Você está na página 1de 9

Carboidratos 1

CARBOIDRATOS
Outros nomes: carbohidratos, hidratos de carbono, glicídios, glícidos, glucídeos, glúcidos, glúcides, sacarídeos ou
açúcares

Formação: é formado por Carbono e Água [(CH2O)n]. São formados nos vegetais através da fotossíntese.

Funções:
 ENERGÉTICA: são os principais produtores de energia sob a forma de ATP, cujas ligações ricas em energia
(±10 Kcal) são quebradas sempre que as células precisam de energia para as reações bioquímicas. É a
principal função dos carboidratos, com todos os seres vivos (com exceção dos vírus) possuindo metabolismo
adaptado ao consumo de glicose como substrato energético. Algumas bactérias consumem dissacarídeos
(p.ex.: a lactose) na ausência de glicose, porém a maioria dos seres vivos a utiliza como principal fonte
energética.
 ESTRUTURAL: a parede celular dos vegetais é constituída por um carboidrato polimerizado - a celulose; a
carapaça dos insetos contém quitina, um polímero que dá resistência extrema ao exoesqueleto; as células
animais possuem uma série de carboidratos circundando a membrana plasmática que dão especificidade
celular, estimulando a permanência agregada das células de um tecido - o glicocálix.
 RESERVA ENERGÉTICA: nos vegetais, há o amido, polímero de glicose; nos animais, há o glicogênio, também
polímero de glicose, porém com uma estrutura mais compacta e ramificada.

Classificação:
 Monossacarídeos: Os monossacarídeos (açúcar simples) são as unidades básicas dos carboidratos.  São
raramente encontrados livres na natureza, mas estão em formas de dissacarídeos e polissacarídeos. São os
açúcares mais simples, não podem ser hidrolisados para uma forma mais simples. A maioria apresenta sabor
doce. Constituem fonte prioritária de energia para os seres vivos. São facilmente absorvidos a nível
intestinal. Caem rapidamente na corrente sangüínea, elevando o hormônio insulina.
 Dissacarídeos: São açúcares simples compostos de dois monossacarídeos ligados. Uma reação de
condensação ocorre quando dois monossacarídeos se combinam e então uma molécula de água é liberada.
Para que sejam absorvidos é necessário que sejam hidrolisados e transformados em monossacarídeos.
 Oligossacarídeos: Os oligossacarídeos ou açúcares pequenos são carboidratos constituídos de duas a dez
moléculas de monossacarídeos.
 Polissacarídeos: São uniões de várias unidades de glicose, diferindo apenas no tipo de ligação. Os
polissacarídeos são menos solúveis e mais estáveis que os açúcares mais simples. São conhecidos como
carboidratos complexos.

Necessidades diárias: As necessidades diárias situam-se em torno de 6 a 7g por quilo de peso, por dia. Em relação ao
valor calórico total da dieta, cerca de 50 a 60% devem ser procedentes de carboidratos.

Fontes Alimentares: Pães, massas, melados, cereais, frutas, açúcar, doces, geléias, legumes, verduras, vegetais
feculentos, hortaliças e leite. Os alimentos refinados fornecem apenas calorias vazias, por isso devemos preferir os
integrais que apresentam vitaminas, minerais e fibras.

MONOSSACARÍDEOS
Classificação:
DIOSE 2 carbonos HEXOSE 6 carbonos
TRIOSE 3 carbonos HEPTOSE 7 carbonos
TETROSE 4 carbonos OCTOSE 8 carbonos
PENTOSE 5 carbonos NONOSE 9 carbonos
Carboidratos 2

DIOSES
 Glicolaldeído (C2H4O2): É o açúcar mais simples possível. Pode reagir com o propenal para formar ribose, o
constituinte central do RNA, sendo uma molécula central na origem da vida. É encontrado em algumas
partes de nossa galáxia.

