Você está na página 1de 52

OXIGENOTERAPIA

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia

Introdução
 Qualquer célula existente no corpo humano necessita,
para viver, de várias substâncias químicas, entre as
quais o oxigénio.

 O aparelho respiratório é responsável pela captação


desse oxigénio do ar e o seu transporte até ao sangue.

 O sangue será o grande responsável, através do


aparelho circulatório, pela chegada desse mesmo
oxigénio a todas as células que compõem o organismo
humano.

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia

Introdução
 O ar é composto por vários tipos de gases, ocupando
o oxigénio apenas cerca de 21% da sua totalidade.
Desta percentagem, só parte passará à rede sanguínea,
dependendo das necessidades orgânicas existentes na
altura.

 Há situações em que o indivíduo não consegue captar


quantidades suficientes de oxigénio, pondo por vezes
em risco a sua própria vida. Será importante nestas
situações administrá-lo e, sobretudo saber como fazê-lo.

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia

Introdução
 Processo de oxigenação:

3 FASES

- Respiração Externa

- Transporte de Oxigénio

- Respiração Interna

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia

Controlo da Respiração

Centro respiratório
Níveis de co2

co2 o2
Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro
Capítulo VI – Oxigenoterapia

co2
o2 Hipocápnia

Hiperóxia
Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro
Capítulo VI – Oxigenoterapia

o2
Hipóxia
co2
Hipercápnia
Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro
Capítulo VI – Oxigenoterapia

Princípios Fundamentais
 Quando administrar O2
 Como administrar O2
 Que quantidade de O2 administrar (débito)
 Que cuidados a ter com a vítima durante a
administração de O2
 Que cuidados a ter com o material durante a
administração de O2
 Efectuar os cálculos para determinar para
quanto tempo dispõe O2 Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro
Capítulo VI – Oxigenoterapia

Quando se deve administrar Oxigénio?


 Alterações do estado de consciência
 Dispneia (dificuldade em ventilar)
 Alterações do pulso
 Pele pálida e suada
 Cianose ( pele arroxeada )
 Politraumatizados
Paragem Cárdio-Respiratória
Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro
Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2

O equipamento fixo da ambulância

O equipamento portátil

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2

Existem dois métodos pelos quais é possível


administrar O2

 Inalação
 Insuflação ou ventilação artificial

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2

Inalação

 Quando a vítima ventila por si

Os meios a utilizar são:

 Sonda nasal
 Cânula nasal ou óculos
 A máscara simples Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro
Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2
Sonda nasal
 Acalmar a vítima e pedir a sua colaboração
 Explicar à vítima o que vai fazer
 Medir a porção de sonda a introduzir (ponta

do nariz ao lóbulo inferior da orelha)


 Introduzir a sonda por uma das narinas,
executando movimentos rotativos, precisos e
suaves

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2
Sonda nasal
 Acalmar a vítima e pedir a sua colaboração
 Explicar à vítima o que vai fazer
 Medir a porção de sonda a introduzir (ponta

do nariz ao lóbulo inferior da orelha)


 Introduzir a sonda por uma das narinas,
executando movimentos rotativos, precisos e
suaves

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2
Sonda nasal
 Não forçar a entrada da sonda nasal
 Se não entrar retirar e tentar introduzi-la na
outra narina
 Se a vítima recusar, não argumentar contra

ela e tentar administrar oxigénio por outro meio

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2

Sonda nasal
NÃO UTILIZAR

 Fracturas do nariz e lesões extensas da face


 Bébes
 Traumatismos crâneo-encefálicos

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2
Cânula nasal
 Acalmar a vítima e pedir a sua colaboração
 Explicar à vítima o que vai fazer
 Adaptar a cânula ao tubo de conexão
 Adaptar cada uma das extremidades da

cânula em cada narina da vítima

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2
Cânula nasal
 Acalmar a vítima e pedir a sua colaboração
 Explicar à vítima o que vai fazer
 Adaptar a cânula ao tubo de conexão
 Adaptar cada uma das extremidades da

