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MEDICINA BASEADA EM

E V I D Ê N C I A : T R ATA M E N T
O DE INSUFICIÊNCIA
CARDÍACA
D I S C E N T E S : E R I C A S A N TO S D E J E S U S , L Í V I A C E L E S T I N O D O S S A N TO S ,
N E I L S O N N E RY S I LVA E S A N M E D R A D O D A S I LVA A N D R A D E
SUMÁRIO
CASO CLÍNICO

PERGUNTA CIENTÍFICA

RACIONAL TEÓRICO

PESQUISA NA LITERATURA

APRESENTAÇÃO DO ARTIGO

DISCUSSÃO

CONCLUSÃO
CASO
CLÍNICO
ANAMNESE
IDENTIFICAÇÃO
HRSA J, 18/08/2023, 14:45 min
E. J. S. , 50 anos, pardo, casado, 3 filhos deísta/evangélico, ensino médio
incompleto, motorista carreteiro há 12 anos, natural, residente e
procedente de Valença, não possui plano de saúde.
Nome da mãe: M.F.S
Informante: Próprio paciente Grau de informação: alto

QUEIXA PRINCIPAL
Refere dor no peito há 7 dias
HISTÓRIA DA MOLÉSTIA
ATUAL
Paciente informa que há 2 anos cursou com precordialgia leve, súbita, sem irradiação, sem fatores de
melhora ou piora, sem outros sintomas associados, não referiu a duração da dor. Diante disso,
foi a procura de unidade de saúde e posteriormente encaminhado para a realização de
cateterismo, no Hospital Ana Nery, relata que os resultados apontaram um “machucado no
coração”. Relata que há 08 dias cursou com uma dor súbita em região precordial do tipo ardência,
difusa, intensidade 5/10, que evoluiu com melhora após alguns minutos, sem sintomas associados, no
entanto, no dia seguinte por volta das 18h, esta dor retornou, dessa vez mais forte, de
intensidade 10/10 em repouso, sem fatores de melhora, evoluindo com piora até ás 4 da manhã. Nesse
sentido, optou por buscar atendimento nesta unidade de saúde. Refere que, no momento da
admissão, cursou com 1 episódio de vômica e palpitações (não soube descrever com riquezas
de detalhes os sintomas). Informa que após atendimento, seguiu com dor torácica pelos 2 dias
seguintes à sua admissão. No momento, o paciente alega que está bem, segue no aguardo da
regulação para realização do procedimento de cateterismo. Nega náusea, paresias,
parestesias, síncope, lipotímia, mal-estar, dispneia, ortopneia, tosse, expectoração, hemoptise,
cianose, edemas, dentre outras sintomas que acometem o sistema cardiorrespiratório.
INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO
Cabeca e pescoço: Refere cervicalgia esquerda, vespertina, de início súbito, difusa, que irradia
para região frontal esquerda do crânio, de intensidade moderada, melhora após uso de
medicação (não sabe distinguir o nome e posologia da medicação), nega fatores de piora e
outros sintomas associados. Nega vertigens, tonturas, deformidades, traumas, dor em
projeção dos seios da face. Nega edema palpebral, acuidade visual, dor no globo ocular,
deformidade no globo ocular, estrabismo, eritema conjuntival, hemorragia conjuntival,
lacrimejamento, fotofobias, escotomas, diplopia, hemianopsias, amaurose. Não refere
obstrução nasal, rinorréia, epistaxe, espirros em salvas, prurido, lesões, alterações na olfação.
Nega otalgia, otorréia, otorragia, prurido auricular, deformidade auricular, lesões no pavilhão
auricular, zumbido, alterações na acuidade auditiva. Nega halitose, sialorreia, sialoquiese, dor
e edema gengival, hemorragia gengival, odinofagia, rouquidão, dislalia, disfonia, afonia.
Aparelho cardiorrespiratório: VIDE HMA
Aparelho digestivo: Nega alterações do apetite e digestão, disfagia, odinofagia, algia, náuseas,
hematêmese, eructação, diarreia, disenteria, melena, enterorragia, prisão de ventre,
constipação, tenesmo, flatulência.
INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO
Aparelho genito-urinário: Nega algias, disúria, polaciúria, oligúria, anúria, poliúria, nictúria,
incontinência, hematúria.
Sistema linfo-hemetopoiético: Refere que tem amigdalite de repetição ocasionalmente. Nega
presença de nódulos cutâneos, sangramentos.
Sistema endócrino: Nega crescimento e desenvolvimento, aparecimento de pêlos, polidipsia,
e poliúria, intolerância ao frio e ao calor, bócio.
Sistema nervoso: Nega vertigens, tremores, convulsões, parestesias, paralisias
Aparelho locomotor: Nega algias e espasmos musculares, claudicação intermitente, fraqueza
muscular, manifestações articulares com artralgias, rubor, edema, rigidez matinal,
deformação.
ANTECEDENTES PESSOAIS
Doença da infância: Relata que teve catapora, sarampo, caxumba, amigdalites, nega
varicela.
Traumas/acidente: Nega
Doenças graves ou crônicas: Refere que há 8 anos foi diagnosticado com colelitíase e realizou
tratamento medicamentoso, sem associação à mudança de hábitos de vida. Refere que há
cerca de 2 anos foi diagnosticado com HAS, a partir de episódio de angina, ocasião em que foi
submetido a procedimento de cateterismo. Nega diabetes mellitus, hepatites, artrose, litíase
renal, gota pneumonia, osteoporoses. Nega sorologia positiva para chagas, esquistossomose,
schistosoma e IST 's.
Antecedentes Médicos - Há 3 meses foi submetido a uma cirurgia de herniorrafia inguinal, nega
transfusões de sangue e outros procedimentos cirúrgicos.
Imunizações: Refere caderneta vacinal completa.
Alergias: Não informa nenhum tipo de alergia.
Medicamento: Uso descontínuo de Naprix 5mg, Via Oral, uma vez ao dia, durante a noite.
Nega o uso de outros medicamentos
ANTECEDENTES FAMILIARES
Informa que o pai morreu aos 68 anos de IAM, desconhecia a existência de doenças prévias.
A mãe faleceu aos 68 anos de IAM, era hipertensa. Sobrinho 38 anos faleceu de IAM, desconhecia a
existência de patologias de base. Irmã, 52 anos vítima de IAM que resultou na amputação de MI? (não
soube especificar qual membro), é hipertensa. Nega histórico familiar de Diabete Mellitus,
Tuberculose, Anemia falciforme, Síndrome nefrótica, Doença ulcerosa péptica, Trombos
venosa profunda, Depressão, Artrite Reumatoide, Câncer dentre outras patologias.

