo de respiração de consistência média, com tendência a se fundirem
indica grave comprometimento encefálico para depois fistulizarem, são mais comuns na
tuberculose.
• Respiração de Kussmaul: A acidose,
principalmente a diabética, é a sua causa principal.
A respiração de Kussmaul compõe-se de quatro EXPANSIBILIDADE
fases: (1) inspirações ruidosas, gradativamente ➔ A expansibilidade dos ápices é pesquisada com as mãos
mais amplas, alternadas com inspirações rápidas e espalmadas, de modo que as bordas internas toquem
de pequena amplitude; (2) apneia em inspiração; a base do pescoço, os polegares apoiem-se na coluna
(3) expirações ruidosas gradativamente mais vertebral e os demais dedos nas fossas
profundas alternadas com inspirações rápidas e de supraclaviculares
pequena amplitude; (4) apneia em expiração ➔ Para avaliar a expansibilidade das bases pulmonares,
• Respiração suspirosa: Na respiração suspirosa, o apoiam-se os polegares nas linhas paravertebrais,
paciente executa uma série de movimentos enquanto os outros dedos recobrem os últimos arcos
inspiratórios de amplitude crescente seguidos de costais.
expiração breve e rápida. Outras vezes, os ➔ Em ambas as manobras, o médico fica atrás do
movimentos respiratórios normais são paciente em posição sentada, e este deve respirar
interrompidos por “suspiros” isolados ou profunda e pausadamente
agrupados. Traduz tensão emocional e ansiedade

FRÊMITO TORACOVAL
➔ Corresponde às vibrações das cordas vocais
transmitidas à parede torácica.
➔ Deve-se pedir que o paciente pronuncie as palavras
trinta e três, palavras ricas em consoantes ou uma
vogal por alguns segundos
➔ A maneira correta de pesquisá-lo é colocar a mão
direita espalmada sobre a superfície do tórax,
comparando-se a intensidade das vibrações em regiões
homólogas.
➔ Em processos patológicos, o FTV está diminuído

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➔ Existem outros tipos de frêmito, como ➔ Frêmito aumentado: Consolidação pneumônica,
o frêmito brônquico, equivalente tátil dos estertores, e condensação, tumor
o frêmito pleural, que resulta da sensação tátil do ruído ➔ Expansibilidade / Frêmito diminuída + Hipertimpânico
de atrito provocado pelas duas superfícies rugosas dos (devido ao aumento de ar): Pneumotórax
folhetos pleurais e que pode preceder o derrame. ➔ Expansibilidade/Frêmito diminuída + Maciço:
Consolidação
EXAME FÍSICO – PERCUSSÃO
PATOLOGIAS
➔ Deve-se iniciar a percussão do tórax pela sua face
posterior, de cima para baixo, ficando o médico atrás e
à esquerda do paciente. Percute-se separadamente ASMA BRÔNQUICA
cada hemitórax. Em uma segunda etapa, percutir ➔ Doença heterogênea, caracterizada pela inflamação
comparativa e simetricamente as várias regiões. A mão crônica das vias respiratórias e por limitação variável do
esquerda, com os dedos ligeiramente separados, deve fluxo expiratório, que pode ser parcial ou totalmente
apoiar-se suavemente sobre a parede, e o dedo médio, reversível (espontaneamente ou com uso de fármacos).
sobre o qual se percute, exerce apenas uma leve ➔ Clínica: sintomas recorrentes de sibilância, dispneia,
pressão sobre o tórax opressão torácica e tosse (seca ou produtiva,
➔ Quatro tonalidades de som são obtidas: habitualmente com expectoração mucoide), que
(1) som claro pulmonar ou sonoridade pulmonar nas variam de intensidade e ao longo do tempo
áreas de projeção dos pulmões; (2) som timpânico no ➔ Os sintomas podem ser precipitados ou agravados por
espaço de Traube; (3) som maciço na região inferior do fatores como infecções virais, exposição ambiental a
esterno (macicez hepática); (4) som maciço na região alergênios ou irritantes, variações climáticas, exercício
inframamária direita (macicez hepática) e submaciço na e estresse.
região precordial ➔ O processo inflamatório é responsável direta ou
indiretamente pela tríade caracterizada por
EXAME FÍSICO – AUSCULTA broncoconstrição, espessamento da parede das vias
➔ É funcional por excelência, uma vez que possibilita respiratórias e aumento da produção de muco
analisar o funcionamento pulmonar. Para sua ➔ Um dos principais sintomas de asma é o chiado ou
realização exige-se, além de máximo silêncio, posição sibilo na ausculta do tórax, predominantemente à noite
cômoda do paciente e do médico. e pela manhã.
➔ O paciente deve estar com o tórax despido e respirar ➔ Na vigência de uma crise, a ausência de sibilos pode
pausada e profundamente, com a boca aberta, sem indicar um caso de gravidade extrema, quando a
fazer ruído. passagem do ar nas vias respiratórias está quase
totalmente impedida pelo broncospasmo
➔ Tratamento: broncodilatador, corticoide e anti-
inflamatório

DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC)

➔ A DPOC é uma doença inflamatória crônica das vias


respiratórias inferiores e do parênquima pulmonar. A
inflamação é sistêmica, persistente e causada pela
inalação de fumaças tóxicas.

➔ A obstrução ao fluxo expiratório é o que caracteriza a


DPOC.
➔ Os sintomas da DPOC são progressivos e determinantes
para a inatividade física e a perda da qualidade de vida
dos pacientes
➔ A inflamação pulmonar crônica, o remodelamento das
QUADROS SINDRÔMICOS vias respiratórias inferiores e a destruição do
➔ Expansibilidade diminuída: Crise asmática, DPOC, parênquima pulmonar causam obstrução crônica ao
Bronquite crônica fluxo respiratório da DPOC
➔ Frêmito diminuído: Pneumotórax, Atelectasia, Derrame ➔ Os sintomas da DPOC são lentamente progressivos e,
pleural nos estágios iniciais da doença, quase imperceptíveis.

