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EFEITO DA TAXA DE DOSE

ALUNO: ANDREYSON DA SILVA ARAUJO


DISCIPLINA: Efeitos Biológicos da Radiação
DATA: 18/06/2019
INTRODUÇÃO
 A irradiação de baixa taxa de dose (LDR) é a forma final de fracionamento,
equivalente a múltiplas frações infinitamente pequenas sendo dadas sem
intervalos livres de radiação, e assim, a indução de danos e o reparo
ocorrem ao mesmo tempo.

 Várias combinações de taxa de dose e fracionamento também podem ser


escolhidas, como a taxa de pulsação (PDR) e a alta taxa de dose (HDR).

 Com tratamentos de feixe externo usando radioterapia modulada por


intensidade (IMRT) ou outras técnicas que usam interrupções como
respiração, o efeito da taxa de dose também pode ter algum impacto.

 O aumento das taxas de dose usando linacs sem filtro ou outras tecnologias
também aumenta a possibilidade de uma mudança na eficácia biológica para
esses tratamentos.
EFEITO DA TAXA DE DOSE NA
SOBREVIVÊNCIA CELULAR

Fig 01. Curvas de sobrevivência celular para uma linha celular de melanoma humano
irradiada com taxas de dose de 150 cGy/min, 7,6 cGy/min ou 1,6 cGy/ min. À medida que
a taxa de dose de radiação é reduzida na faixa de 1 Gy/ min até 1 cGy/min, o efeito por
dose unitária diminui e as curvas de sobrevivência de células que são observadas em altas
taxas de dose gradualmente se tornam mais retas. A 150 cGy/ min , a curva de
sobrevivência tem uma curvatura acentuada; a 1,6 cGy/min é quase linear (no gráfico
semi-log) e parece extrapolar a inclinação inicial da curva HDR.
EFEITO DA TAXA DE DOSE NO TECIDO NORMAL

Fig 02. O efeito da taxa de dose em vários tecidos normais de roedores: pulmão, medula espinal,
mucosa labial e medula óssea. Ao comparar dois tecidos típicos de resposta tardia (pulmão e
medula espinhal) com um tecido responsivo precoce (mucosa labial no camundongo), os padrões de
recuperação são semelhantes, com a maior preservação da medula espinhal. Isso é esperado para o
sistema nervoso central, pois esse tecido apresenta o maior aumento na tolerância ao diminuir o
tamanho da fração (baixo valor α / β). Para tecidos epiteliais de resposta precoce, como a mucosa
labial, o efeito da taxa de dose é menos pronunciado, mas para tempos totais superiores a 1 a 2 dias,
a proliferação aumenta o rápido aumento da tolerância, em contraste com os tecidos de resposta
tardia.
EFEITO DA PROLIFERAÇÃO CELULAR

Fig 03. O efeito da proliferação celular como uma função da taxa de dose. As curvas de isoefeito são
mostradas para não proliferação ou com os tempos de duplicação indicados. Os cálculos baseiam-se
em um modelo simples de crescimento exponencial, ignorando os efeitos da radiação na taxa de
proliferação celular. Estes cálculos são feitos para uma população celular hipotética com um valor α /
β de 3,7 Gy e um tempo de reparação de 0,85 horas. Presume-se que a proliferação celular ocorra
com os tempos de duplicação mostrados na figura e não foram tomados em conta os efeitos da
radiação na taxa de proliferação (se isso ocorresse, reduziria o efeito da proliferação nas taxas de
dose mais elevadas). Para estes valores de parâmetros, não há efeito de proliferação em taxas de dose
acima de 1 cGy/min, mas à medida que a taxa de dose é reduzida para 0,1 cGy/ min , a dose não
efetiva aumenta abruptamente.
ASPECTOS RADIOBIOLÓGICOS DA
BRAQUITERAPIA
 As principais razões para a escolha da radioterapia intersticial ou
intracavitária, em detrimento do tratamento com feixe externo,
relacionam-se ao fornecimento da dose e à distribuição da dose, e não à
radiobiologia.

 A irradiação de uma fonte implantada dentro de um tumor carrega uma


vantagem geométrica distinta para poupar os tecidos normais circundantes
que inevitavelmente tenderão a receber uma dose de radiação mais baixa.

 A braquiterapia explora, assim, o efeito de volume nos tecidos normais.