HÁBITOS DE VIDA
Alimentação: AInforma dieta predominantemente hipercalórica, hiperssódica e hiperlipídica e
faz pouco reposição hídrica durante o dia, cerca de 2 litros apenas.
Ocupação atual: Trabalha como caminhoneiro, passa a maior parte do tempo viajando, sentado
por 12 horas, relata que é uma tarefa muito estressante.
Tabagismo: nega
Drogas e álcool: Fez uso de rebite, por/há 8 anos, nesse longo período utilizou 10 vezes. Bebe
socialmente (em ocasiões especiais - cerca de 4 latas de cerveja).
HÁBITOS DE VIDA
Exercícios: Informa que não realiza exercícios físicos.
Sono: Informa não ter um sono regular diariamente, devido a atividade ocupacional
atual

EXAME FÍSICO
Aspecto físico geral: Paciente jovem, hígido, alto, moderadamente obeso, deambula com
facilidade. Em bom estado geral e nutricional, fácies atípicas e normocoradas. Se encontra
sentado no leito, calmo, lúcido orientado no tempo e espaço, contactuando verbalmente com
clareza, respondendo rapidamente às perguntas. Aparentemente afebril, anictérico,
acianótico, pele com boa elasticidade e boa perfusão sanguínea.

Dados Vitais:
● Temperatura axilar esquerda: 35,5 °C
● Pulso radial esquerda: 68 bpm; cheio e arrítmico
● Frequência respiratória: 14 icm; com ciclos completos
● Pressão Arterial em MSE, sentado: 130x90 mmHg
EXAME FÍSICO APARELHO RESPIRATÓRIO
À inspeção estática e dinâmica, tórax com um moderado pectus excavatum, sem cicatrizes,
ausência de circulação colateral, deformidades, lesões e retrações. Ausência de sinais de
angústia respiratória, como aleteo nasal, tiragem intercostal e uso de musculatura acessória.
Padrão respiratório eupneico do tipo costal - superior. Tórax com temperatura normal, sem
sudorese e indolor a palpação superficial e profunda. Não apresenta massas, tumorações, e
adenomegalias. Expansibilidade preservada e simétrica em ápice e base. Presença de frêmito
toracovocal, bilateralmente em ápice e base. À percussão som claro pulmonar em zona de
projeção de pulmões. Ausculta traqueal e brônquica normais. Murmúrio vesicular bem
distribuído, simétrico, bilateralmente em ápice e base de pulmão e sem ruídos adventícios.

