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Retinopatia da

prematuridade
Elisa Siqueira – S8
Sumário
01 02 03
Introdução Fisiopatologia
Epidemiologia

04 05 06
Fatores de risco Investigação Tratamento
Introdução
A prematuridade consiste no nascimento do
feto transcorrido entre 22 e 37 semanas de
gestação

• Pré-termo tardio: nascimento com ≥ 34 semanas;

• Pré-termo moderado: nascimento com ≥ 30 e < 34


semanas;

• Pré-termo extremo: nascimento com < 30 semanas


Introdução
Nascidos vivos são classificados como pequeno para idade gestacional
(PIG), quando o peso ao nascer por idade gestacional completa
encontrava-se abaixo do percentil 10; e grande para idade gestacional
(GIG), quando igual ou superior ao percentil 90.

Tamanho Excessivamente Grande: ≥ 4500g

Peso Normal: 2500g – 3999g

Baixo Peso ao Nascer: < 2500g

Muito Baixo Peso ao Nascer: < 1500g

Extremo baixo Peso ao Nascer: <1000g.


Introdução

A Retinopatia da Prematuridade (ROP) é uma


doença vasoproliferativa decorrente da
vascularização inadequada da retina do recém
nascido prematuro

É uma causa importante de deficiência visual


severa na infância
Epidemiologia
Países desenvolvidos x
Incidência subdesenvolvidos

Afeta uma grande quantidade de recém- Em países


nascidas mundialmente, em que tanto a subdesenvolvidos, as
incidência quanto a severidade aumentaram crianças que apresentam ROP
com o decréscimo da idade gestacional e do tendem a desenvolver casos
peso ao nascer mais severos, mesmo
apresentando maior idade
gestacional, do que em países
Prevalência desenvolvidos
A prevalência é de aproximadamente 12.8 para 1.000
crianças nascidas com baixo peso gestacional
Das 100.000 crianças cegas na América Latina,
estima-se que 24.000 sejam em decorrência da ROP
(2014)
Vascularização normal

Antes de 16 semanas 36 semanas


16 a 18 semanas A vascularização da
Não há vasos
retina nasal termina
sanguíneos na retina Começa a vascularização a partir 27 a 34 semanas 40 semanas
da extenção do disco óptico, onde
se origina o nervo óptico e cresce Vascularização da retina A vascularização da retina
perifericamente nasal começa. temporal termina
Reabsorção dos vasos da
capsula vascular anterior
Desenvolvimento da retina no RN prematuro

No RN prematuro, a vascularização completa da retina ocorrerá após o nascimento

A retina imatura avascular libera fatores de crescimento vascular, como o VEGF, que levam à formação
de neovasos

Esses, crescem de forma anômala e podem sangrar e tracionar a retina, gerando hemorragia,
descolamento de retina e, potencialmente, cegueira
Diâmetro do globo 10 a 14 mm em 28 semanas 16 a 17 mm

Ocular media Obscuro (impede visualização do Normal


fundo de olho )

Capsula vascular anterior Regressa espontaneamente entre 27 a 34 semanas

Reflexo pupilar A partir de 30 a 32 semanas Presente depois de 35 semanas


Critérios de exame: população em risco de desenvolver a forma
grave da ROP
Idade gestacional
01 RN com IG menor ou igual do que 32
semanas de vida

02 Baixo peso ao nascer


RN com PN menor ou igual a 1.500
gramas

03 Fatores de risco
• Sepse;
• Síndrome do desconforto respiratório;
• Transfusões sanguíneas;
• Gestação múltipla;
• Hemorragia intraventricular
Fatores de risco
Níveis elevados de saturação de oxigênio
também aumentam o risco de ROP, porém
hoje ainda não se sabe precisamente qual o
intervalo de saturação mais seguro para
prematuros

A exposição premature ao oxigênio induz a parada


ou até a regressão da vascularização imatura da
retina, secundária a diminuição dos níveis de
HIF-1α e VEGF (fase isquêmica da ROP)
Como diagnosticar?
O diagnóstico é feito por meio do mapeamento de
retina realizado por um oftalmologista experiente

O RN deve estar com a pupila dilatada após


instilação de um colírio anestésico e de dois colírios
midriáticos (tropicamida a 0,5% e fenilefrina a 2,5% )
para o adequado mapeamento da retina
Quando examinar?
O primeiro exame deve ser feito durante a 4ª
semana de vida

Os exames subsequentes serão realizados de acordo


com a classificação da doença no primeiro exame
Classificação
É definida de acordo com:

- localização [ zonas I, II e III],

- severidade (estágios de 1 a 5)

- presença ou não de doença plus


(dilatação arteriolar e tortuosidade venosa)
Classificação
Severidade

Estágio 1: formação de uma linha de demarcação


plana e acinzentada que separa a retina vascular da
avascular
Estágio 2: a linha do estágio 1 aumenta de volume
e cresce em direção ao vítreo, formando uma
crista
Estágio 3: presença de neovasos associados à
crista do estágio 2. Esses neovasos podem se
estender sobre a crista ou para o vítreo
Estágio 4: descolamento de retina subtotal, sendo
4A quando poupa a mácula (zona central e mais
nobre da retina) e 4B quando acomete essa região.
Estágio 5: descolamento de retina total,
comumente denominado em funil fechado
Classificação
A imagem mostra:
Panel A: uma linha entre a parte vascularizada
e avascular da retina (estágio 1)
Panel B: uma separação entre a parte
vascularizada e avascular da retina (estágio 2)
Panel C: uma maior separação que difere a
angiogênese intravítrea aberrante (estágio 3)
Panel D: parcial deslocamento da retina
(estágio 4), o que é mais evidente do lado
direito onde aparece detalhes da coróide
vascular
Classificação

Doença plus: tortuosidade arteriolar e


ingurgitamento venular, sobretudo próximo
ao nervo óptico

Retinografia
Olho esquerdo com ROP Zona 3, estágio 2, com plus.
A seta preta mostra tortuosidade arteriolar e a seta
branca ingurgitamento venular.
Tratamento

O tratamento dos casos de alto risco deve ser


realizado precocemente por meio da ablação da
retina periférica com laser de diodo ou
crioterapia

O objetivo é, eliminar a liberação dos fatores que


estimulam a proliferação dos neovasos na retina
avascular
Tratamento
Indicações de tratamento:
• Zona 1, qualquer estágio com plus;
• Zona 1, estágio 3 mesmo sem plus
• Zona 2, estágios 2 e 3 com plus
Complicações
As complicações podem ser devido a:

• Regressão espontânea da doença: erro refrativo como miopia,


deslocamento temporal da região central do olho (mácula), baixa visão

• Progressão devido ao não tratamento: hemorragia intraocular,


descolamento de retina, catarata

• Inerentes ao tratamento: constricção do campo visual, miopia, catarata,


descolamento de retina

• Injeção de medicação intraocular: infecção ocular (endoftalmite),


descolamento de retina, hemorragia intraocular, oclusão venosa da retina
Referências
● Uptodate: Retinopathy of prematurity: Pathogenesis, epidemiology,
classification, and screening; Author: David K Coats, MD Section Editors:
Joseph A Garcia-Prats, MD, Scott E Olitsky, MD
● The New England Journal of medicine : Mechanisms and Management of
Retinopathy of Prematurity M. Elizabeth Hartnett, M.D., and John S.
Penn, Ph.D.
● Fiocruz: RETINOPATIA DA PREMATURIDADE – portal de boas praticas
(janeiro de 2018)
Obrigada!

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