Você está na página 1de 23

TEMA 8

Aspectos Éticos e Pesquisa em


Psicologia

Dr. Dannilo J. E. Halabe


1
PLANO DE AULA
• CONTEÚDO
• Normas de pesquisa com seres humanos no Brasil e no mundo;
• Aspectos éticos e pesquisa em psicologia e;
• GERAL
• Apto a produzir conhecimentos em Psicologia: em sentido estrito, na
elaboração de conhecimento novo para o campo da Psicologia; e em sentido
amplo, processo de educação permanente.
• ESPECÍFICOS
• Planejar e executar pesquisas utilizando os meios de produção e divulgação
técnico-científicos;
• Atuar de forma ética em todas as etapas da pesquisa, conforme normas e
legislações relacionadas à psicologia e aos contextos de atuação;
ASPECTOS ÉTICOS E PESQUISA EM
PSICOLOGIA
Prof. Dr. Dannilo Jorge Escorcio Halabe
1. Principais Conceitos
2. Histórico das Resoluções sobre Pesquisa com
Seres Humanos
3. Resoluções do Conselho Nacional de Saúde (CNS)
4. Particularidades das Pesquisas em Psicologia
5. Indissociabilidade de Papéis na Psicologia da
Saúde (Intervenção x Pesquisa) ROTEIRO
6. Incompatibilidade de Papéis na Psicologia Clínica
(Intervenção x Pesquisa) AULA
7. A Pesquisa em Psicanálise

4
1. Principais Conceitos
• Ética
• Bioética
• Ética em Pesquisa
• Termo de Assentimento
• Termo de Consentimento
• Psicologia da Saúde
• Psicologia Clínica
• Pesquisa Clínica

5
2. Histórico das Resoluções sobre Pesquisa com Seres Humanos
• 1833 Código de Experimentação em Homens (EUA)
• 1947 Código de Nuremberg (Tribunal de Exceção)
• 1988 Pesquisa em Saúde - Resolução CNS 01/88 (Brasil)
• 1996 Pesquisa em Seres Humanos - Resolução CNS 196/96
(Brasil)
• 2012 Diretrizes e Normas Regulamentadoras de pesquisas
envolvendo seres humanos - Resolução CNS 466/2012 (Brasil)
• 2016 Normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e
Sociais - Resolução CNS 510/2016 (Brasil)
Código de Nuremberg
(1947)
• Resultado do Tribunal de
Exceção que julgou os crimes de
guerra dos nazistas preso pós-
segunda guerra.
• Marco para constituição da
Declaração Universal dos
Direitos Humanos (ONU, 1948)
• Um tipo singular de crime em
evidência: a de experiências de
pesquisa, frequentemente
fatais, realizadas em prisioneiros
de guerra.
Princípios do Código de Nuremberg
1. O consentimento voluntário do ser humano é absolutamente
essencial. [...]
7. Devem ser tomados cuidados especiais para proteger o
participante do experimento de qualquer possibilidade de dano,
invalidez ou morte, mesmo que remota.
9. O participante do experimento deve ter a liberdade de se
retirar no decorrer do experimento, se ele chegou a um estado
físico ou mental no qual a continuação da pesquisa lhe parecer
impossível.

8
2. Histórico das Resoluções sobre Pesquisa
com Seres Humanos
• A discussão e a implementação de
normas éticas na condução de
pesquisas com seres humanos
fazem-se importante na sociedade:
• Formalização de diretrizes aos
pesquisadores sobre como devem
proceder;
• Respeito aos princípios da
Autonomia, Não-Maleficência,
Beneficência e Justiça.
3. Resoluções do Conselho Nacional de Saúde (CNS)
• No Brasil, o primeiro mecanismo regimental com o objetivo de
normatizar as pesquisas com humanos foi a Resolução 001/1988
do Conselho Nacional de Saúde (CNS);
• Entre as normas do CNS, destaca-se:
• Resolução 196/1996:
• Resolução 466/2012:
• Resolução 510/2016:
Resolução 196/1996
• A partir dela foram criados a Comissão Nacional de Ética em
Pesquisa (CONEP) e os Comitês de Ética em Pesquisa (CEPs);