EXAME FÍSICO APARELHO CARDIOVASCULAR


À inspeção, pulso jugular visível, apresenta precórdio calmo, ausência de cicatrizes, circulação
colateral, danças das artérias, deformidades, lesões e retrações. Ictus cordis não visível e
aparentemente não há estase jugular. À palpação, ausência de impulsões parasternais e de
frêmitos. Ictus cordis no 5º EI, na linha hemiclavicular esquerda, palpável em decúbito dorsal.
Sensibilizando a palpação, foi feita a lateralização para o lado esquerdo, identificando
EXAME FÍSICO APARELHO CARDIOVASCULAR
ictus palpável abrangendo 2,0 polpas digitais. Pulsos cheios, ritmos e simétricos em artéria
carótida. Por outro lado, pulsos assimétricos e arrítmicos em artérias braquiais, radiais,
poplítea e pedioso. Ademais, verificou- se pulso mais cheios em em artérias braquiais, radiais,
poplítea e pedioso esquerdo quando comparado com o lado contralateral. A ausculta cardíaca,
bulhas rítmicas, hipofonéticas às custas de B1 em foco aórtico, em dois tempos, sem sopros e
sem desdobramentos

TRATAMENTO INDICADO
1.Ácido Acetilsalicílico 100mg - 1 Comp.- 24/24 hrs..
2. Clopidogel, bissulfato 75mg - 1 Comp. - 24/24 hrs
3. Dipirona sódica 100 mg - 1 Amp. - 6/6 hrs
4. Metoclopamida, cloridrato 5mg/m - AMP 2ml - 2 Amp. 8/8hrs
5. Atorvastatina cálcica 40 mg - 2 Comp - 24/24 hrs
6. Enalapril 20 mg - 1 Comp. - 12/12 hrs
7. Heparina sódica, SC 5000 un., AMP 0,25 ml - 1 Amp 12/12hrs
8. Metoprolol, succinato 50 mg - 1 Comp. - 12/12
RACIONAL
TEÓRICO
I N FA RTO A G U D O
DO MIOCÁRDIO

Fonte: imagem retirada da internet


INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

A insuficiência cardíaca é uma condição que surge quando os


músculos do coração não são capazes de bombear o sangue
efetivamente.

Insuficiência cardíaca aguda - Se o infarto necrosar uma extensa área, o


paciente pode até morrer por falência aguda da bomba cardíaca
Insuficiência cardíaca crônica - pode se desenvolver lentamente nos
pacientes com doença isquêmica.
• Hipertrofia do ventrículo esquerdo - manda o sangue para o corpo é o ventrículo
esquerdo.
• Dilatação cardíaca temos um músculo com pouca capacidade de contração e um
coração que já não consegue bombear o sangue adequadamente, apresentando o
que chamamos insuficiência cardíaca sistólica.
Fonte: imagem retirada da interntt
Classificação NYHA
A Classificação da New York Heart Association (NYHA) fornece uma maneira simples de
classificar o grau da insuficiência cardíaca. Ela classifica os pacientes em uma das quatro
categorias com base em suas limitações durante a atividade física.

Classificação da NYHA — estágios da insuficiência cardíaca:


• Classe I: sem sintomas e sem limitação na atividade física habitual (andar, subir
escadas ou realizar pequenos esforços)
• Classe II: leve falta de ar durante atividades físicas habituais.
• Classe III: marcada limitação das atividades devido à falta de ar, mesmo durante uma
atividade de pequena intensidade, como, por exemplo, andar distâncias curtas (20 a
100 m). Confortável apenas em repouso.
• Classe IV: limitações severas. O paciente apresenta falta de ar mesmo enquanto está
em repouso. A maioria fica restrita à cama ao longo de todo o dia.
Tratamento

O tratamento é feito com medicamentos que ajudam a baixar a pressão


arterial, reduzir a retenção de líquidos e facilitar o bombeamento do
sangue. Entre os fármacos mais utilizados estão:

• Inibidores da ECA: enalapril, ramipril, lisinopril, perindopril, etc.


