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Centro de Emprego e Formação Profissional do Pinhal Interior Norte

0381_Organização Administrativa da
Venda_25

1
Centro de Emprego e Formação Profissional do Pinhal Interior Norte

ARQUIVO

2
Ter um arquivo nas devidas condições é muito

importante nas empresas, devido à grande quantidade de


documentos que um negócio produz, bem como se
transformou num importante elemento de consulta.

3
Um sistema de arquivo deve cumprir três
funções:

• Guardar material de forma segura (da humidade, pó,


desgaste, etc);

• Reunir, de forma organizada, toda a documentação que a


empresa produz;

• Quando for necessário, permitir que se possa ter o


material o mais rapidamente disponível.

4
O Local para o Arquivo

 boa resistência do piso


 se possível luz natural/iluminação artificial adequada
 não deve ter humidade
 boa ventilação
 humidade relativa de 40%
 instalação eléctrica protegida
 mobiliário adequado
 espaço suficiente para a deslocação do utilizador.

5
O Arquivo de acordo com os documentos

Arquivos activos – guardam-se os documentos de grande


circulação, que ainda estão em período operacional, cujo
conteúdo ainda está à espera de resposta, ou ao qual se faz
referência com regularidade.

NOTA: Os documentos activos ficarão colocados em


arquivadores ou em armários de acesso fácil, dado que o seu
uso será frequente.
6
Arquivos semiactivos – embora a documentação já tenha
sido processada e se tenha obtido uma resposta, tem de se
continuar a guardar, porque é provável que seja alvo de
alguma consulta, embora com menor frequência.

7
Arquivos passivos ou inactivos – neste caso, o documento
que se guarda já foi dado como encerrado e só se
consultará se se precisar de uma informação muito precisa.

NOTA: Considera-se que um arquivo é passivo quando se


lhe faz referência pelo menos 10 vezes ao ano. A partir
desse prazo, o seu arquivo é considerado definitivo.

8
A transferência – passado algum tempo, a documentação
perde actualidade e não devem dificultar a consulta de
documentos mais recentes que mantêm a validade. Ao acto
de passar a documentação do arquivo activo para o semi-
activo e deste para o passivo chama-se transferência.

NOTA: É frequente as empresas organizarem uma


transferência por período (mensal, bimensal, trimestral,
etc).

9
A expurgação – uma vez cumprido o prazo legal (10 anos –
Artigo 40º do Código Comercial) de conservação, todos os
documentos têm de ser seleccionados; a esta acção dá-se o
nome de expurgação. Assim, só os documentos que
conservarem algum interesse continuarão a ser arquivados,
os restantes são destruídos.

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A documentação do Arquivo

Arquivo Activo:
• Correspondência de Entrada (cartas de informação,
cartas de documentação, cartas de gestão, cartas
pessoais)
• Correspondência de Saída (cartas respondidas, cartas à
espera de resposta).

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Arquivo Semi-activo:
• Correspondência, documentação do departamento pessoal,
contratos de compra e venda, arrendamento, facturas,
documentos contabilísticos, documentos fiscais,
documentos bancários.

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Arquivo Passivo:
(documentos fiscais e arquivo histórico).


Expurgação

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Os sistemas de arquivo

Arquivador horizontal:
Tipos de documentos - documentos gráficos de tamanho
considerável)
Vantagens:
• o custo do mobiliário não é elevado;
Desvantagens:
• desaproveitamento do espaço;
• difícil localização dos documentos;
14
• difícil extracção e reposição dos documentos.
Arquivador Vertical:
Tipos de documentos - documentação corrente (facturas,
correspondência, etc).

Vantagens:
• visibilidade rápida;
• fácil extracção e reposição dos documentos;

Desvantagens:
• só pode ser utilizado por uma pessoa de cada vez.
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As unidades de conservação

Os documentos de um arquivo não se colocam directamente


em cima da estante ou nos arquivadores, colocando-se
primeiro em unidades de conservação, para que os
documentos fiquem protegidos do pó e luz.

O método que se escolher dependerá de factores


como:

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• o tipo de negócio a que a empresa se dedica

• o tipo e o tamanho dos papéis que se arquiva


(correspondência, documentos legais, projectos, gráficos
ou desenhos)

• quantidade de material a arquivar ou a frequência com que


se precise do mesmo.

