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Direito Administrativo Casa Do Concurseiro INSS
Direito Administrativo Casa Do Concurseiro INSS
Hely Lopes Meirelles em sua obra “Direito Administrativo Brasileiro – 39ª edição”
afirma que a lei em sentido amplo é fonte PRIMÁRIA do Direito Administrativo.
COSTUME: São as práticas habituais, reiteradas, tidas como obrigatórias, nas quais
o juiz pode levar em consideração para aplicar à fundamentação de sua decisão quando
falta lei ou jurisprudência sobre a matéria. No Brasil não é muito utilizado.
Entretanto, na seara do direito administrativo tem sido utilizado por razões de
suprimento de lacunas e em razão da deficiência da legislação administrativa.
PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO: São critérios maiores e até mesmo, às vezes não
escritos, sendo extraídos através da lógica ou da indução. Normalmente, vêm
implícitos em uma regra, servindo como alicerce, como base para o ordenamento
jurídico.
Exemplo: temos o princípio da Igualdade, que não vem escrito expressamente com
esse nome na Lei Constitucional, mas da interpretação da norma do artigo 5º, que
afirma o seguinte - “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
Há que se atentar aos fatos que nenhum princípio é absoluto, o que significa dizer
que os princípios devem ser analisados conforme o caso concreto em que se apresentam,
por si só um único princípio não é hábil para anular a existência de outros princípios. A
análise conforme o caso concreto é que dita qual princípio prevalecerá perante outro.
O interesse público pode ser definido como a soma dos interesses individuais dos
membros de uma determinada sociedade, desde que essa soma de interesses represente
a maioria (a maioria dos interesses em comum desta determinada sociedade).
Este princípio se expressa nas formas do chamado poder de polícia, por exemplo,
quando a administração exerce a desapropriação; quando a administração realiza a
chamada requisição administrativa; quando a administração é autônoma para fazer
cumprir suas premissas (chamada auto-executoriedade de seus atos), dentre outros.
Significa que o administrador não tem liberdade de dispor sobre o direito público.
Não pode ‘’abrir mão’’ do interesse da coletividade, porque o administrador não atua em
prol de sua própria vontade, mas sim, para satisfazer os interesses em geral.
3.2.1. LEGALIDADE –
Este princípio está consagrado inicialmente no artigo 5º, inciso II da CF/88, que
reza “ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei”. De
forma diversa, o artigo 37 do mesmo diploma legal diz que a Administração obedecerá ao
princípio da legalidade.
Denota-se claramente a distinção de legalidade feita pelo legislador pátrio entre a
legalidade aplicável ao direito público e para o direito privado.
Para o particular, significa dizer que ele está autorizado a fazer tudo, salvo aquilo que
está vedado/proibido pela lei (não contradizer as regras da lei).
Por sua vez, a administração, conforme determina o já mencionado artigo 37, deve se
subordinar à lei. A administração deve agir dentro dos limites de autorização contida na
lei. Em suma, o administrador só pode fazer o que a lei autoriza ou determina.
Resumindo:
Como é impossível prever todas as hipóteses e casos com que o administrador irá se
deparar ao longo do exercício da sua atividade, em alguns casos é conferido certo grau de
liberdade (e faculdade) de o administrador atuar. Significa dizer que o administrador irá
atuar dentro dos limites previstos pela lei, mas com certa margem de liberdade.
Exemplo: A aplicação de sanções aos servidores públicos que cometem alguma falta
administrativa é prevista em lei (a espécie de sanção tal como advertência, suspensão,
exoneração). Mas o enquadramento da conduta do servidor que comete a falta
administrativa é critério discricionário. A aplicação da sanção não, pois a sanção vem
prevista em lei, logo, é expressão do próprio princípio da legalidade.
Significa dizer que o administrador não pode praticar seus atos buscando a satisfação
de interesses pessoais. O tratamento a ser dado aos administrados deve ser buscando a
isonomia e a igualdade entre todos, não realizando distinções de caráter pessoal.
Muito embora o artigo 37, §1º da CF/88 determine a publicidade dos atos da
administração, estes não devem servir como mecanismos de fins de promoção pessoal,
pois o ato foi praticado em prol da coletividade e não de um único agente.
NEPOTISMO
O nepotismo significa o favorecimento de parentes em detrimento de pessoas mais
qualificadas, especialmente no que diz respeito à nomeação ou elevação de cargos.
Representa a aplicação dos princípios da impessoalidade, da moralidade, da eficiência ou
da isonomia.
Esta conduta é vedada por força da Súmula Vinculante nº. 13 do STF, que diz:
Contudo, isto não significa dizer que a violação da moralidade implica na violação da
probidade. A exemplo disso, temos a já denominada conduta de nepotismo, que viola a
moralidade administrativa (honestidade e ética), mas que não importa necessariamente na
má gestão dos recursos financeiros.
ATOS PROCESSUAIS – Art. 5º, inciso LX, quando atos processuais deverão tramitar
em sigilo para fins de preservar a intimidade, ou quando o interesse social exigir. Nestes
casos, os atos processuais deverão correr em segredo. Exemplo: Processo administrativo
dos conselhos.
Para que o servidor adquira a chamada estabilidade, deve ser nomeado em cargo de
provimento efetivo, que depende da prévia aprovação em concurso público de provas ou
de provas e títulos; três anos de exercício efetivo (NÃO DE ESTÁGIO PROBATÓRIO), ser
aprovado na chamada avaliação de desempenho (clara incidência do princípio da
eficiência).
L egalidade
I impessoalidade
M oralidade
P ublicidade
E ficiência
São aqueles que não estão expressos no artigo 37 caput, mas que podem ser
encontrados em outros dispositivos da própria constituição federal ou então, regulados em
outras normas de caráter infraconstitucional.
Deve observar a correlação lógica entre o fato discriminado e a razão jurídica pela
qual a discriminação é feita.
A jurisprudência dominante tem exigido que a lei de determinada carreira preveja tais
exigência discriminatórias, além da compatibilidade com o objetivo da norma.
É o caso, por exemplo, da súmula 683 do STF, que reconhece a possibilidade do limite
de idade, quando a complexidade do cargo assim exigir. Quando a natureza das
atribuições de um cargo justifica o limite de idade, então, a estipulação do limite de idade
é constitucional (tanto para o caso de idade, como condição física, etc).
Exemplos:
Concurso para a polícia civil na área burocrática que veda a participação de cadeirante
– viola a isonomia;
A prova física em concurso com critérios diferenciados para mulheres não viola o
princípio da isonomia, porque as mulheres são fisicamente diferentes dos homens.
Art. (...)
LV - aos litigantes em processo judicial ou administrativo são assegurados o
contraditório e a ampla defesa
(...)
A administração ou aquele que atua em seu nome deve agir com bom senso,
de forma razoável, congruente e proporcional (ou seja, abrange o princípio da
proporcionalidade).
A razoabilidade nada mais é do que um limite dado para a discricionariedade
(margem de liberdade) do administrador, para que ele ao praticar seus atos estabeleça
uma relação de oportunidade e conveniência de um lado e a finalidade legal de outro.
Logo a conduta do administrador deverá ser sensata e racional.
3.3.5. DA PROPORCIONALIDADE
considerando os benefícios e prejuízos (não pode causar mais prejuízo que benefício).
Exemplo: servidor que pratica uma infração funcional de natureza leve, mas sofre
pena de demissão a bem do serviço público. A sanção é desequilibrada, não razoável e
não proporcional.
