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CONCEITO
LATO SENSU – o vocábulo FAMÍLIA abrange todas as pessoas ligadas por vínculo de
sangue e que procedem, portanto, de um tronco ancestral comum, bem como as unidas
pela afinidade e pela adoção.
As leis em geral referem-se à família como um núcleo mais restrito, constituído pelos
pais e sua prole, embora esta não seja essencial à sua configuração.
- conjugal
- parentes
- afinidade
Estabelecido no art 226, §5º CF – acaba com o poder marital e com o sistema de
encapsulamento da mulher, restrita a tarefas domésticas e à procriação. O
patriarcalismo, não se sobrepõe, com a época atual, em que grande parte dos avanços
tecnológicos e sociais estão diretamente vinculados às funções da mulher na família.
Art 227, §6º CF – estabelece absoluta igualdade entre todos os filhos, não admitindo
mais a retrógrada distinção entre FILIAÇÃO LEGÍTIMA ou ILEGÍTIMA, segundo os
pais fossem casados ou não, e adotiva.
Hoje são todos apenas filhos e com igualdade de direitos e qualificações ( arts 1596 a
1629 CC ).
Art 226, §7º CF – o planejamento familiar é livre decisão do casal, fundado nos
princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, regulamentado
pela Lei 9253/96 especialmente no assunto, poder público.
Esse princípio é reforçado pelo art 1513 CC que veda a qualquer pessoa jurídica, seja
ela de direito privado ou público, a interferência na comunhão de vida instituída pela
família.
Art 1513 CC - Seja pelo casamento, ou pela união-estável, sem qualquer imposição ou
restrição de pessoa jurídica de direito público ou privado, tal princípio abrange também
a livre decisão do casal no planejamento familiar Art. 1565 CC, assim como os arts
1634, 1639, 1642 e 1643 CC.
NATUREZA JURÍDICA
O PATER FAMÍLIAS exercia sobre os filhos direito de vida e de morte ( IUS VITAE
AC NECIS ).
Podia, vendê-los, impor-lhes castigos e penas corporais e até mesmo tirar-lhes a vida.
A mulher era totalmente subordinada à autoridade marital e podia ser repudiada por ato
unilateral do marido.
DO CASAMENTO
NATUREZA JURÍDICA
CARACTERES DO CASAMENTO
( IPSO FACTO ) não podem ser derrogadas por convenções particulares. O casamento é
constituído de um conjunto de normas imperativas, cujo objetivo consiste em dar à
família uma organização social moral compatível com as aspirações do Estado e a
natureza permanente do homem.
FINALIDADES DO CASAMENTO
Fixando em 16 anos a idade mínima, denominada IDADE NÚBIL tanto para o homem
quanto para a mulher.
Não há uma perfeita coincidência entre a capacidade genérica para os atos da vida civil
e a capacidade específica para o casamento.
As vezes a lei reconhece habilitação aos noivos para o casamento, embora lhes falta a
capacidade plena.
REQUISITOS:
- idade núbil
- capacidade mental ( absolutamente capaz )
- impedimentos previstos na lei
Mesmo que o noivo tenha idade inferior a 16 anos, admite-se o suprimento de idade,
dele somente ou de ambos, embora não esteja sujeito às penas do CP.
DOCUMENTOS NECESSÁRIOS
O oficial afixará os proclamas em lugar ostensivo de seu cartório e fará publicá-los pela
imprensa local, se houver.
Vencido esse prazo, que é de caducidade, será necessária nova habilitação, porque pode
ter surgido algum impedimento que inexistia antes da publicação dos proclamas.
Art 1525, I CC - Os que ainda não completaram 16 anos de idade poderão, no entanto,
casar-se para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal, em crime contra os
costumes ou em caso de gravidez ( art 1520 CC ) requerendo ao juiz o suprimento de
idade.
O PRÓDIGO – não figura no rol das pessoas que não podem casar, nem o seu estado
constitui causa suspensiva ou de anulabilidade do casamento, mesmo porque a sua
interdição acarreta apenas incapacidade para cuidar de seus bens.
Mas hoje, está claro que o pródigo interdito, não pode casar sem o consentimento de seu
curador.
O VIÚVO deve provar o seu estado com a certidão de óbito co cônjuge falecido. A
exigência tem por objetivo evitar o casamento de pessoas já casadas, com infração do
impedimento dirimente no art 1521, VI CC.
DOS IMPEDIMENTOS
Para que o casamento tenha existência jurídica, é necessária a presença dos elementos
denominados essenciais:
- diferença de sexo
- consentimento e celebração na forma da lei.
A CONSANGUINIDADE
A AFINIDADE
Parentesco por afinidade é o que liga um cônjuge ou companheiro aos parentes do outro
( art 1595 CC ). A proibição refere-se apenas à linha reta.
Dissolvido o casamento ou a união estável que deu origem ao aludido parentesco, o
viúvo não pode casar-se com a enteada, nem com a sogra, porque a afinidade em linha
reta não se extingue com a dissolução do casamento que a originou ( art 1595, §2º CC ).