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Entre os arquivadores e unidades de conservação convém
destacar:

Arquivadores de argolas - apropriados para arquivar a


correspondência, listas, esquemas ou tabelas estatísticas.

NOTA: Quando não convém furar os documentos, podem


utilizar os modelos mais largos que permitem colocá-los em
bolsas de plástico com os lados perfurados.
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Caixas - devem-se evitar as metálicas ou as de plástico porque
não permitem a transpiração dos documentos. São os mais
adequados para guardar pequenos fascículos, documentos
informativos, revistas, catálogos, etc.

NOTAS:
1. Convém estarem sempre cheias para que, ao serem
colocadas na estante, os documentos não fiquem dobrados.

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2. São excelentes para proteger os documentos do pó, luz ou
do manuseamento.

3. A desvantagem das caixas reside no facto de a consulta não


ser muito cómoda.

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Pastas de mola e com badanas – são apropriadas para preparar
o material que o chefe deve levar consigo para uma reunião
ou viagem. Utilizam-se para arquivar documentos
informativos que não sejam muito volumosos.

21
Pastas de pendurar – costumam-se arquivar em armários ou
gavetas com calhas ou em carrinhos especiais para os
mesmos. Utilizam-se para documentos que não sejam muito
volumosos e permitem a ordenação alfabética ou por
assuntos.

22
Tubos – são adequados para documentos de tamanho
considerável. Utilizam-se para arquivar mapas e projectos.

Envelopes e bolsas - utilizam-se em menor medida, mas são


de utilidade para fotografias ou diapositivos. Podem ser de
papel normal ou plástico.

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Ficheiros – há muitos tipos de ficheiros. Há os para pôr em
cima da mesa com gavetas, outros constituem um móvel
transportável munidos de rodas. Usam-se para arquivar a
documentação que é preciso ter à mão, como as moradas de
fornecedores, clientes, etc.

24
As tecnologias de arquivo

Arquivos de microfilmes – é utilizado nas empresas com um


considerável volume de documentos ou informação para
arquivar.

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Desvantagens:

• Necessidade de se contar com um microleitor (para


ampliar)

• A não aceitação de microfilmes de documentos como


prova em procedimentos legais nos quais se exige os
originais

• Sensibilidade do microfilme o que torna imprescindível a


obtenção de microfilmes de segurança.
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Arquivo Computadorizado – armazenar a informação no
disco rígido do computador, ou arquivar cópias de segurança
por meio de DVD´s, por exemplo.

Arquivo na rede (“Cloud Computing”) – utilização da


memória e das capacidades de armazenamento e cálculo de
computadores e servidores compartilhados.

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28
As funções do arquivo

1 – recolher ordenadamente todos os documentos que


circulam na empresa, uma vez que o bom funcionamento do
arquivo depende de critérios de ordenação dos diversos
documentos;

2 – garantir perfeita conservação dos documentos recolhidos,


esta função realiza-se mediante a utilização de todos os meios
aptos a atingir o objectivo: armários, estantes, aparelhos de
medir a humidade e a temperatura, ficheiros, etc;
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3 – a funcionalidade do arquivo depende da oportunidade com
que os centros periféricos da direcção recebem os documentos
para a consulta – o arquivo deve ser um centro activo de
informação e documentação ao serviço de toda a empresa;

4 – executar funções com o máximo de qualidade ao menor


custo;
5 – manter e expedir a correspondência.

Horwath Consulting, SA – CDI – 1994 – Há 24 anos


30
O Plano de Arquivo

Todo o sistema de arquivo tem que se adaptar às variadas


condições em que opera a empresa.

Logo qualquer função administrativa deve estudar um plano


próprio de arquivo começando por apreciar os seguintes
elementos:
• os tipos de material a arquivar

• a finalidade com que é efectuado o arquivo


31
• a quantidade de material a arquivar
• os equipamentos disponíveis
• onde se efectua o arquivo
• quando deve ser efectuado e de quanto tempo se dispõe para
cada operação
• as futuras ampliações previstas para o trabalho de
arquivo.

