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CONCEITO MATERIAL DE CRIME

No conceito material de crime surge-nos a pergunta do que deve ser considerado crime.

A necessidade de um conceito material decorre, desde logo, do art.º 18.º n.º 2 e art.º 27.º
da CRP.

Porque é que a pergunta é necessária, o que é que nos impõe a necessidade de encontrar
um conceito material de crime? A necessidade de encontrar algumas condutas,
determinadas características que as tornam particularmente desvaliosas e portanto
susceptíveis de serem condenadas pelo direito penal.

Resulta, em primeiro lugar da CRP, porque de diferentes preceitos da CRP se retira essa ideia
de necessidade de sancionar os comportamentos mais graves (art.º 27.ºCRP).

O direito fundamental de que estamos aqui a falar, através da intervenção do direito penal é
o do art.º 27.º da CRP, a liberdade.

O primeiro factor que permite definir materialmente um crime é o facto de o


comportamento ser susceptível de ofender gravemente um bem jurídico fundamental quer
seja lesar efectivamente, quer seja a possibilidade de colocar em perigo o bem jurídico
fundamental.

O problema é determinar o que é um bem jurídico fundamental.

CONCEITO DE BEM JURIDICO FUNDAMENTAL: É uma realidade que pode ter natureza
tripla: (bem)  coisa; valor; finalidade, tem é de ser útil a uma de duas coisas, ao
desenvolvimento da personalidade de cada pessoa ou á manutenção da própria existência
de coesão social.

Retendo a definição do professor Figueiredo Dias não anda muito longe disso: “O direito
penal só deve intervir onde se verifiquem lesões insuperáveis da condição social ao livre
desenvolvimento e realização da personalidade de cada homem ou da própria sociedade”.


Alguns autores tendem a responder a esta questão com a CRP, como critério que pode
esclarecer dúvidas acerca do facto de uma determinada realidade dever ser ou não elevada
á categoria de bem jurídico fundamental.

Os bens jurídicos que a CRP refere, tais com direitos, liberdades e garantias, são sem dúvida,
nessa perspectiva bens jurídicos fundamentais.

A CRP é o instrumento prático através do qual nós passamos de um conceito abstracto de


bem jurídico para a decisão concreta sobre se um determinado bem jurídico é ou não
fundamental.

Não basta a demonstração de que o comportamento é lesivo de bens jurídicos


fundamentais, para que seja legítima a intervenção do Estado, criminalizando esse
comportamento.

(Imaginem que o legislador queria criminalizar a condução sem cinto de segurança ou a


condução acima de 90 km/h, porque estes comportamentos são perigosos para um bem
jurídico fundamenta, a vida e a integridade física das pessoas. Então transformar-se-ia o
código da estrada em Código penal.

O Dto. penal é apenas um instrumento de tutela subsidiária de bens jurídicos fundamentais,


só se aplica se não houver outro meio , menos gravoso e igualmente eficaz, para aplicar.

FIM DAS PENAS

Existe a necessidade de encintar ama determinada razão para os fins das penas, por causa
do artº18 nº2 da CRP.

Aqui teremos de pensar que finalidade positiva realiza a pena de prisão?

Ora, se pensarmos na pena de prisão, a sua execução traduz-se na restrição da liberdade


que é um bem jurídico fundamental (art. 27º da CRP) por força do art.º 18 nº 2 CRP, diz-nos
que o Estado só está legitimado para restringir um direito fundamental, na medida em que
demonstra a necessidade de prescrição da pena principal, na perspectiva da salvaguarda de
interesses fundamentais.

A pena de prisão, enquanto reacção á prática do crime, só se justifica numa perspectiva


constitucional, se se conseguir demonstrar que essa restrição da liberdade é necessária para
salvaguardar outros direitos fundamentais.

A questão do fim das penas é discutida em relação á pena de prisão.

→Se nós não conseguirmos demonstrar que a pena é um bem, que não é apenas a restrição
da liberdade, que é necessária para salvaguardar outros direitos fundamentais, não é
legítima a pena de prisão, porque é inconstitucional (art.º 18.º nº 2 da CRP).

Há teorias que vêem na aplicação da pena de prisão um valor positivo, uma mais-valia.

Essas teorias, historicamente, podem ser agrupadas em teorias de 2 grandes grupos:

 TEORIAS ABSOLUTAS: Normalmente são as teorias da retribuição.

↗ Especial

 TEORIAS RELATIVAS: Teorias da prevenção ↗ negativo

↘ GERAL

↘positivo

TEORIAS ABSOLUTAS RETRIBUTIVAS, são absolutas porque conseguem justificar a aplicação


da pena de prisão apenas em função daquilo que aconteceu, de ter sido praticado
culposamente um crime.

A ideia “olho por olho, dente por dente” não é legitima nos termos do artigo 18.º n.º 2 da
CRP, porque as penas de retribuição têm que ser justificadas de outra forma.