• Diuréticos: furosemida, hidroclorotiazida, metolazona, espironolactona.
• Sacubitril-valsartan.
• Beta-bloqueadores: atenolol, metoprolol, carvedilol, metoprolol, etc.
• Digoxina.
Mecanismo de Ação
do Enalapril

Fonte: imagem retirada da internett


Nova classe de medicamentos para o tratamento de IC

• Em 2003 foi aprovado o uso dos inibidores dos receptores da aldosterona (eplerenona,
espironolactona) para o tratamento da insuficiência cardíaca (estudo EMPHASIS-HF, N
Engl J Med 2011; 364:11-21);

• Em 2005 o FDA aprovou associação hidralazina com nitrato oral para pacientes com IC
com função ventricular reduzida. Esta classe foi recomendada especialmente para
negros sintomáticos à despeito de tratamento optimizado. (estudo A-HeFT, N Engl J Med
2004;351:2049-2057)

• Em 2012 a Agência Europeia para Medicamentos aprovou a Ivabradina para o controle


da frequência cardíaca em pacientes com insuficiência cardíaca (estudo SHIFT, Lancet
2010;376:875-885). A FDA não aprovou o seu uso nos EUA.
Inibidores Inibidores da Neprisilina (Sacubitril/
Valsartana)

Inibe a angiotensina II e os receptores


da neprisilina.

Fonte: imagem retirada da internet


Pepitídeo Natrirético Cerebral
Mecanismo de
Ação do
Sacubitril/
Valsartana

Fonte: imagem retirada da internet


PERGUNTA
CIENTÍFICA
INIBIDOR DA NEPRISILINA VERSUS
ENALAPRIL

QUAL DESTES É MAIS EFICAZ NA


R E D U Ç Ã O D E R I S C O S D E M O RT E E D E
H O S P I TA L I Z A Ç Ã O P O R I N S U F I C I Ê N C I A
CARDÍACA?
P - (Paciente) PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
I - (Principal Intervenção) MALEATO DE ENALAPRIL
C - Comparação de Intervenção) INIBIDOR DA NEPRISILINA
O - (Os defechos clínicos de interesse) REDUÇÃO DE RISCOS DE MORTE E
INTERNAMENTO POR INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
PESQUISA DE
LITERATURA
A B U S C A P E L O A RT I G O
PUBMED ESTUDOS CLINICOS: HTTPS://PUBMED.NCBI.NLM.NIH.GOV/CLINICAL/
O U T R O S A RT I G O S
E S T U D O E S TA P R O TO C O L A D O N O
S I T E C L I N I C A LT R I A L S ?
CHROKANE
H T T P S : / / W W W. C O C H R A N E L I B R A RY. C O M /
CHROKANE
H T T P S : / / W W W. C O C H R A N E L I B R A RY. C O M /
T H E N AT I O N A L C E N T E R F O R
B I O T E C H N O L O G Y I N F O R M AT I O N
HTTPS://NCBI.NLM.NIH.GOV/
T H E N AT I O N A L C E N T E R F O R
B I O T E C H N O L O G Y I N F O R M AT I O N
HTTPS://NCBI.NLM.NIH.GOV/
APRESENTAÇ
ÃO DO
ARTIGO
OBJETIVO

C o m p a ra r se inibidor do re c e p t o r de
angiotensina-neprilisina LC Z 6 9 6 , com o
enalapril em pacientes que t i v e ra m
i n s u fi c i ê n c i a c a rd í a c a c o m f ra ç ã o d e e j e ç ã o
re d u z i d a .
M É TO D O S