TRIOSES
 Gliceraldeído (C3H6O3): Intervém como composto intermediário na glicólise. É comum nas células animais e
vegetais como ésteres fosfóricos.
 Diidroxiacetona (C3H6O3): Também conhecida como DHA ou Glicerona. É geralmente derivada de vegetais,
como a cana-de-açucar, a beterraba-sacarina ou pela fermentação da glicerina (glicerol). Quando combinada
com piruvato se obtém um suplemento nutricional muito demandado pelos esportistas, já que tomado por
via oral aumenta a biodegradação das gorduras e incrementa a massa muscular. É usado como bronzeador
artificial e usado em vinícolas.

TETROSES
 Eritrulose (C4H8O4): É sintetizada e produzida a partir da fermentação aeróbica da bactéria Gluconobacter,
seguida de uma série de protocolos de purificação. É usada com o DHA no processo de bronzeamento
artificial.
 Eritrose (C4H8O4): É obtido pela degradação de arabinose. É precursor do ácido chiquímico, a principal via de
síntese de compostos de defesa da planta contra agentes bióticos (patógenos e pragas) e abióticos (raios
ultravioleta), como compostos fenólicos simples, lignina, taninos e flavonóides (fitoalexinas). A eritrose
também é precursora da síntese de aminoácidos aromáticos, como fenilanina e tirosina.
 Treose (C4H8O4): ----

PENTOSES
 Ribose (C5H10O5): Faz parte da estrutura do RNA e de diversos nucleosídeos relacionados com o metabolismo:
ATP (adenosina trifosfato), GTP (guanosina trifosfato), NADH (nicotinamida adenina dinucleotídeo), entre
outros. A ribose é comumente utilizada durante a atividade física como complemento para estimular a
imediata produção de ATP pelas células musculares, permitindo aos músculos continuarem a trabalhar de
forma otimizada. Estudos mostram que as reservas de ATP podem decrescer de 60% a 70% durante
exercícios exaustivos e podem levar mais de 72 horas para serem adequadamente repostas.
 Arabinose (C5H10O5): Aumenta a absorção da medicina, aumentando seu efeito. Tem função exclusiva à
transformação do metabolismo da sacarina. Constitui a pectina e a hemicelulose. Pode ser encontrada
principalmente na goma-arábica.
 Xilose (C5H10O5): Também conhecida com açúcar da madeira, é encontrada ampliadamente distribuída em
distintas matérias vegetais: madeira (cerejeira), palha, etc. Também pode ser encontrada nos tecidos
conectores com no pâncreas e no fígado. Sua função é primeiramente alimentícia, mas também se utiliza
para fazer exames da absorção intestinal. É um dos oito açúcares essenciais para a nutrição humana.
 Lixose (C5H10O5): É um açúcar pouco comum na natureza. A lixose pode ser encontrada formando parte dos
glicolipídios das paredes bacterianas de algumas espécies, assim como no músculo cardíaco.
 Ribulose (C5H10O5): seu derivado fosforilado, a ribulose-1,5-bisfosfat, intervém no ciclo de Calvin, na fase
escura da fotossíntese; é a molécula sobre a qual se fixa o CO 2.
 Xilulose (C5H10O5): Se acumula na urina dos pacientes com pentosúria. Como a L-xilulose é um açúcar redutor
como a D-glucose, os pacientes com pentosúria eram erroneamente diagnosticados como diabéticos no
passado.
Carboidratos 3
 Desoxirribose (C5H10O4): Forma parte dos nucleótidos que constituem as cadeias do DNA.