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➔ Clínica: tosse crônica matinal, seca ou com mucopurulenta, decorrente de processo infeccioso com
expectoração, e, na maioria dos casos, precede a infiltração neutrofílica.
dispneia (que se agrava lenta e progressivamente) ➔ Bronquiectasia clinicamente significativa: dilatação
➔ Nos pacientes mais graves, pode-se encontrar, ao brônquica na TC de tórax associada a tosse com
exame clínico, tórax em tonel, hipersonoridade à produção de escarro e/ou infecções respiratórias
percussão, frêmito toracovocal e murmúrio vesicular recorrentes
diminuídos. Roncos, sibilos e estertores podem estar ➔ Clínica: tosse produtiva (podendo ser sem secreção),
presentes, principalmente em pacientes produtores de dispneia, broncospasmo, dor torácica, hemoptise
maior quantidade de escarro ou com exacerbação da ➔ Nas exacerbações infecciosas, o paciente apresenta
DPOC. aumento da tosse e maior produção de secreção,
➔ Os pacientes graves podem evoluir para COR acompanhados ou não de anorexia, comprometimento
PULMONALE com turgência jugular, edema de do estado geral e febre.
membros inferiores, hepatomegalia, hiperfonese da ➔ Ao exame físico, o estado geral costuma ser bom ou
2a bulha no foco pulmonar. regular nas bronquiectasias localizadas. Em pacientes
➔ A exacerbação da DPOC apresenta-se clinicamente com com bronquiectasia difusa e doença sistêmica, pode
piora dos sintomas. A dispneia se agrava, e a haver desnutrição, halitose e cianose.
expectoração fica mais abundante, podendo ser ➔ Na ausculta pulmonar, podem ser percebidos
purulenta. Taquipneia, tempo expiratório prolongado, estertores de finas e/ou grossas bolhas verificadas no
respiração com lábios semicerrados, uso de início e no meio da inspiração, além de eventuais
musculatura acessória, cianose, além de roncos, sibilos sibilos.
e estertores na ausculta pulmonar, podem ser
observados ao exame clínico. PNEUMONIAS
➔ Tratamento: corticoide e broncodilatador
➔ Existem dois tipos: enfisematoso e bronquite ➔ As pneumonias caracterizam-se por um processo
inflamatório agudo que acomete espaços aéreos, de
qualquer natureza, principalmente causado por agentes
infecciosos, como bactérias, vírus e, mais raramente,
fungos e parasitos.

➔ Quando o indivíduo tem pneumonia, seus alvéolos ficam


preenchidos com microrganismos, fluidos e células
inflamatórias, e seus pulmões não são capazes de
funcionar apropriadamente.
➔ Quadro de apresentação aguda
➔ Clínica: tosse (seca ou com pouca expectoração
mucoide, mas que evolui, frequentemente, para
purulente), dor torácica do tipo pleurítica (localizada,
em pontada, que piora com a tosse e a inspiração
profunda), febre, dispneia (quando presente, denota
gravidade), fraqueza, calafrio (precisa se tremer e bater
o queixo e denota gravidade)
➔ Ao exame físico do tórax, pode-se encontrar a
síndrome de consolidação pulmonar (expansibilidade
pulmonar diminuída, frêmito toracovocal aumentado,
• No paciente enfisematoso é muito comum a macicez ou submacicez, murmúrio vesicular diminuído,
utilização de pontos de ancoragem estertores finos, sopro tubário, pectoriloquia)
• Um aspecto físico muito comum são os dedos em ➔ Não é raro ocorrer derrame pleural em pacientes com
baqueta, causados pela hipóxia, que gera uma pneumonia; nesse caso, os achados de exame físico do
neogênese de vasos derrame pleural podem prevalecer com os seguintes
achados: expansibilidade diminuída, frêmito
toracovocal diminuído, macicez e abolição do
BRONQUIECTASIA
murmúrio vesicular.
➔ É uma condição clínica caracterizada por dilatação ➔ Taquipneia (>30irpm) correlaciona-se fortemente à
brônquica de variados tipos, com reação gravidade do caso e risco de óbito
➔ Tratamento: antiviral, antibiótico ou antifúngico