Estudo duplo-cego, distribuídos aleatoriamente com 8.442


p a c i e n t e s c o m i n s u fi c i ê n c i a c a rd í a c a c l a s s e I I , I I I o u I V e u m a
f ra ç ã o d e e j e ç ã o d e 4 0 % o u m e n o s p a ra re c e b e r LC Z 6 9 6 ( n a
dose de 200 mg duas vezes ao dia) ou enalapril (em uma dose
d o s e d e 1 0 m g d u a s v e z e s a o d i a ) , a l é m d a t e ra p i a
re c o m e n d a d a .
DESENHO DO ESTUDO
• O s re q u i s i t o s d e e l e g i b i l i d a d e i d a d e d e p e l o m e n o s 1 8 a n o s ;
• Sintomas de classe II, III+ou IV;
• O s p a c i e n t e s d ev e r i a m t e r u m n í v e l p l a s m á t i c o d e p e p t í d e o
n a t r i u ré t i c o t i p o B ( B N P ) d e p e l o m e n o s 1 5 0 p g p o r m i l i l i t ro ( o u
u m n í v e l d e p ró - B N P [ N Tp ro B N P ] N - t e r m i n a l ÿ 6 0 0 p g p o r m i l i l i t ro ) ;
• S e t i v e s s e m s i d o h o s p i t a l i z a d o p o r i n s u fi c i ê n c i a c a rd í a c a n o s
últimos 12 meses;
• U m B N P d e p e l o m e n o s 1 0 0 p g p o r m i l i l i t ro ( o u u m N T- p ro B N P ÿ 4 0 0
p g p o r m i l i l i t ro ) .
• O s p a c i e n t e s q u e t o m a ra m q u a l q u e r d o s e d e u m i n i b i d o r d a E C A o u
B R A f o ra m c o n s i d e ra d o s p a ra p a r t i c i p a ç ã o , m a s d u ra n t e p e l o
m e n o s 4 s e m a n a s a n t e s d a t r i a g e m o s p a c i e n t e s f o ra m o b r i g a d o s
a tomar uma dose estável de um betabloqueador e um inibidor da
ECA (ou BRA)equivalente a pelo menos pelo menos 10 mg de
enalapril diariamente.
DESENHO DO ESTUDO
D e 8 d ez e m b ro d e 2 0 0 9 a 2 3 d e n ov e m b ro d e 2 0 1 2 , u m t o t a l d e
1 0 . 5 2 1 p a c i e n t e s e m 1 . 0 4 3 c e n t ro s e m 4 7 p a í s e s e n t ra ra m n o p e r í o d o
d e r u n - i n . D e s t e s p a c i e n t e s , 2 . 0 7 9 n ã o p re e n c h e ra m o s c r i t é r i o s d e
ra n d o m i z a ç ã o e 4 3 p a c i e n t e s f o ra m s u b m e t i d o s à ra n d o m i z a ç ã o
e r ro n e a m e n t e o u f o ra m i n s c r i t o s e m c e n t ro s q u e f o ra m f e c h a d o s
d ev i d o a g ra v e s v i o l a ç õ e s d a s B o a s P rá t i c a s C l í n i c a s ; e s s e s p a c i e n t e s
f o ra m o m i t i d o s p ro s p e c t i v a m e n t e d e t o d a s a s a n á l i s e s a n t e s d o fi n a l
d o e s t u d o . A s s i m , 4 . 1 8 7 p a c i e n t e s f o ra m ra n d o m i z a d o s p a ra re c e b e r
LC Z 6 9 6 e 4 . 2 1 2 p a ra re c e b e r e n a l a p r i l p a ra a n á l i s e d e i n t e n ç ã o d e
t ra t a r . O s g r u p o s f o ra m e q u i l i b ra d o s e m re l a ç ã o à s c a ra c t e r í s t i c a s
basais. A maioria dos pacientes estava re c e b e n d o t e ra p i a
f a r m a c o l ó g i c a re c o m e n d a d a p a ra i n s u fi c i ê n c i a c a rd í a c a c rô n i c a .
RUN-IN
u t i l i z o u u m a f a s e d e r u n - i n a n t e s d a ra n d o m i z a ç ã o , o u s e j a , t o d o s o s p a c i e n t e s
re c e b e ra m E n a l a p r i l e d e p o i s t o d o s o s p a c i e n t e s re c e b e ra m S a c u b i t r i l / Va l s a r t a n a e
s o m e n t e a q u e l e s q u e t o l e ra ra m a s d u a s m e d i c a ç õ e s p e r m a n e c e ra m n o e s t u d o . D e s s a
f o r m a , o s re s u l t a d o s d o PA R A D I G M - H F d i z e m re s p e i t o a p e n a s a o s p a c i e n t e s
i n i c i a l m e n t e t o l e ra n t e s a o E n a l a p r i l e a o S a c u b i t r i l / Va l s a r t a n a , u m a c o n d i ç ã o q u e
p o d e r i a re d u z i r a v a l i d a d e ex t e r n a d o e s t u d o . E m o u t ra s p a l a v ra s , a i n c i d ê n c i a d e
e f e i t o s a d v e r s o s re l a t a d a s n o e s t u d o p o d e s e r m e n o r d o q u e a q u e l a q u e v e re m o s n a
p rá t i c a d o m u n d o re a l .

