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AGENTE ETIOLÓGICO
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
O HIV (vírus da imunodeficiência humana) é membro da
família dos retrovírus. Você lembra o que isso significa?
Basicamente, que seu material genético, em vez de ser uma
molécula de DNA, é composto por RNA.
Agente etiológico
Ciclo
História natural
Figura 1. HIV – estrutura do vírus.
➤ Infecção aguda: intensa replicação viral, queda Juntamente ao RNA, o HIV traz sua própria caixa de
importante do CD4 e a síndrome retroviral aguda (febre, ferramentas replicativas, composta de três enzimas –
adenopatia, rash cutâneo, mialgias e faringite). Em torno transcriptase reversa, integrase e protease.
de 4-10 semanas, os pacientes "soroconvertem".
resultado, ao longo dos anos, é a queda progressiva na linfadenomegalia, comprometendo principalmente as cadeias
cervicais anterior e posterior, submandibular, occipital e axilar
contagem de células CD4. Sem o maestro da resposta imune, o
– ou seja, pode simular quadro de mononucleose infecciosa.
hospedeiro passa a desenvolver infecções e neoplasias que
Ocorrem, ainda, esplenomegalia, letargia, astenia, anorexia e
jamais teria se não fosse a ação do vírus, surgindo então a
depressão.
síndrome de imunodeficiência adquirida (aids).
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Veja essas categorias clínicas com mais detalhes na Tabela 1.
➤ Meningite bacteriana, pneumonia, sepse (único episódio); ➤ Síndrome da emaciação (wasting syndrome);
➤ Candidíase oral persistente por mais de dois meses; ➤ Sepse recorrente por bactérias do gênero Salmonella (não
tifoide).
➤ Miocardiopatia, nefropatia, hepatite;
➤ Toxoplasmose (começo até o primeiro mês de vida); Importância: principal doença oportunista em crianças
HIV+.
➤ Nocardiose;
Epidemiologia: pico de incidência entre 3-6 meses,
➤ Varicela disseminada ou crônica;
geralmente em crianças sem diagnóstico prévio da infecção
➤ Tuberculose pulmonar. pelo HIV. A mortalidade é máxima em pacientes menores
de um ano.
C Manifestações clínicas: classicamente, se apresenta com
febre alta, de início agudo, acompanhada por taquidispneia
Sinais e sintomas graves – crianças com doenças definidoras e hipoxemia. Algumas crianças podem ter início mais
de imunodeficiência: indolente de hipoxemia antes de outras manifestações
clínicas ou radiográficas.
➤ Infecções bacterianas graves, múltiplas ou recorrentes
(sepse, pneumonia, meningites, infecções osteoarticulares, Laboratório: além da hipoxemia, pode-se observar
abscessos de órgãos internos), pelo menos dois episódios importante aumento da lactato desidrogenase (LDH).
em dois anos;
grandes o suficiente para ser identificadas nas radiografias, detectem o material genético do vírus, como a
mas, na maior parte das vezes, apenas são vistas na quantificação da Carga Viral (CV). Quando disponível, o
tomografia computadorizada. Essas bolhas, que predominam teste qualitativo para detecção do material genético do
nos ápices, podem romper-se, sendo o pneumotórax vírus poderá ser realizado (DNA proviral). Sempre que o
complicação possível nesses pacientes. Resposta: letra C. DNA proviral for solicitado, a CV também deverá ser
realizada.
Realizado através de dois testes rápidos (TR1 e TR2) em E. Segmentos populacionais mais vulneráveis.
sequência com amostras de sangue, que podem ser obtidas por
F. Parcerias de pessoas vivendo com HIV/aids.
punção da polpa digital ou por punção venosa em tubo
contendo anticoagulante, (Fluxograma 1). G. Acidentes biológicos ocupacionais.
DEFINIÇÕES DIAGNÓSTICAS
➤ Resultado não reagente no Teste Rápido 1 (TR1): definir como
"Amostra Não Reagente para HIV" e, em caso de suspeita
mantida, coletar uma nova amostra 30 dias depois da data da
coleta da primeira.
➤ Resultado reagente no TR1: submeter amostra ao Teste Rápido
2 (TR2) e, caso os resultados sejam reagentes em ambos os
testes, definir como: "Amostra Reagente para HIV".
