Você está na página 1de 26

PROCESSOS

INTELIGÊNCI
PSICOLÓGICOS

AS
Profa. Jeciane Lima da Silva
INTELIGÊNCIA OU
INTELIGÊNCIAS?
INTELIGÊNCIA OU
INTELIGÊNCIAS?
Um dos pioneiros na aná lise fatorial, Cattell (1941, 1971) propô s uma
divisã o do fator geral de inteligência, dentro de um modelo hierá rquico
denominado de Teoria Gf-Gc, supondo, portanto, a ideia de uma ú nica
causa latente, dividida em dois componentes: a inteligência fluida (Gf),
indicando, por um lado, o raciocínio geral que é base potencial da
aprendizagem e, por outro, a inteligência cristalizada (Gc), resultante do
investimento de Gf em experiências de aprendizagem cristalizadas sob a
forma de conhecimento, as quais, subsequentemente, transformam-se
em potencial para aprendizagens mais complexas (denominada teoria do
investimento).
INTELIGÊNCIA OU
INTELIGÊNCIAS?
Horn (1991), estudante de Cattell, elaborou ainda mais esse modelo,
propondo uma divisã o da inteligência em mais subfatores. Por fim,
Carroll (1993) publicou uma metaná lise dos principais estudos fatoriais
da época, cujos resultados deram origem a um modelo-síntese
hierá rquico que buscou reunir os achados mais importantes e clá ssicos
nos estudos acerca da estrutura da inteligência. Tal modelo foi chamado
de Teoria dos Três Estratos, referindo-se à ideia de camadas dispostas em
três níveis, em funçã o da generalidade (o primeiro composto por 65
fatores específicos, o segundo composto por domínios mais amplos do
conhecimento e, por fim, o terceiro estrato, correspondente a um fator
geral).
TEORIA CATTELL-
HORNCARROLL DE
INTELIGÊNCIA
 Teoria mais estudada na atualidade;
INTELIGÊNCIA COMO
PROCESSO:
CAPACIDADES GERAIS
Entre as capacidades mais gerais, isto é, independentes de domínio ou
conteú do do processamento cognitivo, indicando processos gerais que
operam em praticamente todas as atividades intelectuais, estã o o
raciocínio, a memó ria e a velocidade do processamento, detalhados a
seguir.
INTELIGÊNCIA COMO
PROCESSO:
CAPACIDADES GERAIS
Inteligência fluida (Gf)
 é entendida como a capacidade geral ligada ao controle da atençã o
para executar processos bá sicos de percepçã o de relaçõ es entre
itens de informaçã o para formar conceitos, classificar, inferir regras
e generalizar. Tais processos sã o a base do raciocínio ló gico (Primi,
2002, 2014).
 Muitas vezes, essa inteligência é percebida como a capacidade de
resolver problemas novos, para os quais nã o há informaçõ es
memorizadas prontamente disponíveis, sendo, portanto, necessá rio
formular novo conhecimento.
INTELIGÊNCIA COMO
PROCESSO:
CAPACIDADES GERAIS
Inteligência fluida (Gf)
 Além disso, é definida como a capacidade de aprender, em especial
nas fases iniciais e quando ainda nã o se têm informaçõ es
memorizadas sobre como resolver os problemas em questã o. O
termo “fluido” vem da ideia original de Cattell de que essa
capacidade nã o dispõ e de forma, pois perpassa diferentes conteú dos
do processamento cognitivo. Os testes que costumam ser usados
para medi-la envolvem:
INTELIGÊNCIA COMO
PROCESSO:
CAPACIDADES GERAIS
Inteligência fluida (Gf)
1.raciocínio dedutivo, em que as tarefas apresentam regras, premissas e
condiçõ es declaradas e requerem que os sujeitos estabeleçam processos
sequenciais de combinaçã o dessas premissas para chegar à soluçã o para
o problema;
2.induçã o, em que se requer que os sujeitos descubram regras, conceitos,
processos, tendências, pertinência a uma classe que governa um
problema e sua aplicaçã o para descobrir a resposta; e
3.raciocínio quantitativo, em que os sujeitos devem raciocinar de
maneira indutiva e dedutiva sobre conceitos que envolvem relaçõ es e
propriedades matemá ticas.
INTELIGÊNCIA COMO
PROCESSO:
CAPACIDADES GERAIS
O razã o de estudos mais recentes da neurociência. A versã o atual do
modelo CHC classifica quatro grupos de tarefas correntes em testes de
inteligência, em funçã o dos processos cognitivos comuns, reconhecendo
