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DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GRAVIDEZ

1. Quais são as síndromes hipertensivas que podem estar presentes na gestação? Quais são as características de
cada uma delas?
Podemos classificar em 3 grupos:
1- As que são induzidas pela gravidez:
a) HIPERTENSÃO GESTACIONAL: Hipertensão (em geral leve) que se desenvolve na parte final da gestação, sem
a presença de proteinúria
b) PRÉ-ECLÂMPSIA: hipertensão e proteinúria (presença de 300 mg ou mais de proteína em urina de 24h) após
20 semanas de gestação em gestante previamente normotensa.
c) ECLÂMPSIA: ocorrência de crises convulsivas, seguidas ou não de coma, em uma paciente com
2- As que são agravadas pela gravidez (hipertensa prévia):
a) pré-eclampsia sobreposta: A hipertensão essencial crônica preexistente se agrava em algumas gestantes,
caracteristicamente após 24 semanas. Esta elevação dos níveis tensionais pode ser acompanhada de
proteinúria (pré-eclâmpsia sobreposta)
b) eclampsia sobreposta: Esta elevação dos níveis tensionais pode ser acompanhada de convulsão (eclampsia
sobreposta)
3- A HAS : A hipertensão crônica na gravidez é definida como um estado hipertensivo (PA ≥ 140 x 90 mmHg) presente
antes do início da gestação ou diagnosticado antes de 20 semanas.
2. Cite 10 fatores de risco para pré-eclâmpsia?
R= Primiparidade, Gravidez múltipla, Doença vascular hipertensiva crônica, Diabetes mellitus Doença renal crônica,
Doenças do colágeno, Trombofilias, Obesidade, Gestação molar, Extremos da vida reprodutiva (> 35 anos ou
adolescente) Pré-eclâmpsia em gestação anterior, História familiar de DHEG, Raça negra, Longo intervalo
interpartal, Síndrome antifosfolipídeo, Troca de parceiro em nova gravidez.
3. Qual é a importância das alterações hepáticas?
A elevação da TGO e TGP estão associada a uma doença mais grave, compondo a síndrome HELLP.
4. Qual é a lesão renal característica da pré-eclâmpsia?
A ENDOTELIOSE CAPILAR GLOMERULAR – edema das células endoteliais que praticamente oblitera à luz dos capilares.
Atenção: é uma lesão difusa; portanto, acomete todos os glomérulos.
5. Qual é a alteração hematológica mais comum da pré-eclâmpsia?
Trombocitopenia, que guarda correlação com a gravidade da doença. Quanto menor os valores plaquetários, pior o
curso clínico materno e o comprometimento fetal.
6. O que significa a síndrome HELLP?
Hemolysis, Elevated Liver enzymes e Low Platelets. Esta síndrome, representada por aumento da TGO, anemia
hemolítica por fragmentação de eritrócitos e baixas contagens plaquetárias, encontra-se associada a uma evolução
clínica complicada.
7. A hipertensão arterial é a responsável pelas alterações neurológicas na pré-eclâmpsia?
Não. Os trombos plaquetários no SNC, o vasoespasmo em territórios carotídeos e os sangramentos ocasionam as
principais manifestações.
8. Quais são os fatores associados à convulsão na eclâmpsia?
A convulsão se deve a fenômenos isquêmicos do SNC, ocasionados por vasoespasmo e obliteração do lúmen dos
vasos por trombos de plaquetas e fibrina.
9. Quais são as principais alterações uteroplacentárias encontradas na pré-eclâmpsia?
Aumento da resistência vascular, com isquemia da placenta e tendência a infartos e descolamento prematuro. No
útero observamos um aumento de sua atividade com hipersistolia.
10. Quais são os critério de gravidade para pré-eclâmpsia?
Dividimos em 6 quesitos:
a) PA: ≥ 160/110 mmHg
b) Proteinúria: ≥5g em 24h
c) Insuficiencia renal: Oligúria: < 400ml em 24h, Creatinina sérica elevada (>1,2 mg/dL)
d) Complicações respiratórias: EAP e/ou Cianose
e) Sindrome HELLP: hemólise, ↑enz. Hepáticas, < 100.000 plaquetas
f) Iminência de Eclampsia: cefaleia, escotomas, dor episgastrica.
11. Qual a importância de se classificar a pré-eclâmpsia?
A classificação determina a conduta, se for pré-eclâmpsia leve a gestante poderá ser conduzida no ambulatório se
estiver presente pelo menos um dos critérios de gravidade esta devera ser internada, para melhor vigilância.
12. Quais são os exames que devem ser solicitados para pacientes com pré-eclampsia?
 Hemograma completo
 Testes de função hepática = (TGO) e (AST), (DHL) , bilirrubinas (totais e frações) proteínas totais e frações.
 Testes de função renal = ureia e creatinina séricas e acido úrico (>8 indica sofrimento fetal)
 EAS
 Urina de 24 horas = proteinúria, clearence de creatinina
 Ácido úrico
12. Na DHEG, como avaliamos a vitalidade fetal?
Em pacientes com DHEG rotineiramente, elas devem ser submetidas a exames para avaliar a vitalidade fetal. Os mais
solicitados são:
- perfil biofísico fetal
- Avaliação do ILA (liq. Amniótico)
- Doppler das artérias umbilicais, para aquelas com + de 26 semanas
- Fazer seguimento do crescimento fetal por USG