HEXOSES
 Psicose (C6H12O6): Se encontra em pequenas quantidades em produtos agrícolas e em certos preparos
comerciais de carboidratos. Atualmente, está sendo investigado como utilizar a psicose na dieta para
combater certas desordens como: a hiperglicemia, a hiperlipidemia e a obesidade.
 Frutose, ou Levulose (C6H12O6): É o açúcar das frutas, mais doce de todos os monossacarídeos. Sua doçura
varia conforme a fruta amadurece, ela se torna mais doce porque a sacarose se transforma em glicose e
frutose. É encontrado nas frutas e mel.
 Sorbose (C6H12O6): Se utiliza na produção comercial da vitamina C por meio do microorganismo
Ketogulonicigenium vulgare.
 Tagatose (C6H12O6): É utilizado em vários produtos como adoçante. Está admitida e reconhecida como
segura pela FAO/WHO desde 2004 e também foi aprovada como um ingrediente que previne a saúde dental.
Atualmente, existe um ensaio cínico na fase III para comprovar se pode ser utilizada como tratamento da
diabetes tipo 2. Os dados iniciais mostram que, além de ajudar a reduzir o peso ou de ser antioxidante,
aumenta no sangue os níveis de colesterol bom (HDL).
 Alose (C6H12O6): É um monossacarídeo raro, que se consegue extrair das folhas de um arbusto africano
chamado Protea rubropilosa.
 Altrose (C6H12O6): A altrose é um monossacarídeo não natural. Contudo, tem se conseguido extraí-lo de
espécies da bactéria Butyrivibrio fibrisolvens.
 Glicose, ou Dextrose (C6H12O6): É a forma de açúcar comumente encontrada na corrente sanguínea. É o
principal produto formado a partir da hidrólise dos carboidratos mais complexos no processo de digestão. A
glicose é oxidada nas células para fornecer a energia que é armazenada no fígado e músculos na forma de
glicogênio. O sistema nervoso central utiliza apenas glicose como fonte de combustível. A glicose é
abundante nas frutas, xarope de milho, mel e em certas raízes. Nas frutas e vegetais o teor da glicose e
frutose vai depender da do estado de maturação e preservação.
 Manose (C6H12O6): é um açúcar simples que se encontra formando parte de alguns polissacarídeos das
plantas (como o manano, o glucomanano, etc), e em algumas glicoproteínas animais.
 Gulose (C6H12O6): É um monossacarídeo artificial, que existe em forma de xarope e tem sabor doce.
 Idose (C6H12O6): Não é encontrado na natureza, mas seu ácido urônico, o ácido idurônico, é importante. É um
componente do sulfato de dermatano e do sulfato de heparano, que são glicosaminoglicanos.
 Galactose (C6H12O6): É o açúcar do leite. Não é encontrado livre na natureza. Combina-se com a glicose para
formar lactose. É obtida através da hidrólise (quebra) da lactose durante o processo de digestão. Está
presente no leite e em outros produtos lácteos.
 Talose (C6H12O6): É um monossacarídeo artificial.
 Fucose (C6H12O5): Pode ser encontra nos glicanos presentes na superfície de células de mamíferos, insetos e
plantas, sendo a subunidade fundamental do polissacarídeo fucoidina.
 Fuculose (C6H12O5): É derivada da tagatose.
 Ramnose (C6H12O5): Seu nome provém da planta da qual foi extraído pela primeira vez, a espécie Rhammus
frangula , ainda que, também, pode ser obtida a partir da espécie Toxicodrendon vernix, ou se encontra na
forma de glicosídeo em outras plantas. Ainda, pode ser encontrado em diversas substâncias biológicas como
os polímeros de pectina que são característicos das paredes vegetais e da parede de certos
microorganismos, como as micobactérias, que incluem a os microorganismos causadores da tuberculose.

HEPTOSES
Carboidratos 4
 Sedoheptulose (C7H14O7): É uma das poucas heptoses encontradas na natureza, podendo ser encontrada
como intermediária do ciclo das pentoses.
 Glicoheptose, Idoheptulose, Manoheptulose, Taloheptulose são outros tipos de heptoses.

OCTOSES
 Encontramos este gênero em lipopolissacarídeos de paredes bacterianas.
NONOSES
 Ácido Neuramínico, Ácido Siálico, Ácido Legionamínico, Ácido Pseudamínico são exemplos de nonoses.

