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PROMOÇÃO DA SAÚDE E

PREVENÇÃO DE
COMPORTAMENTOS DE RISCO

ARSDOP (ASSOCIAÇÃO DE REABILITAÇÃO E


DESINSTITUCIONALIZAÇÃO DE DOENTES PSIQUIÁTRICOS)

Estagiária de Psicologia: Patrícia Alexandra Pires de Matos


PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO
DE COMPORTAMENTOS DE RISCO
O OBJECTIVO DESTE PROGRAMA DE
INTERVENÇÃO É O DE SENSIBILIZAR OS
INDIVÍDUOS PARA O RISCO DA SIDA;
ESTE PROGRAMA TEM COMO OBJECTIVO DE
AUMENTAR O USO DO PRESERVATIVO;
TEM COMO OBJECTIVO VERIFICAR OS
CONHECIMENTOS QUE OS INDIVÍDUOS
PORTADORES DE DOENÇA MENTAL TEM
ACERCA DE COMPORTAMENTOS DE RISCO;
É UMA INTERVENÇÃO COM O OBJECTIVO DE
PREVENÇÃO.

2 ARSDOP
PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO
DE COMPORTAMENTOS DE RISCO

 É UMA SESSÃO COM DURAÇÃO DE 90 MINUTOS,


CONSTITUÍDA POR UMA EQUIPA DE TÉCNICOS, 1
PSICÓLOGO E UMA ESTAGIÁRIA DE PSICOLOGIA;
COM OBJECTIVO DE ESCLARECER
PORMENORIZADAMENTE O VÍRUS DO VIH;
 É UMA SESSÃO DE CARÁCTER PSICOEDUCATIVO;

 ESTA SESSÃO É PARA SER APRESENTADA NA


INSTITUIÇÃO ARSDOP, É UMA DISCIPLINA DE
CARÁCTER CÍVICO E ONDE DIVERSOS TEMAS
PODEM SER ABORDADOS, COMO ESTE.

3 ARSDOP
PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO
DE COMPORTAMENTOS DE RISCO
Este programa destina-se a ser apresentado na Arsdop,
aos formandos que frequentam os cursos de formação
de Artes Gráficas, Informática, e Cozinha a partir dos
21 anos, a faixa etária escolhida para apresentar este
programa;
Tem a finalidade de passar a informação, a este tipo de
população alvo, determinados comportamentos de
risco;
Foi escolhido a pensar nos indivíduos com perturbação
de doença mental que pensem em iniciar/manter uma
actividade sexual.
4 ARSDOP
PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DE
COMPORTAMENTOS DE RISCO

COMPORTAMENTOS DE RISCO
ASSOCIADOS AO HIV

5 ARSDOP
Comportamentos de Risco

O Risco é bom quando constitui um desafio a nós


próprios e do qual podemos sair vitoriosos;

Permite-nos adquirir novas capacidades e


conhecimentos sobre diversas situações.

6 ARSDOP
Comportamentos de Risco

O Risco é inútil se:


Não tiver sentido;
For gratuito/fortuito;
E quando:
Nos leva a perder as capacidades;
Nos faz perder a qualidade de vida.

7 ARSDOP
Comportamentos de Risco

Surge o jovem/adulto que:

Joga com a própria vida;


Torna-o uma ética de vida;
Torna-o numa aventura.

8 ARSDOP
Comportamentos de Risco
Procura-se o culto do risco
Vive-se no limite;
Vive-se no fio da navalha;

Originando comportamentos de risco.

(os riscos são profundamente conhecidos e


amplamente divulgados)

9 ARSDOP
Comportamentos de Risco

No caso do adicto:

O consumo torna-se um teste ao limite, é


vivido e interiorizado como um jogo em
que os actores (consumidores e
substâncias) disputam entre si.

10 ARDSOP
Comportamentos de Risco
O jovem/adulto quer ver quem é mais forte:

Ele ou a heroína

“queria saber até que ponto conseguia aguentar e


controlar, joguei, joguei… e perdi”

A droga é uma teia de aranha, começa por ser um


fio mas acaba por nos enrodilhar mortalmente.

11 ARSDOP
Comportamentos de Risco

 Será que os jovens têm


consciência dos riscos a que
se expõem quando iniciam a
sua viagem pelo mundo das
Drogas?
 Será que sabem quais os
outros riscos a que estão
expostos quando têm
comportamentos de risco
(SIDA, DTS’s,…)?

12 ARSDOP
Comportamentos de Risco

Muitas pessoas, jovens e adultos, pensam que


as consequências dos comportamentos de risco,
continuam a ser uma realidade distante, algo que
só acontece aos outros.