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ABCESSO PULMONAR aumentada ao percutir a parede torácica ou mesmo
timpanismo; murmúrio vesicular diminuído ou abolido;
➔ Abscesso pulmonar é um processo infeccioso em uma
e, em casos de maior gravidade, abaulamento do
área de parênquima pulmonar na qual ocorre
hemitórax afetado e frêmito toracovocal reduzido. Se o
supuração, necrose e formação de cavidade
quadro evoluir para taquicardia, hipotensão, cianose e
➔ Pode ser dividido em primário (decorrente de aspiração
dispneia profusa, podemos estar diante de
ou embolia séptica) e secundário (consequente a
um pneumotórax hipertensivo, condição de grande
neoplasia maligna, complicação de cirurgia ou
gravidade que requer tratamento imediato devido ao
imunossupressão).
risco à vida.
➔ A evolução para a formação da cavidade característica
do abscesso pulmonar pode ser de maneira subaguda
(até 30 dias) ou crônica (mais de 30 dias). INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA
➔ Clinica: tosse com escarro pútrido -vômica- (suficiente ➔ A insuficiência respiratória aguda (IRA) pode ser
para encher uma xícara), hemoptise, febre, sudorese classificada em dois tipos: IRA hipoxêmica (tipo 1),
noturna, anorexia, dor pleurítica e perda de peso provocada por prejuízo na oxigenação e traduzida pela
redução da pressão de oxigênio no sangue arterial
TUBERCULOSE (PaO2) < 60 mmHg; e IRA hipercápnica (tipo 2), com
prejuízo na eliminação do CO2 (acima de 45 mmHg) e
➔ Doença bacteriana altamente contagiosa
redução na PaO2.
➔ Clínica: febre (na TB primária, é baixa; na TB pulmonar
➔ Sintomas: dispneia, taquipneia, cianose, taquicardia e
secundária, costuma surgir preferencialmente no
sudorese; nas situações mais críticas, pode ocorrer
período vespertino), inapetência, tosse (geralmente
alterações dos níveis de consciência e coma
produtiva), hemoptise, dor pleurítica (advinda da
inflamação do parênquima pulmonar adjacente à
GRAUS DE DISPNEIA
pleura), dispneia (correlacionada ao acometimento
extenso do pulmão, podendo evoluir para insuficiência 0. Dispneia aos esforços extenuantes
respiratória), perda de peso, suores noturnos, fraqueza 1. Dispneia ao subir colina ou terreno plano por 100
e astenia metros
2. Dispneia em situações que pessoas da sua idade
DERRAME PLEURAL cansam menos que você
3. Dispneia ao subir colina ou terreno plano por menos de
➔ O derrame pleural é um acúmulo anormal de líquido no 100 metros
espaço pleural, desencadeado por um desequilíbrio 4. Dispneia que não permite sair de casa
entre seus mecanismos de formação e reabsorção do ➔ Também pode ser classificada em dispneia aos
líquido pleura pequenos, médios e grandes esforços
➔ É diagnosticado geralmente quando há acúmulo de
líquido acima de 100ml no espaço pleural TIPOS DE DISPNEIA
➔ Sintomas: dor torácica (ventilatório-dependente), tosse
seca e dispneia (relacionada ao volume do derrame ➔ Dispneia paroxística noturna: a pessoa acorda de
pleural), febre, astenia, inapetência e perda de peso madrugada com falta de ar
➔ Ao exame físico do paciente com derrame pleural, ➔ Ortopneia: dispneia que piora ao ficar deitado
teremos: à inspeção, expansibilidade diminuída; à ➔ Platipneia: dispneia que piora ao se levantar
palpação, expansibilidade diminuída e frêmito ➔ Trepopneia: dispneia que piora em algum lado de
toracovocal abolido; à percussão, macicez; e na decúbito lateral, mas alivia no outro (por exemplo: uma
ausculta, murmúrio vesicular abolido e egofonia na pessoa que tem dispneia em decúbito lateral esquerdo,
parte mais alta do derrame. mas que melhora ao deitar em decúbito lateral direito)

OBSERVAÇÕES
PNEUMOTÓRAX
➔ É caracterizado pela presença de ar no espaço pleural, ➔ Caso o tempo de inspiração seja maior que o de
o qual normalmente é virtual e compreendido entre as expiração, ocorre acúmulo de CO2. O fisiológico é o
pleuras parietal e visceral. tempo de expiração ser maior que o de inspiração,
➔ Clínica: dor torácica de caráter súbito, bem localizada, numa proporção 1,5:1
em pontada, associada a dispneia e tosse seca. Em 15% ➔ Caso identifique uma alteração e ela mude por
dos casos, o paciente pode ser assintomático • Mudança de posição (líquido) -> provavelmente a
➔ Ao exame físico, são encontrados: diminuição da causa é cardíaca
expansibilidade torácica; sonoridade pulmonar • Tose -> provavelmente a causa é pulmonar

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➔ Pulso de Kussmaul (alternância entre pulsos cheios e
finos) demonstra gravidade
➔ Pleura inflamada doi menos ao ser comprimida por não
precisar se expandir muito -> posição antálgica
➔ Para ser observado quadro de cianose, é necessário
haver uma queda de 5 gramas de hemoglobina
➔ Hemoptise: expectoração de grandes quantidades de
sangue vermelho vivo
➔ Hemoptoico: expectoração mucosa com raios de
sangue