32
Características de um plano de
arquivo

1 – facilitar tanto quanto possível os trabalhos que se seguem


à classificação;
2 - permitir realizar o trabalho de arquivo com a máxima
simplicidade e rapidez;

3 – determinar os critérios das categorias e a ordem de


classificação dentro de cada categoria;

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4 – indicar quais são as categorias em que deve ser dividido
o material;

5 – Ter em conta as exigências futuras e um grau adequado


de flexibilidade.

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Métodos de classificação

Os principais métodos de classificação são:


• Alfabético,
• Numérico,
• Por assuntos (ideológico),
• Geográfico
• Cronológico.

Cada um deles tem vantagens e desvantagens. Também é


possível combinar dois ou mais métodos, em função das
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necessidades da empresa.
A classificação por ordem
alfabética

Na classificação por nome em ordem alfabética, o material é


organizado com base no nome da pessoa ou empresa, cujo
documento é registado e depois ordenado em sequência
alfabética, Ex: lista telefónica.

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Vantagens:

• Simplicidade no plano de classificação (não são previstas


classes nem subclasses e o único elemento necessário para
classificar o material é o nome das coisas a classificar:
firma ou nome da pessoa.

• Familiaridade com o critério de ordenação (a ordem


alfabética é uma das mais tradicionais),

37
• Elasticidade (é sempre possível inserir novos nomes no
lugar exacto).

• Baixo custo (o material pode ser arquivado em


equipamentos simples).
• Possibilidade de encontrar facilmente uma posição.

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Desvantagens:

• Os critérios de ordenação do material não são inequívocos


(é fácil surgirem dúvidas, serem cometidos erros, e que
aqueles que classificam e efectuam sucessivamente a
procura não sigam os mesmos critérios).

• Se o material for muito a classificação tem de ser feita por


pessoas práticas neste tipo de trabalho.

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• Quanto mais o material aumenta, mais frequentes os
casos de homonímia (repetição dos mesmos nomes).

Resumindo, a classificação por nome em ordem alfabética é


aconselhável como único sistema para a ordenação do
material quando:
- este não é muito;
- as probabilidades de cometer erros de sistematização são
limitadas.
40
As regras de classificação

Para que a classificação por nome em ordem alfabética seja


eficiente tem que se seguir certas regras:

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1 – Os nome individuais devem ser colocados em ordem
inversa, ou seja, primeiro o último nome, depois os
restantes na ordem em que se apresentam. Quando houver
nomes iguais, prevalece a ordem do primeiro nome.

Ex: Barbosa, Aníbal


Correia, António
Correia, João Carlos
Correia, Paulo

42
2 – As partículas estrangeiras (D, Da, De, Del, Des, Di, Du,
La, O’, Van, Vanden, Von, etc), se escritas com inicial
maiúscula, são consideradas como parte integrante do nome.
Ex: Oliveira, Carlos Santos de
Von Johnson, Erick
Von Blun, Eduardo
3 – Os nomes compostos de um substantivo e um adjectivo,
ligados ou não por hífen, não são separados.

Ex: Castelo Branco, Sérgio


Vilas Boas, Heitor
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4 – Os nomes como Santo, Santa ou São seguem a regra
anterior, considera-se o apelido inteiro seguindo a ordem
normal.
Ex: Santa Rita, Luís
Santo António, Joaquim

5 – Os nomes que exprimem grau de parentesco, abreviados ou


não, não são considerados na ordenação alfabética.

Ex: Freitas Júnior, Ary


Ribeiro Neto, Henriques

44
Os graus de parentesco só serão considerados na
alfabetização quando servirem de elemento de distinção.

Ex: Abreu Filho, Jorge


Abreu Neto, Jorge
Abreu Sobrinho, Jorge

6 – Os títulos honoríficos, pronomes de tratamento e artigos


são colocados entre parênteses depois do nome e não são
considerados na alfabetização.

Ex: Araújo, Paulo (General)


CM da Lousã (A) 45
7- Os nomes espanhóis são registados pelo penúltimo nome
que corresponde ao da família do pai.