A f a s e d e r u n - i n s e r v e j u s t a m e n t e p a ra s e l e c i o n a r o s p a c i e n t e s q u e t e rã o a d e s ã o a o
t ra t a m e n t o , s e n d o u m a m e t o d o l o g i a c o m c r í t i c a s e v a n t a g e n s . C r í t i c o s a fi r m a m q u e o
u s o d o r u n - i n e m u m e s t u d o d e f a s e I I I s u p e re s t i m a o s b e n e f í c i o s , s u b e s t i m a o s r i s c o s
e a f e t a o n u m e ro n e c e s s á r i o p a ra t ra t a r ( N N T ) . a u t o re s a fi r m a m q u e c o m o r u n - i n , h á
m a i o r c e r t e z a d e q u e a s d ro g a s d e e s t u d o f o ra m e f e t i v a m e n t e t e s t a d a s , c o m m e n o r
p e rd a d e d a d o s e m a i o r p re c i s ã o d a a n á l i s e .

i n d i v í d u o s q u e f o ra m d e s c a r t a d o s n o r u n - i n , n ã o c o m p l e t a ra m a f a s e d e E n a l a p r i l e
n ã o c o m p l e t a ra m a f a s e d o S a c u b i t r i l / Va l s a r t a n a , s e m d i f e re n ç a s i g n i fi c a t i v a e n t re o s
g r u p o s . D e n t re o s p r i n c i p a i s p re d i t o re s d e d e s c o n t i n u i d a d e , d e s t a c a m - s e h i p o t e n s ã o
a r t e r i a l , n í v e i s d e N T- p ro B N P, i n s u fi c i ê n c i a re n a l e e t i o l o g i a i s q u ê m i c a .
ANÁLISE
E S TAT Í S T I C A
S c re e n i n g C r i t e r i a , R u n - i n P e r i o d s ,
and Randomization.
The p ro p o r t i o n of patients who
w i t h d rew f ro m t h e s t u d y b e c a u s e o f
a d v e r s e ev e n t s w a s h i g h e r d u r i n g t h e
enalapril run-in period than during
the LC Z 6 9 6 run-in period after
a d j u s t m e n t f o r t h e l o n g e r d u ra t i o n o f
LC Z 6 9 6 ex p o s u re . T h e m o s t c o m m o n
re a s o n s f o r w i t h d ra w a l f ro m t h e s t u d y
during the run-in period w e re
hypotension, cough, hyperkalemia,
a n d re n a l d y s f u n c t i o n . D u r i n g t h e r u n -
i n p e r i o d , 8 p a t i e n t s d i d n o t t a ke
e n a l a p r i l a n d t o o k o n l y LC Z 6 9 6 . I Q R
d e n o t e s i n t e rq u a r t i l e ra n g e , a n d G C P
G o o d C l i n i c a l P ra c t i c e .

Fonte:https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25176015/
CHARACTERISTICS OF THE
PAT I E N T S AT B A S E L I N E .

Fonte:https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25176015/
F i g u re 2 . K a p l a n – M e i e r C u r v e s
for K ey Study Outcomes,
A c c o rd i n g t o S t u d y G ro u p .
S h ow n a re e s t i m a t e s o f t h e
p ro b a b i l i t y o f t h e p r i m a r y
composite end point (death
f ro m c a rd i ov a s c u l a r c a u s e s o r
fi r s t h o s p i t a l i z a t i o n f o r h e a r t
f a i l u re ) ( P a n e l A ) , d e a t h f ro m
c a rd i ov a s c u l a r c a u s e s ( P a n e l
B ) , fi r s t h o s p i t a l i z a t i o n f o r
h e a r t f a i l u re ( P a n e l C ) , a n d
d e a t h f ro m a n y c a u s e ( P a n e l
D).
Fonte:https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25176015/
DESFECHO DO ESTUDO
Desfecho primário foi composto por morte por causas
cardiovasculares ou uma primeira hospitalização por
insuficiência cardíaca.