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SEMIOLOGIA CARDÍACA certos limites, sendo mais forte em pessoas magras ou
após exercício, emoções e em todas as situações que
ANAMNESE provocam o aumento da atividade cardíaca
(hipertireoidismo, exercício e eretismo cardíaco). No
EXAME FÍSICO – INSPEÇÃO E PALPAÇÃO
entanto, é na hipertrofia ventricular esquerda que se
➔ Realizam-se a inspeção e a palpação simultaneamente constatam os choques de ponta mais vigorosos
porque os achados semióticos tornam-se mais ➔ Assim, fala-se em ictus cordis difuso quando sua área
significativos quando analisados em conjunto. Os corresponde a três ou mais polpas digitais; e ictus
seguintes parâmetros devem ser sistematicamente cordis propulsivo, quando a mão que o palpa é
analisados: pesquisa de abaulamento, análise do ictus levantada a cada contração, a primeira indicando
cordis ou choque da ponta, análise de batimentos ou dilatação e a segunda, hipertrofia.
movimentos visíveis ou palpáveis e pesquisa de frêmito
➔ Batimentos ou movimentos. Além do ictus
cardiovascular.
cordis, podem ser encontrados no precórdio e áreas
➔ Abaulamento. Para facilitar o reconhecimento de
abaulamento, a observação da região precordial deve vizinhas outros batimentos visíveis ou palpáveis, ou seja,
ser feita em duas incidências: tangencial, com o retração sistólica, levantamento em massa do
examinador de pé do lado direito do paciente, precórdio, choques valvares, cliques, pulsação
e frontal, o examinador fica junto aos pés do paciente,
epigástrica e pulsação supraesternal.
que permanece deitado. Abaulamento desta região
➔ A retração sistólica apical aparece em casos de
pode indicar a ocorrência de aneurisma da aorta,
cardiomegalia, derrame pericárdico e alterações da hipertrofia direita. Durante a sístole, em vez de um
própria caixa torácica. impulso, o que se percebe é uma retração.
➔ Ictus cordis. O ictus cordis, ou choque da ponta, é ➔ O levantamento em massa do precórdio, também
analisado pela inspeção e palpação, investigando-se denominado impulsão sistólica, ocorre na hipertrofia do
localização, extensão, mobilidade, intensidade e tipo da ventrículo direito e é percebido como um impulso
impulsão, ritmo e frequência. sistólico que movimenta uma área relativamente grande
➔ A localização do ictus cordis varia de acordo com o da parede torácica nas proximidades do esterno.
➔ Quando as bulhas cardíacas se tornam hiperfonéticas,
biotipo do paciente. Nos mediolíneos, situa-se no
podem ser sentidas pela mão como um choque de
cruzamento da linha hemiclavicular esquerda com o curta duração. A este fenômeno, denomina-se choque
5o espaço intercostal; nos brevilíneos, desloca-se valvar. Isso também ocorre com os cliques de maior
aproximadamente 2 cm para fora e para cima, situando- intensidade, que também chegam a ser palpáveis.
se no 4o espaço intercostal; nos longilíneos, costuma ➔ Pulsações epigástricas são vistas e palpadas em muitas
pessoas e nada mais são do que a transmissão à parede
estar no 6o espaço, 1 ou 2 cm para dentro da linha
abdominal das pulsações da aorta
hemiclavicular. ➔ Frêmito cardiovascular. Frêmito cardiovascular é a
➔ O deslocamento do ictus cordis indica dilatação e/ou
designação aplicada à sensação tátil determinada por
hipertrofia do ventrículo esquerdo. Avalia-se a
vibrações produzidas no coração ou nos vasos. É
extensão do ictus cordis procurando-se determinar
habitual compará-lo ao que se sente quando se palpa o
quantas polpas digitais são necessárias para cobri-lo.
pescoço de um gato que ronrona, de que proveio a
Em condições normais, corresponde a 1 ou duas polpas
denominação de frêmito catário. Ao encontrar-se um
digitais. Nos casos de hipertrofia ventricular, são
frêmito, três características precisam ser
necessárias três polpas ou mais.
investigadas: localização, usando-se como referência as
➔ Determina-se a mobilidade do ictus cordis da seguinte
áreas de ausculta; situação no ciclo cardíaco,
maneira: primeiramente, marca-se o local do choque
diferenciando-se, então, pela coincidência ou não com
com o paciente em decúbito dorsal. A seguir, o
o ictus cordis ou o pulso carotídeo, os frêmitos sistólico,
paciente adota os decúbitos laterais (direito e
diastólico e sistodiastólico; e intensidade, avaliada em
esquerdo), e o examinador marca o local
cruzes (+ a ++++). Os frêmitos correspondem aos
do ictus nessas posições. Em condições normais, o
sopros e a sua ocorrência têm grande importância no
choque da ponta desloca-se 1 a 2 cm com as mudanças
raciocínio clínico
de posição; se houver sínfise pericárdica, isto é, se os
folhetos do pericárdio estiverem aderidos entre si e
EXAME FÍSICO – AUSCULTA
com as estruturas vizinhas, o ictus não se desloca
➔ A intensidade do ictus é avaliada pela palpação. Mesmo ➔ Focos:
em pessoas normais, sua intensidade varia dentro de

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• Em uma ausculta cardíaca correta, todo o O médico continua de pé do lado direito. Esta posição é
precórdio e as regiões circunvizinhas, incluindo a mais adequada para auscultar os fenômenos da área
região axilar esquerda, o dorso e o pescoço, mitral. Assim, algumas vezes, a 3a bulha é mais audível
precisam ser auscultados em decúbito lateral esquerdo. Fato corriqueiro,
também, é a melhor audibilidade do sopro diastólico da
estenose mitral nesta posição.
➔ Quando há hipofonese das bulhas ou quando se quer
tornar mais nítidos os sons originados na base do
coração, solicita-se ao paciente que assuma a posição
de pé, debruçando-se sobre a mesa de exame. Assim
postado, obtém-se maior aproximação do coração à
parede torácica, tornando as bulhas e os outros sons
mais audíveis.

BULHAS CARDÍACAS

➔ B1:
• O principal elemento na formação da 1a bulha
cardíaca é o fechamento das valvas mitral e
tricúspide, o componente mitral (M) antecedendo
o tricúspide (T)
• Foco mitral: 5º EIC esquerdo, LHC (corresponde ao • A 1a bulha cardíaca (B1) coincide com o ictus
ictus cordi) cordis e com o pulso carotídeo. É de timbre mais
• Foco pulmonar: 2º EIC esquerdo, juntaesternal grave e seu tempo de duração é um pouco maior
(análise dos desdobramentos da 2ª bulha que o da 2a bulha. Para representá-la, usamos a
pulmonar) expressão onomatopaica “TUM”
• Foco aórtico: 2º EIC direito, juntaesternal • Em metade das pessoas normais, percebem-se
• Foco aórtico acessório: 3º EIC esquerdo separadamente os componentes mitral e
justaesternal tricúspide, fenômeno não relacionado com a
• Foco tricúspide: corresponde à base do apêndice respiração e sem significado patológico
xifoide, ligeiramente para a esquerda ➔ B2:
• A 2a bulha (B2) é constituída de quatro grupos de
vibrações; mas somente são audíveis as originadas
pelo fechamento das valvas aórtica e pulmonar.
• No foco aórtico e na ponta do coração, a 2a bulha é
sempre única pelo simples fato de se auscultar
nestes focos somente o componente aórtico
• Durante a expiração, ambas as valvas se fecham
sincronicamente, dando origem a um ruído único.
Na inspiração, principalmente porque a sístole do
ventrículo direito se prolonga ligeiramente em
função do maior afluxo sanguíneo a este lado do
POSIÇÃO DO PACIENTE
coração, o componente pulmonar sofre um
➔ O médico e o paciente devem posicionar-se retardo que é suficiente para perceber,
comodamente no momento da ausculta, que será nitidamente, os dois componentes. A este fato, se
efetuada com o paciente nas posições deitada, sentada chama desdobramento fisiológico da 2a bulha
e em decúbito lateral esquerdo. Às vezes, usa-se outra cardíaca
posição na qual o paciente se põe de pé, debruçando- • A 2a bulha vem depois do pequeno silêncio, seu
se sobre a mesa de exame ou sobre o próprio leito. timbre é mais agudo, soa de maneira mais seca, de
Esta última posição é mais propícia para a ausculta dos tal modo que a designamos pela expressão TA
fenômenos estetoacústicos originados na base do • Quando a bulha está desdobrada, seu ruído
coração. corresponde à expressão “TLA”
➔ Uma terceira posição é a do paciente deitado em ➔ B3:
decúbito lateral esquerdo com a mão esquerda na • A 3a bulha é um ruído protodiastólico de baixa
cabeça (desse modo, evita-se que o braço fique frequência que se origina das vibrações da parede
acolado ao tórax, impedindo livre acesso ao precórdio). ventricular subitamente distendida pela corrente