(Até lá a SIDA e … continuam a ser a riqueza dos


pobres e incultos.)

13 ARSDOP
Comportamentos de Risco

14 ARSDOP
Comportamentos de Risco
Como começou:
Início da década 80;
EUA (jovens homossexuais);
Infecções e Tumores oportunistas;
Deficiências Imunitárias;
Peste dos 3 H’s:
Homossexuais – Hemofílicos – Haitianos

Criou-se o conceito de Grupos de Risco

15 ARSDOP
Comportamentos de Risco

 Evolução Histórica da SIDA:


1. Fase em que a SIDA foi associada a
grupos de risco;
2. Fase de pânico e discriminação;
3. Fase de reacção e resposta: Social,
Económica, Política e Cultural.

16 ARSDOP
Comportamentos de Risco

A SIDA passou a ser uma doença complexa, de


causa viral, associada não a grupos, mas sim a
comportamentos e situações sócio-económicas
de risco.

Não se “apanha” SIDA pelo que se é, mas sim


por aquilo que se faz!

17 ARSDOP
Comportamentos de Risco
O que é?
É uma doença causada pela destruição do sistema
imunológico, por um vírus.
O que significa SIDA
Grupo de manifestações (sintomas) que caracterizam
Síndrome: uma doença

Imuno Colapso importante do sistema imunológico

Deficiência Anomalia

Não é hereditária; deve-se a um vírus (adquirida)


Adquirida contraído pelo doente durante a sua vida

18 ARDSOP
Comportamentos de Risco
Qual o vírus que provoca a SIDA?

A SIDA é causada por um vírus:


HIV1
HIV2
 A pandemia de SIDA é sobretudo causada pelo HIV1;
 O HIV2 encontra-se principalmente em certos países da
África Ocidental.

19 ARSDOP
Comportamentos de Risco

O HIV2 é similar ao HIV1 na sua morfologia, na


interacção com o receptor celular CD4, no efeito
citopático e no meio de transmissão e na
capacidade de provocar SIDA.
Do ponto de vista clínico, o HIV2 parece ter uma
progressão ligeiramente mais lenta para a SIDA.

20 ARSDOP
Comportamentos de Risco
 O seu Genoma
apresenta algumas
diferenças:
Existem proteínas
específicas de cada
um e proteínas que
são comuns aos dois
tipos (daí a
possibilidade de
reacções cruzadas nos
testes serológicos, que
não indicam
necessariamente dupla
infecção).

21 ARSDOP
Comportamentos de Risco
 Mas o nosso organismo há uma primeira linha de
defesa contra os invasores:
Defesas naturais;
Secreções;
Fagócitos (fagocitose);
Basófilos (sistema inflamatório);
Células Assassinas Naturais;
Sistema Molecular de Amplificação Biológica;
Proteína da Fase Aguda.

22 ARSDOP
Comportamentos de Risco
Quando um microorganismo entra e se multiplica
no nosso organismo, surge a INFECÇÃO ;

Quando a infecção provoca alterações nas


células e consequentemente perturbações do
funcionamento do nosso organismo surge a
DOENÇA.

ARSDOP
23
Comportamentos de Risco

Quando um microorganismo invade o organismo,


ele é “reconhecido” pelos Linfócitos T4, que tocam
um alarme e recrutam os Linfócitos B e os T para a
batalha. Os Linfócitos T atacam directamente os
invasores. Os Linfócitos B atacam através de uma
substância química chamada anticorpos, que
cercam o microorganismo e destroem-no.

24 ARSDOP
Comportamentos de Risco
 Cada anticorpo é especifico
para cada microorganismo. A
sua presença no organismo
indica que o individuo já
esteve em contacto com esse
determinado microrganismo.
 O vírus da SIDA é temível
porque ataca o próprio centro
do sistema imunológico, os
Linfócitos T4, paralisando-os
antes que se possam
organizar para combater a
infecção.

25 ARSDOP
Comportamentos de Risco

A “tragédia” é que o VIH infecta os mais


importantes Linfócitos (CD4) utilizando-os para
fabricar diariamente milhões de novos vírus, que
vão infectar “de novos” milhões de Linfócitos
(CD4) e assim sucessivamente, durante anos até
à destruição total do Sistema Imunitário durando
esta etapa 8 a 10 anos.

26 ARSDOP
Comportamentos de Risco
Sintomatologia
 Síndrome Retroviral Aguda (SRA)
Três a seis semanas após infecção primária surge:
 Febre;
 Tremores;
 Artralgias;
 Mialgias;
 Cólicas abdominais;
 Diarreias.