Parte-se do princípio de que o crime provoca danos em três níveis: na vitima, na sociedade e
no próprio criminoso.

O ponto de partida nesta teoria é que o facto de existir crime, provoca um dano
(normalmente entendido como a diminuição de um bem jurídico).

A aplicação da pena de prisão consegue reparar, pelo menos na sociedade e no criminoso,


em alguma medida o dano.


A teoria retributiva trás associada uma ideia de justiça inerente, mas as modernas
concepções procuram demonstrar também que o simples facto de punir aquele que
cometeu o crime, é repor a força da norma e isto em si é um valor, um bem, que pode ser
alcançado através da pena.

O mais importante é a afirmação de que o crime provoca um dano no próprio criminoso,


chama-se dano de culpa.

De que forma é que a aplicação da pena de prisão repara este dano criminoso?

→ Ele coloca-se à disposição da sociedade para que ela posa declarar o que é adequado
para o punir.

AS TEORIAS RELATIVAS PREVENTIVAS

Justificam a aplicação da pena de prisão na tentativa de evitar que o comportamento se


repita a razão tem mais a ver com aquilo que se pretende prevenir que aconteça no futuro,
do que com aquilo que aconteceu no passado,

A teoria de prevenção integra uma forma especial no qual se baseia na reintegração e


correcção do criminoso, na intimidação e no afastamento deste do contacto com bens
jurídicos; e uma forma geral refere que a pena visa evitar, em geral, a pratica do crime

ESPECIAL

Para esta teoria pode ressociabilizar-se, corrigir-se o


agente, a pena pode ser um instrumento adequado para repor nu agente os valores
dominantes na sociedade, corrigir a deficientes dos valores revelados pelo comportamento

Mas nem todas as penas são dessacralizáveis, integráveis nos valores dominantes, mas
podem ser intimidáveis

Mas há depois aquelas que não são nem ressocializáveis, corrigíveis nem intimidáveis.
Em relação a estas a pena de prisão pode ser justificada através de subtracção dos locais
onde praticaram tal crime e retirando-os do contacto com os bens jurídicos que podiam
lesar .

1ª CRITICA: A ideia de prevenção especial é de que , se o pressuposto é a ressocialização, a


experiência demonstra-nos o contrario, a prisão está muito mais próxima de uma escola do
crime do que uma escola de valores. É a própria sociedade que estigmatiza aqueles que
cumpriram pena e prisão

 Não se pode continuar a dizer (art. 40º e 43ºdo CP) que a aplicação das penas visa a
reintegração do agente na sociedade.

Sempre que se vê referida a prevenção especial no CP, está ligada a esta característica da
reitegração/ressocialização, e por isso não se pode dizer que esta finalidade é apenas uma
das hipóteses, que caso não seja possível, se possa à intimidação ou ao afastamento do
contacto com os bens jurídicos

↓ Estamos é a criticar o sistema da execução das penas e não a ideia de prevenção especial
como finalidade, porque uma das coisas que justifica na CRP esta privação de liberdade, é
precisamente, a tal ressocialização.

 Para que isto conduza a uma alteração do sistema de execução de penas, logo, isto não
significa que esta finalidade positiva seja abandonada

2ª CRITICA: Esta teoria não consegue por um limite á pena em relação aqueles que não
fossem nem reintegráveis nem intimidáveis, deviam então ser subtraídos do contacto com a
sociedade, mas até quando? Não nos dá o limite.

GERAL: Na parte geral desta teoria a pena visa dissuadir que a generalidade das pessoas
pratiquem crimes.

Teoria da prevenção geral negativa:

Dissuadem-se as outras pessoas intimidando, ameaçando, a pena e prisão tem estes efeitos
sobre a generalidade das pessoas e conseguir-se-ia assim, que não praticassem crimes, mas
parte de um principio que não é muito correcto porque dá a ideia de que somos todos
criminosos potenciais, e só não cometemos crimes porque temos medo de ir presos

Teoria da prevenção geral positiva
A pena dissuade genericamente a pratica de crimes porque repõe nas pessoas a confiança
no sistema de normas, a validade do Dto.

1ª CRITICA: Não funciona, por exemplo, nos Estados Unidos, onde há pena de morte, é
onde existe mais homicídios, logo a pena supostamente mais dissuasora não surte esse
efeito.

Agora temos de ver, em que medida é que o nosso CP recebe cada uma destas teorias
dos fins das penas (CP Art. 40ºe Art. 93º e o artigo 71º)

Concorrem para a resolução da questão de saber, de entre todas as teorias dos fins das penas,
quais é que o nosso CP recebe como teoria subjacente.

Art 40 CP O nosso CP parece afastar expressamente a teoria retributiva. A pena não visa
reparar os danos de culpa, nem visa retribuir a culpa.