13. No ambulatório qual a rotina para avaliação fetal?


Deve ser feita com 20 semanas, 26 semanas e 32 semanas, claro para os casos de DHEG leve
14. quais são as condutas a serem tomadas na DHEG leve e grave quando a avaliação fetal esta normal?
Para a DHEG leve, se feto e mãe estão bem tentamos levar a gravidez até 40sem. Na DHEG grave instituímos o
tratamento clinico por 12-48h, observa se houve melhora, se não houver é parto imediatamente, se apresentar
melhorar continue com a vigilância fetal (cardiotoco, perfilbiofisico, ILA.
15. O que fazer quando a PA diastólica é >110 mmHg?
Encaminhar paciente imediatamente a paciente para a emergência, mesmo se ela estiver sem queixas. Pois trata-se
de uma crise hipertensiva, que define-se como pressão sistólica maior que 160 mmHg e diastólica maior que 110
mmHg persistente por no mínimo 15 minutos
16. Qual o intervalo de IG em que pode ser feito o corticoide e como deve ser administrado?
Deve ser feito entre 24 e 34 semanas de gestação. Betametasona 12mg/dia, IM, dose única diária, por dois dias
(realizar o parto no dia seguinte após a última dose), no intuito de promover uma boa maturação pulmonar. Como
alternativa, pode se usar Dexametasona 6mg, IM de 12/12h, também durante 2 dias
15. Qual a conduta na emergência hipertensiva na paciente com DHEG?
Começamos administrando 5mg EV de HIDRALAZINA (20mg/1ml) com a seguinte diluição (1amp. + 19ml de SF0,9%,
fazer 5ml a cada 20 minutos. Vc pode fazer esse esquema até 3x, se não diminuir a PA tente a próxima medicação.
NIFEDIPINA – 5 a 10mg / VO Repetir 10mg em 30min. Se ainda assim não diminuir NITROPRUSSIATO – 0,25mg / Kg /
min Ai a paciente vai p UTI.
16. Qual o tratamento ambulatorial da hipertensão na gestação?
1º opção: Alfa-metildopa Dose: 750 mg a 2g VO/dia. O intervalo entre as tomadas não deve ser superior a 8 horas
Se necessária associação
1ª opção: Nifedipina Dose: 10 – 80 mg VO/ dia (intervalo de 8 – 12 horas)
2ª opção ou associado a metildopa + nifedipina: Diurético tiazídico Dose: 50 mg/dia
De forma geral, quando a necessidade de associar-se duas ou mais drogas hipotensoras, traduz dificuldade para o
adequado controle clínico. Assim sendo, é prudente a internação da paciente para adequada avaliação das condições
clínicas maternas e do ambiente fetal.
17. Qual o tratamento da eclâmpsia?
O grande objetivo é não deixar convulsionar se já convulcionou que não tenha nova recaída. O esquema de pritchard
é o mais usado aqui no para.
Dose de ataque: Fazer 4g de sulf. De Mg a 20% + 10g de sulfato de Mg a 50% (EV)
Manutenção: Fazer de 4/4h 5g de sulf. De Mg 50% IM, até completar 24h. alterne as nadegas.

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