Ex: Cervantes Y Savedra, Miguel (de)


Hernandes Xavier, José

8- Os nomes orientais, japoneses, chineses e árabes são


registados na ordem em que se apresentam.

Ex: Al Bem Abib

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9 – Os nomes ligados por apóstrofo devem ser considerados
como uma só palavra.

Ex: Sant’Ana, Armindo


Lê-se e arquiva-se Santana

10 – Os nomes das empresas devem ser registados conforme


se apresentam

Ex: Álvaro Costa & Cª


Barbosa Sousa, Ldª
47
11 – As expressões usadas no comércio, como Sociedade,
Companhia, Empresa, devem ser consideradas na
alfabetização.

Ex: Companhia Nacional de Bailado


Porto Editora, SA

12 – Os nomes das empresas que usam siglas com ou sem


ponto entre as letras, devem ser alfabetados como se o
conjunto de letras que os formam fosse uma palavra.
Ex: ANJE
CDU
48
13 – Quando uma empresa ou instituição for conhecida, além
do seu nome por extenso, também por uma sigla, o arquivista
deverá adoptar pela forma de entrada que melhor entende.

Ex: C.G.D. ou Caixa Geral de Depósitos

14 – A correspondência recebida de secção, divisão ou


departamento de uma empresa deve ser arquivada pelo nome
da empresa e não pelo departamento.

Ex: IEFP – Área de Formação


49
15 – As diversas filiais de uma empresa são alfabetadas pelo
nome da empresa seguido das regiões em que se encontram.

Ex: ANA Faro


ANA Lisboa

16 – Os nomes das instituições e órgãos governamentais são


considerados como se apresentam.

Ex: Banco de Portugal


Universidade de Coimbra

50
17 – Os nomes dos órgãos governamentais de países
estrangeiros devem ser precedidos do nome do país.

Ex: Estados Unidos – The Liberty Congress


Inglaterra – Red Cross

18 – Os numerais que fazem parte do nome, quer no início,


quer no fim, devem ser considerados como se estivessem
escritos por extenso.
Ex: Ferragem dois irmãos
Insecticida mata Sete

51
Quando falamos em arquivo alfabético, há dois critérios
para a ordenação alfabética (letra por letra ou palavra por
palavra), e ambos estão correctos.

52
Classificação por ordem numérica

Na classificação por nome em ordem numérica o principal


elemento a considerar para a classificação é um número e a
sua ordenação é feita por ordem sequencial crescente ou
decrescente.

Nesta modalidade, a consulta é indirecta, pois há a


necessidade de se recorrer a um índice auxiliar alfabético que
remeterá ao número sob o qual a informação foi arquivada.

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Vantagens:

• Permite a classificação de um modo indefinido;


• Ao contrário da alfabética, possibilita a detecção imediata
da falta de um processo;
• Permite um menor nº de arquivamentos errados, pois
torna-se mais fácil ler números do que letras;
• As operações de arquivo são mais rápidas.

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Desvantagens:

• Torna-se quase impossível detectar um documento quando


por lapso se lançar um nº errado de processo.

Classificação por nome em ordem geográfica

Na classificação por nome em ordem geográfica o material é


organizado em função do local ou proveniência da
informação.

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Ex: Vários países – nome do país, nome da capital e nome
dos correspondentes. Se houver documentos procedentes de
outras cidades que não a capital, deve-se ordená-los
alfabeticamente no arquivo após a capital.

ARGENTINA
Buenos Aires
Maia Carraro, Alcides
Corrientes
Del Vale, Luís

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BRASIL
Brasília
Ministério da Educação
Campinas
Delgado, Carlos

Este método de arquivo é muito utilizado no caso das


empresas que mantêm correspondência com várias filiais ou
agências em várias zonas e ainda para firmas de transporte de
cargas e mercadorias.

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Classificação por assuntos (Ideológico)

Este é um dos métodos mais perfeitos de arquivo, porém


requer um planeamento prévio além de requisitos como:

• Amplo conhecimento da empresa, bem como dos


documentos que representam as actividade da mesma;
• Análise minuciosa e interpretação da documentação.