a natureza multidimensional desse construto. Uma primeira distinçã o
refere- se à memó ria primá ria (de curto prazo), a qual está associada ao
armazenamento de
informaçõ es por curtos períodos de tempo, com espaço limitado, e à
memó ria secundá ria (de longo prazo), a qual envolve o armazenamento
das informaçõ es aprendidas, para posterior recuperaçã o.
INTELIGÊNCIA COMO
PROCESSO:
CAPACIDADES GERAIS
O construto memória (Gsm e Glr) tem sido constantemente revisto, em
razã o de estudos mais recentes da neurociência. A versã o atual do
modelo CHC classifica quatro grupos de tarefas correntes em testes de
inteligência, em funçã o dos processos cognitivos comuns, reconhecendo
a natureza multidimensional desse construto. Uma primeira distinçã o
refere- se à memó ria primá ria (de curto prazo), a qual está associada ao
armazenamento de
informaçõ es por curtos períodos de tempo, com espaço limitado, e à
memó ria secundá ria (de longo prazo), a qual envolve o armazenamento
das informaçõ es aprendidas, para posterior recuperaçã o.
INTELIGÊNCIA COMO
PROCESSO:
CAPACIDADES GERAIS
A capacidade de armazenamento e recuperação de informações (Glr,
eficiência de aprendizagem) refere-se à habilidade de estocar
informaçõ es e fortalecer seu registro na memó ria secundá ria e à
capacidade de recuperá -la posteriormente (podendo ser em um intervalo
de minutos ou anos).
INTELIGÊNCIA COMO
PROCESSO:
CAPACIDADES GERAIS
Velocidade de processamento (Gs) relaciona-se à habilidade de
realizar tarefas cognitivas simples e repetitivas de forma rá pida e fluente.
Ainda que considerada secundá ria quando comparada a Gf e Gc, mostra-
se importante preditor de desempenho durante a fase de aprendizado e
aquisiçã o de novas habilidades, visto que, quanto mais rá pido for o
processamento, mais recursos de processamento sobrarã o para
processos adicionais. Costuma ser avaliada por meio de tarefas/situaçõ es
em que há um intervalo fixo definido para que a pessoa execute o maior
nú mero possível de tarefas simples e repetitivas.
INTELIGÊNCIA COMO
PROCESSO:
CAPACIDADES GERAIS
Rapidez de decisão (Gt) pode ser definida como a velocidade de reagir,
tomar decisõ es ou realizar julgamentos em tarefas que envolvem
processamentos mais complexos, apresentadas uma de cada vez.
Enquanto Gs refere-se à eficiência em se trabalhar rapidamente
executando tarefas cognitivas simples por um tempo mais longo
(sustentabilidade), Gt implica reaçã o rá pida a um problema envolvendo
processamento e decisã o
(imediaticidade). Diferentemente da velocidade de processamento (Gs),
nessa habilidade, nã o só o tempo de reaçã o é importante, mas também
sua consistência, visto que indivíduos com tempos de reaçã o mais
variáveis tendem a apresentar desempenho cognitivo global inferior.
INTELIGÊNCIA COMO
PROCESSO:
CAPACIDADES GERAIS
Velocidade psicomotora (Gps) pode ser definida como a velocidade e a
fluidez com que os movimentos físicos do corpo podem ser realizados,
em geral envolvendo partes do corpo (braços, pernas, dedos, articulaçã o
vocal), por exemplo, em atividades de escrita. A velocidade de batida dos
dedos tem sido foco de interesse da neuropsicologia, com a finalidade de
avaliar um possível desempenho desigual nas mã os direita e esquerda,
visto que tal fato pode ser considerado indicativo do hemisfério cerebral
em que o dano ocorreu.
INTELIGÊNCIA COMO
CONHECIMENTO
ADQUIRIDO
Velocidade psicomotora (Gps) pode ser definida como a velocidade e a
fluidez com que os movimentos físicos do corpo podem ser realizados,
em geral envolvendo partes do corpo (braços, pernas, dedos, articulaçã o
vocal), por exemplo, em atividades de escrita. A velocidade de batida dos
dedos tem sido foco de interesse da neuropsicologia, com a finalidade de
avaliar um possível desempenho desigual nas mã os direita e esquerda,
visto que tal fato pode ser considerado indicativo do hemisfério cerebral