➤ Resultados discordantes entre TR1 e TR2: isto é, TR1 reagente e
TR2 não reagente. Nesse caso, não haverá resultado definido e
➤ Os TR realizados presencialmente não requerem a coleta de Amostras reagentes no teste de triagem e positivas no teste
uma segunda amostra para confirmar o resultado (lembre-se: molecular representam infecção pelo HIV. No entanto, uma
o objetivo aqui é ser rápido!!!). Contudo, após a confirmação amostra reagente no IE de triagem, mas negativa no teste
de "amostra reagente", o indivíduo deve ser encaminhado molecular, pode representar infecção pelo HIV-2 ou indicar
para atendimento, quando deve ser solicitada a CV. Esta, infecção em um indivíduo com carga viral abaixo do limite de
quando igual ou superior a 5.000 cópias/ml, confirma a detecção. Esta última situação pode ocorrer também em
infecção pelo HIV. Na eventualidade de a carga viral ser indivíduos em tratamento ou nos controladores de elite. O
inferior a 5.000 cópias/ml, deve-se considerar a ocorrência de diagnóstico desses indivíduos pode ser realizado com um teste
um duplo resultado falso-positivo (TR1 e TR2), recomendando- sorológico confirmatório (WB/IB/IBR).
se a realização de ensaio sorológico complementar (Western
Blot, Imunoblot ou Imunoblot Rápido).
SAIBA MAIS
FLUXOGRAMA 3
DEFINIÇÕES DIAGNÓSTICAS
Realizado através de triagem com imunoensaio de 4ª geração e
teste molecular como teste complementar/confirmatório ➤ Resultado não reagente no IE de 4ª Geração (IE4ªG): definir
(Fluxograma 3). como "Amostra Não Reagente para HIV" e, mais uma vez, em
caso de suspeita de infecção pelo HIV, coletar uma nova
É o fluxograma que permite o diagnóstico mais precoce da amostra 30 dias depois da data da coleta dessa amostra.
infecção pelo HIV. O grande trunfo dessa metodologia é que o ➤
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Resultado reagente no IE4ªG: submeter ao teste molecular. Se
carga viral detectável (no caso da utilização de ensaio
qualitativo) ou com número de cópias ≥ 5.000 cópias/ml (para
fins diagnósticos no caso da utilização de ensaio quantitativo)
terá seu resultado definido como "Amostra Reagente para
HIV". Se CV < 5.000 cópias/ml ou indetectável, o resultado não
será definido! Em caso de suspeita de infecção, a amostra
deverá ser submetida ao ensaio de Western Blot, Imunoblot ou
Imunoblot Rápido e, se reagente, só assim terá seu resultado
definido como "Amostra Reagente para HIV".
COMO INICIAR?
Neste momento, puxe da memória o que conversamos no capítulo
anterior sobre o ciclo viral e as ferramentas replicativas do HIV –
esses conceitos serão fundamentais para entender a TARV.
CARGA VIRAL ➤ A associação ABC + 3TC tem se mostrado tão ou até mais
potente do que a AZT + 3TC.
A dinâmica viral na infecção vertical pelo HIV é diferente da
observada quando a infecção se dá na criança maior, no
adolescente ou na idade adulta. Os infectados verticalmente têm TABELA 3: ESQUEMAS PREFERENCIAIS E ALTERNATIVOS
CV elevada (acima de 100.000 cópias/ml) no início da vida e seu INDICADOS PARA INÍCIO DE TRATAMENTO.
sistema imune é relativamente imaturo. O pico da CV ocorre
por volta dos dois meses de idade e frequentemente atinge
valores superiores a 1.000.000 cópias/ml, com taxas de declínio
mais lentas do que as apresentadas nas demais populações,
sendo difícil definir limites precisos para a progressão da
doença, principalmente no primeiro ano de vida.
GENOTIPAGEM VIRAL
Muito importante! A maioria das crianças com aquisição VIDEO_15_R3_PED_24
vertical do HIV tem histórico de exposição aos ARV na vida
intrauterina, perinatal e/ou pós-natal com altas taxas de
resistência transmitida, principalmente para zidovudina (AZT) e
nevirapina (NVP). A genotipagem pré-tratamento, portanto, está
COMO MONITORAR A RESPOSTA
recomendada a todas as crianças e adolescentes para definição
do melhor "combo" de ARV. Não se deve aguardar o resultado
AOS ARV?
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A resposta terapêutica aos ARV deve ser monitorada desde o Desde 2001, segundo estatísticas da Organização Mundial da
início e ao longo de todo o tratamento, tendo, como grande alvo Saúde, houve queda de mais de 50% nos casos novos de
carga viral indetectável. infecção pelo HIV na faixa etária pediátrica! Tudo isso graças
aos avanços nas pesquisas, ao melhor tratamento das gestantes
Os objetivos do monitoramento são: avaliar a adesão, com o vírus e, consequentemente, à prevenção da transmissão
tolerabilidade, efeitos adversos e afecções associadas à vertical.
síndrome de recuperação imunológica e eficácia da TARV.
