Você está na página 1de 23

ESTÁGIO AMBULATORIAL

APRESENTAÇÃO CASO CLÍNICO

O IMPACTO DO TREINO DE EQUILÍBRIO ESTÁTICO E DINÂMICO NA MARCHA


DE CRIANÇA COM LÚPUS E SEQUELAS PÓS-AVC: UM RELATO DE CASO

Estagiário: Lucas Moreno


Orientador (a): Paloma Lopes

17 DE MAIO DE 2022
CACHOEIRA-BA
Introdução

Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)

LES

CUTÂNEO SISTÊMICO

(Charras, 2021)
Prevalência e Fatores de Riscos:

• Incidência -  0,36 a 2,5 para 100.000 crianças. (USA)


• Prevalência - 1,89 a 34,1 para 100.000. (EUR)
• Idade de pico - 12,6 anos.
• Sexo – Feminino.
• Etnia - Negros africanos/caribenhos.
• Fatores genéticos - Mutações genéticas ou polimorfismo.

(Massias et al. 2021)


(Hugues et al. 2019)
Descrição do Caso

QP:
Dificuldade 8 anos
para deambular

DM: AVCi
Secundário A. S. F. Feminino
ao LES

Reside:
Interior de Preta
Cachoeira -BA
ANAMNESE
• Paciente com historia da AVCi a 2 anos, com
hemiparesia em hemicorpo D, apresenta
dificuldade na marcha e subir e descer
escadas. Teve atendimento FISIO mas parou • Pai – nega antecedentes p.
por conta da pandemia. • Mãe – Diabetes e doenças cardíacas na
família.

História História da Medicações


História
QP da doença doença em uso
Pregressa Familiar
Atual

• Dificuldade para deambular. • Lúpus eritematoso sistêmico • Hidroxicloroquina


• Hipertonia dos MSD. - 2018 • Azatioprina
Achados Clínicos

INSPEÇÃO
ESTÁTICA: Dinâmica:
• Padrão Flexor de MSD e um leve • Macha claudicante.
padrão extensor do MID. • Limitação para abdução do ombro
• Postura cifótica (Torácica) D.
• • Limitação para platiflexão do
Ombro D mais baixo.
tornozelo MID.
• Órtese (AFO rígida e Punho e • Hiperextensão do joelho D.
mão) • Espasticidade em MSD e MID.
Acidente vascular cerebral
Isquêmico - (CID 10 - G45)

ESTRUTURA e FUNÇÃO: ATIVIDADE: PARTICIPAÇÃO:


s4101.1.8.2 - Oclusão da artéria d465.1 – Deambula com auxílio de d820.1 – Ir a escola
cerebral média. dispositivo (Órtese AFO rígida) d6401.1 – Envolvimento nas
s1100.1.8.2 - Hemiatrofisa cerebral d1708.1 – Não tem a habilidade de atividades domesticas
esquerda em região fronto-prariental. leitura.
b755.2 – Déficit de equilíbrio estático e d5101.1 - Tomar banho
dinâmico. d5400.1 - Vestir-se
b770.1 – Marcha claudicante. d5402.1 - Calçar sapato
b7351.2 – Hipertonia em MSD.
b7351.2 – Hipotonia em MID.

FATORES AMBIENTAIS: FATORES PESSOAIS:


e1150.1 – Uso de órtese • Sexo e idade
e310.1 – Apoio da família • Participativa
e350.1 – Animais domésticos • Motivada
e5800.1 – Acesso e acompanhamento • Personalidade
do serviço de saúde. • Colabora com a fisio
Objetivos Funcionais

Curto prazo:
- Reduzir hipertonia e espasticidade.
- Estimular musculatura hipotônica
- Propriocepção e melhora do equilíbrio estático e dinâmico.

Médio prazo:
- Controle de tronco.
- Alinhamento postural
- Melhora da marcha
Intervenções

 Alongamento muscular passivo lento durante 30 segundos, totalizando 5 repetições.