A afinidade, não vai além da pessoa do cônjuge. Ex: Um homem pode casar-se com a
enteada de seu irmão, ou com a sogra de seu filho.
- o parentesco e casamento
- companhereirismo
Significa dizer que, dissolvido um casamento ou união estável, não haverá afinidade
entre os ex-cônjuges ou ex-companheiros e os eventuais futuros parentes do outro
cônjuge ou companheiro, que não chegaram a ser parentes na constância do casamento
ou união estável.
Não se configura o impedimento para o casamento dos afins se a união que deu origem
à afinidade é declarada NULA ou venha a ANULAR-SE.
A ADOÇÃO
O pai adotivo ou a mãe adotiva, não pode casar-se com a viúva do filho adotivo ou com
o viúvo da filha adotiva.
A adoção é concedida por sentença constitutiva ( art 1623 p.u. CC ), sendo, portanto,
irretratável. O impedimento, em conseqüência, é perpétuo.
Art 1521, VI – não podem casar, ainda, “as pessoas casadas”. Procura-se assim,
combater a poligamia e prestigiar a monogamia, sistema que vigora nos países em que
domina a civilização cristã.
ART 1521, VII – abrange somente o homicídio doloso, como é da tradição de nosso
direito. Ademais, só existe tentativa de homicídio dolosa.
A oposição das causas suspensivas, deve ser feita no prazo de 15 dias da publicação dos
editais, para produzir o efeito de sustar a realização do casamento.
Se efetivada após esse prazo, não terá o condão de obstá-lo, embora sujeite os cônjuges
ao regime da SEPARAÇÃO DOS BENS E DOS IMÓVEIS destes a HIPOTECA
LEGAL.
CONFUSÃO DE PATRIMÔNIOS
Art 1523, I CC – com a partilha, definem-se os bens que comporão o quinhão dos filhos
do casamento anterior, evitando a referida confusão.
O óbice à realização do casamento não desaparece com o fato de haver sido iniciado o
inventário. A lei exige mais: que haja partilha julgada por sentença, pois é ela que
define claramente o direito de cada um. É necessário assim, que se homologue a
partilha, promovendo-se a separação dos patrimônios.
DIVÓRCIO
Art 1523, III CC – procura-se evitar controvérsia a respeito dos bens comuns na
hipótese de novo casamento de um dos divorciados, em face do regime de bens adotado.
Art 1523, p.ú. CC – não subsiste a proibição se a nubente provar “nascimento de filho,
ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo”.
TUTELA E CURATELA
Art 1523, IV CC – trata-se de causa suspensiva destinada a afastar a coação moral que
possa ser exercida por pessoa que tem ascendência e autoridade sobre o ânimo do
incapaz.
Cessa a causa suspensiva com a extinção da tutela ou curatela e com a aprovação das
contas pelo juízo competente.
PESSOAS LEGITIMADAS
A sociedade tem interesse em que não se realize o casamento de pessoas entre quais
vigora o impedimento.
O CC de 2002 não prevê pena de multa para o oficial do registro e o juiz, por não
declararem de ofício os impedimentos que conhecerem.
Art 1522 CC – podem ser opostos por qualquer pessoa capaz, em qualquer fase do
processo de habilitação e até o momento da celebração do casamento.
FORMA DE OPOSIÇÃO
O CC 2002 estipula que o divorciado não deve casar-se enquanto não houver sido
homologada ou decidida a partilha dos bens do anterior casamento.
PESSOAS LEGITIIMADAS
Diferentemente do que sucede com os impedimentos, que podem ser apresentados por
qualquer pessoa capaz, é restrito o elenco de pessoas que podem articular as causas
suspensivas.
São causas que interessam somente a família, diferentemente dos impedimentos, que
são causas de ordem pública.
Podem deixar de ser aplicadas pelo juiz, provando-se a inexistência de prejuízo para as
pessoas que a lei visa proteger ( art 1523, p.ú. CC ).
FORMA DE OPOSIÇÃO
ART 1591 CC – parentes em linha reta são as pessoas que descendem uma das outras.
PAI
FILHO
GERAÇÃO – é a relação existente entre o genitor e o gerado. Assim, pai e filho são
parentes em linha reta em primeiro grau.
Já avô e neto são parentes sem segundo grau, porque entre eles há duas gerações.
AVO
2º grau 3º grau
PAI FILHO
1ºgrau 4º grau
FILHO
IGUAL – como no caso de irmãos, porque a distância que os separa do tronco comum,
em número de gerações, é a mesma.
DÚPLICE OU DUPLICADA – como no caso de dois irmãos que se casam com duas
irmãs. Neste caso, os filhos que nascerem dos dois casais serão parentes colaterais em
linha duplicada.