OLIGOSSACARÍDEOS

DISSACARÍDEOS
 Sacarose (C12H22O11): É formada pela união de uma molécula de glicose e uma de frutose. Encontra-se em
abundância na cana-de-açucar, frutas e beterraba.
 Lactose (C12H22O11): A lactose é formada por dois carboidratos menores, a glicose e a galactose. É o açúcar do
leite. Produzido exclusivamente nas glândulas mamárias dos lactentes. É formada pelos mamíferos através
da glicose para suprir o componente carboidrato do leite durante a lactação. É o menos doce dos
dissacarídeos. O leite humano contém de 6-8% e, o de vaca, de 4-6%.
 Maltose (C12H22O11): É a principal substância de reserva da célula vegetal, é também a junção de duas
moléculas de glicose. É o açúcar do malte. Não é encontrado livre na natureza. É obtido através dos
processos de digestão por enzimas que quebram as moléculas grandes de amido em fragmentos de
dissacarídeos, os quais são convertidos em duas moléculas de glicose para facilitar a absorção. É obtida pela
indústria através da fermentação de cereais em germinação, tais como a cevada, produzindo etanol (álcool)
e dióxido de carbono.
 Lactulose (C12H22O11): É um açúcar sintético usado no tratamento da constipação e da encefalopatia hepática,
uma complicação da doença do fígado. Excessivamente, a dosagem elevada pode causar dor no estômago,
gases, flatulências embaraçosas, vômitos, ou diarréia explosiva e incontrolável. Em indivíduos sensíveis,
como idosos ou pessoas com a função reduzida do rim, o excesso da dosagem pode causar desidratação e
altos níveis de sódio.
 Trehalose, ou Tremalose (C12H22O11): É formado por duas moléculas de glicose. A Trehalose é um açúcar
natural com funções similares às da sacarose, mas com maior estabilidade e menor poder adoçante. Ela
pode ser usada, pelos responsáveis por desenvolvimento de produtos, para melhorar produtos já existentes
ou para criar produtos inovadores.
 Celobiose (C12H22O11): É composto por duas moléculas de glicose produto da hidrólise incompleta da celulose.
 Outros dissacarídeos menos comuns:
A kojibiose é um dissacarídeo
constituído de duas unidades de
glicose. A kojibiose está presente
nos extratos de koji (Aspergillus
Kojibiose Glicose + Glicose oryzae) de onde tira o seu nome.
Encontra-se também no saquê,
no mel e na membrana do
Streptococcus faecalis. A kojibiose
foi descoberta no saquê em 1953.
Nigerose,ou Saquebiose Glicose + Glicose É um açúcar não fermentável
obtido pela hidrólise parcial do
“nigerano”, um polisacárido
encontrado no Aspergillus niger,
mas é extraído também
prontamente dos dextranos em
Carboidratos 5
muitos outros microorganismos
de fermentação, como os L.
mesenteroides.
Produzida a partir da sacarose de
beterraba, possui o mesmo
aspecto do açúcar de cana. É
utilizada na mesma proporção
que a sacarose, dando o mesmo
volume e textura. Tem baixíssima
higroscopicidade, ideal para uso
em balas de caramelo e "chupa-
chupas" duros e em misturas em
pó prontas para preparo. Não
Isomaltose Glicose + Glicose