Contudo à quem entenda que ao contrario do que pareça, não pode deixar de se considerar que
mesmo à luz do DTO positivo português, a pena também visa retribuir a culpa

Art. 40º n1  Refere que as penas e as medidas de segurança visam a protecção do bem
jurídico, está a referir-se à prevenção geral quando se refere à integração do agente na
sociedade, está a referir-se à prevenção especial

Art. 40 n 2 refere que a culpa serve não uma finalidade da pena mas apenas para limitar a
medida da pena, serve exclusivamente para definir o circuito mínimo possível da medida da
pena, a pena não existe para parar existe para prevenir novos crimes .

Previnem-se novos crimes, através da pena na medida da culpa ai o agente, não se pode
prevenir para alem ao que seja a sua culpa concreta revelada na pratica do facto.

Há um artigo do professor Sousa Brito em que este procura demonstrar que mesmo depois do
art. 40º, a pena também visa retribuir a culpa, com fundamento do artigo 71º, n1CP que ao
contrário do art. 40º coloca lado a lado, a culpa e a prevenção.

Mas, este argumento não é decisivo, porque o artigo 71º diz que na definição da pena concreta,
devemos atender à função da culpa e isso não faz com que se retire um argumento decisivo no
sentido de que a pena visa retribuir a culpa. Ele apenas diz que se tem atender à culpa e isso
também o diz o art. 40º n2 CP

A questão não é fechada

Princípios do direito Penal:


PRINCIPIO DA LEGALIDADE= Nullum crimen, nulla prenna,sine lego ( art 29 CRP)

Não há crime, nem pena, sem lei

Todo o sentido fundamental do princípio da legalidade é garantistico, tem por objectivo a defesa
o arguido contra eventuais abusos

A lei só pode intervir para restringir ou limitar direitos, liberdades e garantias fundamentais
quando isso se revela absolutamente imprescindível para acautelar outros direitos tão
fundamentais
O princípio da legalidade divide-se em 4 sub princípios:

Prévia

Stricta

 Certa

 Scripta (escrita)

Assim podemos dizer que: (não pode haver crime sem lei)

 Não pode haver crime sem lei (scripta)

 A lei que define crime tem de ser uma lei precisa (certa)

 Proíbe-se a retroactividade da lei penal (previa)  art. 29º Nº.1

 Proíbe-se a interpretação extensiva das normas penais (stricta) incriminadoras

1 - Não há crime, nem pena sem letra prévia:


Condiciona a aplicação da lei no tempo das leis penais, faz-se em termos
substancialmente diferentes, das do art. 12º CC

2 - Não há crime, nem pena sem lei escrita:


Influencia o problema das fontes de Dto. Penal, para que se possa falar em crime este
terá de estar previsto no Dto. Penal

3 - Não há crime, nem pena sem lei estrita:


Condiciona o problema da interpretação e integração das normas penais, são limites
diferentes daqueles que resultam do art. 9º CC

4 - Não há crime, nem pena sem lei certa:


É o problema da tipicidade em sentido restrito  condiciona o problema da formulação
da lei penal, dirige-se ao legislador, este está sujeito a regras muito mais exigentes. O
legislador não pode descrever a conduta com preceitos gerais e indeterminados.

É necessário ter em atenção ao sub princípio da lei prévia (não há crime, nem pena sem
lei previa).


Em matéria de aplicação retroactiva das leis penais desfavoráveis ao arguido.
Leis penais posteriores ao facto, favoráveis ao arguido, são obrigatoriamente
aplicáveis retroactivamente.

Estes são dois princípios com natureza constitucional, vinculativos ao legislador
ordinário.

(art. 29º nº.4)  Estudemos o art.2º nº.2 e nº.4 do CP

 Art.2º Nº.2: cabem as hipóteses em que a lei nova descriminaliza o facto. A consequência
é a de que, se ainda não foi julgado, o processo é arquivado, se já foi julgado e está preso
tem de ser libertado.

 Art.2º nº.4: cabem as hipóteses em que o facto, continuando a ser crime é


concretamente, menos punitiva. A nova lei aplica-se apenas aos aos casos que ainda não
tenha sido objecto transitada em julgado.

Interpretação da lei Penal:

Tem-se de dividir as normas penais em dois grupos:

1- Normas incriminadoras

2- Normas favoráveis

1-Deve entender-se por normas incriminadoras aquelas que criam ou agravam a


responsabilidade jurídico-penal do agente. São aquelas normas que de alguma forma
contêm a criação de crimes, ou que contêm agravamentos dos pressupostos de punibilidade
ou de punição.

2-Norma favoráveis são aquelas normas que visam diminuir a responsabilidade jurídico-
penal do agente, ou atenuá-la, tornando mais suaves os pressupostos da punibilidade ou da
punição.
1 - Normas penais incriminadoras:

Proíbe-se a interpretação extensiva das normas penais incriminadoras, de outra forma estar-
se-ia a violar o principio da legalidade na sua decorrência “nullum crimen, nulla poena sine
lege stricta” ou seja, de que as normas penais devem ser estritamente aplicadas; é
admissível a interpretação restritiva; proíbe-se a aplicação analógica no âmbito das normas
penais incriminadoras

2 – Normas penais favoráveis

Proíbe-se a interpretação restritiva de normas penais favoráveis, admite-se a interpretação


extensiva relativamente ao problema da analogia.