Desfecho secundário foram o tempo até a morte por


qualquer causa.
Fonte:https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25176015/
DESFECHO DO ESTUDO
• As taxas de risco foram calculadas com o uso de modelos estratificados de risco proporcional de Cox. Os
valores de P são bilaterais e foram calculados por meio de um teste log-rank estratificado sem
ajuste para comparações múltiplas.

• As pontuações no Questionário de Cardiomiopatia de Kansas City (KCCQ) variam de 0 a


100, com pontuações mais altas indicando menos sintomas e limitações físicas associadas
à insuficiência cardíaca. O efeito do tratamento é mostrado como a média dos mínimos
quadrados (±SE) da diferença entre grupos.

• ‡ Um total de 2.670 pacientes no grupo LCZ696 e 2.638 pacientes no grupo enalapril que
não apresentavam fibrilação atrial na visita de randomização foram avaliados para
fibrilação atrial de início recente durante o estudo.
ERRO TIPO 1
Não há erro tipo 1, pois:
• O v a l o r d e ( P ) d o s re s u l t a d o s e n c o n t ra d o s f o ra m t o d o s m e n o re s q u e
0,05;
• A H I P ÓT E S E É N U L A ( H 0 ) p o i s n ã o h o u v e d i f e re n ç a s s i g n i fi c a t i v a s e n t re
o s d o i s g r u p o s , m a s d ev i d o a o v a l o r d e P, é h . a .
• A a m o s t ra é g ra n d e : 8 . 4 4 2 p e s s o a s ;
• F o i a v a l i a d o a c o n s i s t ê n c i a d o e f e i t o d o t ra t a m e n t o e n t re 1 8
s u b g r u p o s p ré - e s p e c i fi c a d o s e u s o u - s e u m m o d e l o d e c ov a r i â n c i a d e
m e d i d a s re p e t i d a s p a ra a v a l i a r a p o n t u a ç ã o KCCQ, c o m v a l o re s b a s a i s ,
g r u p o d e e s t u d o , re g i ã o , v i s i t a d e e s t u d o e a i n t e ra ç ã o e n t re v i s i t a d e
e s t u d o e g r u p o d e e s t u d o c o m o c ov a r i á v e i s .
• CO N C L U I U - S E Q U E O E S T U D O É E S TAT I S T I C A M E N T E CO N V I N C E N T E .
CONCLUSÃO DO
A RT I G O
E m c o n c l u s ã o , a i n i b i ç ã o d o re c e p t o r d e a n g i o t e n s i n a - n e p r i l i s i n a c o m
LC Z 6 9 6 f o i s u p e r i o r à i n i b i ç ã o d a E C A i s o l a d a m e n t e n a re d u ç ã o d o s
r i s c o s d e m o r t e e d e h o s p i t a l i z a ç ã o p o r i n s u fi c i ê n c i a c a rd í a c a . A
m a g n i t u d e d o e f e i t o b e n é fi c o d o LC Z 6 9 6 , e m c o m p a ra ç ã o c o m o
e n a l a p r i l , n a m o r t a l i d a d e c a rd i ov a s c u l a r f o i p e l o m e n o s t ã o g ra n d e
q u a n t o a d o t ra t a m e n t o a l o n g o p ra z o c o m e n a l a p r i l , e m c o m p a ra ç ã o
c o m o p l a c e b o . E s t e a c h a d o ro b u s t o f o r n e c e f o r t e s ev i d ê n c i a s d e q u e
a i n i b i ç ã o c o m b i n a d a d o re c e p t o r d e a n g i o t e n s i n a e d a n e p r i l i s i n a é
s u p e r i o r à i n i b i ç ã o d o s i s t e m a re n i n a - a n g i o t e n s i n a i s o l a d a m e n t e e m
p a c i e n t e s c o m i n s u fi c i ê n c i a c a rd í a c a c rô n i c a .
REFERENCI
AS
McMurray JJ, Packer M, Desai AS, Gong J, Lefkowitz MP, Rizkala AR, Rouleau JL, Shi
VC, Solomon SD, Swedberg K, Zile MR; PARADIGM-HF Investigators and
Committees. Angiotensin-neprilysin inhibition versus enalapril in heart failure. N
Engl J Med. 2014 Sep 11;371(11):993-1004. doi: 10.1056/NEJMoa1409077. Epub
2014 Aug 30. PMID: 25176015. Disponivel em:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25176015/. Acesso em 15 set. 2023
ANEXOS

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