provoca cáries. A isomaltose
ocorre na cerveja, urina, sangue,
mel de abelha, fígado e outras
substâncias naturais e é obtido
pelo tratamento de glicose com
ácidos fortes, pela ação de
maltose sobre glicose e de
dextrano por hidrólise ácida. Ao
contrario da maltose, a
isomaltose não fermenta.
A inulobiose é encontrada no mel
Inulobiose Frutose + Frutose
e em diversas plantas.
A soforose é um dissacarídeo
presente na natureza. A soforose
foi isolada em 1938 a partir da
leguminosa não madura da
árvore Sophora japonica, de onde
tira o seu nome. Está também
presente em diversas plantas
como o Stevia rebaudiana e é
produzido por diversos
microorganismos do tipo
Acetobacter. A soforose é
Soforose Glicose + Glicose
associada com numerosos
flavonóides nomeados
flavonóides soforosídeos, bem
como lipídios nomeados
soforolipídios. Os soforolipídios
biosufactantes são conhecidos
desde 1961, principalmente
produzidos por microorganismos
do tipo Candida e têm a
particularidade de reduzir a
tensão de superfície de da água.
É um dissacarídeo que é usado
notávelmente no campo da
agricultura e como um anti-
Laminaribiose Glicose + Glicose séptico. É no geral obtido pela
hidrólise ou pela acetólise de
polissacarídeos naturais de
origem vegetal.
Gentiobiose Glicose + Glicose É incorporada na estrutura
química da crocina, o composto
Carboidratos 6
químico que dá a açafrão sua cor.
É um dissacarídeo reduzido,
Turanose Glicose + Frutose obtido da hidrólise parcial da
Melezitose.
Maltulose Glicose + Frutose ---------------------------------------------
Gentiobiulose Glicose + Frutose ---------------------------------------------
A utilização da leucrose como
edulcorante na goma de mascar
Leucrose Glicose + Frutose foi patenteada para substituir
poliálcools que têm tendência a
ser digeridos melhor.
Manobiose Manose + Manose ---------------------------------------------
Pode ser formada pela hidrólise
da rafinose, que produz a
melibiose e a frutose. Encontra-se
a melibiose sob forma livre nas
Melibiose Galactose + Glicose malvas selvagens (Malva l.), nos
grãos de café, na maçã e em
outras plantas. Encontra-se
também em pequena quantidade
na geléia real e no mel.
Melibiulose Galactose + Frutose ---------------------------------------------
A isomaltulose é um dissacarídeo
naturalmente presente no mel e
na cana-de-açúcar. Produzido
industrialmente a partir da
sacarose é utilizado como açúcar
lento. Fornece o mesmo tanto de
Palatinose, ou Isomaltuose Glicose + Frutose energia que este último, não
obstante a isomaltulose é
absorvida mais lentamente. Este
é um sólido branco açucarado
como a sacarose, mas o seu
poder de doçura é duas vezes
mais fraco.
É um dissacarídeo presente em
alguns glucosídeos flavonóides. É
Rutinose Ramnose + Glucose
preparado a partir de la rutina
por hidrólisis enzimática.
Rutinulose Ramnose + Frutose ---------------------------------------------
Xilobiose Xilose + Xilose ---------------------------------------------