 Gameterapia: jogos que necessitam de multitarefas no Xbox 360.
 Estimulação muscular elétrica; 300 μs, tempo ON e OFF de 1:2, Rise e Decay de 2
s, a uma frequência de 50 Hz, com um tempo de 10 min.
 Treino de equilíbrio com circuitos e obstáculos, 3x7.
 Treino entre as barras paralelas, subida e descida de rampa, subida e descida de
degraus, 3x7.
 Treino de dupla tarefa.
 Treino de Equilíbrio estático e com a utilização de cama elástica, Tábua
proprioceptiva retangular, Meia bola (Bosu).
GAMETERAPIA
Avaliação inicial Reavaliação
24/02/2022 26/04/2022

RECAPITULAÇÃO
Avaliação = 4
Tratamento = 13
Total de seções = 17
CONSTRUÇÃO E ENTREGA DA ÓRTESE:
Resultados

 Tabela 1 – Escalas aplicadas:


INSTRUMENTOS VALORES DE REFERÊNCIA / PRÉ-TESTE PÓS-TESTE
SCORE

Medida de Independência Funcional – 18 - 126 96 96


(MIF)

Índice de Barthel > 70 – Independente 75 80


- 69 a 40 – parcialmente
independente
< 40 – Dependente
(Total = 0 -100)
Escala de ASHWORTH Modificada 0-4 3 3

Escala de Equilíbrio de Berg 41 – 56 Baixo 43 51


21 – 40 Médio
0 – 20 Alto
 Tabela 2 – Testes funcionais aplicados:
Testes Funcionais Valores de referência / Score Pré-teste Pós-teste

Teste de Velocidade da Marcha * 5,03 seg (Média) 4,19 seg (Média)

Timed UP and Go! - (TUG) < 20 – Baixo 12.83 seg 10.59 seg
20 a 29 – Médio
> 30 – Alto

Teste de Romberg O teste é considerado positivo Negativo Negativo


quando se observa o paciente
balançar, balançar irregularmente
ou mesmo cair

Teste de Romberg Sensibilizado O teste é considerado positivo Positivo Negativo


quando se observa o paciente
balançar, balançar irregularmente
ou mesmo cair
Discussão

 Berg
 Teste de velocidade da marcha


TUG ECR com n = 64 - A fisioterapia
Romberg sensibilizado
convencional e o treinamento de dupla
tarefa efetivamente melhoraram a
capacidade de marcha de pacientes com
AVC crônico. (Iqbal et al. 2020)
RN - Há uma janela de neuroplasticidade
aprimorada logo após o acidente vascular
cerebral, durante a qual a resposta dinâmica do
cérebro à lesão é aumentada e a reabilitação pode
ser particularmente eficaz. (Coleman et al.
2022)

• 3 meses - 6 meses após o AVC


• Máximo 2 anos.

 Regularidade  Resistencia da mãe


 Pontualidade  Falta de expertise
 Realizava as propostas feitas para  Jeito pra lidar como paciente PED
domicilio  Tempo de reabilitação
Conclusão

 O presente caso evidenciou o impacto positivo do treino de marcha, equilíbrio e sobretudo o


treino de dupla tarefa, como fator que favorece a melhoras das sequelas pós –AVCi na criança
com LES.

 Identificou-se também a importância da construção pratica e cientifica do estagiário durante o


processo formativo, para que quando formado posa ser adepto de tomadas de decisões que
favoreçam o melhor cuidado com os pacientes.
Referências
 Hugues, A., Di Marco, J., Ribault, S., Ardaillon, H., Janiaud, P., Xue, Y., ... & Rode, G. (2019). Evidência limitada
de fisioterapia no equilíbrio após acidente vascular cerebral: uma revisão sistemática e meta-análise. PloS um , 14
(8), e0221700.
 Charras, A., Smith, E., & Hedrich, CM (2021). Lúpus eritematoso sistêmico em crianças e jovens. Relatórios de
reumatologia atuais , 23 (3), 1-15.
 Iqbal, M., Arsh, A., Hammad, SM, Haq, IU, & Darain, H. (2022). Comparação do treinamento específico de dupla
tarefa e fisioterapia convencional na deambulação de pacientes hemiplégicos com acidente vascular cerebral: um
estudo controlado randomizado. Jornal da Associação Médica do Paquistão .
 Coleman ER, Moudgal R, Lang K, Hyacinth HI, Awosika OO, Kissela BM, Feng W.  Reabilitação precoce após
acidente vascular cerebral: uma revisão narrativa. Relatórios atuais de aterosclerose (2017)., 19 (12), 1-12.
 Stojan, G., & Petri, M. (2018). Epidemiologia do lúpus eritematoso sistêmico: uma atualização. Opinião atual em
reumatologia , 30 (2), 144.
 Harrison, MJ, Zühlke, LJ, Lewandowski, LB, & Scott, C. (2019). Pacientes pediátricos com lúpus eritematoso
sistêmico na África do Sul têm alta prevalência e gravidade de manifestações cardíacas e vasculares. Reumatologia
Pediátrica , 17 (1), 1-10.

Você também pode gostar