SUMA:

 A interpretação extensiva em normas incriminadoras não é possível. Só é possível,


no âmbito de normas incriminadoras uma interpretação declarativa lata.

 Admite a interpretação restrita

 Afirma-se que não é possível integrar lacunas por analogia. O juiz pura e
simplesmente julga absolvendo.

 Pode-se fazer interpretação extensiva, mas com limites

 Não se aceita que se faça uma interpretação interpretativa restritiva de normas


penais favoráveis, isto porque, a ser possível diminuir-se-ia o campo de
aplicabilidade destas normas favoráveis, o que significa aumentar o campo de
punibilidade.

QUANTO Á ANALOGIA:

Existem várias posições:

Teresa Beleza  admite a integração de lacunas no âmbito das normas penais favoráveis.

Outros  Outra posição é a de que se admite por principio a integração de lacunas por
analogia no âmbito das normas penais favoráveis desde que essa analogia não se venha a
traduzir num agravamento da posição dos terceiros, por ele ter de suportar na sua espera
jurídicos efeitos lesivos ou por ter auto limitado o seu acto de defesa.
Leis penais em branco

É uma norma que contêm uma sanção p/um pressuposto ou um conjunto de pressupostos
de possibilidade ou de punição que não se encontram expressos na lei mas sim noutras
normas de categoria hierarquicamente igual ou interior à norma penal em branco.

Entendemos por lei penal em branco tanto as normas que remetem a definição dos seus
pressupostos de aplicação p/uma fonte normativa de valor hierarquicamente inferior à lei
da ASS da Rep., como aquelas que apenas remetem p/uma norma complementar de valor
inferior á lei, a concretização técnica dos seus conceitos.
As primeiras são chamadas leis penais absolutamente em branco, às segundas são
chamadas de leis parcialmente em branco.

(ex: parcialmente em branco (art.275º nº.1 e 276º CP))

(ex: absolutamente em branco (art.277º nº.1 alínea a) e b))



Levantam-se problemas quanto à constitucionalidade de tais normas, precisamente porque
no entender de determinada doutrina, estas normas seriam inconstitucionais p/ consistirem
numa violação de uma decorrência do princípio da legalidade que é a existência de lei penal
expressa, mais concretamente a existência de lei penal certa.

Contudo a doutrina maioritária defende a constitucionalidade e validade nas normas penais
em branco desde que sejam respeitados determinados limites

As normas penais em branco só não respeitarão a exigência de precisão da lei imposta pelo
princípio da legalidade se elas não contiverem uma referência expressa e clara de conteúdo
da proibição que permite estabelecer a conexão entre o crime e a pena.

Em suma as normas penais em branco têm que conter em si os pressupostos mínimos de


punibilidade e de punição, ou seja que digam quem são os destinatários e em que posição é
que se encontram e que contenham a respectiva sanção, desde que correspondam a uma
verdadeira necessidade que o legislador tem de tutelar bens jurídicos fundamentais através
desta técnica.

FONTES DO DTO. PENAL

a) A lei (escrita)
Aqui está a tal decorrência do princípio da legalidade “nullo crimen nulla poena sihe lege
scripta “ (art.165º CRP)

b)Costume
Como fonte de incriminação não é admissível em Dto. Penal, de contrario violaria
o disposto no art. 1º do CP, e arts.29º e 165º nº.1 CRP, nomeadamente estaria a violar o
princípio de representatividade politica e da reserva da lei formal.

No entanto o costume tem valia quando visa, não criar ou agravar a
responsabilidade penal do agente, mas quando a sua intervenção resulte benéfica p/o
agente, ou seja, quando o costume se venha traduzir no âmbito de uma norma
favorável, isto é, quando o costume de alguma norma venha atenuar ou então excluir a
responsabilidade criminal do agente

c) Jurisprudência
Não é fonte imediata do Dto., mas sim fonte imediata. Corresponde ao conjunto
das opiniões dos eminentes penalistas.

Reconduz-se á aplicação da lei ao caso concreto. Há uma grande tendência para que os
tribunais se orientem por decisões anterior

d) Doutrina
Não é fonte imediata do Dto., mas sim fonte imediata. Corresponde ao conjunto
das opiniões dos eminentes penalistas.

e) Fontes do Dto. Internacional – Tratados

São fontes do Dto. Penal, tal como a lei, porque depois de todo o processo de assinatura,
aprovação, ratificação, eles entram na ordem jurídica nacional como lei escrita.

f) Aplicação da lei no tempo

Não há crime sem uma lei anterior ao momento da prática do facto que declare esse
comportamento como crime e estabeleça p/ele a correspondente sanção.

