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Modo de transmissão: Contato direto da pessoa doente ou do portador com pessoa suscetível através de
gotículas de secreção eliminadas por tosse, espirro ou ao falar. A transmissão por objetos recém
contaminados com secreções do doente ou de lesões em outras localizações é pouco frequente.
Período de transmissibilidade - Em média, até 2 semanas após o início dos sintomas. O portador crônico
não tratado pode transmitir a infecção por 6 meses ou mais e é extremamente importante na
disseminação da doença.
FISIOPATOLOGIA
A toxina diftérica é o principal fator de virulência do bacilo, toxina do tipo AB. É produzida no local de
infecção e se dissemina pela corrente sanguínea, produzindo efeitos sistêmicos.
A molécula de toxina apresenta três regiões: a região de ligação com o receptor, a região de translocação
(subunidade B) e a região catalítica (subunidade A).
O receptor para a toxina é o fator de crescimento epidérmico ligante de heparina localizado na superfície
de diferentes células eucarióticas, especialmente células cardíacas e nervosas. Isso explica os sintomas da
difteria grave.
A síntese da toxina é regulada pelo repressor da toxina diftérica. Essa proteína é ativada na presença de
altas concentrações de ferro e é capaz de se ligar ao operador do gene da toxina, impedindo a produção
da mesma.
QUADRO CLÍNICO
As manifestações são determinadas pelo Sítio de Infecção, Nível de Imunidade do Paciente e Virulência
do Microorganismo.
DIFTERIA RESPIRATÓRIA
Os sintomas aparecem após 2 a 4 dias de incubação. Os microorganismos vão se multiplicar nas células
epiteliais da faringe e inicialmente haverá danos localizados por causa da exotoxina.
Tem início repentino com mal-estar, dor de garganta, faringite exsudativa (várias ilhas com pontos
esbranquiçados) e febre baixa. O paciente normalmente se apresenta ansioso, taquicárdico e com
halitose.
O exsudato evolui para uma espessa pseudomembrana, composta de bactérias, linfócitos, células
plasmáticas, células mortas e fibrina que podem recobrir tonsilas, úvula e palato e em alguns casos se
estender para a nasofaringe ou para a laringe (difteria maligna).
A pseudomembrana se adere firmemente ao tecido subjacente e fica difícil sua retirada sem causar
sangramentos, por causa da alta vascularização do tecido conjuntivo adjacente, exclusivo da difteria. Após
cerca de uma semana o paciente se reestabelece e a membrana se desprende e é expectorada.
Nos casos mais severos ocorre um aumento importante do volume dos gânglios da cadeia cervical e
edema periganglionar (pescoço taurino), com hipotensão arterial e taquiesfigmia.
Os sintomas cardíacos podem aparecer de forma gradual ou aguda, progredindo para um quadro grave
que pode culminar em deficiência cardíaca, arritmias e morte.
DIFTERIA CUTÂNEA
É adquirida pelo contato de pele com a pessoa infectada. O microorganismo coloniza a pele e ganha
acesso ao tecido subcutâneo através de fissuras na pele.
Uma pápula aparece inicialmente e depois evolui para uma úlcera crônica que não cicatriza e que
algumas vezes está coberta por uma membrana acinzentada.