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O CURRICULO PAULISTA: UMA

CONSTRUÇÃO COLABORATIVA
Fundamentos Pedagógicos
Profa. Dra. Noeli P.P. Rivas
DEDIC/FFCLRP/USP
O CURRÍCULO PAULISTA: UMA CONSTRUÇÃO COLABORATIVA
Apresentação
Introdução
Os fundamentos pedagógicos do Currículo Paulista
Competências Gerais da BNCC, reiteradas pelo Currículo Paulista
A ETAPA DA EDUCAÇÃO INFANTIL: Identidade e Finalidade da Educação Infantil
Aspectos Pedagógicos; Organizador Curricular – Intencionalidade educativa
A ETAPA DO ENSINO FUNDAMENTAL: ÁREA DE LINGUAGENS:
LÍNGUA PORTUGUESA: Competências Específicas de Língua Portuguesa para o
Ensino Fundamental; A organização do documento.
ARTE: Fundamentos para o ensino de Arte no Ensino Fundamental; Competências
Específicas de Arte para o Ensino Fundamental.
EDUCAÇÃO FÍSICA: Competências Específicas de Educação Física para o Ensino Fundamental; As
Etapas da Educação Básica.
LÍNGUA INGLESA: Competências Específicas de Língua Inglesa para o Ensino Fundamental.
ÁREA DE MATEMÁTICA: Competências Específicas de Matem ática para o Ensino Fundamental;
MATEMÁTICA.
A R E A D E C I Ê N C I A S DA NATUREZA : Competências Específicas de Ci ências da Natureza
para o Ensino Fundamental; CIÊNCIAS.
Á R E A D E C I Ê N C I A S HUMANAS: Competências Específicas de Ci ências Humanas para o
Ensino Fundamental.
GEOGRAFIA: Competências Específicas de Geografia para Ensino Fundamental.
HISTÓRIA: Competências Específicas de História para o Ensino Fundamental.
Á R E A D E E N S I N O RELIGIOSO : ENSINO RELIGIOSO : Compet ências Espec íficas de Ensino
Religioso para o Ensino Fundamental.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS – Páginas 526.
MATRÍCULAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA-Estado de São
Paulo - 2019

Matrículas nas diferentes redes atingem
o total de 7.433.331. 
Distribuição dos estudantes

Crianças e estudantes matriculados na matriculados no Ensino
Educação Básica:

Privada 699.954 Estadual 3.241.473 Fundamental — Anos Iniciais

Municipal 3.491.994.
Total 7.433.421 
Rede Matrículas:

Crianças matriculadas na Educação 
Particular 91.068
Infantil:

Particular 324.072 Estadual 69 Municipal 
Estadual 646.725
1.279.461 
Municipal 1.667.015

Total 1.603.602

Total 2.404.808
• Fonte: Cadastro de Alunos, fev. 2019 cadastro de Alunos, fev. 2019.
Retrospectiva das
discussões Lei 5692/71 e Década 1983- Ciclo Básico no
curriculares no Estado de 1980 Estado de São Paulo
de São Paulo

1985- elaboração de Anos 2000


propostas curriculares MEC /PCNs;
para todos os 2018_ BNCC
2008: São Paulo faz
componentes Escola

2019_ Currículo
Paulista
O Contexto
FREITAS, Luis Carlos de. A reforma empresarial da educação: nova
direita, velhas ideias. São Paulo: Expressão Popular, 2018.

 A passagem da escola pública, uma instituição social historicamente


construída, para uma organização empresarial de prestação de
serviço, insere a escola e a formação da juventude na lógica incerta
do livre mercado, como uma empresa, gerida por acionistas.
 Este modelo permite que o controle da gestão da escola garanta que
as adaptações necessárias para a escola atender aos novos requisitos
da atividade produtiva sejam realizadas sem riscos de demandas
políticas fora do limite do status quo.
O Contexto
FREITAS, Luis Carlos de. A reforma empresarial da educação: nova direita,
velhas ideias. São Paulo: Expressão Popular, 2018.
 Aos poucos, o controle público das instituições é substituído pelo
controle de grupos econômicos privados e seus interesses
particulares.
 Padronização, testes e accountability: a dinâmica da destruição. 
 Aumento de processos de privatização, categoria central da reforma,
terceirização para organizações sociais com ou sem fins lucrativos,
com adição da regulação à própria essência do livre mercado que
fundamenta a reforma empresarial. 
 O Contexto
 Apresenta um conjunto de dados evidenciando a perspectiva
mercantilista para a educação e concebe a qualidade como um
processo de inserção das escolas em livre mercado educacional.
 O controle financeiro dessas cadeias é negociado nos mercados
globais e o risco de sua subordinação aos interesses de mercado e de
uma desnacionalização da formação da juventude do país é real.
 No plano conceitual, os danos não são menores: competição, luta
pela sobrevivência de uns está posta em detrimento de outros, falta
de solidariedade, etc.
 O Contexto
 Formação de Professores: ancorada em concepções de
caráter técnico instrumental e baseada exclusivamente em
competências e habilidades socio emocionais que visam
estreitar a formação dos professores, reduzindo-os a meros
tutores da BNC.
 Novos gestores de caráter gerencial e técnicos educacionais
passam a ser demandados para lidar com novos materiais
didáticos e metodologias de ensino.
Os fundamentos pedagógicos do currículo paulista
1. O compromisso com a Educação Integral
2. O compromisso com o desenvolvimento de compet ências
3. O compromisso com a alfabetização, o letramento e os
(multi)letramentos em todas as áreas do conhecimento
4. O estímulo e o apoio à construção do Projeto de Vida dos
estudantes
5. Tecnologia digital: o estudante como consumidor e
produtor de tecnologia
6. O processo de avaliação a serviço das aprendizagens de
todos os estudantes
1.O compromisso com a Educação Integral
 O Currículo Paulista (CP) considera a Educação Integral como a
base da formação dos estudantes do Estado, independente da rede de
ensino que frequentam e da jornada que cumprem.
 Afirma o compromisso com o desenvolvimento dos estudantes em
suas dimensões intelectual, física, socioemocional e cultural,
elencando as competências e as habilidades essenciais para sua
atuação na sociedade contemporânea e seus cenários complexos,
multifacetados e incertos.
2. O compromisso com o desenvolvimento de competências
 O CP sinaliza a necessidade de que as decisões pedagógicas
promovam o desenvolvimento de competências necessárias ao pleno
desenvolvimento dos estudantes.
 Reitera os termos da BNCC (2017), o Currículo Paulista define
competência como “a mobilização de conhecimentos (conceitos e
procedimentos), habilidades (praticas, cognitivas e socioemocionais),
atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida
cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho”
(pág.8).
 