Em direito penal origina portanto a lei do movimento da prática do facto. Mas a aplicação
externa ou exacerbada deste princípio poderia levar a situações injustas, donde o princípio
geral em matéria penal é a de que as leis penais mais favoráveis aplicam-se sempre
retroactivamente.

1º. Os factos são julgados à luz da lei que o vigora no momento da prática do facto.

2º. Se a lei posterior for desfavorável ao arguido nunca se aplica. Existe um ultra actividade
da lei penal, porque se aplica sempre a lei mais favorável ao arguido. Isto sucede porque o
agente criminoso não pode ser punido por uma pena superior àquela que ele esperava
contar (art. 29º nº.4 do CRP (Principio da segurança jurídica)
3º. Se estivermos perante um crime continuado ou permanente, que se inicia na lei anterior
e acabe na vigência da lei nova, os factos são julgados perante e lei em vigor (se os
pressupostos tiverem acontecido na vigência dessa lei). (aqui falamos na necessidade da
pena se o legislador mudou a lei era porque achava necessária criminalizar tal acto ou
descriminalizá-lo).

4º. Se estivermos perante uma lei intermédia esta só deverá ser aplicada se tiver conteúdo
mais favorável ao arguido, devido ao princípio da igualdade (art.2º nº.2)

5º. Lei Temporária  São as leis que marcam à partida (art.2º nº.3) o seu prazo de vigência,
são as normas que se destinam a vigorar durante um determinado período de tempo
prefixado Para o Prof. Taipas de Carvalho só é lei temporária se se verificar 2
pressupostos:

»»» Press material: que lei delimite que a própria lei e temporária

»»» Press formal: a lei terá de dizer o tempo de vigência

Contudo, para o Prof. Figueiredo Dias só é necessário verificar-se o pressuposto material.



Põe-se o problema do art.2º nº.3 ser inconstitucional. Não será inconstitucional porque aqui
o que sobressai é a necessidade da pena. A caducidade da pena verifica-se quando o facto
em si não seja verificado do mesmo modo quando a lei estava em vigor.

6º. Problema da lei revogatória ser inconstitucional e a própria ser mais favorável.

Há quem diga neste caso que a lei sendo inconstitucional não pode ser aplicada mesmo que
seja mais favorável.
Quando ocorre um facto no momento em que a nova lei é inconstitucional, como se deve
fazer?

Pensa-se que não se pode aplicar a anterior porque no momento em que o autor fez o pacto
não contava c/ aquela lei mas sim c/a lei inconstitucional.

Resolve-se desta forma: o autor não é julgado pela lei inconstitucional e também não é
julgado pela pena anterior. Aqui, neste caso se o autor não pode contar c/a lei anterior mais
gravosa exclui-se a culpa ao autor pois quando este agiu, pensou que se aplicaria a lei nova
(que foi dada como inconstitucional.

DISPOSIÇÃO DO DIREITO TRANSITÓRIO


Quando uma lei revogatória despenaliza certo acto e que tipifica tal acto, será necessário
que esta lei tenha uma indicação do Dto. Transitório, ou seja uma indicação sobre a sua
aplicação da lei no tempo.

Terá de ter uma disposição que diga em que casos são que a lei é retroactiva (decisão do
Supremo Tribunal).

Esta disposição derroga o art.2º do Dec-lei 433/82. Contudo, só com a autorização da ASS.
República é que a lei de disposição pode derrogar o art. 2º da lei 433/82.
Esta lei não é considerada válida se não existir esta autorização da ASS. Rep.

Contudo nos trabalhos preparatórios realizados para a construção da lei, há quem entenda
que não será necessário que seja expressa a revogação.

APLICAÇÃO DA LEI NO ESPAÇO

1º. Primeiramente ir ao art.4º (Principio da Territorialidade).

Os dois pressupostos referem quem é competente para julgar.

2º. Lugar e pratica do facto (art.7º) - (Principio do ubiquidade)

Aqui para sabermos se o facto ocorreu em Portugal é preciso que ocorra uma de três
coisas 1º ACÇÂO

2º. RESULTADO TIPICO

3º. RESULTADO NÃO COMPREENDIDO NO TIPO  Prevenção que o legislador utiliza para
não ocorrer qualquer crime (para que não se viole o bem jurídico protegido – ex:art.292º)

Quando fazemos e verificamos se estamos a falar de actos preparatórios ou de execução.

Quando refere “o facto considera-se praticado tanto no lugar em que total ou parcialmente
“ falamos de execução do acto e não de actos preparatórios.

Aqui surge-nos a Teoria da ubiquidade:
Esta visa abranger os delitos á distância, pois verifica-se que o facto considera-se praticado
tanto no lugar da acção, como no lugar onde se deu o resultado, daí surgir a ubiquidade.

O art.7º CP é importante se considerar que a conduta ou o resultado típico tiveram lugar em
Portugal, então pode-se considerar que o facto ocorreu em Portugal e aí poder-se aplicar a
lei portuguesa p/força do art.4º CP e que consagra o princípio da Territorialidade.