ISADORA OLIVEIRA MONTE 10


sanguínea que penetra na cavidade durante o ➔ Divide-se a pressão arterial sistólica da perna/tornozelo
enchimento ventricular rápido.
pela pressão arterial sistólica do braço

• Ausculta-se uma 3a bulha cardíaca normal com mais • > 0,9 – normal
frequência nas crianças e nos adultos jovens. É mais • 0,7-0,9 – lesão leve
audível na área mitral, com o paciente em decúbito
• 0,4 – 0,7 – lesão moderada
lateral esquerdo; o receptor mais apropriado é o de
• <0,4 – lesão grave
campânula, isto porque esta bulha é um ruído de
baixa frequência. ACHADOS

• Pode ser imitada pronunciando-se de modo rápido ➔ Sopro: normalmente causado por obstrução local. Pode
a expressão “TU” gerar turgência jugular, falta de apetite, dor no peito,
• Coração dilatado cianose, tontura, falta de ar

• Fica próximo de B2 ➔ Insuficiência valvar: ocorre refluxo de sangue devido ao


➔ B4: mal funcionamento de valvas

➔ Estenose valvar: ocorre turbilhonamento do fluxo


• A 4a bulha é um ruído débil que ocorre no fim da
devido à estenose das valvas
diástole ou pré-sístole e pode ser ouvida mais
OBSERVAÇÕES
raramente em condições normais nas crianças e nos
adultos jovens. ➔ Estenose mitral gera sopro diastólico
• A gênese da 4a bulha não está completamente ➔ Insuficiência mitral gera sopro sistólico
esclarecida. Atualmente, admite-se que esta bulha ➔ Estenose aórtica gera sopro sistólico
seja originada pela brusca desaceleração do fluxo
➔ Insuficiência aórtica gera sopro diastólico
sanguíneo mobilizado pela contração atrial de
➔ Insuficiência cardíaca aguda descompensada – observar
encontro à massa sanguínea existente no interior
o perfil do paciente
do ventrículo, no final da diástole

• Resistência para o enchimento ventricular (coração


dilatado)

• Fica próximo de B1

ESTETOSCÓPIO

➔ Para ouvir B1 e B2 (agudos), utiliza-se o diafragma

➔ Para ouvir B3 e B4 (graves), utiliza-se a campânula

RITMO E FREQUÊNCIA CARDÍACA

➔ Havendo apenas 2 bulhas, trata-se de ritmo de 2 tempos


ou binário; quando se torna audível um 3o ruído, passa a
➔ Melhor prognóstico – perfil A; pior prognóstico – perfil C
ser um ritmo de 3 tempos ou ritmo tríplice, assim
representado: TUM-TA-TU–TUM-TA-TU–TUM-TA-TU

➔ Para determinar a frequência, conta-se 1 minuto inteiro.


Em adultos, o número de batimentos por minuto vai de
60 a 100. Menos de 60 contrações por minuto chama-se
bradicardia, e mais de 100, taquicardia.

ÍNDICE TORNOZELO -BRAQUIAL

➔ Avaliar o risco de doença arterial oclusiva periférica

ISADORA OLIVEIRA MONTE 11


SISTEMA ENDÓCRINO ➔ Medir a circunferência do quadril

EXAME FÍSICO • Ponto de referência: trocanter maior

➔ Calcular a relação cintura/quadril

• Divide a circunferência abdominal pela


GERAL
circunferência do quadril
➔ Peso, altura, IMC e circunferências • Homens: <0,90
➔ Oxigenação • Mulheres: <0,85
➔ PA (nos membros inferiores e superiores, com o
paciente sentado e em pé; a diferença fisiológica entre
os braços é 15mmHg, e entre posições é 20mmHg na
sistólica e 10mmHg na diastólica)

➔ Sinais vitais (temperatura, frequência e ritmo cardíaco)

➔ Palpar cadeias linfonodais, tireoide, fígado e abdome

➔ Buscar espaço de Traube ➔ Medir a circunferência do pescoço


➔ Ver edema, coloração e distribuição de pelos nos MMII • Ponto de referência: abaixo da cartilagem cricoidea,
AVALIAR no nível da cartilagem tireóidea (pomo de adão)

• Homem: <43cm (média: 37cm)


➔ Presença de acantose nigricans no pescoço, axila e
virilha • Mulher: <40cm (média: 34cm)

• Sinal indicativo de resistência insulínica PÉ DIABÉTICO

➔ Presença de lesões cutâneas

➔ Presença de acrocórdons no tórax, virilha, pálpebras e


axilas

• Sinal indicativo de resistência insulínica

ANTROPOMETRIA

➔ Avaliação de riscos adicionais

➔ Calcular IMC

➔ Avaliar:

• Hidratação: na neuropatia diabética a pele pode


ficar ressecada (xerodermia), o que predispõe a
rachaduras, fissuras e ulcerações

• Coloração, temperatura e distribuição de pelos:

➔ Medir a circunferência da cintura pele azulada, pálida, arroxeada, fria e rarefação dos
pelos são sinais de insuficiência arterial (a avaliação
• Ponto de referência: ponto médio entre o final do
deve ser complementada com a avaliação dos
bordo costal e o início da crista ilíaca
pulsos)
• Homens < 102cm (média 94cm)
• Integridade da pele e das unhas: inspecionar
• Mulheres <88cm (média 80cm)
presença de unhas hipotróficas, encravadas ou

ISADORA OLIVEIRA MONTE 12


micóticas, maceração e lesão fúngicas interdigitais; ✓ Aplicar o monofilamento em algumas
corte adequado das unhas. As calosidades são mais regiões e pedir para que o paciente diga
comuns nas áreas de maior pressão plantar e são se sente o estimulo
predispostas, geralmente, por calçados ✓ Não aplicar o monofilamento em regiões
inadequados. de calosidade, pois o paciente não irá
sentir

• Presença de deformidades: A neuropatia diabética


predispõe às deformidades nos pés, podendo
apresentar proeminências dos metatarsos, ➔ Sensibilidade vibratória
joanetes, dedos em garra ou em martelo ou no pior
• Utilização do diapasão
caso a perda do arco plantar, chamada de
• Mostrar ao paciente qual a sensação esperada,
Artropatia de Charcot
solicitar que feche os olhos e aplicar no paciente,
• Avaliar, ainda, edema, se há fungos entre os dedos,
pedindo para que ele fale quando deixar de sentir o
necrose e infecções
estimulo
➔ Palpar pulso periférico (pedioso ou tibial) para avaliar a
• O teste será positivo se o paciente responder
função arterial
corretamente a, pelo menos, duas das três
• O índice tornozelo braquial (pressão arterial aplicações; e negativo se duas das três respostas
sistólica do tornozelo dividida pela pressão arterial estiverem incorretas, ou seja, quando a pessoa
sistólica do braço) pode ser de grande importância perde a sensação da vibração enquanto o
para avaliar a doença arterial oclusiva periférica examinador ainda percebe o diapasão vibrando
AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA • Aplicar o diapasão no lado dorsal do dedo

➔ É importante intercalar o estimulo com a não realização ➔ Reflexo tendíneo/profundo


do estimulo, para saber se o paciente está sendo • Utilização do martelo
cooperativo
• Paciente sentado, com os pés pendentes; ou
➔ Sensibilidade tátil ajoelhado sobre uma cadeira. Seu pé deve estar
• Utilização do monofilamento relaxado, com leve dorsoflexão

• Teste feito nas regiões de proeminências ósseas • Aplicar golpe suave com martelo sobre o tendão de
aquiles
• Tato grosseiro pode ser testado com um chumaço
de algodão • A resposta esperada é a flexão plantar reflexa do pé.
O teste estará alterado caso o reflexo esteja
• Realização do teste de tato fino:
ausente ou diminuído
✓ Mostrar o filamento para o paciente e
➔ Reflexo superficial -> umbigo
aplicá-lo em alguma região, para que
identifique o estímulo ➔ Sensibilidade dolorosa

✓ Peça para que mantenha os olhos • Aplicar estímulo doloroso


fechados durante o exame ➔ Sensibilidade térmica

ISADORA OLIVEIRA MONTE 13


• Aplicar estímulos térmicos quente e frio não tão
intensos a ponto de gerar dor

➔ Propriocepção

• Deslocar o dedo do paciente a partir do polo lateral


e pedir para ele identificar se está estendido, neutro
ou fletido

➔ Discriminação de dois pontos

➔ Grafestesia -> “desenhar” no paciente e pedir para que


identifique

➔ Identificação de objetos

➔ Reflexo patelar

ISADORA OLIVEIRA MONTE 14


AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA esperando correção espontânea. Se tal não ocorrer, fale
o nome correto, sem constrangê-lo sobre o erro e
MINIMENTAL
continue a subtração a partir do resultado correto.
➔ O paciente deve escolher se quer fazer sozinho ou Continue os cálculos até o fim, pois a interferência deve
acompanhado. Caso faça acompanhado, o ser sempre igual. Se houver resistência do paciente,
acompanhante não pode ajuda-lo tente contextualizar com situações do cotidiano como
➔ Não utilizar a palavra “teste”, nem dizer que é fácil ou compra numa feira. Os cálculos devem ser feitos sem
difícil, a fim de não estressar ou envergonhar o paciente utilizar os dedos e sem escrever em papel

➔ Na etapa de avaliação da escrita, Dê-lhe uma folha de


papel em branco e peça-lhe que escreva uma frase
completa com começo, meio e fim, ou um pensamento,
ou o que tenha ocorrido ontem ou hoje. Não dite a frase.
Considere-a correta se tiver o sujeito, predicado e
sentido lógico. Erros gramaticais não são considerados.
Se o(a) paciente escrever frase pronta, jargão religioso
como “Deus te abençoe”, você deve pedir para ele
escrever outra frase, sugerindo que ele escreva uma
frase começando com “eu” ou que escreva uma
mensagem para alguém da família.