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Ordenação dos assuntos por ordem alfabética:

Ordem dicionária:
Artigos para Calçados
Calçados Ortopédicos
Calçados para Crianças
Calçados para Homens
Calçados para Senhoras
Fábricas de Calçados

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Ordem enciclopédica: agrupam-se os títulos gerais
alfabeticamente.

Ex: Artigos
Concertos
Fábricas

Ordenação de forma numérica: os assuntos ordenam-se


segundo a progressão do número que lhes é atribuído.

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Ex: 33 Materiais de Construção
33.1 Cimento
33.1.1 Portland
33.1.2 de secagem rápida
33.2 Outros materiais
33.2.1 Acelerantes

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Classificação por Ordem Cronológica

O material é ordenado, com base na data de emissão,


fabricação, aquisição, prazo, recepção, etc., de baixo para
cima, ou seja, da data mais antiga para a mais recente.

Vantagens:
• Uma das mais rápidas e menos dispendiosas;
• Não são previstas intercalações, mas apenas
sobreposições ou acrescentos de material novo.
62
Para encontrar o material classificado por esta ordem é
preciso saber a data em que foi colocado ou então percorrer
todo o material recolhido. Por isso este sistema deve ser
adoptado quando:

• O material a classificar é limitado;

• Quando é possível conhecer aproximadamente a data da


classificação;

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A classificação por ordem cronológica revela-se útil quando se
tem que classificar documentos de carácter financeiro.

Ex: determinada factura tem de ser paga a 60 dias, este


sistema permitirá inserir a cópia na data de pagamento da
factura e assim controla-se se o pagamento foi efectuado ou
não.

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Ex: a) os meses do ano
b) Quinzenais
c) Séries de 10 dias
d) semanas

Dentro de cada secção o material é ordenado:


alfabeticamente ou numericamente.

FIM

65
O QUE SÃO TRANSAÇÕES
COMERCIAIS?

Transacções comerciais são trocas que envolvem algum


tipo de pagamento por um bem ou serviço.

66
O QUE SÃO TRANSAÇÕES
COMERCIAIS?
Existem muitas formas de transações, incluindo aquelas
que ocorrem entre duas empresas distintas, os
consumidores e empresas, entre as divisões internas da
empresa e entre dois consumidores individuais.

Troca de dinheiro por um produto ou serviço é geralmente


classificada como transação comercial.

67
ALGUNS DOCUMENTOS DE
SUPORTE À TRANSAÇÃO
COMERCIAL

68
FATURA

69
Quais são as condições para a
emissão de faturas?

A emissão de faturas deve respeitar outros


requisitos que não apenas a prestação de
serviços ou transmissão onerosa de bens.

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1. A primeira condição necessária para a emissão de
documentação comercial (concretamente faturas
ou vendas a dinheiro) é haver um acordo entre o
fornecedor e o cliente. Este acordo poderá ser
apenas verbal ou assumir a forma de uma proposta
ou de um contrato.

2. A segunda condição é que o cliente possa provar


que o vendedor ou o prestador de serviço passou a
fatura e tem pleno e total conhecimento do seu
conteúdo.

71
3. Além das condições enumeradas qualquer fatura
deverá ser emitida até ao 5.º dia útil posterior à
transmissão dos bens ou à prestação dos serviços a
que dizem respeito.

4. Caso se trate de uma fatura global (que digam


respeito a consumos em determinados períodos de
tempo) deverão ser emitidas até ao 5.º dia útil a
seguir ao período faturado.

5. Uma fatura deve ser emitida pelo menos em


duplicado de maneira a uma via ser entregue ao
cliente e a outra ser arquivada na organização
contabilística do fornecedor. 72
Que elementos devem conter as
faturas?
As faturas e outros documentos equivalentes
devem ter elementos que permitam a inequívoca
caraterização da relação comercial perante a
Autoridade Tributária.