Geralmente têm resolução espontânea passando a


Fase Lactente

27 ARSDOP
Comportamentos de Risco
Infecção Assintomática

Varia entre o tempo da infecção e o


desenvolvimento da doença podendo este
período ir até aos 10 anos.

O Vírus vai progredindo originando a diminuição


dos Linfócitos Tcd4.

28 ARSDOP
Comportamentos de Risco
 Adenopatia Generalizada Persistente
Adenopatias palpáveis em dois ou mais locais que se
mantêm durante longos períodos (+/-) três meses
sem explicação a não ser a infecção pelo HIV.

Surgem então:
Febres persistentes (+1mês);
Perda de peso (+10%);
Diarreias (+1 mês);

29 ARSDOP
Comportamentos de Risco
 Doenças neurológicas;
 Encefalopatias;
 Meningites;
 Mielopatias;
 Neuropatias periféricas.

 Infecções Secundárias:
 Cândida Albican (oro/nasofaringeo);
 Toxoplasmose (lesões intracerebrais);
 Herpes (lesões muco/cutâneas);
 Diarreias (cryptosporidium);
 Pneumonia (pneumocystis);
 TP.

 Tumores:
 Sarcoma de Kaposi (cutâneo);
 Neoplasia Linfoide (medula óssea).

30 ARSDOP
Comportamentos de Risco

O teste
 O Diagnóstico Laboral inclui:

1. Determinação de Anticorpos Anti HIV;


2. Determinação de antigénios;
3. Quantificação da Virémia.

31 ARSDOP
Comportamentos de Risco

O primeiro a ser pedido é o teste de triagem:


O teste mais vulgar é denominado técnica “ELISA”
que detecta eventual presença de anticorpos. É
rápida e sensível podendo contudo dar falsos
positivos (reage com outras proteínas);
Pode também dar falsos negativos (janela
imunológica).

32 ARSDOP
Comportamentos de Risco

O teste confirmatório é o
WESTERN BLOTT, pois
detecta anticorpos
perante inúmeras
proteínas e
glicoproteínas do vírus
da SIDA. Tem a
vantagem de permitir
distinguir o HIV1 do
HIV2.

33 ARSDOP
Comportamentos de Risco

 Outros testes mais actuais:


 O Antigénio p24, utiliza a técnica “ELISA”. Tem
interesse na primoinfecção antes do aparecimento dos
anticorpos Anti-HIV .

34 ARSDOP
Comportamentos de Risco
PCR do HIV (reacção de polimerização em
cadeia). É uma reacção enzimática que consiste na
amplificação do DNA alvo (Vírus neste caso) em
um milhão de vezes a partir de uma única cópia de
DNA (ou RNA) e hibridação do produto amplificado
para detecção final.
 Permite detectar muito precocemente qualquer agente
patogénico;
 O seu inconveniente é o preço.

35 ARSDOP
Comportamentos de Risco

 Carga Víral do HIV (só para HIV1)


 É um teste baseado na técnica do PCR
que permite saber a quantidade de
partículas virais que circulam no sangue
(virémia);
 É um dado precioso para avaliar a
evolução da doença e o efeito da terapia
(dado importante para o clínico decidir o
início ou a mudança de terapêutica);

36 ARSDOP
Comportamentos de Risco
Carga Víral do HIV (cont.)
Requisita-se nas seguintes circunstâncias:
 Na Primeira avaliação de um doente infectado;
 Todos 3 a 6 Meses, juntamente com a contagem de linfócitos
CD4;
 3 a 4 semanas após o início ou a mudança de terapêutica.

37 ARSDOP
Comportamentos de Risco
TRATAMENTO
Quando iniciar o tratamento?
Fármacos a utilizar?
Quando mudar de fármaco?
Profilaxia da transmissão vertical.
Profilaxia pós exposição ao HIV
(acidente de trabalho).

38 ARSDOP
Comportamentos de Risco

Quando iniciar o tratamento?