em que o dano ocorreu.
INTELIGÊNCIA COMO
CONHECIMENTO
ADQUIRIDO
Inteligência cristalizada (Gc) pode ser definida como a extensã o e a
profundidade de domínio dos conhecimentos e dos comportamentos que
sã o valorizados por determinada cultura. Está associada ao
conhecimento declarativo (conhecimento de fatos, ideias, conceitos) e ao
conhecimento de procedimentos (raciocinar com procedimentos
aprendidos previamente para transformar o conhecimento).
INTELIGÊNCIA COMO
CONHECIMENTO
ADQUIRIDO
Conhecimento de domínios específicos (Gkn) envolve a profundidade,
a amplitude e o domínio de um tipo de conhecimento especializado
(aquele que nã o se espera que todos os indivíduos tenham). Costuma ser
adquirido mediante demandas específicas de determinada profissã o,
hobby ou outros tipos de interesses, como religiã o ou esportes. Muitas
vezes, o aprendizado de um domínio específico mostra-se influenciado
por variáveis situacionais e individuais, ligadas a fatores de
personalidade, tais como abertura a experiências e engajamento
intelectual. Pode ser avaliado por meio de questõ es sobre conhecimento
específico (p. ex., a um grupo de médicos, perguntar qual o tratamento
para a doença X).
INTELIGÊNCIA COMO
CONHECIMENTO
ADQUIRIDO
Leitura e escrita (Grw) representa a amplitude e a profundidade de
conhecimento relacionadas à linguagem escrita. Envolve habilidades de
decodificaçã o de leitura (identificar palavras em um texto), compreensã o
da leitura (compreender o discurso escrito), velocidade de leitura
(rapidez com que o indivíduo consegue ler e compreender um texto),
soletrar, uso do português (conhecimento de regras de pontuaçã o,
emprego de vocabulá rio), habilidade escrita (comunicar claramente suas
ideias por meio do texto) e velocidade de escrita (copiar e gerar textos
com rapidez). Pessoas com habilidade alta nessa á rea em geral nã o têm
dificuldade em ler e escrever, de modo que a linguagem encontra-se bem
desenvolvida. Em contrapartida, aquelas com dificuldade, em geral, nã o
conseguem compreender textos ou comunicar-se de forma clara. É
importante salientar que, quando testes de avaliaçã o da capacidade de
leitura e escrita (Grw) sã o administrados, mede-se muito mais do que
somente essa habilidade. Outras relacionadas à leitura e à escrita, tais
como inteligência cristalizada, memó ria de curto e longo prazo, também
devem ser consideradas, visto que auxiliam na compreensã o da leitura.
INTELIGÊNCIA COMO
CONHECIMENTO
ADQUIRIDO
Conhecimento quantitativo (Gq) pode ser definido como a amplitude e
a profundidade do conhecimento relacionado à matemá tica. Consiste nos
conhecimentos acumulados sobre matemá tica, tais como o conhecimento
dos símbolos matemá ticos, operaçõ es (adiçã o, subtraçã o, divisã o e
multiplicaçã o), procedimentos computacionais (fraçã o) e outros
comportamentos relacionados (usar uma calculadora, um software de
matemá tica). Com frequência, as medidas de Gq sã o selecionadas dentro
do currículo escolar, com o objetivo de identificar alunos com
dificuldades nessa á rea.
COMO A PSICOLOGIA
CONCEBE A
INTELIGENCIA?
Retomemos a questã o inicial: como a psicologia atualmente concebe a
inteligência? Pelo exposto, pode-se conceber a inteligência como um
construto multidimensional, constituído por, no mínimo, 16 capacidades
amplas. Certamente, há uma relaçã o entre todas essas capacidades
emergindo de um fator geral. Em termos de processos cognitivos
subjacentes ao fator geral, ele é compreendido pela inteligência fluida e
pela memó ria operacional – em especial os aspectos relacionados à s
funçõ es executivas (Primi, 2014; Salthouse, 2005)
AVALIAÇÃO DA
INTELIGENCIA

Esta Foto de Autor Desconhecido está


licenciado em CC BY
AVALIAÇÃO DA
INTELIGENCIA
AVALIAÇÃO DA
INTELIGENCIA
AVALIAÇÃO DA
INTELIGENCIA
REFERÊNCIAS
Neuropsicologia. I. Santos, Flávia Heloísa Dos. II. Andrade, Vivian Maria. III.
Bueno, Orlando F. A.

Você também pode gostar