Atualmente surgem discussões com relação ao corte do serviço público por razões de
inadimplência. A lei 8.987/95 que regula a concessão e a permissão de serviços públicos
reconhece a existência de possibilidade de interrupção dos serviços nas seguintes
hipóteses:
Ainda assim, existem decisões em nossos tribunais que impedem o corte do serviço,
quando a suspensão do mesmo acarrete em prejuízo irreparável a quem se utiliza deste
serviço, como é o exemplo, a prestação de energia elétrica a hospitais. Nestes casos, tem-
se a clara aplicação do princípio da razoabilidade, proporcionalidade e da supremacia do
interesse público.
A CF/88 prevê o direito de greve ao servidor público no seu art. 37, inciso VII,
desde que este seja exercido na forma e nos limites previsto em lei. Contudo até hoje não
houve edição da lei que regulamente o direito de greve do servidor.
Tal expressão muito estudada no direito civil, no que tange ao direito contratual,
significa que uma parte não pode exigir o cumprimento do contrato com relação à outra
parte, se não deu cumprimento à sua obrigação.
A doutrina defendida por Hely Lopes Meirelles entende que não se aplica esta
cláusula nos contratos administrativos, ou seja, mesmo que a Administração Pública esteja
inadimplente, quem contratou com a Adm. Pública deverá continuar prestando o serviço
em nome do chamado princípio da continuidade.
Diz respeito à autonomia que a administração possui para revisar os atos que
pratica, para anulá-los quando forem ilegais ou revogá-los, por motivo de conveniência e
oportunidade, independente de ter que recorrer ao Poder Judiciário para revisar os seus
atos.
Tal princípio encontra-se expresso na Súmula 346 do STF, que reza o seguinte:
“A Administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornem ilegais, porque deles não se originam direitos”.
“A Administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os
casos, a apreciação judicial”.
Tal princípio é aplicado aos atos administrativos posto que se pressuponha que a
administração atua observando a legalidade, conforme escrito no artigo 37 caput da
CF/88.
Logo, este princípio foi criado, pensando na sua aplicação para a criação dos entes
da administração pública indireta, que descentralizados (fora da administração pública
indireta) especializam a função de prestação dos serviços públicos (logo, daí a expressão
princípio da especialidade), sendo que seus administradores não podem se afastar dos
objetivos previstos em lei.
Estas pessoas jurídicas são vinculadas às finalidades para as quais foram criadas.
Este princípio diz respeito ao dever que a administração tem de justificar os atos
que pratica, com a indicação dos fundamentos de fato e de direito que ensejaram a
realização do mesmo.
Tem como escopo evitar alterações supervenientes que causem instabilidade com
relação aos administrados ou que ensejem situação de insegurança (o administrado não
saber o que pode lhe ocorrer, a que está submetido).
A regra geral é que o Estado deveria prestar o serviço ele mesmo, através de seu
núcleo central, também conhecido como administração direta, representada na figura da
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal (a chamada prestação
centralizada na figura destes entes).
PRESTAÇÃO CENTRALIZADA:
PRESTAÇÃO DESCENTRALIZADA:
Nas palavras de Hely Lopes Meirelles, os agentes públicos são todas as pessoas
físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal.
A categoria de agentes subdivide-se em:
Agentes políticos: São as autoridades públicas Supremas do Governo e da
Administração na sua área de atuação. Têm prerrogativas diversas, liberdades funcionais,
como por exemplo, foro privilegiado ou inamovibilidade. Exemplos: Chefes de Governo,
Ministros, Secretários, Senadores, Deputados, Vereadores, Magistrados em geral,
Procuradores e Promotores, Diplomatas e Conselheiros de Contas.
Agentes administrativos: São aqueles que se vinculam ao Estado ou às suas
entidades autárquicas e fundacionais, sujeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico
da entidade estatal a que servem. São servidores públicos com maior ou menor
hierarquia. Ex.: Dirigentes de empresas estatais, servidores públicos concursados,
servidores em cargos de comissão, empregados púbicos, servidores temporários.
Agentes honoríficos: Cidadãos convocados, nomeados ou designados para
exercer transitoriamente determinado serviço. Exemplo: Jurados, Mesários.
Agentes delegados: São os particulares (pessoa física ou jurídica) que recebem
Tem por objetivo estudar a relação que se estabelece entre os estados e os agentes
que agem em seu nome. Para explicar como o Estado manifesta a sua vontade e como se
faz presente na prática de seus atos ou quando instado para tanto, surgem 3 teorias que
explicam a relação entre o Estado e os seus agentes, as quais sejam:
* CARACTERÍSTICAS:
Exemplo: Criança que se machuca dentro de escola pública estadual. Quem responde
é o Estado e não a escola que é órgão da Secretaria Estadual de Educação, portanto, sem
personalidade jurídica.
- PODEM TER CNPJ – Segundo a instrução normativa 748 da Receita Federal, para
fins de controle de recursos.
CLASSIFICAÇÃO:
INDEPENDENTES: São aqueles nos quais não existe hierarquia entre os poderes. São
os derivados da Constituição. Exemplo: Senado, Câmara, Presidência da República,
Assembléia Legislativa.
AUTÔNOMOS: Tem autonomia mas não independência. Se subordinam aos órgãos
independentes. Ex.: Ministério da Fazenda, Secretarias Municipais, etc. Alguns
autores consideram MP e TC como órgãos autônomos.
SUPERIORES: Órgãos de direção, mas sem autonomia e muito menos independência,
mesmo que tenham poder de decisão. Ex.: Gabinetes de governo, procuradorias,
coordenadorias.
SUBALTERNOS: Não tem poder de decisão, apenas tem função de execução. Ex.: RH,
Almoxarifado, Zeladoria, etc.
SIMPLES: Não tem outros órgãos agregados à sua estrutura. Ex.: gabinete de
assessor.
COMPOSTO: possui órgãos agregados à sua estrutura para complementar ou
especializar funções. Exemplo: Posto de Saúde, delegacias de ensino dentro das
escolas.
SINGULARES: De um único titular. Exemplo: Presidência da República, Governador de
Estado, Juízo Monocrático.
COMPOSTO – Aquele que tem mais de um agente. Conselhos, Tribunais, Casas
Legislativas, etc.
Tais entes tem personalidade jurídica própria (diferente dos órgãos), o que significa
dizer que respondem por seus atos e dos seus agentes. Para tanto, possuem patrimônio e
receita própria, destinados a cumprir suas responsabilidades. Logo, possuem autonomia
técnica, financeira e administrativa.
Atentem para a redação do artigo que diz que a lei complementar pode DEFINIR as
áreas de atuação destes entes da administração pública indireta, contudo, não pode criar
e nem autorizar a criação, isto se dá mediante LEI ORDINÁRIA ESPECÍFICA.
Para que a pessoa jurídica de direito privado exista não basta que a lei ordinária
autorize a sua criação, para isto, se a pessoa jurídica tiver natureza empresarial, o registro
será na Junta Comercial. Mas se tiver natureza civil, o registro será no cartório de Pessoas
Jurídicas. A partir do registro que a pessoa jurídica irá existir (regra esta para as
fundações públicas de direito privado, empresas públicas e sociedades de economia
mista).
As pessoas jurídicas devem atender as finalidades definidas por lei, por força do
artigo 37, inciso XIX. Também não podem ter fins lucrativos, muito embora possam obter
lucro. A finalidade sempre será o interesse público.
No caso das empresas públicas e das sociedades de economia mista, o Estado não
poderá intervir na atividade econômica (em regra), exceto quando for indispensável ao
interesse coletivo ou à segurança nacional. Embora estas pessoas jurídicas não sejam
criadas objetivando o lucro, nada obsta que ele seja obtido, desde que satisfaça o
interesse público, a teor do que dispõe o artigo 173, §1º da CF/88.