cânula em cada narina da vítima


 Passar cada um dos ramos por detrás dos
pavilhões auriculares

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2
Cânula nasal
 Acalmar a vítima e pedir a sua colaboração
 Explicar à vítima o que vai fazer
 Adaptar a cânula ao tubo de conexão
 Adaptar cada uma das extremidades da

cânula em cada narina da vítima


 Passar cada um dos ramos por detrás dos
pavilhões auriculares
 Ajustar a cânula à região submaxilar
Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro
Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2
Máscara simples
 Acalmar a vítima e pedir a sua colaboração
 Explicar à vítima o que vai fazer
 Adaptar a máscara ao tubo de conexão
 Adaptar a máscara à face da vítima
 Inicialmente a parte superior

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2
Máscara simples
 Acalmar a vítima e pedir a sua colaboração
 Explicar à vítima o que vai fazer
 Adaptar a máscara ao tubo de conexão
 Adaptar a máscara à face da vítima
 Inicialmente a parte superior
 Depois a parte restante
 Fixar a máscara

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Manter presente:

 Se a vítima recusar ou não tolerar o


equipamento, não argumentar, utilizar outro meio
alternativo
 Manter a vigilância dos parâmetros vitais
 Ter em atenção a um possível vómito
 O uso da máscara permite uma maior concen-
tração de O2 pelo que deve ser o meio de eleição

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia

QUESTÕES

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2
Insuflação
 Quando a vítima já não ventila por si

Os meios a utilizar são:


 Boca-a-boca
 Boca-nariz
Só em
situações Com ar
 Boca-nariz-boca
excepcionais expirado
 Boca-estoma
 Boca-máscara

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2
Insuflação
 Quando a vítima já não ventila por si

Outros meios a utilizar:


 Boca-máscara com apoio de O2
 Insuflador manual
 Tubo orofaríngeo (guedell)
 Tubo nasofaríngeo

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2

Boca-a-boca

 Mais simples e mais fácil na administração de


oxigénio
 Concentração mais baixa de Oxigénio ( 16%)
 Técnica usada no SBV sobretudo quando o
reanimador está sozinho e sem qualquer
equipamento.
 Volume de ar: 500ml-600ml
Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro
Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2

Boca-nariz

 Impossível abrir a boca da vitima


 Impossível ventilar pela boca devido a lesões
graves da face
 Dificuldades de adaptação da boca

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2

Boca-nariz-boca

 Crianças pequenas, lactentes ou recém-


nascidos
 A boca do TA abrange a boca e o nariz da
vítima

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2

Vitimas traqueostomizadas

 Existem indivíduos que por motivo de doença ou


acidente ficam com a laringe parcialmente ou totalmente
removida ou obstruída

 Após estas operação as pessoas deixam de respirar


pelas vias aéreas normais, fazendo-o por orifício que
contacta directamente com o exterior – ESTOMA

 Perante esta situação o T.A. não tem de fazer a


inclinação da cabeça.
Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro
Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2

Boca-máscara
 Efectuar uma boa adaptação á face da vítima
 Controlo do volume de ar insuflado
 Protecção do T.A. ( válvula undireccional)
 Permite adaptação de outro tipo de equipamento
(insuflador manual).
 Ligar a máscara a uma fonte de oxigénio e enriquecer o ar
insuflado
Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro
Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2

Boca-máscara (adultos e crianças)

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2

Boca-máscara (oxigénio)
Antes de adaptar a fonte de oxigénio á máscara, prepare
o sistema de oxigénio ( purgar o sistema)

 Ligar a fonte de oxigénio á máscara mas com o


debitómetro desligado

 Adaptar a márcara á face passando a tira elástica á


volta da cabeça ( fixação)

Regular no debitómetro a quantidade de oxigénio para a


situação em questão.
Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro
Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2

Insuflador manual
Constituição:

 Balonete de insuflação

 Máscara adaptável

 Válvula de admissão de oxigénio

 O insuflador manual deve ser utilizado com ar enriquecido com


oxigénio, ligando para isso o tubo que provem da fonte de oxigénio à
válvula de admissão de oxigénio existente no insuflador.
Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro
Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2
Insuflador manual Técnica
 Posicionar a vitima em decúbito dorsal
 Desobstruir a via aérea
 Extensão da cabeça (se possível)
 Introduzir tubo orofaringeo