Art.5º  Quando verificados o facto fora do território nacional a lei penal portuguesa é
ainda competente  uma vez em sede de art. 5º vai-se analisar caso a caso:
-Se estamos perante a alínea a)– protecção dos interesses nacionais

-Se estamos perante a alínea b) --afloramento, princípio da universalidade

-Se estamos perante a alínea c) – princípio da nacionalidade activa ou passiva – e verificar se


estão reunidas cumulativamente essas 3 condições previstas e se existem ou não restrições
à aplicabilidade da lei portuguesa.

-Se estamos perante a alínea d) – contra bens jurídicos individuais portugueses (cidadãos
portuguesas)

-Se estamos perante a alínea e) – quando ocorra situações de fraude

4º -art. 6º Nº.2 - Juiz tem de tem de ter em causa a moldura penal no estrangeiro para
verificar se esta lei é mais favorável para o agente. Se for mais favorável do que a
portuguesa aplica-se a lei estrangeira.

5º - Ter em atenção o art.6º nº.3 no qual refere que este art.6º nº.2 não se aplicará quando
estivermos perante a alínea a) e d). Pois há um acordo pacífico que os casos esclarecidos na
alínea d) não se aplicam, isto para que não haja incompatibilidade de normas.

CONCURSO LEGAL OU APARENTE DE NORMAS

Na determinação da responsabilidade criminal dos agentes que praticam factos penalmente


relevantes podem suceder situações de anulação ou concurso de infracções, sempre que o
agente com a sua conduta cometa uma pluralidade de infracções. As quais podem produzir
o procedimento de vários crimes, ou do mesmo tipo mais do que uma vez.

A teoria do concurso permite extinguir os casos nos quais as normas requerem uma
aplicação conjunta, das situações em que o conteúdo da conduta é associado por uma única
norma.

 CONCURSO EFECTIVO
OU

CONCURSO DE CRIMES·Constitui a situação em que o agente comete


efectivamente vários crimes e a sua responsabilidade contempla todas as infracções
praticadas.

 CONCURSO APARANTE

OU

CONCURSO DE NORMAS· Uma vez que a conduta do agente só formalmente


preenche vários tipos de crimes afasta a aplicação de outro ou outras de que o agente
tenha também preenchido os elementos típicos.

Em rigor não se pode falar em concurso de crimes, mas tão só em concurso de normas

A Relação de concursos aparente consagra-se por conexão de subordinação e


hierarquicamente, podendo identificar-se essencialmente 3 tipos de relações:

1) RELAÇÃO DE ESPECIALIDADE

Uma norma encontra-se numa relação de especialidade em relação a outra quando


acrescenta mais um tipo incriminador, não a contradizendo contudo.

Neste sentido, vê-se que por força de uma relação de especialidade em que as normas se
podem encontrar, tanto pode subsistir a norma que contenha a moldura penal mais
elevada, como norma que contenha a moldura penal mais baixa.

2) RELAÇÂO DE SUBSIDIARIEDADE

Nos casos em que a norma vê a sua aplicabilidade condicionada pela não aplicabilidade de
outra norma, só se aplicando a norma subsidiária quando a outra não se aplique. A norma
prevalecente condiciona de certo modo o funcionamento daquela que lhe é subsidiária.

3) RELAÇÃO DE CONSUNÇÃO

Quando um certo tipo legal de crime faça parte não por definição do código, mas por uma
forma característica, a realização de outros tipos de crime, ou seja, quando tem uma
definição típica suficientemente ampla que abrange os elementos da descrição típica da
outra norma (matar à paulada).

A finalidade das normas concentra-se sempre na tutela de bens jurídicos, sendo possível
identificar em cada tipo legal o ratio da conduta descrita.
A relação da consunção acaba por colocar em conexão os valores protegidos pelas
normas criminais. Não deve confundir-se c/a relação de especialidade, pois ao contrário do
que se verifica naquela relação do concurso de normas, a norma prevalecente não tem
necessariamente de conter na sua previsão todos os elementos típicos da norma que
derroga.

TEORIA DA INFRACÇÃO PENAL

1º. – ACÇÃO Só é comportamento humano aquilo que for susceptível de ser controlado
pela vontade “pelo eu físico e pelo psicológico” – Roxin
Comportamento voluntário, susceptível de ser controlado pelo seu autor

 Só é susceptível de gerar responsabilidade criminal aquilo que à luz do Dto. Penal por
acção humana.

® Comportamento activo = Acção

® Comportamento omisso = omissão

OMISSÃO· O comportamento omisso não é equiparado ao activo para efeitos de


responsabilização por omissão  Mas há excepções: (art. 10º CP)  Dever de garante
hipóteses em que sobre o omitente recaia um dever jurídico.