Os tecidos normais também serão frequentemente expostos a uma taxa de
dose mais baixa, o que dá a vantagem adicional de "problemas duplos
negativos", isto é, “duplo benefício’’.
VARIAÇÃO NA MORTE DE CÉLULAS EM TORNO
DE UMA FONTE RADIOATIVA IMPLANTADA

Fig 05. A probabilidade de controle local do tumor varia abruptamente com a distância de uma
fonte de radiação pontual. Perto da fonte, a taxa de dose é alta e a quantidade de morte celular
será próxima da indicada pela curva de sobrevivência à radiação efetiva. À medida que nos
afastamos da fonte, duas mudanças ocorrem: as células serão menos sensíveis nas menores taxas
de dose e, dentro de um determinado período de implantação, a dose acumulada também será
menor. Esses dois fatores levam a uma mudança muito rápida na morte celular com a distância da
fonte. Dentro dos tecidos (tumor ou normal) que estão próximos da fonte, o nível de morte
celular será tão alto que as células de virtualmente qualquer radiossensibilidade serão mortas.
Existe uma vantagem radiobiológica na
radioterapia com LDR?
 A questão de saber se a irradiação LDR traz uma vantagem terapêutica
é controversa. Existe um volume considerável de literatura sobre o
efeito da taxa de dose, tanto nos tumores como nos tecidos normais,
com base nos quais seria difícil afirmar que, em todas as circunstâncias,
o tratamento com LDR teria o melhor índice terapêutico.

 A vantagem mais clara para a irradiação LDR é que, para um dado nível
de morte celular, e sem prejudicar os tecidos normais de resposta tardia,
este tratamento estará completo dentro do menor tempo geral.

 Uma potencial desvantagem da irradiação LDR é que, devido ao curto


tempo de tratamento global, pode haver tempo inadequado disponível
para a reoxigenação de células tumorais hipóxicas e, portanto, maior
radiorresistência devido à hipóxia.
IMRT E TAXA DE DOSE
 O IMRT, uma implementação de alta precisão de radioterapia externa, é geralmente
aceito como a melhor ferramenta para permitir escalonamento de dose com fótons
convencionais no volume alvo, poupando os tecidos normais circundantes. E tem o
tempos de entrega mais longos da fração de dose completa de mais de 30 minutos.
Assim, parte da dose aumentada pode ser biologicamente perdida por reparo durante o
tratamento.

 Vários investigadores abordaram esta questão através de experiências de cultura celular


in vitro.

 Concluiu-se que, em geral, a eficácia em termos de morte celular pode diminuir em até
20% para os tempos de tratamento de 20 a 30 minutos.

 Estudo experimental que compara a radiosensibilidade in vitro com a resposta tumoral


in vivo na mesma linhagem celular, que mostrou que a perda de efeito devido à menor
morte celular foi compensada in vivo pela reoxigenação rápida.
IMRT E TAXA DE DOSE
 Em contraste com as implementações iniciais de IMRT, a terapia de arco
modulado volumétrico (VMAT) é uma técnica de IMRT que agora permite a
entrega de frações de dose em tipicamente menos de 10 minutos. Muitas
unidades de tratamento também oferecem agora feixes de filtro de
desalinhamento (FFF) que podem resultar em taxas de dosagem médias mais
altas e, portanto, também permitem uma entrega de tratamento mais rápida.

 Se os HDRs poderiam levar a qualquer mudança na eficácia comparada com


taxas de dose médias menores que 5 Gy.min/1.

 Concluiram que os HDRs de até 30 Gy / min, como potencialmente


fornecidos pelos feixes de fótons linac da FFF, não mostraram uma diferença
na eficácia biológica, embora a possível radiorresistência através da
depleção localizada de oxigênio não possa, teoricamente, ser descartada para
feixes de prótons de alta energia.
RESUMO
 A irradiação LDR é a forma final de fraccionamento que permite a
recuperação máxima no menor tempo de tratamento global.
 O efeito da taxa de dose deve-se principalmente ao reparo de dano subletal,
enquanto o repopulação pode desempenhar um papel nos tempos de
tratamento maiores que 1-2 dias.
 As curvas de sobrevivência de células se tornam mais retas nos LDRs e se
aproximam da inclinação inicial da curva de sobrevivência.
 A IMRT administrada em 20 a 30 minutos por fração pode ser
intrinsecamente menos eficaz devido à menor morte celular, mas isso pode
ser compensado nos tumores pela reoxigenação rápida.
 HDRs de até 30 Gy/min, como potencialmente fornecidos pelos feixes de
fótons linac da FFF, não mostraram uma diferença na eficácia biológica,
embora a radiorresistência possível por meio da depleção localizada de
oxigênio não possa, teoricamente, ser descartada para feixes de prótons de
alta energia.

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