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2
Insuflador manual Técnica
 Posicionar a vitima em decúbito dorsal
 Desobstruir a via aérea
 Extensão da cabeça (se possível)
 Introduzir tubo orofaringeo

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Como administrar O2
Insuflador manual
 Posicionar a vitima em decúbito dorsal
 Desobstruir a via aérea
 Extensão da cabeça (se possível)
 Introduzir tubo orofaringeo
 Adaptar a máscara, previamente ligada ao
balonete de insuflação, à face da vítima de
forma a evitar qualquer tipo de fuga

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia

QUESTÕES

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Que quantidade (débito) administrar O2
Quantidade de O2 SITUAÇÕES
-Paragem Cárdio-Pulmonar
- Paragem Ventilatória
- Edema Agudo do Pulmão

15 l/min - Asma Grave


-Intoxicações Graves
(Organofosforatos, CO, fumos)

- Origem Cardíaca (E.A.M)


- Aparelho Cárdio-Vascular
10 l/min ( Politraumatizados em Choque e/ou
Hemorragias graves)

3 l/min - Restantes Situações


Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro
Capítulo VI – Oxigenoterapia
Atenção

Em caso de intoxicação por:

R
Gramoxone

Não administrar O2
Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro
Capítulo VI – Oxigenoterapia
Que quantidade (débito) administrar O2

Se o doente faz O2 no domicílio:


 Manter o mesmo débito durante o transporte e
dar essa informação quando passar o doente no
hospital

Se houver indicação médica:


 Cumpra a prescrição médica

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Atenção

Na fase pré-hospitalar, salvo indicação médica o


O2 não deve ser humidificado

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Atenção

O oxigénio em contacto com gorduras é:

Altamente
Explosivo

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Regras de segurança

Em relação à vítima
 Acalmar a vítima
 Explicar antes o que vai fazer
 Adaptar suavemente e com cuidado o
equipamento
 Observar constantemente o sistema
 Avaliar e reavaliar os sinais vitais

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Regras de segurança

Em relação ao material
 Não fumar nem fazer lume
 Não utilizar qualquer tipo de gordura
 Usar sempre material esterilizado
 Manter sempre limpo e seco o
equipamento
 Preparar previamente o sistema de O2

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Preparar o sistema de oxigénio

 Abrir a torneira da garrafa


 Observe o manómetro
 Abra a torneira do debitómetro durante
alguns segundos e a seguir feche-a (purgado)
 Fazer ligação do método de administração
de oxigénio e adapte-o á vitima
 Abra a torneira do debitómetro até á
quantidade desejada
Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro
Capítulo VI – Oxigenoterapia
Depois de utilizar o sistema

 Feche a torneira do debitómetro


 Verifique a pressão de oxigénio indicada no
manómetro
 Feche a torneira da garrafa
 Abra a torneira do debitómetro durante
algum tempo até sair todo o oxigénio existente
na tubagem do sistema

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia
Cálculo para saber o tempo disponível de O2

C - Capacidade da garrafa

P - Pressão na garrafa

D - Débito
Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro
Capítulo VI – Oxigenoterapia
Cálculo para saber o tempo disponível de O2

C xP Minutos
= disponíveis

D
Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro
Capítulo VI – Oxigenoterapia
Cálculo para saber o tempo disponível de O2

Margens de segurança
Exemplo:
Se transportar um doente em PCR respiratória (15 l/m) e
tem uma garrafa de 15 litros e se esta se encontrar com
200 bar de pressão, a fórmula a aplicar é a seguinte:

15 x200
= 200 m (3h20min)
15
Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro
Capítulo VI – Oxigenoterapia
Prova hidráulica

Segundo a legislação em vigor

A prova hidráulica terá de ser efectuada de:

5 em 5 anos
Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro
Capítulo VI – Oxigenoterapia

QUESTÕES

Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro


Capítulo VI – Oxigenoterapia

Obrigado
pela vossa
atenção
Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro

Você também pode gostar