(A posição de garante reveste-se de uma posição de evitar o resultado)

Lei (ex: filiação)

Dever de garante Contrato (ex: medico)

 Ingerência (ex: entra na situação

Se for um médico que omite a acção e que possa salvar o doente, é homicídio.
Se tem um médico que omite a acção e que possa salvar o doente, é homicídio.
Se for um pai que omita a acção p/salvar um filho, é homicídio.
 Tem de se verificar se este que omitiu devia agir:

 Art.200º ou deve ser tida c/acção activa (art.10º nº.1 + art 1º)
2º. - TIPICIDADE  Juízo de Tipicidade: demonstração de que aquele comportamento cabe
na previsão da norma.

REGRA: Art.13º do CP  a maioria dos artigos da parte especial têm de ser


comportamentos dolosos não meramente negligentes.

Depois de demonstrar que há uma acção, o momento da tipicidade é o momento de


demonstrar que aquele comportamento humano se enquadra, se assume na previsão de
qualquer dos preceitos da parte especial.

Isto coloca alguns dos problemas mais complicados do Dto. Penal, por ex.: o problema da
Imputação objectiva.

IMPUTAÇÃO OBJECTIVA : Quando ao agente se imputa o resultado.

Causa adequada (ARTº 10): Saber se o comportamento é ligado à acção será necessário
perguntar ao homem médio se aquela acção levaria aquele resultado
Se sim o agente é imputado objectivamente
Se não, não há qualquer imputação objectiva Contudo, esta tem de ser previsível para
o agente.

Teoria de risco: quando o agente aumentou, não diminui ou criou, e se o resultado for
devido a essa acçao.
Esta teoria vem aperfeiçoar a causa adequada.

A causa adequada e a teoria do risco podem divergir no âmbito da sua imputação

 Na diminuição do risco Não


 Comportamento lícito alternativo há
 Âmbito a esfera jurídica Imputaçã

 Teoria da condition sinequa non  Pressupõe que se eliminarmos mentalmente a acção


e perguntarem se o resultado mesmo assim se verificaria ou não.

 Dolo (art. 13º)


Imputação subjectiva Negligência (art.13º)

O dolo e a negligência em direito penal são elementos subjectivos do tipo, quando faltam o
facto nem sequer é típico e assim não é ilícito.
A maioria dos artigos da parte especial têm de ser comportamentos dolosos (principio da
culpa).
Contudo há a excepção: (negligência)

DOLOO dolo é conhecer e querer, é a representação e vontade de realizar o facto típico.


 Para haver dolo é suficiente que o agente conheça e queira, não é necessário demonstrar
que ele conhecia a ilicitude do facto praticado.

O dolo não é a intenção

No dolo há dois elementos Elemento volitivo


Elemento intelectual

É em função da diferença de intensidade do grau entre o elemento intelectual e o elemento


volitivo, que no art. 14º distinguem entre dolo directo, dolo necessário e dolo eventual.
NOTA: Só há tentativas com dolo, não há tentativas negligentes.

NEGLIGÊNCIA: Para existir é necessário actuar sem cuidado a que está obrigado e de que é
capaz.

Para existir negligência é necessário que se verifiquem 3 requisitos acumulativos

® Tipificado na lei
® Dever de cuidado
® Poder/capacidade individual do agente respeitar o dever objectivo de cuidado.

Dolo eventual ‡ negligência consciente

No dolo eventual o agente conforma-se ou seja corre o risco de poder acontecer o facto que
o agente representou como possível, o agente não afasta a possibilidade do resultado,
agente decide aceitar o resultado como um risco de acção que está a empreender ‡ na
negligência consciente o facto é representado como uma consequência possível do acto,
mas o autor acredita que não vai acontecer (ex: excesso de velocidade).

Para diferenciar estes dois institutos o juiz sentencia em função das características
objectivas da situação.
Existem dois objectivos tendenciais que devem estar presentes p/uma melhor conclusão da
verdadeira situação.

1º. – Grau da previsibilidade objectiva de realização do resultado. Uma probabilidade alta é


indício de dolo eventual e uma probabilidade baixa de verificação do resultado é indício de
negligência consciente.

2º. – A motivação que levou o agente a actuar. Procurar criar um critério partindo de uma
regra de coerência e motivação. Assim, quanto mais forte e importante para o agente for a
razão, o motivo pelo qual decidiu actuar, maior é o indício de dolo eventual, e quanto mais
insignificante for a razão maior é o indício de negligência.

Ainda em matéria de tipicidade, há certos erros que podem acontecer no acto que é
considerado crime, os quais quando observados mudam radicalmente a moldura
penal.Comecemos:

Erro sobre o objecto / identidade física


O agente dirige a acção a um determinado objecto de acção, atinge efectivamente esse
objecto, mas esse objecto não é aquele que ele pensava que fosse.
 O erro sobre o objecto só tem relevância se o objecto for tipicamente diferente e não se
forem tipicamente idênticos.
Assim se A matar B pensando que era C, o erro não interessa, ele terá de ser julgado por
homicídio consumado na mesma.