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HIERARQUIA E SUBORDINAÇÃO
As pessoas jurídicas da administração pública indireta não se subordinam e nem
tem relação de hierarquia com a Administração Pública Indireta, entretanto, existe
controle e fiscalização, como a doutrina denomina, controle finalístico (para que a pessoa
jurídica da Administração Pública Indireta não se desvirtue dos fins para os quais foi
criada), sendo que o controle pode ser exercido pelo Tribunal de Contas (que exerce o
controle pelo poder legislativo).
O Poder judiciário pode fazer o controle do ato praticado pela administração
indireta, contudo, desde que devidamente provocado (o poder judiciário não age de
ofício), através da ação judicial.
Por sua vez, o poder executivo exerce o controle através da Supervisão Ministerial,
ou seja, através do Ministério que foi criado para esta finalidade. Exemplo: Ministério do
Desenvolvimento Social para controlar entidade de assistência social da administração
pública indireta.
Por fim, no que diz respeito ao controle de nomeação de dirigentes, embora não
exista hierarquia entre a Adm. Direta e a Adm. Indireta, o poder executivo poderá nomear
os dirigentes desta última (faculdade esta criticada amplamente pela doutrina).
4.4.4.1. AUTARQUIA:
É uma entidade (pessoa) jurídica de direito público, que tem personalidade jurídica e
patrimônio próprio. É destinada a execução de atividades destacadas da administração
pública indireta. Exemplo: O serviço de previdência social é exercido pelo INSS. A
autarquia recebe a titularidade e a execução das atividades do Estado.
AUTARQUIA PROFISSIONAL
AGÊNCIAS REGULADORAS
É uma espécie de autarquia em regime especial eis que possui algumas regras
próprias, tais como:
3) Mandato com prazo fixo (que varia conforme cada lei de criação de cada agência)
5) Seus funcionários são servidores públicos, contudo, os que foram admitidos antes
via contratação temporária permanecem até o fim do contrato, até o preenchimento das
vagas via concurso público.
4.4.4.2. FUNDAÇÃO:
Não tem proprietário, nem titular, nem sócios. Consiste num patrimônio que é
destinado a um fim, dirigido por administradores ou curadores, objetivando cumprir as
premissas de seus estatutos.
Se for instituída por particular será a chamada fundação privada. Se for instituída
pelo poder público, será a chamada fundação pública.
Nesse sentido é correto afirmar que a lei ordinária autoriza a criação de fundações
públicas de direito privado, enquanto lei ordinária cria as fundações públicas de direito
público (porque são as chamadas autarquias fundacionais).
É pessoa jurídica de direito privado, que mescla capital público e privado, com
direção estatal. Logo seu regime é híbrido/misto. Contudo, a maioria do capital é
concentrada nas mãos do poder público (maioria de ações votantes do poder público).
A competência para julgar suas ações será da Justiça Estadual, mas a ação poderá
ser da Justiça Federal se houver interesse da União na causa.
LICITAÇÃO
IMPOSTOS:
REGIME DE PESSOAL
BENS DA EP E DA SEM:
Em regra, os bens são penhoráveis, pois seguem o regime de direito privado. Agora
se os bens estiverem diretamente ligados à prestação do serviço público gozam das
mesmas prerrogativas dos bens públicos (exceção à regra geral).
São aqueles que existem em uma situação peculiar, colaborando com o Estado,
mas que não se enquadram exatamente na administração direta ou indireta. São os
chamados entes paraestatais.
São pessoas jurídicas de direito privado fora da administração, que cooperam das
mais variadas maneiras, tais como fomento, estímulo à pesquisa, etc.
Podem receber dotação orçamentária, recebendo dinheiro público via contrato ou
repasse. Podem ter lucro, mas não objetivarem o lucro.
Sujeitam-se ao controle do tribunal de contas e à obediência do processo licitatório.
Seu pessoal se submete à CLT, embora haja concurso de seleção
Não detém privilégios tributários específicos nem privilégios processuais. A
competência para julgamento de suas ações é da Justiça Estadual (se serviço social
autônomo estadual, e da Justiça Federal se o serviço é federal).
A exemplo, temos os chamados Serviços sociais autônomos.
São pessoas jurídicas de direito privado, que não tem fins lucrativos. Servem para
apoiar e incentivar as atividades em universidades e hospitais públicos.
. As entidades de apoio surgem para apoiar e investir nessas instituições que são
sucatiadas e não tem estrutura. Ex: oferecem pós-graduação paga, mas em contrapartida
oferecem bolsas de estudo para mestrado/doutorado e/ou incentivam a pesquisa.
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São pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, identificadas também
pela sigla OS.
Serve para cooperar com o Estado. Não prestam serviço público, mas sim serviços
secundários a essas atividades.
É uma pessoa jurídica privada já formada, que irá colaborar com o Estado na
execução do projeto, após o término do projeto ela se desvincula do Estado. É regulada
pela L. 9.790/99. Ocorre quando a Administração tem estrutura precisando de
modernização.
Para a celebração de Termo de Parceria, a OSCIP deve existir no mercado há, pelo
menos, 1 ano, naquele ramo de atividade. A regra geral é que deve licitar.
5. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO
* Excesso de Poder: o administrador vai além do que lhe era permitido, era
competente, mas extrapola a competência. Ex. Delegado que agride injustificadamente o
preso.
O formato ou moldura desse ato será o Decreto. Nem todo o Decreto tem como
conteúdo um Regulamento (nomear servidor por Decreto: não tem no conteúdo
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(a) A lei é realizada por meio de procedimento com mais formalidade: processo
legislativo rigoroso e público, com deliberação parlamentar. O regulamento é feito sem
qualquer formalidade. Não há procedimento público, nem deliberações.
(b) A lei é feita por uma casa legislativa, que possui pluralidade de interesses e
representações. Por isso, em tese, a casa legislativa é muito mais representativa do que o
chefe do executivo. O decreto regulamentar, em regra, é realizado pelo chefe do poder
executivo, que possui bem menor representatividade.
(f) aplicar sanção por infração funcional (também há exercício de poder disciplinar,
que é conseqüência do poder hierárquico).
A regra geral é de que não existe hierarquia nos Poderes Judiciário e Legislativo no
que se referem as suas funções típicas de legislar e julgar. Porém, no que tange às
atividades internas (administrativas) destes agentes, existe hierarquia. Exemplo: Juiz que
É uma outra face do poder hierárquico, que tem por fim aplicar sanção pela prática
de infração disciplinar (sanção). Logo, refere-se à infração no exercício de função pública.
Atinge aqueles que estão na intimidade da Administração (função pública). É aplicação de
sanção em face do exercício de atividade pública.
Poder disciplinar é aplicado contra quem? Para que exista infração funcional deve
estar no exercício de uma função pública, e é chamado de agente público, o particular não
é atingido pelo poder disciplinar, somente o agente público, seja de forma temporária,
com ou sem função. É aquele que esta na intimidade da administração, significa exercício
de função pública.
Hely Lopes Meirelles entende que o poder disciplinar era sempre discricionário. Mas,
hoje, o poder disciplinar é, em regra, discricionário, uma vez que pode ser vinculado em
alguns casos (ex: sanção aplicada a certa infração).
Cumpre salientar que, em análise a este conceito cunhado pelo CTN, em alguns casos
o poder de polícia gera a possibilidade de cobrança de ‘’taxa de polícia’’. Esta ocorre
em decorrência de um serviço prestado ou quando ocorre alguma diligência realizada
pelo Estado que enseje custo. Lembrando que TAXA é espécie tributária, vinculada à
contraprestação do Estado. Exemplo: Taxa para expedição de CNH.