3 O compromisso com a alfabetização, o letramento e os
(multi)letramentos em todas as áreas do conhecimento

Orientação às escolas para o fortalecimento de ações que assegurem aos


estudantes no(a):
a) Transposição de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores em
intervenções concretas e solidárias (aprender a fazer e a conviver).
b) Processo da construção de sua identidade, aprimorando as
capacidades de situar-se e perceber-se na diversidade, de pensar e agir
no mundo de modo empático, respeitoso à diversidade, criativo e crítico
(aprender a ser).
3 O compromisso com a alfabetização, o letramento e os
(multi)letramentos em todas as áreas do conhecimento

c) Desenvolvimento de sua autonomia para gerenciar a própria


aprendizagem e continuar aprendendo (aprender a aprender).
d) O letramento e o multiletramento garantem a participação dos
estudantes nas práticas sociais mediadas pela leitura e a escrita e os
habilitam também a produzirem textos que envolvem as linguagens
verbal, a não-verbal presentes nos diferentes gêneros que circulam nas
diferentes esferas da atividade humana.
4 O estímulo e o apoio à construção do Projeto de Vida dos
estudantes
 Como na BNCC, a Competência Geral do CP refere-se à necessidade de que os
estudantes paulistas sejam apoiados na construção de seu projeto de vida, o
que supõe que precisam ter condições e espaços para refletir sobre seus
objetivos, aprender a planejar, a definir metas, a se organizar para alcançá-las
— com autoconfiança, persistência, determinação e esforço.
 O CP evidencia a necessidade de que os estudantes, ao longo da escolaridade
básica — em especial nos Anos Finais do Ensino Fundamental —, possam
desenvolver um Projeto de Vida individualizado, que lhes permita identificar
suas aspirações, bem como as potencialidades e desafios para concretizá-las.
5. Tecnologia digital: o estudante como consumidor e produtor de
tecnologia

 O CP contempla a tecnologia digital nos vários componentes curriculares


desde os Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
 Amplia e ressignifica o uso das tecnologias que os estudantes saibam lidar com
a informação cada vez mais disponível.
 Possibilita o desenvolvimento de competências e habilidades que permitam
aos estudantes: buscar dados e informações de forma critica nas diferentes
mídias, inclusive as sociais, analisando as vantagens do uso e da evolução da
tecnologia na sociedade atual, como também seus riscos potenciais.
6. O processo de avaliação a serviço das aprendizagens de todos os
estudantes

 A avaliação permeia o processo do ensino e da aprendizagem, trazendo subsídios para a


revisão do Plano de Ensino a partir do acompanhamento do processo integral do
desenvolvimento de cada estudante, a tempo de assegurar a todos as competências gerais ao
final da Educação Básica.
 A avaliação integra e constitui um espaço crítico-reflexivo da prática docente.
 Deve garantir coerência com os princípios pedagógicos que orientam o desenvolvimento
pleno dos estudantes.
 No processo avaliativo, é necessário que se considerem as aprendizagens prescritas no
Currículo Paulista.
6. O processo de avaliação a serviço das aprendizagens de todos os
estudantes

 Na Educação Infantil, a avaliação deve ser realizada por meio de observações e


dos mais diversos registros, conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação,
na seção 11, artigo 31, que diz que “[…] a avaliação far-se-á mediante o
acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de
promoção, mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental”.
 No Ensino Fundamental, a avaliação pode ser realizada a partir da utilização de
outras estratégias, como, por exemplo, da observação direta, dos exercícios,
das provas, da realização de pesquisas, entre tantas outras.

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