Você Sabia?
• Nesta Resolução aparece uma ênfase no respeito ao
participante da pesquisa em sua dignidade e autonomia.
• Em casos de danos resultante da sua participação, o caberá o
pagamento de indenização por parte do pesquisador, do
patrocinado, das instituições envolvidas e do CEP.
Resolução 466/2012
• Contempla as pesquisas genéticas;
• Inaugura a Plataforma Brasil, base de dados nacional que
concentra informações e registros de pesquisas com humanos;
• Contempla majoritariamente as necessidades de pesquisa das
áreas biomédicas (modelo biocentrista de pesquisa);
• Orienta que o pesquisador deva sempre optar pela pesquisa
com indivíduos plenamente autônomos, ou seja, não
vulneráveis.
Resolução 510/2016
• Equidade em número de membros tanto nas áreas biomédicas
quanto nas de ciências sociais e humanas em todos os CEP;
• Especificação de formas de pesquisa com população
considerada vulnerável (criança, adolescente e indivíduos
impedidos de forma temporário ou não de consentir com a
pesquisa).
Avanços das Resoluções do CNS
• No que a Resolução 510/2016 avança quanto à prática de pesquisas com
indivíduos em situação de autonomia reduzida? (COSTA; LANDIM;
BORSA, 2017).
• Exemplo de Problemas:
• Pesquisa experimental sobre “bullying escolar” na qual foram
delineados dois grupos: um grupo experimental que se submete a
um novo método de intervenção terapêutica e outro grupo controle,
o qual está em sofrimento e não deverá receber o atendimento.
• Investigação sobre permanência de pensamentos suicida em
indivíduos que atentaram contra a própria vida e que não se
encontram em tratamento.
4. Particularidades das
Pesquisas em Psicologia
• A heterogeneidade epistemológica e
empírica caracteriza o campo da
pesquisa em Psicologia;
• Não se limita às pesquisas do contexto
acadêmico, pois na própria essência
da prática profissional, todo o
psicólogo é, por si só, um investigador
(COSTA; LANDIM; BORSA, 2017).
5. Indissociabilidade de Papéis na Psicologia da Saúde (Intervenção x
Pesquisa)
• A Psicologia da Saúde possui uma lógica psicossocial;
• Promoção da saúde, prevenção de doenças e tratamento.
• As intervenções realizadas em Psicologia da Saúde (RAILDA,
2011) visam:
• diminuição da incidência das enfermidades (primária);
• diminuição da prevalência (secundária);
• diminuição de sequelas e complicações das enfermidades são
(terciária).
5. Indissociabilidade de Papéis na Psicologia da Saúde
(Intervenção x Pesquisa)
• Intervenções da Psicologia da Saúde:
• Estudos epidemiológicos para a população;
• Possibilidade de conciliação entre pesquisa e intervenção.
• Cuidado com os aspectos éticos de pesquisa em estudos
multidisciplinares (Resolução CNS 510/2016).
• Observância da garantia de confidencialidade dos estudos.
6. Incompatibilidade de Papéis na Psicologia Clínica (Intervenção x
Pesquisa)
• A pesquisa clínica é uma técnica que situa-se entre a prática de
intervenção (terapêutica) e a pesquisa (D’ALLONNES, 2004);
• A psicologia clínica utiliza métodos da ciência psicológica para
composição do diagnóstico e intervenção (D’ALLONNES, 2004);
• A pesquisa clínica busca a observação, a descrição e a
explicação dos fenômenos da clínica, além da elaboração e
validação das técnicas utilizadas pelo clínico.
• Aponta-se uma incompatibilidade de papéis, em prejuízo da
ética, se o psicólogo tentar desenvolver os dois papéis
simultaneamente.
6. Incompatibilidade de Papéis na Psicologia Clínica
(Intervenção x Pesquisa)
• Pontos sensíveis da Pesquisa Clínica
• Questão do sigilo estabelecido pelo Código de Ética do
Psicólogo (CFP, 2005) e pela Resolução 510/2016 do CNS;
• Redução do foco no atendimento, em favor da pesquisa e
detrimento da terapia;
• Ênfase do sujeito de pesquisa nos resultados da terapia;
6. Incompatibilidade de
Papéis na Psicologia Clínica
(Intervenção x Pesquisa)
• Intercorrências negativas para a
terapia, quando o paciente se
torna um estudo de caso:
• Fantasia de ser um “caso
singular” ou não conseguir se
aprofundar na terapia, com
receio de ser exposto fora da
clínica.

20
7. A Pesquisa Clínica em Psicanálise

• A utilização da pesquisa clínica em psicanálise ainda


apresenta outros pontos negativos:
• Prejuízo da relação transferencial (associação livre e
atenção flutuante);
• Maior possibilidade de contratransferência;
• A estratégia mais aconselhada seria apenas se debruçar
para analisar cientificamente os elementos do caso clínico,
comparando-o com outras presentes na literatura, após
seu encerramento.
AVALIAÇÃO
DA
APRENDIZAGEM QUESTÃO
MODELO ASSERÇÃO-
RAZÃO

22
Obrigado
DANNILO HALABE
dannilo.halabe@laboro.edu.com

(98) 98877-6055

23

Você também pode gostar