O poder de polícia tem por escopo disciplinar a liberdade dos interesses dos
particulares bem como das propriedades.
Em regra a restrição do poder de polícia não é onerosa, porque o seu exercício não
gera o direito de indenizar, eis que seu objetivo é regular direitos. Como não impede o
exercício dos direitos, mas tão somente, determina a forma que os mesmos deverão ser
exercidos, por tal razão se justifica a não incidência de indenização.
O poder de polícia por si só não pode ser delegado, contudo, os meros atos
materiais, decorrentes do exercício do poder de polícia podem ser objeto de delegação.
Exemplo: O ato de bater a foto do radar.
Pode ser exercida, por qualquer órgão, desde que respeitada a competência e a
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D iscricionariedade
A uto-executoriedade
C oercibilidade
6. ATOS ADMINISTRATIVOS
Mas, o Ato Administrativo poderá ser praticado por empresa privada, não sendo Ato
da Administração. Será Ato Administrativo fora da administração. São atos de
concessionárias e permissionárias. Ex: ato de corte de energia elétrica por empresa
privada (ex: permissionária e concessionária), por exemplo, é Ato Administrativo porque
RESUMINDO:
1. Atos praticados pela administração regidos pelo direito privado são apenas atos da
administração.
2. Atos praticados pela administração e regidos pelo direito público são atos
administrativos + atos da administração.
3. Aqueles regidos pelo direito público, mas que estão fora da administração – não
foram praticados pela administração -, são atos administrativos.
Para a doutrina majoritária, são elementos do ato administrativo (L. 4.717 – Ação
Popular): sujeito competente, forma, motivo, objeto, finalidade (visa o interesse público).
A motivação deve acontecer antes ou durante a prática do ato, não podendo ser
superveniente. Exemplo: a desídia de um servidor é o motivo pelo qual se aplica a sanção;
OBS: O silêncio do administrador não pode ser considerado nem sim nem não, salvo se a
lei assim definir expressamente. Silêncio administrativo é nada jurídico. Havendo pedido a
administração com o consequente silêncio (inércia ou falta de motivação) cabe impetração
de Mandado de Segurança (para fins de garantir a obtenção da resposta).
LEGALIDADE DO MOTIVO - Para que o ato seja legal, todos os seus elementos
devem ser legais. Para que o motivo seja legal, exige-se:
Ex.: Desapropriou propriedade para fins de construir uma escola pública, mas muda
de idéia e resolve construir um hospital. Mudou a finalidade, mas o interesse público se
mantém.
* Objeto lícito - Para o direito administrativo, objeto lícito significa aquele previsto
(autorizado) em lei, atendendo assim ao princípio da legalidade.
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ATO: APOSENTADORIA.
A doutrina tradicional entende que o desvio de finalidade pode gerar vício tanto na
finalidade que se busca como no motivo. Exemplo disso é a remoção de servidor público,
que é fundamentada em necessidade de serviço. O motivo é a necessidade do serviço e o
fim é colocar este servidor em local que a administração julgue ser mais importante ou
necessário. Se a remoção for fundamentada na necessidade do serviço, contudo,
praticada com FALSO MOTIVO (na realidade, foi removido por questões políticas) há
desvio de finalidade do ato praticado.
VINCULADO – É aquele que não tem liberdade, nem juízo de valor, de conveniência
ou de oportunidade. Presentes todos os requisitos legais o administrador é obrigado a
praticar o ato.
DISCRICIONÁRIO - Por sua vez o ato discricionário tem certo grau de liberdade,
possibilidade de exercício de juízo de valor, de conveniência e de oportunidade, mas
sempre observando os limites dispostos em lei.
No caso de o motivo alegado para a prática do ato ser falso, ilegal ou incompatível
com o resultado do ato; ou ainda, quando o objeto for ilícito, impossível ou indeterminado,
o judiciário poderá rever o motivo e o objeto do ato, mesmo o discricionário, pois se
estará analisando a legalidade da questão.
P resunção de legitimidade
A uto-executoriedade
I mperatividade
Já para considerar um ato VÁLIDO, deve se analisar se ele já percorreu toda a sua
trajetória de ciclo e obedeceu a todos os seus requisitos de formação.
Um ato para ser considerado EFICAZ é quando estiver apto para a produção de
efeitos.
manifestação esta é um efeito atípico, para que, no fim, se obtenha a prática efetiva do
ato administrativo e se garanta a perfeição do ato administrativo.
ANULAÇÃO: é a retirada dos atos por razões de ilegalidade. Um novo ato deve ser
praticado pela administração para promover a retirada deste ato considerado ilegal, e a
este novo ato que se dá o nome de anulação.
Pela Administração, que deve revisar os seus atos por ilegalidade, como clara
aplicação do princípio da autotutela. Nesse sentido, foram editadas as Súmulas 346 e 473
do STF, que determinam o seguinte, bem como por determinação expressão do artigo 53
da Lei 9.784/99.
Súmula 473. A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados
de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou
revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
L. 9.784/99 - Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando
eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Existe prazo para a administração exercer a chamada autotutela, para fins de anular
os atos ilegais? O mesmo diploma legal acima citado, em seu artigo 54 afirma que o prazo
de revisão de seus próprios atos é de 5 anos, quando atinge o interesse particular (o
chamado prazo quinquenal):
Pelo Poder Judiciário: Este tipo de controle ocorre visando APENAS controlar
a legalidade do ato, mas não analisando o mérito do ato administrativo, muito embora
seja admitido o controle buscando a preservação e aplicação dos princípios
constitucionais, como forma de restringir o mérito administrativo. Analogicamente a
jurisprudência tem utilizado o prazo quinquenal da administração para que o Judiciário
possa exercer o controle de legalidade dos atos, por motivos também de segurança
jurídica. A anulação pelo poder judiciário se dá quando este for PROVOCADO para tanto, e
não de ofício. Deve ser levado a conhecimento do judiciário a existência de ato ilegal, para
que ele proceda com a devida anulação.
A regra geral da anulação diz que a mesma produz efeitos retroativos (ou, ex
tunc), retirando o ato desde a sua origem, desde que foi produzido.
Mas parcela da doutrina, em especial Celso Antônio Bandeira de Mello e em alguns
julgados do STF, se da anulação surtirem efeitos prejudiciais (restrição de direitos, por
exemplo), o efeito a ser dado será o ex nunc (não retroativo), significa dizer que a decisão
de anulação valerá do momento em que foi proferida para frente, não sendo apta a atingir
os efeitos que o ato produziu desde a origem.
A exemplo disso, temos o caso do servidor que pediu uma gratificação e esta foi
concedida porque ele preenchia os requisitos para a concessão. Transcorrido um tempo, a
administração decide rever seu ato e concluí que o servidor na realidade não tinha direito
à percepção da gratificação e o ato, acabou por tornar-se ilegal. O servidor não precisará
Diferente do que acontece com a anulação, não existe limite temporal para que a
administração exerça a revogação, muito embora, existam limites materiais (sobre o
conteúdo), que delimitam o agir da administração.
É o caso, por exemplo, do ato que já produziu efeitos, do ato que produz direito
adquirido, dos atos enunciativos.
O ato jurídico que com efeitos retroativos sana vício de ato antecedente de tal modo
que ele passa a ser considerado como válido desde o seu nascimento. Significa portanto,
o aproveitamento do ato com a correção dos seus efeitos, permitida pela Lei 9,784/99,
conforme previsto em seu artigo 55.
Contudo, só o ato administrativo que tem vício sanável (ou seja, ato anulável) é que
pode ser convalidado, pois poderá ser aproveitado. Alguns autores dizem que a
convalidação é discricionária. Geralmente o ato sanável é aquele com vício de forma ou
competência (a não ser que seja de competência exclusiva e a forma seja taxativamente
definida em lei).