Contagem das células CD4
Células Estado Imunitário
>500 células/mm Satisfatório
(500 a 200) células/mm Médio
<200 células/mm Fraco

Carga Víral
Partículas Estado da Infecção
<5000 partículas/ml Baixo
(5000 a 30000) partículas/ml Médio
(30000 a 50000) partículas/ml Elevado
>50000 partículas/ml Muito Elevado

39 ARSDOP
Comportamentos de Risco

Fármacos a utilizar

Os mais utilizados são:


AZT (Zidovudina) Retrovir
ddl (Didanozina) Videx
ddC (Zalcitabina) Hivid
d4T (stavudina) Zerit
3TC (lamivudina) Epivir

40 ARSDOP
Comportamentos de Risco
Fármacos a utilizar (cont.)
Combinações:
Inibidores da Transcriptase
(impedem a replicação do vírus, originando um aumento das
células CD4)
AZT + 3TC + ddl
AZT + ddC
Inibidores da Protease Comportamentos de Risco
Sida se
(inibem a infecção de outra células)
AZT + 3TC

41 ARSDOP
Comportamentos de Risco

Quando mudar de Fármaco


 A mudança ocorre em geral devido à falência de
um tratamento:
 Os valores da carga viral não diminuem;
 Toxicidade do fármaco;
 Intolerância ao fármaco, por parte do doente.

42 ARSDOP
Comportamentos de Risco

Profilaxia da transmissão vertical


A terapêutica com Zidovudina (AZT) à grávida
antepartum e intrapartum, bem como ao recém nascido,
durante um período de 6 semanas reduz a transmissão
em aproximadamente dois terços (24,9% a 7,8%).

43 ARDSOP
Comportamentos de Risco

Profilaxia Pós-Exposição
O benefício é obtido quando o tratamento é instituído nas
primeiras horas após exposição ao HIV (uma a quatro
horas);
A probabilidade de êxito 72 horas após exposição ao vírus
é discutível;
Sempre que possível devem ser instituídos, pelo menos
dois fármacos, durante um período de pelo menos 4
semanas;
Cada hospital deve ter o seu esquema terapêutico e
acesso facilitado para a obtenção dos medicamentos.
será assim!!!!

44 ARSDOP
Comportamentos de Risco
Estatística
Desconhecido, 3,70%
Toxicodependente, 38,10%
Mãe/Filho, 1,20%
Homo/Toxico, 1,30%
Hemofílicos, 1,30%

Transfusionados, 2,60%

Heterossexuais, 26,40%

Percentagem de Contaminados
(fonte CVEDT 31/05/02)
Homo/Bissexual, 25,40%

45 ARSDOP
Comportamentos de Risco

46 ARSDOP
Comportamentos de Risco

47 ARSDOP
Comportamentos de Risco

48 ARSDOP
Comportamentos de Risco

49 ARSDOP
Comportamentos de Risco

50 ARSDOP
Comportamentos de Risco

Fonte:
Reuters/ Público

51 ARSDOP Set/03
Comportamentos de Risco

Fonte:
Reuters/Público
Set/03

52 ARSDOP
Comportamentos de Risco
Sida
Três via de Transmissão:
Via sexual;
Via perinatal ou materno infantil;
Via sanguínea ou parentérica.

53 ARSDOP
Comportamentos de Risco

Faculdade de Psicologia, Universidade de


54 Coimbra
Comportamentos de Risco
Situações de Risco:
Pobreza socioeconómica,
cultural e educacional;
Alcoolismo;
Toxicodependência;
Prisões e presos;
Prostituição;
DST.

55 ASRDOP
Comportamentos de Risco
Os jovens face à SIDA.

As mulheres face à SIDA.

56 ARSDOP
Comportamentos de Risco

Prevenção
A única saída possível para reduzir o numero de
infecções é a Prevenção, se for correctamente
programada e realizada, tendo em atenção os
diferentes alvos a que se destinam (indivíduos,
grupos, sociedade).

57 ARDSOP
Comportamentos de Risco
Prevenção de novas infecções:
-Modificação comportamental é a única saída;
Redução dos efeitos negativos da epidemia:
-Comportamento responsável a todos os indivíduos;
-Criar unidades de apoio a infectados sem sintomas;
-Prestar bons cuidados aos doentes;
-Reduzir a mortalidade e morbilidade;
Promoção da solidariedade:
-Sentimento mutuo, responsabilidade/envolvimento.

58 ARSDOP
Comportamentos de Risco

Faculdade de Psicologia, Universidade de


59 Coimbra
Comportamentos de Risco

60 ARSDOP
Comportamentos de Risco
“A SIDA é uma besta.

Um animal cruel que se esconde atrás da nossa indiferença, e


que ataca feroz, implacável, quando te sussurro a palavra:
“Amo-te!”

Encosto os meus lábios na tua pele molhada, quente, sequiosa


de mim. Vou ser teu. Irás ser minha.

Desenrolo um preservativo que me ajudas a colocar. Abraço-te


e penetro em ti. Lentamente, agora sim, grito “Amo-te!”.
Porque amar-te é proteger-te, saber que te preocupas
comigo, e o orgasmo é a eterna vontade de recomeçar.”

61 ARSDOP

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