TRISSACARÍDEOS
 Erlose (C18H32O16): É um trissacarídeo composto de uma unidade de frutose e 2 unidades de glicose.
Encontra- se na geléia real e nos méis. A erlose tem o mesmo poder que doçura que a sacarose, não
obstante menos cariogênica que este último.
 Fucossilactose (C18H32O15): Resulta da combinação de uma molécula de fucose a uma molécula de lactose
(formada de uma molécula de glicose e de uma molécula de galactose). Encontra- se naturalmente no leite
da mulher e certos animais.
 Melezitose, ou Melecitose (C18H32O16): é um trissacarídeo composto por 2 moléculas de glicose e uma de
frutose, presente no mel, melada (substância espessa rica em açúcares, segregada geralmente por afídios e
outros insetos, geralmente da ordem dos Hemíptera, enquanto se alimentam de seiva de plantas) e na seiva
de numerosas árvores e plantas.
Carboidratos 7
 Gentianose (C18H32O16): É um trissacarídeo extraído da raiz de genciana. É composta de uma molécula de
galactose e duas de glicose.
 Panose (C18H32O16): A panose é um trissacarídeo presente na natureza. A panose é composta de três
unidades de glicose. A panose é ligeiramente açucarada e não cariogênica.
 Rafinose (C18H32O16): A Rafinose é um trissacarídeo composto de galactose, de fructose, e de glicose. Pode ser
encontrada nos feijões, no repolho, nas couves de Bruxelas, nos brócolis, nos aspargos, e em outros
vegetais, e em grãos inteiros.
 Maltotriose (C18H32O16): A maltotriose é um hidrato de carbono, em particular trissacarídeo, extraído
principalmente dos açúcares da maltose em sua decomposição por meio da fermentação pelas leveduras. É
um dos derivados deste, junto com a glicose, a sacarose e a frutose. E é usado principalmente para a
elaboração da cerveja. A influência destes açúcares diretamente na produção de éteres ou os níveis de
álcool que contribuem nos sabores e nas texturas diferentes da cerveja final, isso é, aquela com uma maior
quantidade destes açúcares mais éteres se produzirá e a cerveja será mais forte em seu sabor.
 Outros trissacarídeos:
Lactossacarose Galactose + Glicose + Frutose
Isoquestose Frutose + Frutose + Glicose
Isomaltotriose Glicose + Glicose + Glicose
Inulotriose Frutose + Frutose + Frutose
Questose Glicose + Glicose + Frutose
Nigerotriose Glicose + Glicose + Glicose
Ramninose Galactose + Ramnose + Ramnose
Teanderose Glicose + Glicose + Frutose