Ocorre quando a retirada de um ato ilegal pode causar mais prejuízos do que a sua
manutenção, portanto, opta-se pela preservação do mesmo, por outras razões tais como
boa fé, segurança jurídica, etc. Difere da convalidação porque nesta, o ato só permanece
depois da correção (e se não for possível corrigi-lo, se procede com a anulação), enquanto
naquela, o ato permanece intacto como foi praticado.
O Estado como pessoa jurídica de direito público e aqueles que atuam em seu
nome, seja na modalidade de concessão, permissão ou autorização são pessoas capazes
de direitos e responsáveis pelos atos que praticam.
Neste sentido, a ordem jurídica é única: todo aquele que causar prejuízo a outrem,
tem o dever de indenizar, sendo que o Estado se submete a esta ordem jurídica.
Para que a responsabilidade civil do Estado incida, o ato lesivo deve ter sido
praticado quando aquele que o pratica o faz na qualidade de agente, no exercício de suas
funções (agente para fins de responsabilidade é quem exerce função pública, de forma
temporária ou permanente, com ou sem remuneração).
Contudo, nada obsta que o Estado ajuíze ação de regresso em desfavor do agente
que agiu em seu nome e causou dano a alguma vítima, para fins de ver ressarcido o valor
que arcou para o pagamento da indenização. Contudo, na ação de regresso o Estado
deverá demonstrar a existência de responsabilidade do agente que causou o dano.
Para a ação de regresso em face do agente, não há prazo, pois se trata de ação
imprescritível (art. 37, § 5º, CF/88). Trata-se de posição pacífica.
Contudo, o STJ tem entendido que deve ser adotado o artigo 206 do Código Civil, por
ser um prazo mais benéfico ao Estado.
A lei 8.112/90 institui o Regime Jurídico dos Servidores Civis Públicos da União,
inclusive para autarquias e fundações públicas federais.
Entretanto, alguns requisitos devem ser observados para que seja possível a reversão, os
quais sejam: o servidor não pode ter atingido a idade de 70 anos (em decorrência da
aposentadoria compulsória); quando cessar a invalidez (e neste caso, independe de o
servidor anteriormente ter atingido a estabilidade) e independe que haja cargo vago; ou
ainda, quando o servidor aposentou-se a pedido (voluntariamente), poderá ocorrer a
reversão desde que haja cargo vago, o servidor seja anteriormente estável e a
aposentadoria tenha sido efetivada nos últimos 5 anos, a contar do pedido de reversão.
8.4. VACÂNCIA
É a denominação utilizada para se referir ao cargo público que ainda não foi
preenchido, que está vago.
Prof. Bruna Refosco Página 55
Direito Administrativo INSS
- EXONERAÇÃO: forma de vacância que não implica em aplicação de penalidade mas sim,
importa na dispensa do servidor em decorrência de pedido deste ou, de ofício por parte da
Administração, quando o servidor não satisfizer os requisitos do estágio probatório,
quando não entrar em exercício no prazo de 15 dias após ter tomado posse. Quando
ocupar cargo em comissão, a exoneração ocorrerá por pedido do servidor ou por
entendimento da administração neste sentido.
Poderá decorrer, por fim, por invalidez, quando o servidor não possui mais aptidão física
ou mental para a execução de suas atividades, e não existe possibilidade de readaptá-lo
em outra função.
VENCIMENTO E REMUNERAÇÃO:
Segundo o artigo 40:O Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo
público, com valor fixado em lei. Nenhum servidor receberá, a título de vencimento,
importância inferior ao salário-mínimo.
Por sua vez, a remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens
pecuniárias permanentes estabelecidas em lei (art. 41). O vencimento do cargo efetivo,
acrescido das vantagens de caráter permanente, é irredutível (§3º,art. 41).
VANTAGENS:
Segundo Hely Lopes Meirelles, são os acréscimos que serão pagos ao servidor
quando não for remunerado por subsídio. São elas:
INDENIZAÇÕES: ajuda de custo, diária e transporte.
GRATICAÇÕES: por direção, assessoramento, chefia e a chamada gratificação natalina
ADICIONAIS: insalubridade, periculosidade, noturno, penosidade, por atividade
extraordinária e por férias.
DIREITOS:
Além dos direitos à remuneração, vencimentos e vantagens, os servidores públicos
fazem jus a outros direitos, dentre os quais se compreendem:
- Licença para tratamento de saúde;
- Licença gestante;
- Licença Paternidade;
- Licença Adoção;
- Licença por acidente em serviço;
- Auxílio-funeral;
- Auxílio reclusão;
- Auxílio Natalidade;
- Salário Família;
- Pensionamento;
- Licença doença em família;
- Licença para acompanhar cônjuge;
- Serviço militar;
- Licença para atividade política;
- Licença para capacitação;
- Licença para tratar interesses particulares;
Prof. Bruna Refosco Página 57
Direito Administrativo INSS
Lealdade;
Obediência;
Conduta ética;
Dever de eficência;
Observância aos princípios da administração pública, princípios éticos e da moralidade
administrativa.
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge,
companheiro ou parente até o segundo grau civil;
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto
em situações de emergência e transitórias;
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput deste artigo não se
aplica nos seguintes casos:
Segundo disposto na lei 8.112/90, em seu artigo 121 ao 126, o servidor responderá
civil, penal e administrativamente quando do exercício das suas funções causar ato
irregular, dano ou prejuízo.
I - advertência;
II - suspensão;
III - demissão;
1ª Fase - Instauração
(a) Instrução;
(b) Defesa;
(c) Relatório.
(A) Instrução
Haverá a apuração das provas e especificação dos fatos imputados ao servidor. É
possível a prova emprestada no âmbito do processo administrativo (STJ, EDMS 10.128).
(B) Defesa:
Servidor será citado para apresentar defesa escrita no prazo de 10 dias. Se houver
dois ou mais servidores indiciados o prazo de defesa será comum de 20 dias.
A Lei admite a citação por Edital. Nesse caso o prazo de apresentação será de 15
dias contados da última publicação do edital.
O art. 156 da L. 8.112 estabelece o direito do indiciado de acompanhar o servidor
diretamente ou por meio de advogado. A Súmula Vinculante n. 5 definiu que não ofende a
CF a ausência de advogado no PAD.
Mas a Defesa do servidor é obrigatória (art. 164, par. 1º e 2º). Mesmo revel o
servidor será defendido, para fins de preservação do princípio de ampla defesa e
contraditório.
Apesar de a instrução vir primeiro, antes da defesa, tem que haver a possibilidade do
servidor acompanhar as provas produzidas, obedecendo o contraditório e a ampla defesa
(STF no MS 21.721).
(C) Relatório:
É a peça final da Comissão Processante devendo ser conclusivo.
3ª Fase – Julgamento
A competência de quem julga está estabelecida no art. 141 da L. 8.212 e deverá
ocorrer no prazo de 20 dias (prazo é impróprio). A inobservância do prazo de 140 dias
para julgamento não gera nulidade (STF no MS 22.373).
O art. 168 da L. 8.112/90 prevê que o julgamento acatará o relatório da comissão,
salvo prova em contrário:
8.13. SANÇÕES
A regra geral vigente em nosso ordenamento jurídico é que o Estado não intervirá na
propriedade. Excepcionalmente essa intervenção é possível. Mas em se tratando de uma
exceção à regra geral, a intervenção deverá sempre ser fundamentada.
