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Reações adversas a

medicamentos
Karen Lorrane Maria Antunes Rabelo
Conceito
OMS: “Qualquer efeito não terapêutico decorrente do uso de um fármaco nas doses
habitualmente empregadas para prevenção, diagnóstico ou tratamento de doenças.”
São classificadas em previsíveis ou imprevisíveis.
OMS define como hipersensibilidade qualquer reação iniciada por um estímulo
definido e que possa ser reproduzida.
Assim, as reações de hipersensibilidade às drogas podem ser divididas em:
Alérgicas ou imunológicas
Não alérgicas ou não imunológicas
Reação adversa à droga
Imediatas: até 1 hora após a administração do fármaco;
Não imediatas: após 1 hora da administração do fármaco.
Epidemiologia
•15 a 30% dos pacientes internados.
•São importante causa de óbito.
•5% dos pacientes ambulatoriais.
•De todas as reações, 10 a 15% são de hipersensibilidade.
•São menos frequentes nas crianças devido a imaturidade imunológica e ausência de
exposição prévia.
•Antibióticos e AINEs.
Fisiopatologia
•Ativação do sistema imune por vários mecanismos:
-Ativação direta: medicamentos de alto peso molecular, como insulina, hormônios e
estreptoquinase
-Medicamentos funcionando como haptenos ou pró haptenos
Desencadeando reações de hipersensibilidade.
•Ligação direta ao receptor do linfócito T ou ao MHC desencadeando resposta imune
sem necessidade de apresentação de antígenos.
•Reação não imunológica – fármacos que provocam degranulação direta dos
mastócitos e basófilos.
Mecanismos imunológicos
Manifestações clínicas
Quadro clínico muito variado, podendo simular diversas condições.
As manifestações cutâneas são as mais comuns, aparecendo de forma isolada ou
associada a manifestações sistêmicas.
Penicilinas (ampicilina e
amoxicilina)
Erupções exantemáticas Sulfonamidas
Anticonvulsivantes
Cefalosporinas
Manifestação cutânea mais frequente. Alopurinol
Mediada por células (tipo IV).
Aparece de 7 a 14 dias de tratamento ou após o uso.
Erupção eritematosa maculopapular de distribuição simétrica, geralmente
pruriginosas.
Principalmente no tronco e áreas de pressão.
Diagnóstico diferencial: erupções virais (EBV,enterovírus, herpesvirus 6).
Urticária e angioedema
Urticas em 50% dos casos associadas a angioedema.
Alguns minutos ou poucas horas após a administração do medicamento.

AINEs (não IgE)


Penicilinas
Cefalosporinas
Sulfonamidas
Contraste iodado
Anestésicos
IECA
AINE (sem part. IgE)
Anafilaxia Antibióticos
Relaxantes musculares
Junto com os alimentos e venenos de insetos, as drogas estão entre as principais
causas de anafilaxia.
Drogas são maiores responsáveis por óbitos.
Poucos minutos após o contato.
Edema de laringe e glote, broncoespasmo, náuseas, vômitos, prurido cutâneo,
hipotensão, dispneia, sibilância e perda de consciência.
Eritema pigmentar fixo
Uma ou poucas placas eritematosas, edemaciadas, arredondadas e bem delimitadas,
por vezes com bolha no centro.
Com o passar dos dias a lesão involui e deixa lesão residual acastanhada, que pode
ser reativada após nova exposição.
Qualquer parte do corpo e envolver mucosas (lábios e genitais).

Fenolftaleína
Tetraciclinas
Sulfonamidas
Fenobarbital
Carbamazepina
AINE
Dipirona
Eczema de contato Penicilina
Anestésicos locais

Erupção eritematovesiculosa, pruriginosa, circunscrita à área de contato do remédio.


Hipersensibilidade tipo IV
Avaliar morfotopografia
•Erupção medicamentosa simétrica exantemática intertriginosa e flexural (síndrome
do babuíno): ocorre em pacientes previamente sensibilizados ao níquel. Acomete
axilas, cotovelos, pálpebras e laterais do pescoço, com lesões anogenitais muito
eritematosas.
Antibióticos betalactâmicos (amoxicilina); paracetamol; quinolonas; claritromicina;
omeprazol.
Fotodermatites
Erupções eritematosas, eritematopapulosas e vesicobolhosas em áreas expostas ao
sol.
Medicamentos ativos fotoquimicamente e capazes de absorver luz.

Doxiciclina
Quinolona
Tiazídico
Erupção acneiforme
Aparecimento súbito de inúmeras pápulas e pústulas, distribuídas pela face, ombros e
tórax superior.
Pode ter acometimento de áreas atípicas para acne vulgar.
Sem comedões.

Corticoides
Anabolizantes
Anticoncepcionais
Lítio
Vasculites
Comprometimento da parede dos vasos por processo de hipersensibilidade tipo III.
Médios e pequenos vasos.
7 a 21 dias após início da medicação.
Pápulas purpúricas, principalmente nos membros inferiores.
Pode evoluir com bolhas, nódulos, ulceração e necrose.

Penicilinas
Sulfonamida
s
Penicilina

Doença do soro Imunossoros


AINE

Principalmente em crianças.
Caracteriza-se por lesões urticariformes, artralgia, febre, mal estar e linfadenopatia
generalizada.
Hipersensibilidade por imunocomplexos.
1 a 3 semanas após exposição.
Eritrodermia esfoliativa
Erupção acometendo mais de 75% do tegumento.
Lesões eritematoescamosas com prurido intenso e descamação abundante.

Sulfonamidas
Alopurinol
Antibióticos beta
lactâmicos
AINE
Diagnóstico
História clínica e exame físico.
Avaliação das medicações em uso. Uso antecedente de medicações.
Estabelecer cronologia. Correlacionar com manifestações clínicas.
Afastar quadro grave.
Diagnóstico etiológico
Anamnese e exame físico.
Testes in vivo e in vitro.
• IgE específica (penicilina, ampicilina, amoxicilina, insulina e látex).
• Testes cutâneos (teste de puntura, intradérmico e de contato).
• Testes de provocação
Tratamento
Eliminação de drogas suspeitas.
Avaliar o quadro.
Reações imediatas mais brandas – anti histamínicos
Reações graves – anafilaxia: suporte, adrenalina, anti histamínicos, corticoide.
Reações tardias – corticoide tópico ou sistêmico.
Profilaxia
Dessensibilização
Obrigada!
Referências
Tratado de Clínica Médica – FMUSP, 2016.
Dermatologia- Azulay, 2017
Dermatologia – Bolognia, 2018
Reaçõ es de hipersensibilidade a medicamentos - Rev. bras. alerg. imunopatol.
2009

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