TETRASSACARÍDEOS
 Estachiose, ou Estaquiose (C24H42O21): Estaquiose é um tetrassacarídeo, constituído de duas unidades de
galactose e uma sacarose, vinculadas sequencialmente. Estaquiose encontra-se naturalmente em vários
legumes (feijão verde, sementes de soja e outras sementes) e plantas. A alcachofra chinesa (Stachys affini)
tem um grande teor de Estaquiose. É utilizada na China por muito tempo para a alimentação e como
ingrediente medicinal da medicina chinesa tradicional.
 Outros tetrassacarídeos:
Nistose Glicose + Frutose + Frutose + Frutose
Nigerotetraose Glicose + Glicose + Glicose + Glicose
Verbascose Galactose + Galactose + Glicose + Frutose

OUTROS OLIGOSSACARÍDEOS
Frutooligossacarídeo (FOS), ou oligofrutose 10 moléculas de frutose
Galactooligossacarídeo (GOS), ou oligogalactossilactose,
ou oligogalactose, ou oligolactose, ou 10 moléculas de galactose
transgalactooligossacarideno (TOS)

POLISSACARÍDEOS

GLUCANOS
 Dextrano (H(C6H10O5)xOH): Os dextranos são polissacarídeos de elevado peso molecular, que consistem em
várias unidades de glicose. Os dextranos são formados a partir da sacarose durante o crescimento de
bactérias pertencentes aos géneros Leuconostoc, Streptococcus e Lactobacillus, todas pertencentes à família
Lactobacillacea. No entanto, a maioria dos dextranos é sintetizada pela bactéria da espécie Leuconostoc
mesenteroides. Os dextranos são vastamente utilizados para aplicações biomédicas devido à sua
biocompatibilidade, relativo baixo custo, e facilidade na sua modificação. Dentro destas aplicações
destacam-se o desenvolvimento de agentes de contraste para imagiologia médica, sobretudo com o objetivo
Carboidratos 8
de aumentar o tempo de retenção destes compostos na circulação. Os dextranos são também utilizados em
suturas cirúrgicas, como expansores de volume de plasma e no tratamento de anemias tanto em seres
humanos como em animais.
 Glicogênio ((C6H10O5)n): É a forma de armazenamento dos carboidratos nos seres humanos e nos animais no
fígado e no tecido muscular. Apesar da presença no tecido animal, a carne e outros produtos animais não
contêm quantidade apreciável de glicogênio. Devido a Epinefrina e outros hormônios de estresse liberado na
matança dos animais, os estoques de glicogênio são esgotados. O glicogênio é importante no metabolismo,
pois ajuda a manter níveis de açúcar normais durante períodos de jejum, como durante o sono e é
combustível imediato para contrações musculares.
 Pululano ((C37H62O30)n): É um polissacarídeo formado por unidades de maltotriose. É produzido a partir do
amido pelo fungo Aureobasidium pullulans.Na indústria alimentícia, o principal uso comercial do pululano é
na fabricação de películas comestíveis utilizadas para refrescar o alimento ou vários produtos de higiene
bucal como Listerine Cool Mint PocketPaks.
 Amido ((C6H10O5)n): É a reserva energética dos vegetais. Encontrados em grãos, raízes, vegetais e legumes. É a
principal fonte de carboidrato da dieta, sendo recomendado de 50 a 55% do total de quilocalorias seja
proveniente dos carboidratos complexos. Os amidos de diferentes fontes alimentares tais como o milho,
arroz, batata, tapioca, mandioca, trigo, são polímeros de glicose com a mesma composição química e suas
características são determinadas pelos números de unidades de glicose.
 Celulose ((C6H10O5)n): É o polissacarídeo constituinte da estrutura celular dos vegetais. A celulose não sofre
ação das enzimas digestivas de humanos, com isso não é digerida e torna-se uma fonte importante de fibras
da dieta. A celulose encontra-se apenas em vegetais: frutas, hortaliças, legumes, grãos, nozes e sementes.
 Curdlano ((C6H10O5)n): É produzido por uma bactéria não patogênica chamada Agrobacterium biobar. A
produção do curdlano pela Alcaligenes faecalis está sendo desenvolvida para ser usada na produção de gel
também.
 Laminarina, ou Laminarano ((C6H10O5)n): É a reserva energética das algas pardas (Phaeophyceae), é produzida
pela fotossíntese.
 Crisolaminarina ((C6H10O5)n): É a reserva energética dos fitoplânctons como o Bacillariophyta.
 Lentinano (C42H72O36): É um polissacarídeo anticancerígeno isolado do fungo shiitake (Lentinula edodes).
 Liquenína, ou Líquenano ((C6H10O5)n): Conhecida como amido do musgo, é um polissacarídeo que está
presente em certas espécies de liquens. Pode ser extraída da Cretraria islandica (musgo islandês).
 Pleurano ((C6H10O5)n): É um polissacarídeo retirado do Pleorutus ostreatus. Demonstra propriedades
biológicas que modificam as respostas imunológicas do corpo. Também está sendo estudado como um
potencial aditivo imunológico.
 Zimosano ((C6H10O5)n): É produzido a partir da parede celular das leveduras. É usado para induzir inflamações
experimentais.

FRUTANOS
 Inulina (C6nH10n+2O5n+1): É particularmente abundante nas raizes da chicória, de onde é extraída
industrialmente. Também é encontrada em outros vegetais que pertencem a família das Asteraceae,
principalmente nos tubérculos do tupinambo (Helianthus tuberosus) e cebolas da Dahlia. A inulina, por não
ser digerida pelas enzimas do intestino humano, é considerada como fibra alimentar solúvel. Desta maneira,
a inulina alcança o cólon onde é utilizada pela flora microbiana. A inulina é utilizada na indústria como
ingrediente para a preparação de diversos produtos agro-alimentares, sendo usadas para melhorar a textura
dos alimentos em substituição as gorduras.
 Levana: Apresenta inúmeras aplicações biotecnológicas: na indústria farmacêutica como anticarcinôgeno; na
indústria cosmética e alimentícia como agente espessante e adoçante. A levana é sintetizada por
microorganismos (principalmente Bacillus subtilis e Zymomonas mobilis) a partir da sacarose como fonte de
carbono.
Carboidratos 9