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No sentido de caraterizarem da melhor forma
possível as relações comerciais de um
determinado agente económico, as faturas (ou
documentos equivalentes) deverão:

1. Ser numeradas sequencialmente (este número pode


corresponder a várias séries - A, B, C, ou outra qualquer
designação - dependendo da organização interna da
empresa);

2. Ser datadas sequencialmente;

3. Identificação completa do fornecedor (nome, morada


e número de identificação fiscal);
74
4. Identificação completa do cliente (nome, morada e
número de identificação fiscal);

5. O nome comum dos bens e/ou serviços


transacionados (esta designação deverá conter todos
os elementos necessários para a determinação da taxa
de IVA e respetivo valor a ser aplicado);

6. O preço líquido de imposto e todos os elementos a


ele relativo por forma a que seja inequivocamente
determinado o IVA a apurar, descriminado por cada taxa
em utilização;

7. Se algum item for transaccionado com isenção de


IVA, deverá ser claramente identificado e apresentada a 75
razão da isenção.
FATURA/RECIBO

76
O que é uma Fatura/Recibo?
Tal como as faturas simplificadas, a fatura/recibo
é um documento auto-pago, e assim que o
documento é emitido, este fica automaticamente
liquidado, não sendo necessária a emissão de
um recibo.

77
O que é uma Fatura/Recibo?
No entanto, a fatura/recibo difere da fatura
simplificada porque a fatura simplificada tem um
limite de valor (1.000,00€ euros para retalhistas
e vendedores ambulantes e 100€ para as
restantes atividades). Sempre que o montante
for superior a estes valores, poderá emitir o
documento fatura/recibo.

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Qual a diferença entre Fatura e
Fatura Simplificada?
O Decreto-Lei nº 197/2012, em vigor desde Janeiro de 2013,
introduziu um novo tipo de documento, a fatura simplificada,
substituindo as antigas vendas a dinheiro.

As faturas simplificadas diferem de uma fatura normal


por se tratarem de um documento de venda auto-pago,
ou seja, assim que o documento é emitido, este fica
automaticamente liquidado.

Já nas faturas normais, é necessária a emissão de um


recibo para que estas fiquem liquidadas.
79
NOTA DE CRÉDITO

80
Uma nota de crédito é um documento comercial
com valor legal, utilizado para retificar faturas.
Podem ser emitidas para eliminar na totalidade o
valor de uma fatura, apenas parte desse valor,
ou simplesmente para corrigir dados de emissão.

81
EM QUE SITUAÇÕES DEVE EMITIR NOTA DE
CRÉDITO?

O objetivo da emissão pode passar por:

DEVOLVER O VALOR AO CLIENTE

Exemplo: Vende um produto com valor de €50,


outro com valor de €20 e emite uma fatura com valor
de € 70. O cliente pretende devolver o segundo
produto e, portanto, para que possa ter lugar a
devolução do valor, é necessária a emissão de uma
nota de crédito com valor de €20, que anule a fatura
inicialmente emitida.
82
EM QUE SITUAÇÕES DEVE EMITIR NOTA DE
CRÉDITO?

O objetivo da emissão pode passar por:

PERMITIR A TROCA DE PRODUTOS

Exemplo: Vende um produto com o valor de €50 e


emite uma fatura de igual valor. O cliente pretende
trocar o produto por outro com características
ligeiramente diferentes. É necessária a emissão de
uma nota de crédito que anule a fatura inicialmente
emitida, para que uma nova possa ser processada.

83
EM QUE SITUAÇÕES DEVE EMITIR NOTA DE
CRÉDITO?

O objetivo da emissão pode passar por:

CORRIGIR DADOS DE EMISSÃO

Exemplo: A fatura foi emitida sem alguns dos dados


essenciais. É necessária a emissão de uma nota de
crédito que a anule, para que uma nova fatura possa
ser processada.
Em qualquer um destes casos, com a emissão e
subsequente envio para a Autoridade Tributária e
Aduaneira, está a informar que não recebeu a quantia,
que há uma redução do valor tributável da operação, 84
ou que os dados estavam incorretos.
EM QUE SITUAÇÕES DEVE EMITIR NOTA DE
CRÉDITO?

O objetivo da emissão pode passar por:

CORRIGIR DADOS DE EMISSÃO

Nota: Não deve optar pela anulação da fatura,


especialmente se esta já foi enviada, pois o seu cliente
pode já ter inserido a mesma fatura em registo
contabilístico, criando divergências que podem vir a
ser alvo de análise por parte da Autoridade Tributária e
Aduaneira.