➔ Na etapa de avaliação da orientação, perguntar “onde


nós estamos” gesticulando com o indicador apontando
para o chão para que entenda que você pergunta sobre
o local específico (consultório). Supondo que responda
“no consultório” ou “sala de atendimento”, pergunte:
“Este consultório onde estamos está dentro de que TESTE DE FLUÊNCIA VERBAL
lugar?”, use então o indicador para fazer um círculo,
➔ Deve- se pedir ao paciente para falar o maior número
para que entenda que você deseja saber o nome do
possível de animais que conheça, em um período de um
prédio, ou do hospital ou da instituição em que estão.
minuto, sem falar ao paciente a limitação de tempo
Continue: “em qual bairro estamos?”, mas se ele não
➔ Deve-se sempre estimular ao paciente a falar mais,
souber, pode usar como opção o nome da rua ou ponto
enquanto anota atenciosamente todos os animais que
de referência do local.
são falados
➔ Na etapa de avaliação da memória imediata, o nome dos
➔ Considerar como animais diferentes os animais que,
3 objetos não pode se relacionar quanto à fonética e
independente da variação ser apenas de sexo, possuam
semântica. Depois de dizer as 3 palavras, peça ao
radicais diferentes. Por exemplo: boi e vaca contam
paciente que as repita. A pontuação é baseada na
como dois animais; gato e gata contam apenas como um
primeira repetição. Repita as 3 palavras até o paciente
ser capaz de repeti-las, ou até completar 6 tentativas ➔ A classe do animal vale como nome se não houver
(incluindo a inicial). Anote o número de tentativas, se outros nomes da mesma classe. Por exemplo: caso fale
superior a 1. Avise ao paciente que ele deve memorizar, baiacu e peixe palhaço, apenas contará como um animal
porque você perguntará novamente.

➔ Na etapa de avaliação de atenção e cálculo, se o


paciente errar, aguarde um momento sem dizer nada,

ISADORA OLIVEIRA MONTE 15


TESTE DO RELÓGIO

➔ Avaliação da função executiva (abstração,


planejamento), atenção, memória, capacidade
visuoespacial

➔ Dê uma folha de papel em branco e peça para o paciente


desenhar o mostrador de um relógio com todos os
➔ Interpretação
números e os ponteiros marcando 2h45min. Esse
• 0-5: normal
horário, além de avaliar a abstração (raciocínio de que
deve-se multiplicar os minutos por 5), é possível fazer • 6-10: depressão leve

uma análise mais rigorosa da percepção do paciente que • 11-15: depressão severa
o ponteiro das horas estará mais próximo do 3, em ➔ O diagnóstico de depressão é clínico através de
virtude de faltar pouco tempo para mudar o ponteiro entrevista baseada em protocolos psiquiátricos de
para o número 3 síndromes que definem um determinado transtorno
➔ É importante não deixar o paciente olhar para relógios mental. -> MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE
TRANSTORNOS MENTAIS – DSM-5
➔ O diagnóstico de depressão é feito no caso de
ocorrência de cinco ou mais determinados sintomas,
com comprometimento funcional, durante o período
mínimo de duas semanas, sendo pelo menos um dos
sintomas humor deprimido ou perda de
interesse/prazer. Os demais sintomas são: perda ou
ganho de peso; insônia ou excesso de sono; agitação ou
retardo psicomotor; fadiga ou perda de energia;
sentimento de inutilidade ou culpa excessiva;
comprometimento cognitivo por declínio atencional;
pensamento de morte recorrente ou ideias suicidas.
➔ Demência e depressão estão inter-relacionados, visto
que a depressão pode, muitas vezes, levar a quadros
clínicos diagnosticados como síndromes demenciais, e
os casos de demência geralmente cursam com
➔ Interpretação:
sintomas de depressão. Relativamente ao
• Escores de 9-10 representam um funcionamento comprometimento nas atividades de vida diária
(AVDs), verifica-se uma tendência crescente na
normal. Escores de 7-8 são considerados limítrofes, proporção de deprimidos à medida que os idosos se
determinando necessidade de reavaliação e podem tornam mais dependentes fisicamente.
ser explicados por contexto cultural ou social.
Escores de 6 ou menos representam QUESTIONÁRIO DE PFEFER

comprometimento cognitivo ➔ É uma escala de 11 questões aplicada ao acompanhante


ESCALA DE DEPRESSÃO DO IDOSO ou cuidador da pessoa idosa discorrendo sobre a
capacidade desse em desempenhar determinadas
➔ Questionário de 15 perguntas com respostas objetivas a
funções. As respostas seguem um padrão: sim é capaz
respeito de como a pessoa tem se sentido na última
(0); nunca o fez, mas poderia fazer agora (0); com
semana
alguma diculdade, mas faz (1); nunca fez e teria di-
culdade agora (1); necessita de ajuda (2); não é capaz
(3). A pontuação de seis ou mais sugere maior
dependência. A pontuação máxima é igual a 33 pontos.

ISADORA OLIVEIRA MONTE 16


➔ quanto mais elevado o escore maior a dependência de
assistência.

➔ escores ≥6 associados aos outros testes de função


cognitiva alterados sugerem encaminhamento para
avaliação neuropsicológica específica.

1. (PESSOA IDOSA) é capaz de cuidar do seu próprio


dinheiro?

2. (PESSOA IDOSA) é capaz de fazer as compras sozinho


(por exemplo de comida e roupa)?

3. (PESSOA IDOSA) é capaz de esquentar água para café ou


chá e apagar o fogo?

4. (PESSOA IDOSA) é capaz de preparar comida?


5. (PESSOA IDOSA) é capaz de manter-se a par dos
acontecimentos e do que se passa na vizinhança?

6. (PESSOA IDOSA) é capaz de prestar atenção, entender e


discutir um programa de rádio, televisão ou um artigo
do jornal?

7. (PESSOA IDOSA) é capaz de lembrar de compromissos e


acontecimentos familiares?

8. (PESSOA IDOSA) é capaz de cuidar de seus próprios


medicamentos?

9. (PESSOA IDOSA) é capaz de andar pela vizinhança e


encontrar o caminho de volta para casa?

10. (PESSOA IDOSA) é capaz de cumprimentar seus amigos


adequadamente?

11. (PESSOA IDOSA) é capaz de ficar sozinho (a) em casa sem


problemas?