GALACTANOS
 Ágar-ágar ((C12H18O9)x): É extraído de diversos gêneros e espécies de algas marinhas vermelhas que consiste
em uma mistura heterogênea de dois polissacarídeos, agarose e agaropectina. Essas substâncias ocorrem
como carboidrato estrutural na parede das células. O ágar-ágar é insolúvel em água fria, porém, expande-se
consideravelmente e absorve uma quantidade de água de cerca de vinte vezes o seu próprio peso, formando
um gel não-absorvível, não-fermentável e com importante característica de ser atóxico. Possui em sua
composição principalmente fibras e também sais minerais (P, Fe, K, Cl, I), celulose, anidrogalactose e uma
pequena quantidade de proteínas. O ágar-ágar é muito empregado em microbiologia para culturas sólidas
de bactérias. É especialmente útil por manter-se sólido (na verdade com densidade de um gel firme) em
temperaturas comumente empregadas para cultura de bactérias (37 graus celsius), temperatura ótima para
seu desenvolvimento. As culturas em meio sólido são muito importantes pois permitem a identificação e
isolamento de culturas puras (colonias, originadas de um único microrganismo), o que não é viável em meios
de cultura líquidos.
 Carragenina: A Carragenina é um polissacarídeo extraído de algas marinhas encontradas nas costas do
Atlântico da Europa e América do Norte, utilizadas como estabilizante e como clarificante de bebidas.

OUTROS POLISSACARÍDEOS
 Quitina ((C8H13O5N)n): A quitina é um polímero de cadeia longa derivado da glicose encontrado em muitos
lugares do mundo natural. Quitina é o principal componente das paredes celulares de fungos; exoesqueletos
de artrópodes como crustáceos (caranguejo, camarão, lagosta) e insetos (formigas, abelhas, borboletas); e
partes de moluscos. As propriedades da quitina como um material forte e flexível a fazem propícia para
linhas cirúrgicas. A quitina é biodegradável, o que significa que ela degrada-se com o tempo à medida que a
ferida sara. Além disso, quitina tem algumas propriedades que aceleram a cura de feridas em humanos.
Quitina já é até utilizada sozinha como um agente para cura de feridas. Costuma-se utilizar a quitina para
fazer quitosana, um produto com vários usos comerciais e biomédicos possíveis. A utilização mais famosa da
quitosana é em produtos para emagrecer.
 Pectina: A pectina é um polissacarídeo ramificado constituído de ácido galacturónico, ramnose, arabinose e
galactose. É um dos principais componentes da parede celular das plantas e o principal componente da
lamela média. As suas ramificações servem para aprisionar a água em redor a fim de tornar o meio mais gel.
Para se obter um produto uniforme e firme, na maioria das vezes é necessária a adição de pectina comercial
aos sucos ou polpas de frutas, a fim de ajustar o seu teor para um nível adequado para a geleificação. As
principais fontes para a produção comercial são os resíduos das indústrias de suco de maçã e de citros,
sendo que no Brasil somente esta última é utilizada.
 Manano: É um polissacarídeo composto exclusivamente de manose.

DIGESTÃO, ABSORÇÃO E METABOLISMO

A digestão inicia-se na boca, a mastigação fraciona o alimento e mistura-o com a saliva. A amilase salivar ou ptialina
(enzima) é ativada e começa a ser secretada pelas glândulas salivares, com isso inicia a degradação do amido em
maltose. No estomago o pH ácido bloqueia a atuação as amilase impedindo sua ação. No entanto, até que o
alimento se misture completamente com o suco gástrico, 30% do amido foi degradado em maltose.

No duodeno, a enzima amilase pancreática (produzida pelo o pâncreas), completa a digestão do amido em maltose.
Já no intestino delgado, onde se faz mais intensamente a digestão dos carboidratos, as células intestinais secretam
as enzimas maltase, frutase e lactase. Que degradam os dissacarídeos em glicose, frutose e galactose para serem
absorvidos e levados para a corrente sangüínea. Frutose e galactose são convertidas em glicose e a glicose restante é
convertida a glicogênio para reserva. O glicogênio é constantemente reconvertido a glicose de acordo com as
necessidades de cada organismo.

Você também pode gostar