85
QUE INFORMAÇÃO DEVE CONTER A NOTA DE
CRÉDITO?

•Ser datada
•Ser numerada sequencialmente em conformidade
com o sistema de faturação
•Conter a informação do comerciante
•Conter a informação do cliente
•Fazer referência ao número da fatura que está a ser
retificada
•Fazer menção ao motivo da sua emissão

Nota: Esta informação não dispensa a consulta


do código do IVA, nomeadamente o nº 7 do artigo 29.º
e o nº 6 do artigo 36.º. 86
É NECESSÁRIO QUE O CLIENTE FAÇA ALGO?
Sim. De forma a poder ser inserida em registo
contabilístico, é necessário que a nota de crédito seja
impressa em duplicado, e que o cliente assine,
carimbe e devolva o duplicado.

POR QUE RAZÃO SÃO TÃO IMPORTANTES?


É importante considerar que, tal como uma fatura, uma
nota de crédito movimenta IVA. É importante, por isso,
que os registos contabilísticos do fornecedor e cliente
estejam em concordância.

87
O que é um desconto comercial?
Um desconto comercial é um desconto aplicado de
forma individual a cada artigo ou serviço faturado num
documento.

• Este incide diretamente no preço de cada artigo num


documento, e é calculado a partir de um valor
percentual inserido.
• Este valor será subtraído ao valor ilíquido, aos qual
depois poderão ser aplicados impostos.
• A este tipo de desconto, ainda pode sobrepor-se um
outro que dá pelo nome de desconto financeiro, e
que tem um papel cumulativo em relação ao 88

comercial.
O que é um desconto financeiro?
Ao contrário do desconto comercial, é um desconto
aplicado a todo o documento, e não individualmente a
cada artigo ou serviço.

• É um valor em termos percentuais, que se aplica a


todo o documento e que acumula com o desconto
comercial que cada artigo possa ter aplicado.
• Este tipo de desconto normalmente está
associado a condições de pagamento, e que
permite ao comprador obter mais um desconto
conforme os patamares atingidos ou o prazo de
pagamento escolhido. 89
Em que situações se deve utilizar
uma Venda a Dinheiro
As Vendas a Dinheiro, tal como o próprio nome indica,
devem ser utilizadas sempre que a venda ou
prestação de serviço é executado e o pagamento é
feito na hora.

A Venda a Dinheiro não dá um prazo de pagamento,


nem implica a emissão de um recibo, uma vez que na
Venda a Dinheiro está implícito que o pagamento seja
feito na hora da sua emissão.
Sempre que der um prazo ao cliente para efectuar o
pagamento, emite-se antes uma fatura. 90
Trabalho Prático nº2
Elaboração do fluxo documental:

1. Venda de um computador numa loja de informática

2. Reparação de uma máquica de lavar roupa (com


levantamento e entrega na casa do cliente)

3. Venda de 50 grades de cerveja Sagres (entrega no


domicílio do cliente empresa)

91
GUIA DE TRANSPORTE
10 perguntas essenciais

92
A guia de transporte é um documento de transporte que
deve acompanhar a circulação em Portugal dos bens
envolvidos em operações efetuadas por sujeitos
passivos de IVA.

De seguida encontra respostas às principais questões


sobre a guia de transporte segundo as considerações das
Finanças e a legislação em vigor.

93
1. O que são bens de circulação?
Consideram-se bens de circulação os materiais que se
encontram fora dos locais de produção, transformação ou
exposição nos estabelecimentos de venda. Incluem-se ainda
os bens encontrados nos veículos no ato de descarga ou
transbordo, ou bens expostos para venda em feiras e
mercados.

Os bens de uso pessoal ou doméstico, por exemplo,


encontram-se excluídos do regime de bens em circulação.

94
2. É obrigatório emitir e comunicar um
documento de transporte?
Em geral, sim. Porém, quando o remetente se encontra noutro
país da União Europeia ou em países terceiros, não é
obrigatório comunicar à AT.

Tal também sucede com as mudanças de instalações (do ativo


fixo), o transporte de resíduos sólidos urbanos, taras e
embalagens retornáveis.