9.2.1. FUNDAMENTO
Vale lembrar que Hely Lopes Meirelles defende que a servidão administrativa, como
todo ônus real só se efetiva com registro competente para reconhecimento erga omnes,
atendendo assim ao disposto no artigo 167, inciso I, item 6 da Lei de Registros Públicos
(Lei 6.015/73).
Está prevista no artigo 5º, inciso XXV da CF/88 e consiste numa forma de
intervenção do Estado na propriedade para que se autorize o uso da mesma os casos de
iminente perigo público.
Art. 5º (...)
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar
de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
houver dano;
(...)
A requisição não depende de prévia anuência do Poder Judiciário para ser efetuada
pois consiste em um ato de império da Administração Pública (ato discricionário)
considerando que compete à autoridade competente analisar quando se configura o
perigo público e iminente. Porém, o ato é vinculado com relação à competência para
praticar o ato, quando a lei prevê quem é a autoridade competente.
A requisição pode recair sobre bens móveis, imóveis e serviços. Afirma Hely Lopes
Meirelles que quando a requisição recair sobre bens móveis e fungíveis a requisição será
similar à desapropriação, mas ainda será instituto da requisição porque, diferente do que
ocorre com a desapropriação que existe justa e prévia indenização na requisição
administrativa a indenização será posterior.
Pode ocorrer tanto em tempo de paz como em tempo de guerra, desde que presente
o requisito do iminente perigo para determinar a requisição do bem ou serviço.
A requisição perdura pelo prazo em que durar a situação de iminente perigo. Finda a
situação que instaurou a requisição administrativa, o Estado deverá devolver o bem.
9.4.2. INDENIZAÇÃO
Está prevista no artigo 5º, inciso XXV e consiste, segundo a redação do artigo, em
utilização transitória, remunerada ou gratuita de bens particulares pelo Poder Público para
executar obras, serviços ou atividades públicas ou de interesse público.
9.5.2. CARACTERÍSTICAS
9.5.3. INDNIZAÇÃO
9.6. TOMBAMENTO
Está previsto no Dec. Lei 25/37. Consiste na intervenção na propriedade para fins de
conservação da identidade de um povo. A conservação pode ser do patrimônio histórico,
artístico, cultural ou paisagístico.
9.6.5. INDENIZAÇÃO
9.7. DESAPROPRIAÇÃO
9.7.1. CARACTERÍSTICAS.
Portanto, é correto afirmar que além de cada modalidade dever obedecer suas regras
específicas, a desapropriação de uma forma geral fundamenta-se na supremacia do
interesse público em detrimento dos interesses particulares, para fins de satisfazer aos
interesses de uma coletividade, os interesses públicos.
Pode ser feita via lei ou via decreto e consiste no ato administrativo que identifica o
bem, que define o seu destino e aponta o dispositivo legal (princípio da legalidade) que
autorize a prática do ato, determinando o bem que será compulsoriamente transferido
para o domínio da Administração e o porquê da transferência deste bem.
9.7.6. PECULIARIDADES
c) o poder público passa a ter direito de entrar no bem (mas durante o processo de
desapropriação, só pode entrar se tiver autorização judicial para tanto, pois o direito
de penetrar no imóvel não se confunde com a posse).
b) lucros cessantes;
c) danos emergentes;
e) correção monetária;
f) honorários advocatícios.
9.7.9. RETROCESSÃO
Direito do expropriado de exigir de volta seu bem caso o mesmo não se destine
para o fim ao qual foi desapropriado. A atual doutrina classifica como direito real,
mas forte parcela da doutrina o classifica como direito pessoal de exigir de volta
(posição de Hely Lopes Meirelles, mas o STF entende como direito de natureza real).
9.7.11. TREDESTINAÇÃO
Agora, em havendo a desapropriação e o fim para o qual a mesma foi feita não se
observar a tredestinação é ilícita, podendo a desapropriação ser anulada ou retrocedida.
Exemplo: desapropria para a construção de uma escola pública mas resolve alienar a
propriedade para entidade privada para esta edificar um hospital particular. O interesse
público não está atendido e pode ser promovida a retrocessão ou a anulação da
desapropriação.
Executivo: exercido, por exemplo, através dos atos de sanção e veto, nomeação dos
membros do STF, dentre outros.
Poder Judiciário: exercido através das ações judiciais, que podem se dar em face do poder
executivo (através de mandado de segurança, habeas data, etc,), ou através do controle
de constitucionalidade, exercido em face do poder legislativo.
Prevalece o entendimento que deve ser seguido à risca o artigo 196 da Constituição
Federal acerca da responsabilidade solidária dos entes políticos envolvendo saúde, mas
não existe posicionamento dominante se o judiciário pode ou não decidir e controlar as
políticas públicas existe argumentos contrários e a favor do controle por parte do
judiciário.
LEGALIDADE: Realizado através da anulação do ato (porque o ato é ilegal). Pode ser
feito tanto pela administração pública como pelo poder judiciário (quando provocado para
tanto). Possui o limite temporal de 5 anos quando produz efeitos favoráveis (prazo
quinquenal).
Conforme define Hely Lopes Meirelles são todas as coisas corpóreas ou incorpóreas,
imóveis, móveis ou semoventes, créditos, direitos e ações que pertençam a qualquer
título, às entidades estatais, autárquicas, fundacionais e empresas governamentais.
No nosso sistema administrativo os bens públicos podem ser federais, estaduais ou
municipais, conforme a entidade política a que pertençam ou o serviço autárquico
fundacional ou paraestatal a que se vinculem.
11.1. DESTINAÇÃO:
Podem destinar-se à:
a) bens de uso comum do povo – são os bens que todos podem usar, como as ruas e
praças. Bens de uso geral.
b) bens de uso especial – são destinados às instalações e aos serviços públicos, como os
prédios das repartições ou escolas públicas. Os bens nos quais são prestados os
serviços públicos.
c) bens dominiais – são os que pertencem ao acervo do poder público, sem destinação
especial. Exemplo: terras devolutas ou prédios desativados
11.2. CARACTERÍSTICAS:
INALIENABILIDADE: Não podem ser vendidos. Isso é válido apenas para os bens
de uso comum e de uso especial. Os dominicais podem. Os de uso comum e de uso
especial são inalienáveis, em princípio, mas poderão tornar-se alienáveis se forem
desafetados, ou seja, se for mudada destinação, de modo que passem a ser
considerados dominicais.. Pode dar-se por lei, por ato administrativo ou por um
fato que torne a destinação inviável.
IMPENHORABILIDADE: Não se sujeitam à penhora
IMPRESCRITIBILIDADE: Não podem ser obtidos por um particular através de
usucapião (não se submetem à prescrição aquisitiva).
NÃO-ONERABILIDADE: Não podem servir de garantia à um credor, nos casos de
hipoteca, penhor e anticrese.
12. LICITAÇÕES
Publicidade dos seus atos: Segundo Hely Lopes Meirelles, é princípio que
abrange desde os avisos de sua abertura até o conhecimento do edital e seus anexos, o
exame da documentação e das propostas pelos interessados e o fornecimento de
certidões de quaisquer peças, pareceres ou decisões a ela relacionadas.
Igualdade entre os licitantes: Segundo Hely Lopes Meirelles é o impedimento
de discriminação entre os licitantes quer através de cláusulas no edital ou no convite que
favoreçam uns em detrimento de outros.
Sigilo de Proposta: Segundo Fernanda Marinella, as propostas são sigilosas até o
momento de sua abertura em sessão pública, para fins de também preservar a igualdade.
Os envelopes são entregues lacrados.
Exceção:
A única modalidade em que não há sigilo é o Leilão, porque a proposta é realizada
por meio de lances verbais.