(Resp. Criminal)

Quando há erro sobre o objecto, esse erro indicia o concurso entre crimes, aquele de que o
agente tem dolo na forma tentada e aquele que ele consuma de forma negligente (concurso
efectivo real).

ERRO NA EXECUÇÃO / ABERRATION ICTUS  O agente não consegue sequer, com a sua
acção, alcançar o objecto que se pretendem atingir e atinge um objecto diferente.
A sua acção vai produzir os seus efeitos num objecto de acção, a que a acção foi dirigida
(ex: falha a pontaria).

(Resp. criminal)
Neste erro pune-se sempre em concurso entre a tentativa e o crime negligente consumado.
(se se verificar os elementos da tentativa e os elementos do crime).

Uma aberration ictus indicia sempre a possibilidade de punir em concurso, se se verificarem


os requisitos de punibilidade, há que ver se aquilo que ele está a tentar atingir é crime e há
que ver se aquilo que ele realmente atinge na forma negligente está tipificado como crime
na forma negligente. (ex: A pretende matar B com uma bomba no carro mas é C que morre).
A é punido em concurso efectivo real pela tentativa de homicídio de B e pelo homicídio
consumado de C

ERRO SOBRE O PROCESSO CAUSAL:


Ocorre quando o agente dirige a acção a um determinado objecto de acção, atinge esse
objecto de acção, mas através de um processo diferente. Normalmente o processo causal
vem referido a propósito da imputação objectiva, quando o erro sobre o processo causal é
relevante, exclui-se a imputação do resultado do agente.

Contudo para se saber se há imputação do resultado á acção terá de se verificar 2


requisitos:

Se o desvio é Essencial
Previsível
(ex:A atira B ao rio, mas B não morre afogado, mas sim comido pelo tubarão).

A é punido pela tentativa de homicídio porque este tipo de morte não era previsível. Não é
previsível que haja tubarões nos rios.

Se for previsível é punido por homicídio doloso consumado.

Neste erro é necessário ter em atenção a Teoria da Casualidade.

3º. ILICITUDE LESÃO DE UM BEM JURIDICO


Na prática o juízo da ilicitude é um juízo negativo, isto porque não se depreende se estamos
perante um ilícito mas sim se estamos perante uma exclusão da ilicitude.

Exclusão da Ilicitude: legitima defesa


Direito de Necessidade
Conflito de deveres
Consentimento do lesado
Legitima defesa Para sabermos se estamos perante um faço praticado pelo qual se
excluía a ilicitude através de legitima defesa é necessário estarem reunidos 3 pressupostos:
Uma agressão actual e ilícita de interesses juridicamente
Protegidos do agente ou de 3º.

Art.32º CP Como meio necessário (adequado)

Elemento subjectivo causa de justificação (animus defendi)

Contudo, este último requisito, do elemento subjectivo da causa de


justificação define-se como sendo um conhecimento da agressão actual ilícita ou seja
conhecimento do perigo.

Se faltar apenas este elemento subjectivo o agente é punido apenas pela tentativa do crime
por analogia ao art.38º nº.4 CP
(ex:A vai a conduzir e atropela outra pessoa que estava deitada no meio da estrada porque
não a vê. Mas que morreu queria era provocar o acidente para assaltar A).

Há certos erros que podem ocorrer também nesta fase de apanhar a ilicitude, são eles:
A – O erro sobre os pressupostos de facto da causa de exclusão da ilicitude (art.16º nº.2)
B – O erro sobre a ilicitude (art.17º)

_____________________________ Analisando: _________________________________


A – Erro sobre os pressupostos de facto da causa de exclusão da ilicitude (art.16 nº.2)

Quando o agente representa a realidade que está descrita como pressuposto de facto da
causa de justificação quando ela não se verifica
O erro do art. 16º nº.2 referido a legitima defesa, verificar-se-ia na hipótese em que o
agente representa que está perante uma agressão actual e ilícita quando na realidade não
está
Aqui existe uma legítima defesa putativa
Aqui exclui-se o dolo mas o facto continua a ser ilícito (não se exclui a ilicitude).

B – Erro sobre a ilicitude (art.17º CP)


É um erro sobre os limites jurídicos da legitima defesa, o erro está em ter representado que
podia licitamente matar quando não o poderia fazer para fazer face aquela agressão actual
de justificação, mas não vai.
 Art. 17º
Se o erro não for censurável exclui-se a culpa
Se o erro for censurável é punido c/ a pena prevista p/o crime doloso, mas a pena pode
ser atenuada (art.17º nº.2 do CP)

Para que a ilicitude seja excluída será necessário reunir os pressupostos objectivos (art.16º
nº.3) e o elemento subjectivo (art.32º)
Ou seja,
Terá de se verificar os pressupostos da punição da negligência:
Tipificado na lei

Art.16º nº.3 Violação do dever de cuidado

Capacidade/poder de dever de cuidado

Terá de estar preenchido o elemento subjectivo, o conhecimento da agressão actual.

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