Porém, a guerra ainda não está vencida – no Brasil, por
Na visita de pré-introdução da TARV, devem ser registrados os exemplo, o número de casos de transmissão vertical ainda não
dados clínicos dos usuários e todas as alterações encontradas. foi zerado, indicando que há espaço para melhora. O nosso
Essas informações serão muito importantes na avaliação da papel, enquanto pediatras, está não só no tratamento adequado
resposta à TARV nas visitas subsequentes. das crianças infectadas, mas também em empreender todos os
esforços para evitar que o recém-nascido exposto adquira o
vírus.
Recomenda-se fortemente que sejam realizadas avaliações
basais antes do início durante seguimento e antes das trocas de
ARV. A partir de agora, vamos guardar tudo que pode ser feito para
proteger o RN – até porque, deste material, a grande fonte de
questões é este capítulo.
A pesquisa de história clínica em cada visita, após o início do
esquema ARV, deve avaliar mudanças em relação ao quadro
basal, ocorrência de efeitos adversos, adesão (dificuldades para
QUADRO DE RESUMO
administrar o esquema ARV) e identificação de empecilhos para
continuar o acompanhamento planejado (p. ex.: retorno para
➤ Contraindicar terminantemente o aleitamento materno.
consultas, coleta de exames).
➤ Prescrever AZT para todo RN de mulheres infectadas pelo
Ao mesmo tempo, o aumento de apetite, o ganho pôndero- HIV, de preferência imediatamente após o nascimento (nas
estatural e a melhora de disposição/atividade podem sugerir quatro primeiras horas de vida), o qual deve ser mantido
boa resposta terapêutica logo nas primeiras visitas, e quando até o final da 4ª semana de vida.
identificados, devem ser valorizados como reforço positivo ➤ Associar a NVP ao AZT nas primeiras 48h para:
associado à efetividade e adesão ao tratamento.
1. Todo RN em que a mãe portadora do vírus HIV não
recebeu antirretrovirais na gestação, mesmo que ela
Nos usuários aderentes, com CV indetectável e com exame de
tenha recebido AZT injetável na hora do parto;
LT-CD4 normal para a idade por no mínimo dois anos, o
2. Uso de ARV na gestação, mas carga viral desconhecida
monitoramento da contagem de LT-CD4 e da CV-HIV poderá ser
ou ≥ 1.000 cópias/ml no 3º trimestre;
semestral.
3. Histórico de má adesão, mesmo com CV < 1.000
cópias/ml no 3° trimestre;
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4. Mãe com IST, especialmente sífilis;
PROFILAXIA ANTIRRETROVIRAL
ESQUEMAS DE AZT INJETÁVEL (IMPOSSIBILIDADE DE
ADMINISTRAÇÃO POR VO).
NO RN
Todos os RN expostos ao HIV devem receber profilaxia com
AZT, a ser iniciada dentro das primeiras 4h após o parto, até no
máximo 48h de vida – a indicação após esse período fica a
critério médico. Nem todos os RN recebem NVP – as indicações
são discutidas no Tabela 4 a seguir.
UFRN – HUOL
a) Iniciar AZT antes das primeiras 4 horas de vida, estimular
Gestante tem diagnóstico de portadora do vírus da o aleitamento materno o mais precoce para que haja
imunodeficiência humana (HIV) no primeiro trimestre de criação do vínculo entre mãe e bebê.
gestação, sendo iniciado imediatamente o tratamento
b) Realizar o banho imediatamente após o nascimento,
antirretroviral adequado (TARV) e mantido durante toda
iniciar a primeira dose de AZT nas primeiras 4 horas de
gestação. No entanto, não tem relato da carga viral no último
vida e nevirapina antes das primeiras 48 horas de vida.
trimestre de gestação. Foi, então, indicada a cesárea eletiva, e
a gestante recebeu AZT endovenoso no periparto, conforme c) Realizar o banho imediatamente após o nascimento,
Protocolo do Ministério da Saúde. Com relação ao RN, a iniciar a primeira dose de AZT nas primeiras 4 horas de
conduta recomendada para se diminuir os riscos de vida e nesse caso, não há indicação de iniciar nevirapina.
transmissão materno-infantil do HIV, além das medidas que
d) Não iniciar tratamento para o bebê já que a mãe não
já foram tomadas durante a gestação e parto da mãe, é:
recebeu tratamento durante a gestação.
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Após um ano de idade, a indicação desse medicamento será
orientada pela contagem de CD4, como vemos na Tabela 5 a
seguir. Veja as doses indicadas na Tabela 6.
TABELA 5:
RECOMENDAÇÕES PARA
PROFILAXIA DE P. JIROVECI
EM CRIANÇAS NASCIDAS DE
a) Amoxicilina.
b) Sulfametoxazol + trimetoprima.
c) Eritromicina.
d) Rifampicina.