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Márcio Covello ________________________________________

ADVOCACIA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA DD.


6ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP

Processo nº 0034065-22.2012

MÁRCIO COVELLO, em causa própria, nos autos da


AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL que move em face de
TITO ASCOLI DE OLIVA MAYA NETO, processo em epígrafe, em trâmite
perante esse DD. Juízo e r. Cartório vem, mui respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, manifestar sobre a exceção de pré-executividade apresentada de
fls.:

PRELIMINARMENTE, cumpre salientar acerca da


inexistência de representação processual nos autos uma vez que trata-se de mera
cópia o documento de fls. 94.

A capacidade postulatória é um dos pressupostos de


constituição e existência do processo. No caso dos autos, a representação
processual do executado está irregular, merecendo concessão de prazo para a
correção.

Rua Faustino Augusto César nº 155 – Vila Marari – São Paulo/SP – CEP 04.402-120 –: Tel.: (11) 5562-0234 / 9 9971-6428
e-mail covello@aasp.org.br
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Ora, se não há procuração válida do executado a fim de


constituir advogado para defesa de seus interesses, os atos praticados pelo
causídico há que serem declarados nulos, cabendo desconsideração da exceção de
pré-executividade apresentada.

NO MÉRITO, cabe ponderar acerca da nulidade


absoluta aventada pelo executado, diante da ausência de citação e de intimação da
penhora.

Com efeito, a demanda foi distribuída em julho de 2012


e houve tentativa de citação em diversos endereços, sem êxito.

Após, houve realização de bloqueio judicial via


BACENJUD de montante elevado (R$ 6.952,22) em 20 de março de 2013;
posteriormente, houve nova tentativa de localização de executado para intimação
da penhora online, tendo sido expedida carta precatória para a comarca do Rio de
Janeiro, novamente sem êxito no cumprimento.

Diante disso, após pedido formulado pelo exequente,


esse E. Juízo considerou o executado citado por presunção após dez meses do
bloqueio judicial efetuado na conta do executado.

Insta consignar, na espécie, que o instituto da


presunção é largamente utilizado no processo civil a fim de evitar eventuais
prejuízos pelos exequentes diante da dificuldade em localizar os executados.

Noutro vértice, não assiste razão ao executado quanto à


não inclusão de juros de mora no valor ora executado.

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Como é sabido, em se tratando de título executivo


extrajudicial, o termo inicial para a incidência de juros moratórios é a data do
vencimento do título. No presente caso, tal data refere-se à data de entrega do
laudo pericial, qual seja, 24 de abril de 2000, como infere-se da certidão juntada às
fls. 09 destes autos.

Nos autos que tramitaram perante a E. 7ª. Vara Cível


Central, o ora executado foi intimado a depositar o valor devido, acrescido de juros
e correção monetária, desde a entrega do laudo. Porém, efetuou o depósito em
valor aquém ao determinado, não restando alternativa ao ora exequente a não ser
requerer a expedição da certidão executiva no valor referente à diferença entre o
valor da avaliação e o efetivamente pago pelo ora executado (cálculo de fls. 12).

Cumpre anotar que foi requerido naqueles autos que a


perícia fosse paga após se findar o processo, no qual, inclusive, houve recurso de
apelação. Estava, pois, o executado ciente de que seriam feitas correções sobre o
montante devido.

Consigne-se, ademais, que o valor objeto do segundo


bloqueio judicial neste autos foi calculado levando-se em conta as custas, despesas
processuais (inclusive com expedição de mandados e carta precatória), tendo juros
e correção monetária sido acrescidos após a data do primeiro bloqueio judicial.

Quanto à propalada prescrição, causa estranheza a


alegação feita pelo executado. Como já mencionado houve a entrega do laudo em
abril de 2000 e o executado efetuou o pagamento do montante que entendia devido
apenas doze anos depois.

A certidão executiva originou-se da diferença de valores


não pagos e foi expedida em 27 de junho de 2012 e, no mês seguinte, houve a

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distribuição da presente demanda, não havendo o que se falar em prescrição no


presente caso.

Diante do exposto, requer-se a intimação do executado


para regularizar sua representação processual, eis que o documento de fls. 90
trata-se de mera cópia e, em caso de silenciar a parte, seja a exceção de pré-
executividade julgada inexistente por ausência de procuração nos autos.

Ultrapassada a preliminar, requer-se a Vossa


Excelência que, acolhendo as razões ora expostas, se digne a REJEITAR a exceção
de pré-executividade proposta pelo executado, a fim de ser dado regular
prosseguimento à execução até a integral satisfação do débito, por ser da mais
lídima Justiça.

Por fim, o exequente impugna o cálculo apresentado


pelo executado às fls. 94 por não ter sido demonstrado onde foram auferidos os
valores ali apontados.

São Paulo, 26 de maio de 2014.

MÁRCIO COVELLO
OAB/SP 326.182

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