95
2. É obrigatório emitir e comunicar um
documento de transporte?
Os bens agrícolas de produção própria ou as amostras para
oferta também estão excluídas.

Contudo, é necessário provar a origem da mercadoria por


intermédio de uma declaração da empresa.

96
3. Quem tem de processar a guia de
transporte e quando?
Os documentos de transporte são processados pelos sujeitos
passivos de IVA que sejam remetentes dos bens e pelos
detentores dos bens, antes do início da circulação.

97
4. Quem é obrigado a comunicar a guia
de transporte e como?
Todos os sujeitos passivos com volume de negócios superior a
100 mil euros são obrigados a comunicar os documentos de
transporte, por transmissão eletrónica de dados, ou através de
serviço telefónico.

98
5. É necessário comunicar os
documentos de transporte antes de sair
com a mercadoria mesmo circulando
com a guia?
Sim, é sempre necessário comunicar os documentos de
transporte com softwares certificados ou por telefone.

99
6. Que elementos deve conter a guia de
transporte?
Segundo o artigo 4º do Regime de Bens em Circulação, a guia
ou documento de transporte deve conter obrigatoriamente:

• nome, firma ou denominação social, domicílio ou sede e


número de identificação fiscal do remetente dos bens;
• nome, firma ou denominação social, domicílio ou sede do
destinatário ou adquirente dos bens;
• número de identificação fiscal do destinatário ou
adquirente, quando este seja sujeito passivo de IVA (art.º
2.º do CIVA); 100
6. Que elementos deve conter a guia de
transporte?
• menção, sendo caso disso, de que o destinatário ou
adquirente não é sujeito passivo de IVA;
• designação comercial dos bens, com indicação das
quantidades;
• locais de carga e descarga;
• data e a hora em que se inicia o transporte.

101
6. Que elementos deve conter a guia de
transporte?
Quando a guia não é processada por computador deve ainda
apresentar:

• referência à autorização ministerial relativa à tipografia que


os imprimiu;
• a numeração atribuída;
• os elementos identificativos da tipografia, nomeadamente a
designação social, sede e número de identificação fiscal.

102
7. Existem diferenças entre guia de
remessa e guia de transporte?
Não existem diferenças entre a guia de transporte e a guia de
remessa, a nível de conteúdo. Ambas podem ser utilizadas
segundo os seus usos comerciais.

103
8. Que documentos são considerados
documentos de transporte?
Qualquer documento será considerado um documento de
transporte se apresentar os elementos obrigatórios.

Consideram-se documentos de transporte:

fatura;
a guia de remessa;
a guia de transporte
a nota de devolução;
o documento equivalente (guia de movimentação de ativos 104
próprios; guias de consignação; folha de obra ou outros).
9. Uma fatura simplificada pode servir
como documento de transporte?
Uma fatura simplificada não serve para este fim uma vez que
não contém os elementos referidos no n.º 5 do artigo 36.º do
CIVA, a indicação dos locais de carga e descarga, a data e
hora em que se inicia o transporte.

105
10. O que é uma guia de transporte
global?
Trata-se de um documento que é emitido quando o
destinatário dos bens não é conhecido, no momento da saída
dos bens.

A emissão deste documento obriga à emissão de um


documento de entrega do bem ao destinatário ou, de registo
em documento próprio no caso de saída de bens a incorporar
em serviços prestados pelo remetente.

106
Qual a diferença entre Guia de
Transporte e Guia de Remessa?
A Guia de Transporte, para efeitos de Regime de Bens
em Circulação, não difere da Guia de Remessa no que
se refere ao seu conteúdo. Por vezes não se colocam
preços nas Guias de Transporte e nas Guias de
Remessa sim.

Por outro lado, é obrigatório facturar-se nos próximos 5


dias úteis a Guia de Remessa e a Guia de Transporte
não.
107
Qual a diferença entre Guia de
Transporte e Guia de Remessa?
No entanto, isso pode ser entendido pela AT de
outra forma, pois segundo o artigo 7º do CIVA:

“o imposto é devido e torna-se exigivel nas


transmissões de bens e no momento em que os bens
são colocados à disposição do adquirente”.

Daí que se pode também “obrigar” a facturar-se a Guia


de Transporte.
108

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