ÍNDICE DE BARTHEL

➔ Avaliação da independência funcional e mobilidade

➔ Interpretação:

• < 20 pontos: dependência total

ISADORA OLIVEIRA MONTE 17


• 20 a 35 pontos: dependência grave;

• 40 a 55 pontos: dependência moderada;

• 60 a 95 pontos: dependência leve.

• 100 pontos: independente

ISADORA OLIVEIRA MONTE 18


COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS ➔ Evitar interrupções na conversa. Caso esteja esperando
uma ligação para confirmar a má notícia, avise e se
➔ As más noticias podem ser definidas como “qualquer
desculpe previamente com o paciente.
informação que afete negativamente e seriamente a
visão de um indivíduo sobre seu futuro” ➔ É importante que o médico também adeque sua
postura, se planeje, domine o que vai falar, conheça o
➔ Um plano para determinar os valores do paciente, seus
caso e esteja emocionalmente estável.
desejos de participação na tomada de decisões e uma
estratégia para lidar com sua angústia quando as más ➔ Pode-se perguntar como o paciente vem se sentindo, se

notícias são divulgadas podem aumentar a confiança do houve melhoras ou pioras dos sintomas

médico na tarefa de divulgar informações médicas P – PERCEPTION


desfavoráveis.
➔ Antes de dar o diagnóstico, o médico deve avaliar a
➔ Utilização do protocolo spikes percepção do doente ou sua família acerca do processo
do adoecimento. Quanto mais distante da realidade,
mais difícil será.

➔ Pode-se perguntar o que já foi dito ao paciente sobre sua


situação, se ele sabe a razão que levou a solicitar os
exames, se chegou a olhar os exames, se sabe o que
pode ter, se conhece alguém que já passou pelo mesmo,
se pesquisou na internet o que sentia

➔ Com base nas respostas, já pode corrigir desinformações


e moldar a má noticia

I – INVITATION

➔ Saber o quanto de informações o paciente quer saber


sobre o diagnóstico, prognóstico e detalhes da doença
FASES DO LUTO ➔ A exceção a essa etapa é em casos de doenças
infectocontagiosas, que sempre deve-se contar o
➔ Negação: “esse exame está errado”
quadro inteiro
➔ Raiva: “porque isso está acontecendo comigo?”
➔ Deve-se perguntar ao paciente se ele quer saber
➔ Barganha: “vou fazer uma promessa e isso vai passar”
totalmente o que tem, se quer saber em partes, se não
➔ Depressão: “só me resta esperar morrer?” quer saber de nada ou se quer que comunique a outra
➔ Aceitação pessoa

S- SETTING UP ➔ Pode-se perguntar como o paciente deseja que as


informações do teste sejam fornecidas; se ele quer uma
➔ Preparação de um local propicio para a conversa (sem
explicação mais breve, se atentando mais aos detalhes
distrações, com privacidade e conforto para o paciente;
terapêuticos
é interessante ter água e lenços para oferecer). Pode-se
K – KNOWLEDGE
envolver familiares, para que fique mais agradável para
o paciente ➔ A hora do “diagnóstico”
➔ Ao se sentar, é interessante tentar que não tenha ➔ Avisar o paciente que tem noticias ruins pode amenizar
barreiras entre o médico e o paciente. Deve-se mnter o impacto. Pode-se usar frases como “infelizmente
contato visual e/ou tocar o paciente, a fim de tenho más notícias para contar “ ou “lamento informar”
estabelecer um relacionamento
➔ Deve-se passar a informação de forma clara, simples e
na linguagem do paciente, evitando utilizar termos
difíceis e praticar autoenforcamento

ISADORA OLIVEIRA MONTE 19


➔ Correlacionar o quadro clínico com os exames passa ➔ Antes de discutir um plano de tratamento, é importante
maior credibilidade e “puxa” o diagnóstico para o perguntar ao paciente se ele se sente pronto para
médico, não para os exames começar a discussão naquele momento

➔ Após dar o diagnóstico, questione se o paciente está ➔ Compartilhar responsabilidades na tomada de decisões
preparado para continuar com o paciente

E – EMOTIONS ➔ Reafimar a importância das relações familiares e crenças


religiosas nesse período
➔ Responder às emoções do paciente
➔ Questionar o entendimento do novo cenário
➔ Oferecer resposta empática
➔ Marcar retorno e se mostrar à disposição
➔ Primeiro, observar as emoções do peciente, depois
identificar a emoção, o motivo, depois fazer uma ➔ Perguntar se tem dúvidas e acompanhar até a porta

declaração de conexão

➔ Até a emoção ser eliminada, será difícil continuar


discutindo outras questões. Caso a emoção não evolua
para aceitação, é útil continuar dando respostas
empáticas ate o paciente se acalmar

➔ Pode-se utilizar a ferramenta NERSE

• N- nomear: vejo que está sentindo ... (nomear


sentimento)

• E- entender: e é compreensível que fique assim/tem


razão por estar assim/acho que todos podem ter
essa mesma reação

• R- respeitar: eu respeito seu sentimento/é preciso


coragem para enfrentar o que está acontecendo
com você

• S- suporte: gostaria que você soubesse que estou ao


seu lado e, junto, faremos de tudo para reverter isso

• E- explorar: você pode sentir necessidade de


aprofundar mais nos sentimentos, e, qualquer coisa
que você precise, estarei aqui xxx dias, pode me
procurar a qualquer momento.

➔ O único sentimento que não deve ser acolhido é a culpa,


pois o paciente pode acabar se autossabotando. Pode-
se falar: vejo que se sente culpado, mas essa culpa não
é verdadeira, essa doença não veio para te penalizar, ela
possui múltiplos fatores que podem originá-la.

➔ Evitar utilizar frases como “fique tranquilo”, “tenha


calma”

S- SUMMARY AND STRATEGY

➔ Resumo, retorno, sumário, opções terapêuticas

➔ Perguntar se o paciente precisa de ajuda pra voltar pra


casa

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