ESPÉCIES DE PARENTESCO
Art 1596 c/c 227,§6º CC – os filhos não podem ser chamados de LEGÍTIMOS,
ILEGÍTIMOS OU ADOTIVOS, a não ser em doutrina.
Art 1723 CC – não é o tempo, com determinação de número de anos que deverá
caracterizar uma relação como união estável, mas outros elementos expressamente
mencionados “convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo
de constituição de família”.
Art 1723, §1ºCC – é admitida a união estável entre pessoas que mantiveram seu estado
civil de casadas, estando, porém, separadas de fato.
SUBJETIVOS
OBJETIVOS
- diversidade de sexos
- notoriedade
- estabilidade ou duração prolongada
- continuidade
- inexistência de impedimentos matrimoniais
- relação monogâmica
PRESSUPOSTOS DE ORDEM SUBJETIVA
A) CONVIVÊNCIA
SÚMULA 382 STF – a vida em comum sob o mesmo teto, não é indispensável à
caracterização do concubinato.
A súmula fala em concubinato e não em união estável. Assim, vários julgados tem
afastado a aplicação da súmula à união estável, afirmando-se que “não há como
reconhecer o relacionamento afetivo, mesmo que de longa data, como união estável, se
as partes não viviam sob o mesmo teto.
B) AFFECTIO MARITALIS
Não se configuram união estável, com efeito, os encontros amorosos mesmo constantes,
ainda que os parceiros tenham relações sexuais, nem as viagens realizadas a dois ou o
comparecimento juntos a festas, jantares, recepções etc, se não houver da parte de
ambos o intuito de constituir uma família.
A) DIVERSIDADE DE SEXO
B) NOTORIEDADE
Art 1723 CC para que se configure a união estável, que a convivência, além de contínua
e duradoura, seja “pública”. Não pode assim, a união permanecer em sigilo, em segredo,
desconhecida do meio social.
Desse modo, deverá o juiz, em cada caso concreto, verificar se a união perdura por
tempo suficiente, ou não, para o reconhecimento da estabilidade familiar, perquirindo
sempre o intuito de constituição de família, que constitui o fundamento principal.
D) CONTINUIDADE
Art 1723, §1ºCC veda a constituição da união estável “se ocorrerem os impedimentos
do art 1521 CC”, ressalvado o inciso VI, que proíbe o casamento das pessoas casadas,
se houver separação judicial ou de fato.
Art 1523,§2º CC – não se aplicam, portanto, à união estável as causas suspensivas que
correspondem aos impedimentos proibitivos ou meramente impedientes.
F) RELAÇÃO MONOGÂMICA
Pode uma pessoa conviver, com observância dos requisitos do art 1723, caput, CC, em
épocas diversas com pessoas diversas.
Pode haver união estável PUTATIVA quando o partícipe de segunda união não saiba da
existência de impedimento do decorrente da anterior e simultânea união do seu
companheiro que lhe parecia estável, desde que duradoura, contínua, pública e com
propósito de constituição de família.
A proteção jurídica a entidade familiar constituída pela união estável entre homem e a
mulher abrange o complexo de direitos de cunho pessoal e de natureza patrimonial,
mencionados no artigo 1724 CC além de inúmeros outros, esparsos pela legislação
ordinária.
ALIMENTOS
Art 1694 CC assegura o direito recíproco dos companheiros aos alimentos. O legislador
equiparou os direitos dos companheiros aos dos parentes e aos dos cônjuges. Aplicam-
se lhes as mesmas regras dos alimentos devidos na separação judicial ( Lei 5478/68 –
Lei de Alimentos ).
A prova da união estável pode ser feita por todos os meios de prova.
Art 1663 CC – cada parceiro administrará livremente seus bens particulares, cabendo a
administração do patrimônio comum a qualquer um dos companheiros.
SUCESSÃO HEREDITÁRIA
Esses direitos são, todavia, restritos a uma quota equivalente à que por lei for atribuída
ao filho, se concorrer com filhos comuns, ou à metade do que couber a cada um dos
descendentes exclusivos do autor da herança, se somente com eles concorrer, ou a um
terço daqueles bens se concorrer com outros parentes sucessíveis, como ascendentes,
irmãos etc. ( art 1790, I a IV CC ).
CONTRATO DE CONVIVÊNCIA ENTRE COMPANHEIROS
LEI 9278/96 – art 5º -de os companheiros celebrarem contrato escrito que disponha de
forma contrária, afastando o regime da comunhão parcial de bens ( art 1725 CC) e
adotando, por exemplo, regime semelhante ao da comunhão universal ou da separação
absoluta, ou estabelecendo novas regras.
Não há forma prevista para que o contrato seja elaborado, podendo ser por escritura
pública ou instrumento particular.
Poderá ser convertido, mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no Registro
Civil.
As uniões cessadas depois de 1994 sujeitam-se às normas das Leis 8971/94 e 9278/96,
conforme a data da cessação, sendo que as determinadas anteriormente, em definitivo,
não são alcançadas por nenhum dos referidos diplomas legais.