Pregão não é exceção, tem lances verbais, mas tem proposta sigilosa anterior.
O desrespeito ao sigilo configura crime na licitação (fraude ao sigilo das propostas),
conforme estabelece a L. 8.666/93, no art. 89.
Também significa improbidade administrativa à fraude a esse princípio, punível com
a L. 8.429/92. (quando a lei de improbidade administrativa elenca como ato de
improbidade administrativa os atos atentatórios contra os princípios da
administração pública).
Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório: Segundo Fernanda
Marinella, o instrumento convocatório, em regra, é o edital. Mas, no convite, é a carta
convite.
Nesse sentido, o edital é a lei da licitação. Assim, tudo que for relevante deve estar
previsto no edital. Não se pode exigir nem mais e nem menos do que previsto no Edital. A
Administração está vinculada ao instrumento convocatório, não podendo acrescentar, nem
dispensar as exigências previstas no edital, sob pena de ilegalidade.
O art. 22 estabelece as modalidades utilizando dois critérios de seleção: (a) valor; (b)
características do objeto.
Para licitação
internacional
TOMADA DE (CONSIDERA O VALOR) Se for do tipo Licitantes devem
PREÇOS Bens e serviços de técnica ou técnica estar cadastrados;
engenharia no valor de 150 e preço: 30 dias Podem concorrer
mil até 1 milhão e 500. Do tipo preço> 15 aqueles que até o 3º
Outros serviços: de 80 a 650 dias corridos dia antes da licitação
mil. preencham os
requisitos do edital
CONVITE (CONSIDERA O VALOR) É de 5 dias úteis. Podem participar:
Para obras e serviços de Para a doutrina, Licitantes cadastrados
engenharia: até R$ 150.000. sábados, domingos ou não, que foram
Para demais obras e e feriados não são convidados;
serviços: até R$ 80.000. dias úteis. Mas, o Licitantes cadastrados
dia de ponto que manifestem seu
facultativo pode ou interesse nas 24
não ser dia útil. horas que antecedem
Para a a licitação;
Administração, será Licitantes não
dia útil aquele em cadastrados mas que
que a repartição se cadastrem até o 3º
esteja dia anterior ao da
efetivamente entrega dos
funcionando. envelopes
c) qualquer bem
móvel até o limite de R$
650.000,00 (seiscentos e
cinqüenta mil reais - art.17,
§ 6º, L. 8.666/93).
Fase Externa: Na fase externa que o pregão se distingue dos demais processos
licitatórios. A parte que diz respeito à publicação do edital e recebimento dos envelopes é
igual aos demais. A inversão se dá no momento da habilitação e da qualificação, em que
primeiro se procede com a classificação após, realiza-se o julgamento.
Após a proposta escrita, realiza-se seleção prévia para apresentação dos lances verbais.
Escolhido o melhor valor, somente esta empresa vencedora passará a fase de habilitação.
Prof. Bruna Refosco Página 79
Direito Administrativo INSS
Segundo Hely Lopes Meirelles, é o ajuste que a Administração Pública, agindo nesta
qualidade, firma com o particular ou outra entidade administrativa para a consecução de
objetivos de interesses públicos, nas condições estabelecidas pela própria administração.
Afirma Hely Lopes Meirelles que executar o contrato administrativo é cumprir suas
cláusulas segundo a comum intenção das partes no momento de sua celebração. A
execução não limita-se apenas a realização do objeto do contrato, como também à
perfeição técnica do trabalho, os prazos contratuais, as condições de pagamento
- DIREITOS DAS PARTES: além dos direitos previstos nas próprias cláusulas contratuais,
as partes podem exercer suas prerrogativas sem intervenção do Poder Judiciário, como é
o caso de alteração e rescisão unilateral dos contratos, declaração de equilíbrio financeiro,
reajustamento de preços ou tarifas, não aplicação (em regra) da exceção do contrato não
cumprido, controle do contrato e aplicação de penalidades pela administração
(decorrentes das chamadas cláusulas exorbitantes pertencentes aos contratos
administrativos).
-INEXECUÇÃO SEM CULPA: decorre de atos ou fatos estranhos à conduta das partes, que
retarda ou impede a execução do contrato, e mesmo podendo ter como consequência a
rescisão ou a inadimplência, não haverá responsabilização das partes, pois estão
abarcadas pelas causas justificadoras de inexecução do contrato. São elas:
viaduto para outra área, ou seja, atinge diretamente o objeto que é o viaduto. Negativa
de desapropriação em construção de obra é “fato da administração”.
No caso de rescisão por motivos de interesse público, pode haver ou não culpa do
contratado, e pode, inclusive, gerar direito de o contratado contestar em juízo, buscando a
proteção dos seus direitos, discutir a rescisão administrativa.
-RESCISÃO AMIGÁVEL- Decorre de acordo pactuado entre as partes e não gera direito à
indenização.
-RESCISÃO JUDICIAL- é solicitada pela parte contratada que deseja rescindir o contrato
com a administração e o faz através de solicitação em juízo, portanto, depende de
decretação pelo poder judiciário. Poderá ter como consequência indenização, conforme
sentença proferida pela autoridade judiciária.
Princípio da Generalidade: O serviço público deve ser prestado de forma coletiva (erga
omnes), a todos que estiverem na mesma situação. Ex: serviço de ensino, de saúde, etc.
Princípio da Segurança: O serviço público não pode colocar em risco a vida dos
administrados, devendo ser prestado de forma segura.
Princípio da Modicidade: O serviço público deve ser prestado com tarifas módicas (o
mais barato possível).
Princípio da Cortesia: O serviço público deve ser prestado com urbanidade e cortesia.
de titularidade.
Esta ocorre porque a Constituição Federal não veda, inclusive, evidenciando casos
em que se transfere tanto a execução do serviço como da titularidade, como é o caso da
existência de instituições de ensino particulares (sendo que educação é serviço que
incumbe ao estado por força da constituição). Tanto se justifica que atos de diretores de
instituições de ensino particulares podem ser questionados mediante impetração de
mandado de segurança.
Neste caso, este serviço prestado pela instituição particular se deve porque Estado e
Particular são titulares e podem executar o serviço, sem que haja vínculo entre eles. Mas
pode haver fiscalização.
*Próprios – serviços inerentes à soberania do Estado e que não podem ser repassados,
delegados ou transferidos ao particular. Exemplo: Polícia judiciária, defesa nacional.
*Uti singuli ou individualizáveis – são serviços que também são prestados a todos,
contudo, existe a possibilidade de identificação dos beneficiários, é divisível. Exemplo:
serviço de telefone, água, energia.
Quando é por lei, é através da instituição da Adm. Pública Indireta. Quando é por
contrato, se dá mediante concessão, permissão de serviço público.
*Só pode ser dada a pessoa jurídica ou consórcio de empresas, mediante concorrência
(logo, depende de licitação);
A empresa concessionária assume o serviço por sua conta e risco. Nesse sentido, se
a concessionária causar prejuízo a alguém, terá o dever de indenizar o particular. O
Estado é mero fiscalizador.
Aplica-se o art. 37, § 6º, da CF/88 às prestadoras de serviço público. Logo, adota-se,
em regra, a Teoria da Responsabilidade Objetiva às concessionárias de serviço público.
EXTINÇÃO DA CONCESSÃO:
*Extinção por Rescisão Judicial: Se o contratado não quer mais, deve buscar a
extinção pela via judicial.
Extinção por Anulação:Se houver ilegalidade, o contrato será extinto por anulação.
Extinção de Pleno Direito: A lei não usa essa expressão. Acontece por circunstâncias
estranhas a vontade das partes. Ex: incapacidade civil (extinção por incapacidade).
*AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇO
Prevalece que a autorização significa ato unilateral (que é aquele que apenas da
administração), discricionário (conforme a conveniência e oportunidade do interesse
público) e precário (é aquele que pode ser retomado a qualquer tempo e não deve ser
indenizado).
15.4. INTIMAÇÃO
15.5 REVELIA
Ensina Fernanda Marinella que a revelia não tem o efeito da confissão ficta, mas tem
como consequências:
(a) a não intimação dos demais atos do processo;
(b) a nomeação de defensor dativo, com reabertura do prazo para a realização da
defesa: geralmente será designado servidor para fazer o papel de defensor dativo.
A) Auto de Infração
B) Portaria
C) De Ofício
D) Requerimento do Particular
- Instrução:
- Alegações Finais:
A parte terá direito de defesa. No silêncio da lei especifica, a parte terá prazo de 10
dias para apresentação da sua defesa. Recebida a defesa, a autoridade deve elaborar o
relatório.
- Relatório:
- Decisão:
- Recurso:
- REFORMATIO IN PEJUS
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar,
anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de
sua competência.
-EFEITO SUSPENSIVO:
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito
suspensivo.
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação
decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior
poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.
- REVISÃO
Decidido o recurso, poderá haver a revisão, que é o instrumento utilizado para fato
novo. A revisão pode ser interposta a qualquer tempo, desde que surja fato novo capaz
de demonstrar ou a inocência do punido ou a inadequação da sanção aplicada, por
disposição expressa e literal do artigo 65 caput da lei. Ex. sentença penal transitada em
julgada que absolve o servidor por negativa de autoria ou inexistência do fato
A Revisão não permite a reformatio in pejus (diferente do que acontece com o
recurso administrativo, que admite a reformatio in pejus). Assim, a revisão não pode
piorar a situação da parte, por disposição expressa do parágrafo único do artigo 65 da lei
9785/99.
É uma lei que traz a idéia de observância da gestão administrativa pregando a boa fé,
a lealdade, a moralidade e a obediência de princípios éticos do administrador. No caso de
inobservância de tais valores, se justifica a necessidade de punição do autor das condutas
atentatórias visando salvaguardar o interesse público.
Muito embora seja um ilícito de natureza civil e a ação seja civil, nada obsta que o
mesmo ato de improbidade administrativa configure ilícito penal (crime) e ilícito
administrativo (infração funcional) e, portanto, admita-se o trâmite de ações visando punir
o ato praticado, mas em cada esfera. O trâmite em uma esfera não obsta a análise do ato
em outra.
SUJEITOS:
No ato: o servidor ou agente é sujeito ativo e o ente federado é sujeito passivo.
Na ação: o ente federado é o sujeito ativo e o servidor sujeito passivo.
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não,
contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao
patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual,
serão punidos na forma desta lei.
Agente Público: Agente público é todo aquele que exerce função pública, de forma
temporária ou permanente, com ou sem remuneração. Exemplos: Servidor público,
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no
artigo anterior.
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que,
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
Pessoa jurídica: A pessoa jurídica pode ser sujeito ativo do ato de improbidade?
Sim, desde que induza ou concorra ou se beneficie com a prática do ato.
Atos que geram enriquecimento ilícito – Art. 9º (conduta mais grave). O elemento
subjetivo é apenas o doloso;
Atos que causam prejuízo ao erário – Art. 10º (conduta intermediária). O elemento
subjetivo pode ser culpa ou dolo;
Atos atentatórios contra os princípios da administração pública – Art. 11º (conduta
menos gravosa). O elemento subjetivo é apenas o doloso.
aprovação ou rejeição das contas pelo Tribunal de Contas, a teor do disposto no artigo 21
da própria Lei.
Estão dispostas no artigo 12 da referida lei, aplicáveis a cada uma das modalidades
de atos de improbidade praticados. São elas:
MULTA CIVIL - É calculado com base em cada conduta praticada. Se a conduta foi
enriquecimento ilícito a multa é 3 vezes o valor acrescido. Se a conduta foi prejuízo ao
erário a multa será de duas vezes o valor do dano causado. Por fim se a conduta implicar
em atos atentatórios contra os princípios da administração a multa será de cem vezes o
valor da remuneração percebida pelo agente.
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a
extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.
17.9. PRESCRIÇÃO
Se o ato de improbidade for praticado por agente que ocupa mandato eletivo, cargo
em comissão ou função de confiança, o prazo será de 5 anos, contados a partir do
término do mandato. – ARTIGO 23, INCISO I DA LEI DE IMPROBIDADE.
Segundo ensina Hely Lopes Meirelles, em sentido amplo, são todos os agentes
públicos que se vinculam à administração pública direta, indireta, sob regime jurídico:
- estatutário;
-administrativo especial;
-celetista;
O nosso objetivo será o estudo dos estatutários, disciplinados nos artigo 37-41 da
CF, também denominados de servidores públicos em sentido estrito, que conforme
conceitua Hely Lopes Meirelles, são os titulares de cargo público efetivo e em comissão,
com regime jurídico estatutário geral ou peculiar, e integrantes da administração pública
direta, das autarquias e das fundações públicas com personalidade de direito público.
Está estabelecida no artigo 37, inciso I da CF/88 e afirma que os cargos, empregos
e funções públicas são acessíveis aos brasileiros de uma forma geral, salvo os casos em
que alguns cargos são privativos de brasileiros natos, como é o caso de cargo de oficial
das forças armadas ou de Presidente da República.
Logicamente que os critérios de seleção para os cargos públicos serão feitos
conforme a natureza e complexidade do cargo, mas sem estipular critérios pessoais de
seleção, respeitando assim os princípios da igualdade e da impessoalidade.
17.2.OBRIGATORIEDADE DE CONCURSO:
Exemplo: Administrador que prorrogue concurso por igual período. Pode revogar a
prorrogação desde que o prazo de prorrogação não tenha iniciado. Se o prazo tiver
iniciado, há direito adquirido à prorrogação.
A associação sindical limita-se tão somente ao servidor público CIVIL, o militar não
pode associar-se sindicalmente.
Por sua vez, o direito de greve muito embora já seja um direito do servidor público
civil, os limites do exercício do direito ainda carecem de complementação legislativa neste
sentido. Mas já se manifestou a jurisprudência no sentido de conferir status de ilegalidade
para a greve que acarrete em prejuízo à manutenção mínima dos serviços.
O militar também não pode exercer direito de greve, limita-se este direito ao
servidor público civil, não sendo aplicável esta disposição ao MILITAR, que é regido por
Estatuto próprio e também, pelo fato de que o exercício de greve por parte de militar é
considerado crime militar em espécie, de acordo com o Código Penal Militar.
Dizer que um servidor é estável significa dizer que só perderá o cargo público em
apenas 3 hipóteses previstas em lei, no artigo 41, §1º, incisos I, II e III, os quais sejam:
A) Remuneração ou Vencimentos:
É constituída de duas parcelas: (a) parcela fixa (salário base ou vencimento); (b)
B) Subsídio
Significa parcela única. É a soma da parcela fixa mais a variável. No latim, significa
ajuda de sobrevivência. As parcelas da “remuneração” são somadas constituindo uma
parcela única chamada “subsídio”. Não subsistem mais as vantagens específicas. É muito
criticada, porque se é parcela única não tem parcela. Criada pela EC 19/98.
Excepcionalmente, a remuneração não será fixada por lei, quando a CF/88 fixar
expressamente:
*Teto Remuneratório
OBS:A orientação jurisprudência é que servidor recebendo valores acima do teto deve se
cortar até se adequar à esta orientação constitucional acerca da remuneração.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: