Você está na página 1de 65

1

ESCOLA SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO

Dr. Jonilto Costa Sousa


Ms. Pedro Henrique R. de Camargo Dias

Metodologia da Pesquisa Científica

BRASILIA
2018
2

Sumário
Sumário ...................................................................................................................................................... 2
1. Apresentação .................................................................................................................................. 3
2. Conhecimento científico ............................................................................................................ 4
3. Ciência ............................................................................................................................................... 6
4. Monografia, dissertação e tese .............................................................................................. 9
5. Pesquisa......................................................................................................................................... 10
6. Dicas para organizar melhor o tempo de estudos: .................................................... 11
7. Pesquisa científica .................................................................................................................... 15
8. Projeto de pesquisa .................................................................................................................. 17
Parte Externa:.................................................................................................................................. 17
Elementos Pré-textuais: ............................................................................................................. 17
Elementos Textuais ...................................................................................................................... 19
Elementos Pós-textuais .............................................................................................................. 19
9. Leitura.............................................................................................................................................. 21
10. Introdução ................................................................................................................................. 25
11. Referencial Teórico .............................................................................................................. 33
12. Metodologia – parte textual ................................................................................................... 39
13. Cronograma .................................................................................................................................. 47
14. Referências ................................................................................................................................... 48
15. Artigo Científico ........................................................................................................................... 49
16. Citações e Referências ............................................................................................................ 54
Referências ........................................................................................................................................... 63
APÊNDICE A - Base de dados para pesquisa ..................................................................... 64
3

Metodologia e Técnicas de Pesquisa

1. Apresentação
O material elaborado para a disciplina de Metodologia de pesquisa foi
desenvolvido com o propósito de abarcar um conjunto de conhecimentos
pertinentes a essa disciplina, sem ter a intenção de exaurir o conteúdo a respeito
do tema.

Nesse sentido, os textos foram escritos de modo a possibilitar ao discente


orientações para início de aprendizado acerca da metodologia de pesquisa, de
modo a guiá-lo em seu processo de construção do conhecimento e da busca por
referências, possibilitando um aprofundamento sobre determinado tópico.

O processo de aprendizagem, assim, se dá de forma que as orientações acerca


do conteúdo possibilitam que este conhecimento alcance um novo saber a partir
desse processo de busca, seleção e retenção por meio do aprendizado. O
processo é personalíssimo, porém os recursos e o acesso à informação são
ilimitados. E com o advento das tecnologias de informação e comunicação –
TIC, o acesso ao conhecimento tornou-se virtualmente infinito. Quem determina
o limite é o interesse e a curiosidade do próprio pesquisador!

Em suma, almeja-se que esse material traga proveito em seu processo de


aprendizagem ao logo da disciplina, e que se possa aprofundar o conhecimento
por meio de novas buscas.

A investigação científica começa com a curiosidade da descoberta do novo, e


todo começo leva a um mundo de novas possibilidades, as quais ampliam a
visão de mundo. Lança-se, assim, essa provocação: comece, instigue,
questione, busque e experimente o novo.

Bem-vindo a disciplina de Metodologia de Pesquisa!


4

2. Conhecimento científico

Ao introduzir a disciplina de Metodologia e Técnica de Pesquisa, faz-se


necessária a compreensão de quatro tipos de conhecimentos de acordo com
Marconi e Lakatos (2017), quais sejam: popular; filosófico; religioso=teológico; e
científico.

O conhecimento popular ou vulgar, em sentido lato sensu, caracteriza-se pelo


bom senso, de forma limitada. Pode ser: valorativo – baseado em estados de
ânimo e emoções; reflexivo – limitado com a familiaridade com o objeto, não
podendo ser reduzido a uma formulação geral; assistemático – organizado com
base nas experiências próprias do sujeito; verificável –limitado à percepção do
sujeito no dia a dia; falível e inexato – conforma-se com a aparência e com o
que se ouviu dizer a respeito do objeto. Para Marconi e Lakatos (2017, p. 71), “é
o modo comum, corrente e espontâneo de conhecer, que adquirimos no trato
direto com as coisas e os seres humanos”. Em decorrência das percepções
objetivas desse tipo de conhecimento, não se permite a formulação de
hipóteses.

Por sua vez, o conhecimento filosófico, sendo valorativo, consiste em


hipóteses que não poderão ser submetidas a observações porque emergem de
experiências e não de experimentações. Portanto, é não verificável, sendo que
tais hipóteses não podem ser confirmadas nem refutadas. Constitui-se, assim,
em um conjunto de enunciados logicamente correlacionados, em base racional.
As hipóteses e os enunciados desse tipo de conhecimento visam a
representação coerente da realidade estudada, de modo sistemático. Na busca
por uma realidade que envolva todas as outras, o conhecimento filosófico é
infalível e exato. Ressaltam Marconi e Lakatos (2017, p. 72) que “o
conhecimento filosófico é caracterizado pelo esforço da razão pura para
questionar os problemas humanos”.
5

O conhecimento teológico-religioso, por conseguinte, é valorativo e


decorrente de doutrinas que contêm proposições sagradas, reveladas pelo
sobrenatural em uma perspectiva inspiracional. Motivo pelo qual suas verdades
são consideradas infalíveis e indiscutíveis. As evidências não são
verificáveis, e, portanto, tal conhecimento é tido como sistemático em uma
concepção do mundo como obra do criador divino. Assim, infalíveis e
indiscutíveis são as verdades consideradas revelações da divindade, em
contexto sobrenatural. Destacam Marconi e Lakatos (2017, p. 73) que o ato de
fé é aderido pelas pessoas, de modo que “a visão sistêmica do mundo é
interpretada como decorrente do ato de um criador divino, portanto evidências
não são postas em dúvida nem sequer verificáveis”.

Por fim, o conhecimento científico é real e investigativo, por lidar com


ocorrências e fatos; as proposições ou hipóteses são testadas por meio de
experiência, em termos contingentes. O saber é sistemático e ordenado
logicamente, constituindo um sistema de ideias, uma teoria. Tal conhecimento é
verificável, pois as afirmações – hipóteses – que não podem ser comprovadas
não pertencem ao âmbito da ciência. Por não ser definitivo, absoluto ou final,
este conhecimento é falível, e consequentemente é aproximadamente exato.
Marconi e Lakatos (2017, p. 73) enfatizam que “novas proposições e o
desenvolvimento de técnicas podem reformar o acervo de teoria existente”.
6

3. Ciência

A ciência é uma sistematização precisa e objetiva do conhecimento que utiliza


métodos rigorosos na busca pela compreensão do comportamento de certos
fenômenos por meio da apreensão da realidade de maneira racional, por meio
da descoberta de relações universais e necessárias entre os fenômenos, o que
permite prever acontecimentos e, consequentemente, também agir sobre a
natureza.

“A ciência é toda um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao


sistemático conhecimento com objetivo limitado, capaz de ser submetido a
verificação”. (TRUJILLO FERRARI 1974, p.8 apud MARCONI; LAKATOS, 2017,
p. 74).

Apesar do rigor no método, não é conveniente pensar que a ciência é um


conhecimento certo e definitivo, pois o conhecimento científico avança em
contínuo processo de investigação, o qual supõe alterações à medida que
surgem fatos novos, ou quando são desenvolvidos novos instrumentos.

Conforme Marconi e Lakatos (2017, p. 75) argumentam que as ciências


possuem:

Objetivo ou finalidade: preocupação em distinguir a


característica comum ou as leis gerais que regem determinados
eventos.
Função: aperfeiçoamento, através do crescente acervo de
conhecimento, da relação do homem com o seu mundo.
Objeto: que se subdivide em:
Material: o que se pretende estudar, analisar, interpretar ou
verificar, de modo geral.
Formal: o enfoque especial, em face das diversas ciências que
possuem o mesmo objeto material.

Classificação das áreas do conhecimento CNPq


7

No Brasil, o estudo das ciências apresenta-se dividido em diversos ramos de


conhecimento classificados pela CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico - como áreas de conhecimento.

Visite a página do CNPq e assistir o vídeo institucional


http://cnpq.br/apresentacao_institucional [acesso em 26/09/2018]

Visite as áreas do conhecimento


http://lattes.cnpq.br/web/dgp/arvore-do-conhecimento [acesso em 26/09/2018]

Árvore de especialidades do conhecimento:


• Ciências Agrárias
• Ciências Biológicas
• Ciências da Saúde
• Ciências Exatas e da Terra
• Engenharias
• Ciências Humanas
• Ciências Sociais Aplicadas
• Lingüística, Letras e Artes

A Especialização em Gestão e Controle da Administração encontra-se


classificada na árvore do conhecimento em Ciências Sociais Aplicadas –
Administração – Administração Pública.

Visite:
http://lattes.cnpq.br/web/dgp/ciencias-sociais-aplicadas [acesso em 26/09/2018]

Conheça um pouco sobre Césare Giulio Lattes


http://lattes.cnpq.br/web/plataforma-lattes/cesare-giulo-lattes [acesso em
26/09/2018]
8

Visite a Plataforma Lattes


http://lattes.cnpq.br [acesso em 26/09/2018]

Você fez sua inscrição no currículo lattes? Então vamos lá, não perca mais
tempo e se inscreva...
9

4. Monografia, dissertação e tese

No âmbito deste curso de pós-graduação lato sensu com foco em


especialização sobre Gestão e Controle da Administração Pública, será
exigida, para o Trabalho de Conclusão do Curso – TCC, a elaboração de um
artigo cientifico inédito e original de modo a contribuir com a ampliação do
conhecimento na área, como documento monográfico para o requisito de
obtenção do certificado de especialista da Escola Superior do Ministério
Público União – ESMPU, conforme Resolução CONAD nº 01006, de 15 de
setembro de 2017 (Regulamentos de pós-graduação) e Portaria ESMPU nº. 77,
de 11 setembro de 2014 (Regulamento de Publicações).

A monografia envolve a consolidação de relatório final de pesquisa como


requisito para a finalização de curso de graduação ou de pós-graduação lato
sensu. Neste caso, almeja a obtenção de um certificado de especialista em
Gestão e Controle da Administração Pública. Conforme normas da ESMPU,
será exigido um artigo científico, conforme normas da ABNT NBR 6022 (2018) –
Informação e documentação – Artigo em publicações periódica técnica e/ou
cientifica – Apresentação. Esse tópico será abordado no tema Projeto de
pesquisa – artigo.

Salienta-se que, nos cursos de pós-graduação stricto sensu, estão


compreendidos programas de mestrado e doutorado, de modo que, para a
obtenção do título de mestre ou doutor. O pesquisador deve desenvolver, como
produto parcial para a obtenção do grau, respectivamente, uma dissertação ou
uma tese. Para aprofundar seus conhecimentos acerca desse tema, acesse o
link indicado a seguir:
http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=13072:qual-a-diferenca-
entre-pos-graduacao-lato-sensu-e-stricto-sensu [acesso em 26/09/2018]
10

5. Pesquisa

Para iniciar o planejamento da pesquisa com foco no projeto, que é uma etapa
que compõem uma proposição de pesquisa, o pesquisador precisa definir o
assunto a partir de um tema a ser investigado que pretende realizar, com o
propósito de se familiarizar com o objeto acerca do qual vai pesquisar. Desse
modo, é importante compreender a sistemática de uma pesquisa quanto a dois
fatores: a forma e o conteúdo. O primeiro refere-se à organização das partes
que compõem o projeto, e o segundo diz respeito ao delineamento do tema a
ser abordado, com base na literatura científica pertinente.

O planejamento da pesquisa científica tem como resultado um plano ou uma


proposta para a consecução da pesquisa, o que envolve a elaboração de suas
partes ou componentes, conforme as normas da ABNT. Deve ser dada atenção
à seleção do conteúdo a ser abordado pelo pesquisador. Para o
desenvolvimento da pesquisa, é importante que o investigador tenha em mente
que, no decorrer do curso de Especialização em Gestão e Controle da
Administração Pública da ESMPU, deve elaborar um projeto com foco na
produção de um artigo científico.

Cabe salientar que há um prazo estabelecido para a consecução dos módulos e


das respectivas disciplinas, assim como para a elaboração do projeto que deve
ter como produto o artigo científico. Desse modo, o discente deve planejar bem
sua jornada na Especialização Gestão e Controle da Administração da
ESMPU, com o propósito de produzir um estudo de qualidade, de modo
produtivo, no sentido de gerar conhecimento e contribuir com achados
relevantes de pesquisa, tanto no âmbito da ESMPU como da sociedade em
geral. Almeja-se que tais estudos e contribuições sejam aceitos, reconhecidos e
utilizados por outros pesquisadores do tema, agregando, assim, novos
conhecimentos ao campo científico considerado.
11

Assim, no decorrer da disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica, o


discente deve elaborar um projeto de pesquisa, que compreende os temas a
serem investigados e as estratégias de estudos a ser empregadas, diante das
limitações de tempo para a consecução do estudo, o que requer disciplina. Tal
projeto envolve a proposição da elaboração de um artigo científico, o qual
corresponde a um tipo de publicação bastante usual no âmbito da comunidade
científica.

Quanto às estratégias para elaboração do projeto e, por conseguinte, do artigo


científico, o pesquisador deve planejar-se bem, e para isso, é de suma
importância considerar a variável tempo ao escolher o tema a ser investigado e
os métodos a ser empregados.

Quando um discente inicia sua trajetória de estudos em um curso de pós-


graduação, quer seja stricto sensu (mestrado ou doutorado), ou lato sensu
(especialização), é preciso ter disciplina e organizar a sua rotina de trabalho de
modo a pensar no adequado controle e conciliação do tempo em que estará em
curso com as demais disciplinas e o foco no trabalho final de conclusão do curso
– TCC. Importante que o discente, desde o início dos estudos, comece a se
planejar para ter um melhor manejo possível do tempo disponível ao longo do
curso.

No tocante à disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica, o discente deve


elaborar um projeto de pesquisa que considere claras estratégias de
investigação sobre o tema selecionado, denotando meios para a consecução do
estudo dentro do prazo previsto, o que que requer capacidade de organização
e disciplina, com vistas à proposição de um artigo científico sobre o tema.

6. Dicas para organizar melhor o tempo de estudos:


12

✓ Anteceda a realização das atividades, evitando deixá-las para a última


hora;
✓ Planeje o seu dia: isso o mantém focado no que é importante e prioritário;
✓ Ao iniciar uma atividade, considere o tempo necessário para finalizá-la,
pois com sua interrupção pode-se levar mais tempo, quando retomada,
para ser concluída;
✓ Para a realização de trabalhos em grupo, invista em oportunidades para a
disposição de um tempo em conjunto, que é a soma do esforço do grupo
com propósito de cumprir suas tarefas. É importante que todos os
participantes da equipe estejam em sintonia com a proposição da
atividade. A clareza e a objetividade na comunicação com os colegas do
grupo são fatores que ajudam a manter a boa convivência, permitindo que
cada um saiba o que pode desenvolver para a consecução do trabalho
requerido na disciplina.
✓ Entenda qual o propósito da atividade solicitada na disciplina e defina o
tempo para executá-la;
✓ Organize e planeje o tempo que tem disponível para os estudos em
paralelo com a sua vida profissional e pessoal. Estabeleça os momentos
de estudo ao longo de sua semana, assim como ao longo do dia. Desse
modo, com foco nos assuntos tratados em cada disciplina, você deve ter
o tempo para a compreensão do conteúdo, para aprofundamento em
suas leituras e também para o planejamento e a realização das
atividades;
✓ Organize arquivos por disciplinas com o respectivo material, como textos;
artigos; Power Point; anotações; fichamentos etc. Dê atenção especial
para o backup de arquivos, principalmente quando estiver produzindo
qualquer trabalho; faça os procedimentos de backup com frequência,
evitando o desperdício de considerável tempo investido com a perda de
material que estava a produzir;
✓ Atenção com o tempo para o período de férias, e na ocasião de feriados.
O curso seguirá o cronograma previsto, portanto, você deve manter o
13

foco nas atividades estabelecidas para finalizá-las dentro do prazo


estabelecido em cronograma. Organize bem seus momentos de estudos!
✓ Quando às demandas de acesso a caixas de e-mail e às redes sociais
(Instagram, Facebook; Twitter etc.), enquanto estiver focado no tempo
para estudo, leitura e realização de uma atividade, estabeleça que este
momento deve transcorrer sem interrupções. Pode-se deixar para
acessá-las somente ao final do tempo programado para a realização da
atividade, porque a concentração, quando interrompida, requer mais
tempo para ser restabelecida;
✓ Planeje bem as atividades que serão requeridas ao longo da
especialização, de modo adequado com foco em resultados, definindo a
variável tempo disponível para finalizar cada disciplina: dia da semana;
horários; horas de estudo por dia; com os respectivos momentos para
leituras, exercícios etc.
✓ Antes de iniciar uma nova atividade, conclua aquela que você se
comprometeu a fazer.
✓ A organização na rotina de estudos é importante para o planejamento do
tempo e das tarefas ao logo do curso;
✓ Autodisciplina na consecução dos estudos é importante para atingir os
resultados para concluir o curso com êxito. Assim, dê atenção aos prazos
estabelecidos em cada disciplina e ao TCC (artigo). Conclua todos os
trabalhos exigidos ao longo da especialização no período definido.
Armazene os materiais em arquivos e/ou em pastas físicas e eletrônicas,
utilizando-se, nesse caso, do espaço na área de trabalho do computador.
Estabeleça os objetivos com as metas que almeja alcançar
semanalmente. Verifique se consegue cumpri-las em relação a tudo o que
foi planejado. Caso seja necessário, faça ajustes e adeque o plano
semanalmente.

Em suma, é muito importante que você organize bem o tempo de estudo


dedicado as disciplinas do Curso de Especialização em Gestão e Controle da
14

Administração Pública, priorizando o planejamento de cada conteúdo com


objetivos claros e alcançáveis conforme as rotinas de sua vida profissional e
pessoal, para que conclua com êxito o curso. Comece, o quanto antes, a criar
um plano de ação, e bons estudos!
15

7. Pesquisa científica

Para a elaboração de um projeto de pesquisa, devem-se considerar os


elementos que o constituem quanto à forma, conforme as Normas da ABNT, e
ao conteúdo, o qual envolve a busca e a seleção para o desenvolvimento acerca
de um tema. Para que o pesquisador inicie bem o processo da pesquisa
cientifica, é importante compreender o seu conceito, o qual, para Marconi e
Lakatos (2017, p. 170), corresponde a um:
procedimento formal, com método de pensamento
reflexivo, que requer tratamento científico e se
constitui no caminho para conhecer a realidade ou
para descobrir verdades parciais.

Assim, o pesquisador deve estar atento que, ao iniciar uma investigação


sistemática, é preciso recorrer ao processo formal exigido pela ciência, o qual
deve ser concebido com rigor e parâmetros que ofereçam segurança e
legitimidades às informações pesquisadas. Para tanto, o delineamento da
pesquisa compreende um planejamento do projeto com vistas à
operacionalização dos elementos que o compõem. Desse modo, inicia-se o
projeto de pesquisa considerando-o como um documento formal: um plano. Tal
plano é constituído de diversos elementos básicos que o compõem, bem como
do conteúdo que estrutura o arcabouço do conhecimento que será investigado
ao longo do processo de investigação. Por sua vez, tal processo de pesquisa
envolve a interação entre o(s) pesquisador (es), o orientador e outros
participantes, quando necessário. Pontua-se que o orientador é um importante
mediador nesta etapa, em torno do fornecimento de diretrizes e alternativas para
a condução do processo de elaboração do projeto que resultará no trabalho de
conclusão da especialização.

Ressalta-se que o projeto, é um requisito formal e obrigatório no âmbito deste


curso, de maneira que requer um planejamento da pesquisa realizado de modo
sistemático, ou seja, mediante a proposição clara e objetiva do que se pretende
investigar, por meio da identificação de um tema/assunto e o delineamento do
16

modo como será abordado. Tal planejamento possibilita ao pesquisador a


compreensão do conteúdo a partir de novos conhecimentos, contribuindo para
que a investigação avance de modo reflexivo. Com a incursão de um bom
planejamento no processo de elaboração do projeto, considera-se um
sequenciamento lógico do desenvolvimento de suas partes, o que fornece uma
visão global do trabalho que será pesquisado, contribuindo também para um
melhor exame do projeto.

Quanto à forma, o modelo de um projeto de pesquisa não é único, mas esse


deve ser composto de alguns elementos essenciais a um trabalho científico, tais
como os aspectos normativos e metodológicos. Salienta-se que a elaboração
de um projeto de pesquisa inicia-se com as seguintes partes que serão
apresentadas no item 8.
17

8. Projeto de pesquisa

Parte Externa:

Capa (obrigatória) – Deve-se elaborar a capa conforme modelo da ESMPU. As


informações devem ser apresentadas na seguinte ordem:

a. Nome da Instituição (opcional);


b. Nome do Autor;
c. Título do projeto ou da monografia;
d. Subtítulo se houver, deve ser precedido de dois pontos;
e. Local (cidade onde será apresentado o trabalho);
f. Ano de entrega do trabalho ou da defesa.
g. LOMBADA (opcional)

Elementos Pré-textuais:

Folha de Rosto (obrigatória) – Deve-se elaborar a folha de rosto conforme


modelo da ESMPU. As informações devem ser apresentadas na seguinte
ordem:
a. Nome do Autor;
b. Título do projeto ou da monografia;
c. Subtítulo se houver, deve ser precedido de dois pontos;
d. Natureza (tipo do trabalho: tese, dissertação, trabalho de conclusão de
curso e outros) e objetivo (grau pretendido);
e. Nome da Instituição;
f. Àrea de concentração;
g. Nome do orientador e, se houver, do co-orientador;
h. Local (cidade onde será apresentado o trabalho);
i. Ano de entrega do trabalho ou da defesa.
18

Listas de ilustrações: se o projeto contiver figuras, desenhos, esquemas,


fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas, organogramas, plantas, quadros,
retratos e outras, deve haver uma lista das ilustrações no início do trabalho.
Embora seja um elemento opcional, caso o projeto e a monografia contemplem
em seu conteúdo qualquer ilustração, a lista passa a ser obrigatória.

Deve ser “elaborada de acordo com a ordem apresentada no texto, com cada
item designado por seu nome específico, travessão, título e respectivo número
da folha ou página.” (ABNT, 2011, p.8).

Deve ser feita uma lista própria para cada tipo de ilustração, conforme exemplo
na parte referente à monografia.

Lista de Tabelas: se o projeto e/ou a monografia contiver tabelas, deve haver


uma lista no início do trabalho. De acordo com a NBR 14724 (ABNT, 2011, p. 8)
essa lista deve ser “elaborada de acordo com a ordem apresentada no texto,
com cada item designado por seu nome específico, acompanhado do respectivo
número da folha ou página”, conforme exemplo na parte referente à monografia.

Lista de Quadros: se o projeto e/ou a monografia contiver quadros, deve haver


uma lista no início do trabalho. De acordo com a NBR 14724 (ABNT, 2011, p. 8)
essa lista deve ser “elaborada de acordo com a ordem apresentada no texto,
com cada item designado por seu nome específico, acompanhado do respectivo
número da folha ou página”, conforme exemplo na parte referente à monografia.

Lista de Abreviaturas e Siglas (opcional): essa lista contém as siglas e as


abreviaturas que constam no trabalho, indicando junto a cada sigla ou
abreviatura o termo ao qual ela corresponde.

Sumário: Descrição das partes do trabalho, com os respectivos números das


páginas em que se situam no projeto e na monografia. Deve ser o último
19

elemento pré-textual do trabalho.

Elementos Textuais

Introdução

Nesta parte do projeto deve ser contextualizado o tema de pesquisa, o problema


a ser pesquisado, objetivos específicos, questões ou hipóteses e a justificativa.

Referencial Teórico

Desenvolvimento do tema, análise crítica da produção científica por meio da


revisão de literatura. Para escrever o referencial teórico o pesquisador usa do
recurso de citações dos autores, conforme NBR 10520 (ABNT, 2002), a fim de
fundamentar o problema de pesquisa.

Metodologia

O pesquisador deve apontar como será operacionalizada a pesquisa por meio


da utilização de autores de metodologia de pesquisa que fundamenta o uso dos
métodos e técnicas de investigação científica.

Cronograma

Elaborado um cronograma em que são detalhados as etapas e as respectivas


estimativas de datas para a execução do projeto.

Elementos Pós-textuais

Referências
20

As referências contêm as indicações de autores e fontes consultadas para o


embasamento teórico e metodológico do estudo. Desse modo, todos os autores
citados ao longo do texto devem ser devidamente referenciados ao final da
monografia, conforme a NBR 6023 (ABNT, 2002).
Anexos (opcionais):

Texto ou documento não elaborado pelo autor que serve para comprovação,
ilustração ou fundamentação. Deve-se empregar letras maiúsculas consecutivas
para identificá-los, conforme exemplo na parte referente à monografia.

Apêndices (opcionais):

Texto ou documento elaborado pelo autor para complementar o trabalho. Deve-


se empregar letras maiúsculas consecutivas para identificá-los, conforme
exemplo na parte referente à monografia.
21

9. Leitura

A construção da aprendizagem envolve um processo de estudo sistemático, o


qual compreende, entre outros aspectos, o ato de leitura que envolve a
apreensão do conhecimento, o aprofundamento de entendimentos e a
formulação de reflexões acerca do tema considerado. Desse modo, os atos de
saber ler atentamente, concatenar textos e interpretá-los apropriadamente são
indispensáveis para o desenvolvimento de um bom trabalho científico. Como
existe um volume imensurável de fontes para leitura, é importante saber o que
se deve ler, de modo que os alunos devem ser capazes de selecionar boas
fontes de textos adequados para leitura.

No âmbito acadêmico dos cursos de pós-graduação, em geral, há nas ementas


das disciplinas indicações de material para leitura obrigatória e complementar.
Nesse ensejo, o corpo docente sugere, por meio das referências de leitura
básicas e complementares, textos que abordam determinados temas de
interesse. A leitura de tais referências pode apontar aos discentes novos
horizontes com vistas ao aprofundamento de um tema ou o desenvolvimento de
uma questão, proporcionando um fio condutor entre os interesses do leitor e a
apreensão do conteúdo necessário para a ampliação dos conhecimentos e o
atendimento de tais interesses. Tal é a dinâmica que se estabelece no processo
de leitura, por meio de ação-reflexão-ação, como um momento marcadamente
caracterizado pelo aprendizado.

Assim, após a indicação e/ou a seleção de um texto para leitura ou consulta,


espera-se que contribua para direcionar o discente rumo à obtenção de
informações com propósito de atender seus interesses de estudos. Tendo em
mente esse propósito, o leitor deve estar atento à conexão entre as ideias
principais que sustentam a coesão e coerência do texto lido, e as ideias
secundárias, as quais ilustram e exemplificam a argumentação do autor.
22

Recomendam Marconi e Lakatos (2017) que a leitura deve ter um objetivo


determinado que conduz a unidade de pensamento, envolvendo: atenção para o
significado das palavras, de modo que, quando necessário, deve-se recorrer ao
dicionário; caso perceba que as informações não são as que esperava do texto,
faça a interrupção da leitura; após a leitura, destaca-se a importância da
discussão do texto que foi lido, que pode ser junto a colegas, professores,
especialistas e outras pessoas.

A leitura de textos acadêmicos requer atenção do leitor para que possa


desenvolver plenamente o aprendizado. Nesse ensejo, a intenção de quem
seleciona um texto para leitura e a apreensão do conteúdo deste material são
passos importantes com vistas à identificação dos propósitos que se busca
atingir com a leitura, tanto por parte de quem buscou o conteúdo a ser lido,
quanto por parte de quem o escreveu. Esse alinhamento de propósitos entre o
leitor – aquele que selecionou o texto para leitura – e o autor do texto – que o
escreveu – deve ocorrer com base em objetivos claros, os quais guiem tanto
autor como leitor na busca pela ampliação de conhecimentos acerca de
determinado tema.

Nesse processo de busca e seleção de um texto científico, é de suma


importância que o leitor compreenda bem aquilo que lê, configurando-se, assim,
uma leitura dirigida com propósito. São cabíveis algumas práticas que podem
contribuir para esse fim: avaliar o conteúdo apresentado, buscando distinguir
ideias principais das secundarias; argumentar e articular mentalmente o
conteúdo que vai sendo assimilado ao longo da leitura; analisar as partes que
compõem um material e, por meio de síntese, resumir os principais aspectos do
texto, em uma sequência lógica do pensamento como um fio condutor entre as
ideias do texto.

A importância da leitura de textos científicos está, portanto, diretamente


vinculada ao propósito da investigação, de modo que o interesse neste tipo
23

envolve a leitura informativa ou de estudo, a qual tem por função reunir


informações com objetivo determinado. Apontam Marconi e Lakatos (2017) que
esse tipo de leitura compreende: a apreensão do conteúdo; a releitura; a
consulta em dicionários de novos vocabulários; a análise e a síntese do texto
lido.

O leitor deve estar atento à organização da leitura de modo que o conteúdo seja
melhor absorvido por meio do significado do texto investigado. A busca por tal
significado envolve a compreensão das partes que compõem o texto,
vislumbrado como unidade formada por ideias principais, as quais sustentam os
propósitos acerca dos quais o autor desenvolve seus argumentos, e por ideias
secundarias, as quais esclarecem o texto por meio de exemplos ou figuras de
linguagem como metáforas, analogias etc.

As ideias de um texto são desenvolvidas em cada parágrafo, por meio das ideias
principais que vão construindo, pouco a pouco, a unidade do texto. O leitor, por
meio de leitura informativa, forma uma conexão entre o propósito do texto e a
unidade de pensamento, o que possibilita que o aprendizado se concretize por
meio do processo de ação-reflexão-ação. Tal processo corresponde a uma
experiência de descobertas, de modo que o leitor busca alcançar seus
propósitos com a leitura de estudo.

Em torno do alcance desses propósitos, sugerem-se algumas orientações


relevantes:

✓ Faça uma primeira leitura – denominada leitura flutuante – do texto com


o propósito de interagir preliminarmente com o conteúdo escrito pelo
autor. Dessa maneira, um primeiro contato com o texto por parte do leitor
pode contribuir para a compreensão de sua dinâmica textual, por meio da
qual o autor conduz o texto por meio da articulação de suas ideias e
24

pensamentos. Nesta primeira leitura não é preciso que se assinale nada


em relação ao texto;

✓ Em seguida, retome o texto, com uma segunda leitura, a qual tem o


propósito de identificar a questão central do texto, aquela que é o fio
condutor da leitura e que claramente detém a unidade de pensamento do
autor acerca do tema abordado. Nessa segunda leitura, é importante que
haja a apreensão da principal questão tratada no texto, e seguir a leitura
marcando as ideias principais que dão sustentação a ela, com coesão e
coerência em torno dos argumentos apresentados. Assinale a ideia
principal e as ideias secundarias que for encontrando ao longo do texto;

✓ Caso queira dar destaque a algum parágrafo que considere relevante no


texto, por sustentar a questão principal – como um achado, ou como
ideias que o corroborem –, assinale com uma linha vertical todo o
parágrafo. Pode-se adicionar algum comentário do leitor junto a esse
trecho;

✓ Quando o leitor se depara com alguma dúvida ao longo da leitura do


texto, [e importante que a destaque – com um ponto de interrogação,
por exemplo –, e desse modo o leitor, posteriormente, pode buscar mais
informações acerca do tema que suscitou a dúvida, envolvendo, conforme
o caso, a utilização de dicionários, a consultar a outros autores ou a
especialistas, etc.

✓ Após a leitura flutuante e a leitura com propósito, o leitor pode refazer a


leitura com atenção especial dedicada às partes sublinhadas ao longo do
texto. Essa leitura vai possibilitar ao leitor um aprofundamento em torno
dos temas tratados, bem como um entendimento mais amplo do texto que
analisou;
25

✓ O leitor pode, ainda, elaborar um mapa mental, a partir do esquema


pontuado no texto, com vistas à organização das informações mais
relevantes do texto, de modo a facilitar a compreensão, memorização e
assimilação do conhecimento em torno dos temas abordados.

10. Introdução
26

A introdução é um importante componente do projeto de pesquisa porque


delineia o tema da investigação, apresenta a problematização, objetivo(s) ou
hipóteses de pesquisa e a justificativa do trabalho científico. Ao pesquisador,
pode parecer uma tarefa desafiadora o ato de redigir a introdução, mas para
tanto ele deve compreender seu propósito de breve apresentação ao leitor
acerca dos temas abordados, sobretudo porque a mensagem ao leitor deve ser
transmitida em um espaço limitado – em torno de duas ou três páginas em um
projeto de pesquisa.

O pesquisador, após conduzir a revisão de literatura por meio de pesquisa


bibliográfica e aprofundar seus conhecimentos sobre o tema investigado, pode
se dedicar à introdução em torno do assunto que elegeu para pesquisar. Nesse
sentido, deve organizar as ideias e iniciar o processo de redação do texto que
compõe o planejamento da introdução, a qual corresponde à primeira parte do
projeto, com vistas à consecução da proposta de pesquisa. Lembrando que, no
âmbito do curso de Especialização da ESMPU: Gestão e Controle da
Administração Pública, tal projeto envolve a proposição da elaboração de artigo
cientifico.

Aponta Creswell (2010) que a introdução identifica a questão central do estudo,


ao transmitir informações sobre o problema de pesquisa. O autor destaca, ainda,
que é preciso despertar no leitor o interesse a respeito do tema, denotando a
relevância do estudo, de modo que se motive para aprofundá-lo na revisão da
literatura. A introdução, assim, busca descrever o problema que gerou a
pesquisa, posicionar o estudo dentro de um contexto mais amplo da literatura
acadêmica, e despertar a atenção do leitor com o ensejo de alcançar um público
específico.

O problema de pesquisa, o qual deve estar presente na introdução, é a questão


central da investigação cientifica, e a principal motivação do estudo. A sua
formulação requer do pesquisador conhecimento prévio do tema: o que será
27

explorado? Ou seja, o assunto que se deseja pesquisar. Para que se desenvolva


um bom problema de pesquisa, é necessária a consecução de pesquisa
bibliográfica, de modo a delimitar e conhecer o objeto a ser investigado
cientificamente.

Destacam Marconi e Lakatos (2017, p. 173) que a formulação de um problema


de pesquisa “é uma dificuldade, teórica ou prática, no conhecimento de alguma
coisa de real importância, para a qual se deve encontrar uma solução”. Nesse
sentido, o pesquisador, ao definir o problema da pesquisa (sob forma
interrogativa) tem que atentar para a clareza, a precisão e a objetividade da
questão. Neste momento, podem surgir dúvidas na proposição do problema,
cuja formulação requer do pesquisador conhecimento prévio acerca do assunto,
e a sua caracterização, de modo a identificar e a delimitar o que pretende
investigar. Quando o pesquisador delimita adequadamente o objeto de pesquisa
por meio de recorte da investigação sobre o que investigar, tal abordagem do
problema simplifica a questão e facilita o modo de conduzir a pesquisa, em
termos de como operacionalizá-la.

Após formulado problema de pesquisa, o pesquisador deve analisá-lo, conforme


apresentam Marconi e Lakatos (2017), conforme indagações tais como:
✓ viabilidade: pode ser eficazmente resolvido por meio da pesquisa?
✓ relevância: é capaz de trazer conhecimentos novos?
✓ novidade: está adequado ao momento atual da pesquisa científica?
✓ exequibilidade: é possível chegar a uma conclusão válida?
✓ oportunidade: atende a interesses particulares e gerais?

Em outra perspectiva, Creswell (2010) aponta que o problema de pesquisa pode


emergir de múltiplas fontes: de uma experiência que os pesquisadores tiveram
em sua vida pessoal ou no local de trabalho; de um amplo debate que mobilizou
na literatura por vários anos (lacunas de pesquisa); ou a partir de debates
políticos no governo ou entre altos executivos, por exemplo.
28

A concepção do problema de pesquisa surge, então, a partir de questões,


dificuldades e práticas correntes apontadas em pesquisas recentes, geralmente
em artigos científicos. Remete-se a questões ainda presentes na literatura, em
torno da teoria ou da prática, em torno das quais se salienta a necessidade e a
pertinência de seu estudo.

Ao elaborar um problema de pesquisa, o investigador deve refletir sobre a


importância do problema de pesquisa para o estudo, e sobre a viabilidade das
soluções para o problema que pretende propor por meio de sua pesquisa. A
execução da investigação científica depende, assim, da formulação adequada
do problema, porque tem como propósito a busca de uma solução para o
problema. Nesse sentido, cabem algumas indagações a ser feitas pelo
pesquisador: qual é a necessidade deste estudo? Que problema influenciou a
necessidade de fazer este estudo? E por que o problema é importante?

Ao elaborar a introdução no projeto da pesquisa, o pesquisador busca delinear o


problema de pesquisa a partir de sua natureza, e qual a abordagem que
empregará para investigar esse problema. Tal abordagem para pesquisas
empíricas pode ser de três tipos: qualitativa, quantitativa ou mista (métodos
mistos). A abordagem adotada pelo pesquisador vai orientar o planejamento dos
procedimentos metodológicos necessários à consecução da pesquisa. Dessa
forma, tal decisão em torno da abordagem é de grande relevância na elaboração
do problema de pesquisa, na formulação de objetivos, e no desenvolvimento de
hipóteses.

No Quadro 1: Abordagem de pesquisa qualitativa e quantitativa, Creswell (2010)


apresenta uma breve distinção entre as abordagens de pesquisa qualitativa,
considerando modalidades tais como: estruturada em torno do uso de palavras;
perguntas de entrevistas; quantitativa: uso de questões fechadas denominadas
hipóteses.
29

Quadro 01: Abordagem de pesquisa qualitativa e quantitativa


Pesquisa qualitativa Pesquisa quantitativa
- meio para explorar e entender o - meio para testar teorias objetivas,
significado que os indivíduos ou os examinando a relação entre as
grupos atribuem a um problema social variáveis.
ou humano;
- o processo da pesquisa envolve - as variáveis podem ser medidas
questões e os procedimentos que tipicamente por instrumento, para que
emergem: os dados tipicamente os dados numéricos possam ser
coletados no ambiente do participante; analisados por procedimentos
estatísticos.
- a análise dos dados é indutivamente - apresenta suposições sobre a
construída a partir das particularidades testagem dedutiva;
dos temas gerais;
- as interpretações feitas pelo
pesquisador acerca do significado dos
dados;
- o relatório final escrito tem uma - o relatório final escrito tem uma
estrutura flexível; estrutura fixa;
Fonte: Creswell (2010, p. 26-27)

A abordagem qualitativa considera a pesquisa conforme um olhar indutivo, com


foco no significado individual e na importância da interpretação de fenômenos
inerentes à complexidade que pode residir em uma realidade particular. Por sua
vez, a abordagem quantitativa envolve a testagem dedutiva de teorias,
considerando a criação de proteções contra vieses, por meio do controle de
explicações alternativas e sobre sua capacidade para generalização e replicação
dos achados de pesquisa. Ademais, Creswell (2010, p. 27) pontua que a
“pesquisa de métodos mistos é uma abordagem da investigação que combina
ou associa as formas qualitativas e quantitativas”, em diferentes níveis e formas,
por meio da mistura dessas duas abordagens em um mesmo estudo.

Depois de identificado o problema de pesquisa, a introdução avança com a


enunciação do objetivo geral do estudo, bem como dos objetivos específicos que
apoiam a consecução do objetivo geral, bem como a formulação de hipóteses. O
30

objetivo geral representa o escopo que o problema requer da investigação, em


termos da direção principal do estudo, ou seja, a síntese do que se pretende
alcançar, o alvo a ser atingido por meio do estudo.

Por sua vez, os objetivos específicos abrangem a operacionalização da


pesquisa, e estão relacionados ao alcance do objetivo principal. Assim, os
objetivos específicos devem ser desdobrados e ordenados hierarquicamente,
conforme sua progressividade em objetivos menores e exequíveis, considerando
ainda os métodos e as técnicas de pesquisa a ser empregadas para atingir o
objetivo geral. Todos os objetivos específicos definidos na pesquisa devem ser
cumpridos ao longo de sua consecução.

Quanto às hipóteses, referem-se a estudos quantitativos em torno de certas


suposições, as quais remetem às relações entre as variáveis que o investigador
busca conhecer. Em investigações de abordagem quantitativas, tais suposições
são propostas como respostas plausíveis e provisórias para o problema de
pesquisa, sob a forma de hipóteses. Para Marconi e Lakatos (2017, p. 173):

hipótese é uma 3proposição que se faz na tentativa de verificar a


validade de resposta para um problema. É uma suposição que
antecede a constatação dos fatos e tem como característica uma
formulação provisória: deve ser testada para determinar sua
validade. Correta ou errada, de acordo com o senso comum ou
contrária a ele, a hipótese sempre conduz a uma verificação
empírica.

Em relação à declaração de objetivo geral que comunica a intenção geral de um


estudo acadêmico, Creswell (2010, p. 143) destaca que é preciso diferenciar o
problema de pesquisa (a questão que conduz à necessidade de estudo) em
relação à declaração de objetivo geral (que apresenta a intenção do estudo). A
declaração de objetivo cria uma necessidade (o problema) e é refinada em
questões específicas (as questões da pesquisa) ou os objetivos específicos.
Essa é estruturada como uma sentença única de fácil identificação no texto.
31

Justificativa da pesquisa

A justificativa é uma parte da introdução que compõe o projeto acadêmico.


Depois de identificado o problema a ser investigado e os objetivos da pesquisa,
bem como as hipóteses, a próxima etapa do planejamento da pesquisa é a
justificativa do projeto, que geralmente finaliza a introdução. Nesse momento, o
pesquisador deve refletir sobre a relevância da investigação e as razões da
preferência pelo tema escolhido. Nesta seção, o leitor do projeto deve ser
convencido quanto à importância e à relevância da investigação.

Creswell (2010) enfatiza que a literatura pode fornecer estudos sobre o


problema de pesquisa que está sendo abordado na proposta, de modo que os
pesquisadores devem evitar conduzir um estudo que reproduza exatamente o
que outra pessoa já tenha investigado. Desse modo, a justificativa bem
elaborada salienta como o novo estudo pretende acrescentar algo à literatura,
ou ampliar, ou testar novamente, aquilo que outras pessoas já examinaram.

Nesta parte do projeto, com base na revisão de estudos que abordam o


problema, busca-se justificar a importância do estudo, desenvolvendo distinções
entre estudos passados e o estudo proposto, e situando o problema de pesquisa
dentro do diálogo corrente na literatura. Explicitam-se aqui os motivos que levam
à investigação, tanto no plano teórico e quanto no prático. A respeito da
justificativa, recomendam Richardson et al (2014, p. 55) que se deve responder
a seguinte pergunta: “por que se deseja fazer a pesquisa?”

Marconi e Lakatos (2017, p.239) corroboram com Richardson et al (2014) em


relação a essa concepção da justificativa, e acrescentam que a justificativa
“consiste numa exposição sucinta, porém completa, das razões e dos motivos
de ordem prática que tornam a realização da pesquisa”.
32

Marconi e Lakatos (2017, p.239-240) destacam, assim, que o pesquisador deve


ressaltar na justificativa:

a) O estágio em que se encontra teoria relativamente ao tema.


b) As contribuições teóricas que a pesquisa pode trazer, em
termos de confirmação geral; confirmação na sociedade
particular em que se insere a pesquisa; especificação para casos
particulares; classificação da teoria; resolução de pontos
obscuros etc.
c) Importância do tema, do ponto de vista geral.
d) Importância do tema para os casos particulares em questão.
e) Possibilidade de surgirem modificações no âmbito da
realidade abarcada pelo tema proposto;
f) Descoberta de soluções para casos gerais e/ou particulares
etc.

Recomendam Richardson et al (2014), assim como Marconi e Lakatos (2017),


que a justificativa não deve incluir citações de outros autores, pois corresponde
a um enfoque pessoal do pesquisador em torno da importância do tema
investigado. Adicionalmente, em torno do conhecimento científico que se busca
produzir, o pesquisador pode destacar, como uma justificativa pessoal, a
criatividade presente na abordagem que pretende desenvolver em torno do
tema, salientando sua capacidade de convencer o leitor acerca da importância
do tema, e dos meios que pretende empregar para concretizar a investigação.
33

11. Referencial Teórico

O referencial teórico sustenta o desenvolvimento do tema investigado, o que foi


escrito por autores sobre o tema. Realiza-se uma análise do que foi escrito
sobre o tema a ser investigado, apontado os pontos divergentes e convergentes
dos autores adotados, desse modo constitui-se o arcabouço teórico da pesquisa.

Para o pesquisador iniciar o referencial teórico é preciso começar com uma


revisão da literatura sobre o tema que se pretende pesquisar. Esse é o
momento em que se inicia a busca e a seleção de materiais pertinentes em
relação ao que se pretende estudar.

A consecução deste trabalho inicia-se com uma técnica de pesquisa


denominada pesquisa bibliográfica, a qual corresponde a um tipo específico
de produção científica. A pesquisa bibliográfica é realizada tendo por base a
busca e a seleção de textos – materiais apropriados para a investigação a que
se pretende fazer –, tais como: artigos científicos; ensaios críticos; livros;
dissertações; teses etc. Ressalta-se a pertinência de que a busca seja iniciada
por artigos científicos, primeiramente, de modo que o pesquisador pode, assim,
identificar e selecionar conhecimento científico mais atualizado. A leitura de tais
conteúdos pode, por conseguinte, levar o pesquisador a levantar e reunir pistas
acerca de outros textos relevantes acerca do tema investigado, como por
exemplo a identificação de livros a ser consultados.

Com vistas à operacionalização da pesquisa bibliográfica, pode-se seguir alguns


protocolos de investigação científica. Nesse contexto, Creswell (2007) aponta
uma sequência a ser considerada no ensejo de se executar essa técnica de
pesquisa, a qual compreende (com adaptações) os passos a seguir:

✓ Identificar se o assunto é prático e útil para a pesquisa;


34

✓ Redigir um título funcional e provisório para o estudo, como um guia, de


modo que aponte a direção para o estudo (o que se está investigando);

✓ Complete a frase: Meu estudo é sobre..., e tenha sempre em mente essa


ideia ao longo da pesquisa;

✓ Quanto ao título, recomenda-se que contenha até 12 palavras, podendo


ser simples ou duplo;

✓ A partir da identificação desse tema, é possível verificar em repositórios


acerca dos títulos de teses e dissertações com temas similares (os quais
podem ser oportunas fontes de consulta), tais como o repositório da
biblioteca da Universidade de Brasília, o banco de teses da CAPES, o do
IBICT etc. Veja o Apêndice A – Bases de dados para pesquisa.

✓ Indica-se dedicar um intervalo de tempo considerável em bibliotecas,


buscando, com base no tema definido, por fontes de consulta pertinentes
para a consecução da pesquisa.

✓ É importante considerar o cronograma estabelecido, conciliando-o com o


tempo despendido para realizar tal pesquisa, em relação ao tempo
disponível que se leva para completar o projeto;

✓ Acima de tudo, deve-se sempre ter em mente que o estudo deve ser
relevante. e deve agregar valor ao conhecimento científico produzido
acerca do tema.

Cresweel (2007, p.54) enfatiza que “projetos de pesquisas bons e lógicos


começam com pensamentos coerentes, descomplicados, que possam ser
facilmente lidos e entendidos”. Desse modo, é importante que o pesquisador
35

reflita, desde o início da pesquisa, acerca de questões tais como: Como este
projeto contribui para a literatura relevante ao tema? O projeto pode ser
aplicado a um determinado contexto específico?

O propósito da revisão de literatura que se produz ao longo de uma pesquisa


bibliográfica, assim, é o de compartilhar com o leitor o resultado de outros
estudos, bem como o de preencher lacunas e ampliar estudos anteriores, além
de estabelecer a importância da pesquisa e comparar os resultados de um
estudo com outros. Desse modo, para executar uma revisão de literatura,
recomenda-se:

✓ Estabeleça um assunto / tema de pesquisa;


✓ Identifique os descritores;
✓ Pesquise nas bases de dados – fonte de pesquisa – usando os
descritores;
✓ Inicie a pesquisa localizando artigos científicos – estabeleça um recorte
temporal (por exemplo, cinco anos, dez anos etc.);
✓ Faça uma primeira análise dos artigos, conforme periódicos científicos;
✓ Faça uma busca nos bancos de teses e dissertações e identifique as
que tragam contribuições a sua pesquisa;
✓ Verifique quais livros são evidenciados em torno do assunto de sua
pesquisa nos artigos, dissertações e teses (pertinentes a sua pesquisa);
✓ Estabeleça um mapa de literatura útil (como um quadro visual da
literatura) sobre sua pesquisa, indicando qual o posicionamento do
pesquisador;
✓ Comece a preparar o texto do referencial teórico – revisão de literatura
– a partir das análises dos artigos, teses, dissertações, livros pertinentes
ao seu tema de pesquisa;
✓ Atente para a utilização e o cumprimento das normas da ABNT, ao
referenciar todas as obras e autores citados.
36

A pesquisa inicia-se com a escolha de um assunto a ser investigado, ou seja, a


ideia principal a respeito da qual o pesquisador vai explorar em profundidade
sobre um dado tema. O passo seguinte é a sua delimitação. Conforme Marconi
e Lakatos (2017, p. 34), o “tema é o assunto que se deseja provar ou
desenvolver”. Adicionalmente, cabe salientar que o tema pode ser identificado
por meio de um objeto de estudo, acerca do qual gira toda a discussão.

Creswell (2007) sugere, como delimitação do tema, que o investigador


identifique se o assunto é prático e útil para a pesquisa, redigindo um título
funcional. Tal título, neste momento, ainda é provisório, e serve para dar uma
direção ao estudo, ou seja, um guia para o estudo. O autor propõe, ainda, que
se complete a frase com: meu estudo é sobre..., e, por fim, em relação ao título,
aponta que o mesmo pode ser simples ou duplo, em até 12 palavras.
Após a escolha do tema, segue-se com a operacionalização da pesquisa por
meio da busca sistemática por artigos científicos. Essa deve ser realizada em
bases de dados de artigos científicos ou em periódicos científicos por meio de
descritores pertinentes a investigação científica. Tais bases de dados podem
corresponder aos locais onde são depositados os exemplares de revistas
científicas, abrangendo diversas áreas do conhecimento com os respectivos
artigos, com respaldo pela qualidade e originalidade.

O pesquisador inicia a pesquisa na internet recorrendo as bases de dados de


agencias de pesquisa, ou em um periódico no campo assinalado para pesquisa
de artigos ou busca conforme a página do site. Pode-se, por exemplo, visitar o
site do SCIELO Brasil no sítio: http://www.scielo.org/php/index.php [acesso em
26/09/2018]; ou o sítio do Portal da Capes: http://www.periodicos.capes.gov.br
[acesso em 26/09/2018]; ou o de periódicos científicos da FGV:
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/index [acesso em 26/09/2018].
Realize uma busca com base no tema delineado para a pesquisa que irá
realizar. Caso tenha os descritores definidos ou palavras-chave, pode realizar
uma busca avançada da pesquisa.
37

Para consultas de teses e dissertações, recomenda-se o acesso a bibliotecas de


universidades federais, por exemplo a da Universidade de Brasília – UnB – BCE,
disponível na internet, e acessar as bases de dados. A Biblioteca Digital de
Teses e Dissertações (BDTD), também pode ser consultada, no sítio:
https://www.bce.unb.br/bibliotecas-digitais/repositorio/teses-e-dissertacoes/
[acesso em 26/09/2018]; ou no sitio do IBICT que coordena a Biblioteca Digital
Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), que integra os sistemas de
informação de teses e dissertações existentes nas instituições de ensino e
pesquisa do Brasil, no sítio: http://bdtd.ibict.br/vufind/

Após a busca, deve-se selecionar os artigos que são pertinentes ao tema e


realizar um primeiro filtro, por meio de uma leitura do título, resumo e palavras-
chave. Verifique se esse conteúdo é pertinente a pesquisa realizada. Essa é a
primeira fase da pesquisa, a qual gera uma análise preliminar, na busca por
artigos relevantes.
Com a seleção inicial desses artigos, na primeira fase, comece uma leitura de
todo o texto. Aqui começa a segunda fase, ou seja, o início da seleção de
artigos científicos para uma análise em profundidade. Esse material deve ser
lido na integra e utilizando recursos e dicas para leitura de estudo. É importante
que o leitor busque verificar as referências ao final de cada artigo, dissertação,
tese etc., pois essas podem levar a pistas acerca de novos materiais pertinentes
para consulta, tais como: livro, artigos e entre outros. Depois de realizadas a
primeira e segunda fases, o pesquisador deve buscar descrever como
operacionalizou a busca e a seleção dos artigos científicos nas bases de dados
consultadas, bem como em sítios de periódicos científicos por meio de um
buscador.

Com base no material analisado (informações bibliográficas, pistas evidenciadas


nas referências etc,), surge o momento de redigir o texto que compõe a primeira
parte do projeto de pesquisa. Logo em seguida, inicia-se a revisão de
38

literatura, a qual, para Creswell (2007), envolve o aprofundamento e a


ordenação dos estudos sobre o tema. A revisão de leitura é fundamental para a
elaboração do texto do referencial teórico, o qual deve ser desenvolvido
observando as normas da ABNT quanto à forma e ao conteúdo, com
sustentação no arcabouço teórico considerando no âmbito do tema.

Ao redigir o referencial teórico, o escritor deve ficar atento ao fio condutor do


texto. O desenvolvimento do tema a partir do material selecionado da pesquisa
bibliográfica exige a organização desse em seções logicamente correlacionadas,
em torno das quais se deve observar a hierarquia das ideias pontuadas pelos
autores, de modo que o texto se apresente claro, coerente e coeso. O propósito
é desenvolver um conteúdo único, parafraseando os autores e utilizando
recursos de citação direta e indireta, conforme normas da ABNT. Deve-se dar
atenção para esses recursos de modo a evitar o plágio.

Ao iniciar a redação do texto, o pesquisador deve elencar o assunto de modo


mais abrangente, e no decorrer das seções deve ir afunilando seus argumentos
em relação aos temas abordados, conforme as ideias sustentadas pelos autores
adotados na construção do texto. Especial atenção deve ser dada caso haja
indicação de lacunas de pesquisa, as quais podem sugerir questões que podem
ser relevantes para pesquisa. É no referencial teórico que se desenvolve o
problema de pesquisa.
39

12. Metodologia – parte textual


O conceito de ciência está estreitamente ligado à concepção de um método para
verificar o conhecimento científico, de modo que tal Metodologia considera os
procedimentos e as regras estabelecidos por determinado método cientifico.
Richardson et al (2014, p. 22) grifam que “método é o caminho ou a maneira
para chegar a determinado fim ou objetivo”, e apresentam a origem da palavra
metodologia com base no Grego méthodos (caminho para se chegar a um
objetivo) e logos (saber, conhecimento). Por sua vez, Marconi e Lakatos (2017,
p. 79) concebem método científico como:

(...) o conjunto das atividades sistemáticas e reacionais que, com


maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo de
produzir conhecimento válido e verdadeiro, traçando o caminho
a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do
cientista.

O método científico compreende, assim, um conjunto de atividades intelectuais


e técnicas que devem ser empregadas na investigação científica. É o fio
condutor do processo de pesquisa, ou seja, a forma de raciocínio que
corresponde à abordagem de pensamento que o pesquisador estabelece na
questão a ser investigada, seja ela de cunho qualitativo, quantitativo ou misto. O
método pode se configurar conforme diversos tipos de pesquisa, exploratória,
descritiva, explicativa, e técnicas de pesquisa – entrevista, observação,
questionário etc., por meio dos quais se procedem coleta e análise de dados
acerca da realidade social que está sendo investigada. Em suma, o método
corresponde à trajetória a ser percorrida para se chegar a um propósito
estabelecido.

Salientam Marconi e Lakatos (2017) que, para o planejamento da pesquisa


científica e o atingimento do propósito da investigação, o pesquisador deve
utilizar métodos e técnicas selecionados conforme o tema e o problema a ser
investigado, considerando um caminho específico a ser seguido em termos
40

metodológicos. Evidenciam-se pesquisas nas quais, inclusive, há combinação


de dois ou mais métodos, configurados e empregados de modo entremeado.
Particularmente em um projeto de pesquisa, para que se passa alcançar o
objetivo proposto, faz-se necessário o desenho e o emprego de procedimentos
metodológicos apropriados, de modo a viabilizar a execução de objetivos
específicos e a verificação das hipóteses levantadas conforme a investigação
científica.

Em relação aos tipos de pesquisa em Ciências Sociais, literatura acerca da


metodologia de pesquisa conta com diversas classificações, conforme a
abordagem de autores em torno da metodologia. Quanto aos métodos de
investigação científica, por exemplo, Creswell (2010) e Richardson et al (2014)
destacam a abordagem qualitativa, a quantitativa e a de métodos mistos, com
vistas à elaboração de projetos de pesquisa acadêmico.

Richardson et al (2014, p. 70) apontam, em sentido genérico, que método em


pesquisa “significa a escolha de procedimentos sistemáticos para a descrição
e explicação de fenômenos”. E que esses consistem, sobretudo, em delimitar
um problema de pesquisa. Os autores ressaltam que a abordagem qualitativa e
a quantitativa se diferenciam pela própria sistemática investigação, bem como
pela forma de abordagem do problema de pesquisa. Ademais, enfatizam que: “o
método precisa estar apropriado ao tipo de estudo que se deseja realizar, mas é
a natureza do problema ou seu nível de aprofundamento que, de fato, determina
a escolha do método” (RICHARDSON et al, 2014, p. 70).

Creswell (2010, p. 25) corrobora com Richardson et al (2014), e sinaliza que a


“seleção de um projeto de pesquisa é também baseada na natureza do
problema ou na questão de pesquisa que está sendo tratada, nas experiências
pessoais do pesquisador e no público ao qual o estudo se dirige”. Portanto, em
pesquisas empíricas, o pesquisador investiga o fenômeno em um dado locus
onde o fato ocorre o fato, e nesse âmbito busca soluções para problemas
concretos, práticos e operacionais. Desse modo, a abordagem qualitativa e a
41

abordagem quantitativa, em estudos científicos, representam fins diferentes,


enquanto a pesquisa de métodos mistos incorpora as duas abordagens no
mesmo contexto de pesquisa.

Para uma melhor compreensão das pesquisa qualitativa e quantitativa


recomenda-se a leitura do artigo Pesquisa Qualitativa Versus Pesquisa
Quantitativa: Esta É a Questão?, escrito por Hartmut Günther, do Departamento
de Psicologia Social e do Trabalho, da Universidade de Brasilia, disponível em
http://www.scielo.br/pdf/ptp/v22n2/a10v22n2 [acesso em 25/09/2018].

Desse modo, os métodos de pesquisa, quer sejam qualitativos ou quantitativos


(CRESWELL, 2010; RICHARDSON et al, 2014) apresentam abordagens
distintas da investigação científica, o que influencia no planejamento do projeto
de pesquisa. O método quantitativo considera meios de testagem dedutiva de
teorias objetivas por meio do exame de relações entre variáveis, as quais podem
ser medidas por instrumentos, de modo que os dados numéricos possam ser
analisados por procedimentos estatísticos. E em relação ao método qualitativo,
apresenta-se uma abordagem distinta da investigação científica, com base em
dados coletados no ambiente do participante, de modo que a análise dos dados
é indutivamente construída a partir das particularidades em direção aos temas
gerais e, por conseguinte, a interpretações acerca do significado dos dados. Por
esse motivo, o método qualitativo considera uma investigação interpretativa na
análise de dados, o que permite investigar as questões em profundidade,
valendo-se de diferentes técnicas de investigação que possibilitam uma
descrição cuidadosa em torno do fenômeno em estudo.

Técnicas de pesquisa

Para o desenvolvimento dos procedimentos científicos em diversas etapas de


delineamento do método, o pesquisador pode se utilizar de diversas técnicas de
pesquisa, as quais são necessárias para sistematizar a coleta e a análise dos
42

dados obtidos ao longo do processo de investigação. Ao fazer opção por uma


técnica de pesquisa, é preciso que o investigador atente para o rigor científico no
uso de ferramentas aplicadas a pesquisa, de modo a assegurar a confiabilidade,
a qualidade e a completude dos resultados obtidos por meio da análise dos
dados.

Marconi e Lakatos (2017, p. 189) definem técnica de pesquisa como “um


conjunto de procedimentos de que se serve uma ciência”. Envolve, assim a
habilidade para se utilizar esses preceitos e normas na obtenção de seus
propósitos de pesquisa. Desse modo, correspondem à parte prática da coleta de
dados, constituindo-se em um dos primeiros passos de qualquer pesquisa
científica. As autoras classificam as técnicas de pesquisa conforme duas
dimensões, conforme Quadro 2.
Quadro 02: Dimensões da pesquisa de campo
Dimensões
I - Documentação indireta
Pesquisa bibliográfica Abrange a bibliografia disponibilizada em relação ao tema
da pesquisa por meio de artigos científicos, livros, teses,
dissertações, anais etc.

Tem como propósito colocar o investigador em contato com


o material pesquisado, propiciando a apreensão do
conteúdo a partir de novas perspectivas.

Pesquisa documental Toma como fonte de coleta de dados apenas documentos,


escritos ou não. O pesquisador utiliza a documentação que
será adequada aos objetivos da pesquisa.
Fontes de documentos: arquivos públicos: nacionais,
estaduais e municipais; arquivos particulares: memórias,
correspondências, atas, diários, comunicados; fontes
estatísticas: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –
IBGE, Instituto Brasileiro de Opinião Pública – IBOP etc.

II - Documentação direta intensiva


Observação Utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos
da realidade. Não consiste apenas em ver o ouvinte, mas
também em examinar fatos ou fenômenos que se deseja
estudar. Pode ser: sistemática; assistemática; participante;
não participante; individual, em equipe, na vida real, em
laboratório.
Entrevista Corresponde a uma conversação efetuada face a face, de
maneira metódica; proporciona ao entrevistado, oralmente,
a informação necessária. Tipos: padronizada ou
estruturada, despadronizada ou não estruturada, painel.
III - Observação direta extensiva
43

Questionário Constituído por itens ou perguntas que devem ser


assinalados ou respondidos por escrito, e sem a presença
do pesquisador.
Formulário Segue um roteiro de perguntas enunciadas pelo
entrevistador e preenchidas por ele com as respostas do
pesquisado.
Medidas de opinião e de Instrumento de padronização, por meio do qual se pode
atitudes assegurar a equivalência de diferentes atitudes e opiniões,
com a finalidade de compará-las.
Testes Instrumentos utilizados com a finalidade de se obter dados
que permitam medir o rendimento, a frequência, a
capacidade ou a conduta de indivíduos, de forma
quantitativa.
Sociometria Técnica quantitativa que procura explicar as relações
pessoais entre indivíduos de um grupo.
Análise de conteúdo Permite a descrição sistemática, objetiva e quantitativa do
conteúdo da comunicação.
História de vida Tenta obter dados relativos à experiência íntima de alguém
que tenha significado importante para o conhecimento do
objeto em estudo.
Pesquisa de mercado Envolve a obtenção de informações sobre o mercado, de
maneira organizada e sistemática, tendo em vista ajudar o
processo decisivo nas empresas, minimizando a margem
de erros.
✓ Fonte: Marconi e Lakatos (2017, p. 242-243)

Ao realizar uma pesquisa de campo, com levantamento de dados no próprio
local onde o(s) fenômeno(s) ocorre(m), o pesquisador pode recorrer a diferentes
técnicas que devem ser descritas, conforme o problema de pesquisa. Destacam
Marconi e Lakatos (2017, p. 189) que “toda ciência utiliza inúmeras técnicas na
obtenção de seus propósitos”, as quais devem ser evidenciadas na parte textual
do projeto, usualmente sob o nome: metodologia. O relato escrito indica o
protocolo da pesquisa conforme os autores adotados, as características de
aplicação, e as formas e aspectos que indicam como é pensada a codificação e
a tabulação dos dados obtidos.

A pesquisa de campo tem como propósito, assim, levantar informações sobre o


problema a ser investigado, com a finalidade de se obter uma resposta, quer
seja na abordagem qualitativa, quantitativa ou mista. Segundo Trujillo Ferrari
(1982, apud MARCONIÇ LAKATOS, 2017, p. 203), a pesquisa de campo:
44

não deve ser confundida com a simples coleta de dados (este


último corresponde à segunda fase de qualquer pesquisa); é
algo mais que isso, pois exige contar com controles adequados e
com objetivos preestabelecidos que discriminam suficientemente
o que deve ser coletado.

Antes do pesquisador iniciar a pesquisa de campo, é preciso delinear o assunto


da pesquisa por meio da execução de uma pesquisa bibliográfica, salientando
que essa técnica de investigação não é empírica, pois a busca de dados provém
de publicações concernentes ao tema em estudo. A sua realização permite
perceber em que estado se encontra o problema, além de oferecer sustentação
teórica para definir e resolver a questão. Assim, o pesquisador, após a execução
da pesquisa bibliográfica, inicia a escrita do projeto na parte textual: referencial
teórico.

Depois de operacionalizada uma pesquisa bibliográfica, conforme os protocolos


adotados, o pesquisador identifica no delineamento da questão de pesquisa
campo qual será a abordagem empregada: qualitativa; quantitativa ou mista.
Segue a escolha das técnicas de pesquisa a ser empregadas: observação;
entrevista; questionário; formulário; medidas de opinião e de atitudes; testes;
sociometria; análise de conteúdo; história de vida; pesquisa de mercado etc., as
quais poderão ser aplicadas no decorrer da coleta de dados. Ao escolher a
técnica, salienta-se que esse registro deve ser realizado em forma de texto, na
parte textual do projeto, de modo que o investigador deve indicar quais os
autores de metodologia de pesquisa em que se baseou para delinear a
pesquisa.

Recomendam Marconi e Lakatos (2017, p. 203), após a realização da pesquisa


bibliográfica, que o pesquisador deve, em investigações de pesquisa empíricas o
pesquisador:
45

(a) selecionar e enunciar um problema, levando em


consideração a metodologia apropriada; (b) apresentar os
objetivos da pesquisa, sem perder de vista as metas práticas; (c)
estabelecer a amostra correlacionada com a área de pesquisa e
o universo de seus componentes; (d) estabelecer os grupos
experimentais e de controle; introduzir os estímulos, controlar e
mediar os efeitos.

Quantos aos tipos de pesquisa empírica, essa classificação tem como base o(s)
objetivo(s) da pesquisa. Aponta Gil (2007) para três grupos: exploratória;
descritivas e explicativas.

Pesquisas exploratórias têm a finalidade de proporcionar melhor delineamento


do problema a ser investigado. Ampliam o conhecimento a respeito de um
determinado fenômeno. Em relação à coleta de dados, pode-se usar técnicas de
pesquisa tais como entrevista, observação, analise de conteúdo etc.

Pesquisas descritivas, por sua vez, têm por propósito descrever as


características de determinado fenômeno, fato ou população realidade
específica. Caracterizam-se pela precisão e controle estatísticos, com a
finalidade de fornecer dados para a verificação de hipóteses. Utilizam-se de
técnicas como questionários, formulário etc. utilizando procedimentos de
amostragem estatística.

Pesquisas explicativas, por fim, têm como foco principal identificar fatores que
determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Explica a
razão das coisas, o porquê das coisas. O principal objetivo é o teste de
hipóteses que dizem respeito a relações de causa-efeito. Os estudos realizados
com a aplicação dessa técnica podem ser desenvolvidos tanto em campo,
ambiente natural, quanto em laboratório, ambiente rigorosamente controlado.

Com a identificação quanto aos tipos da pesquisa de campo, exploratórias,


descritivas ou explicativas, o pesquisador agora avança com vistas ao
46

planejamento da investigação cientifica, considerando, entre outros critérios, a


compreensão da pesquisa em relação a aspectos sociais.
47

13. Cronograma
O cronograma é a última parte textual do projeto de pesquisa, na qual deve
constar a previsão temporal e progressiva das etapas a ser realizadas ao longo
do estudo, com as especificações de ações e respectivas datas para o
desenvolvimento do artigo científico.

O projeto de pesquisa, corresponde a um plano a ser cumprido, o que equivale à


previsão de etapas em tempo futuro, o qual fica denominado no documento
conhecido como cronograma. Ou seja, o cronograma indica quando cada etapa
será realizada, relacionando-as numa sequencia em torno do tempo.

O tempo do cronograma está relacionado a atividades que deverão ser


desenvolvidas progressivamente por etapas ao longo da investigação científica.
Nesse sentido, argumentam Marconi e Lakatos que, fazendo-se a “previsão do
tempo necessário para passar de uma fase à outra, (...) determinadas partes
podem ser executadas simultaneamente, [de modo que] existem outras que
dependem das anteriores” (MARCONI; LAKATOS, 2017, p.246-247).

Salienta-se que o cronograma deve ser elaborado para o projeto de pesquisa


com foco na consecução do artigo. Como envolve prazo, e esse está
relacionado à limitação de tempo, deve-se atentar às datas estabelecidas ao
longo da Especialização em Gestão e Controle da Administração Pública da
ESMPU para a elaboração do cronograma que compõem o projeto de pesquisa.

Na disciplina de Metodologia da pesquisa científica, o trabalho final será a


elaboração do Projeto de Pesquisa Preliminar – PPP, composto pelos
componentes pré-textuais, textuais e pós-textuais. Ao elaborar o PPP, o discente
deve atentar para o prazo da disciplina de metodologia, no que concerne à
elaboração do PPP e do cronograma do projeto para a produção do artigo
científico original, o qual corresponde ao trabalho final de conclusão da
Especialização da ESPMU.
48

14. Referências

As referências são apresentas na parte pós-textual do projeto, abrangendo a


indicação das fontes consultadas, tais como: artigos científicos, livros, teses,
dissertações, documentos etc. Referenciam-se, assim, os autores citados ao
longo do texto produzido, quer sejam autores que tratam do tema especifico da
pesquisa, quer sejam do embasamento teórico, como também da metodologia
própria para a pesquisa.

Ao redigir o projeto, com a utilização dos recurso de citações conforme a NBR


10520 (ABNT, 2002), o pesquisador deve estar atento a esta regra obrigatória:
no momento em que citar um autor, deve referenciá-lo em seguida na parte pós
textual: referências, conforme a NBR 6023 (ABNT, 2002).
49

15. Artigo Científico

O Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, da Especialização lato sensu em


Gestão e Controle da Administração Pública corresponde à produção de um
artigo científico original. Sublinha-se no Projeto Pedagógico da Especialização
que, para o bom planejamento da pesquisa, os discentes devem aplicar os
conhecimentos de metodologia para a realização de investigação cientifica,
tendo como propósito a elaboração de artigo científico original para a conclusão
da especialização.

Na Classificação das áreas do conhecimento CNPq o curso encontra-se na


área de conhecimento Ciências Sociais Aplicada - Administração -Administração
Pública – Especialidade: Organizações Públicas.

Para disciplina Metodologia da Pesquisa Científica, os discentes devem elaborar


o projeto como resultado para elaboração de um TCC que é a produção em
formato de original de publicação periódica, artigo original, conforme
estabelecido no Regulamento de Publicações da ESMPU. Esse resulta do
conhecimento adquirido no desenvolvimento ao longo das disciplinas ofertadas
pela especialização, tendo como foco a realidade empírica, ou seja, a solução
de problemas apontados nas reais necessidades enfrentadas na
operacionalização do servidor no âmbito do MPU.

A produção de um artigo cientifico requer do pesquisador a atenção quanto a


sua escrita em relação à forma e ao conteúdo. Quanto à primeira, a norma NBR
6022 da ABNT determina modos de elaboração e apresentação de artigos,
indicando que o artigo pode ser original ou de revisão. Em relação a segunda, o
desenvolvimento da argumentação está relacionado ao tema da investigação, ou
seja, a sustentação do arcabouço teórico.

Conforme as definições da NBR 6022 de 2018, o artigo técnico e/ou científico


é “parte de uma publicação, com autoria declarada, de natureza técnica e/ou
50

científica” (ABNT, 2018, p.1-2); sendo artigo de revisão, “parte de uma


publicação que resume, analisa e discute informações já publicadas”; por outro
lado, o artigo original “parte de uma publicação que apresenta temas ou
abordagens originais”.

Para a Especialização lato sensu em Gestão e Controle da Administração


Pública, o artigo produzido deve ser original, e escrito conforme linguagem
científica. O planejamento para a produção de um artigo envolve um processo
composto por distintas fases que integram uma pesquisa. As etapas na
preparação do projeto de pesquisa sinalizam para o inicio da escrita do artigo.

Apresentam Koller, Couto e Hohendorff (2014, p.16) nove etapas obrigatórias na


construção do conhecimento, que são:
a) a identificação e a pertinência do problema a resolver, com
a devida fundamentação científica;
b) sua transformação em questões ou hipótese;
c) a seleção da estratégia para abordá-lo;
d) a operacionalização dessa abordagem;
e) a análise dos achados;
f) a corroboração ou não – analisada, discutida,
correlacionada, exaurida – da expectativa que se tinha a priori;
g) a preparação do compuscrito de submissão;
h) o processo editorial.

Observa-se que, na sequência de a até d, há equivalência em relação aos


elementos do projeto de pesquisa que corresponde à introdução, ao referencial
teórico, e à metodologia. As demais etapas, de e até h, equivalem à análise e à
discussão dos resultados, e à conclusão da pesquisa científica.

Ao iniciar o projeto de pesquisa por meio da revisão de literatura sobre o tema


de uma investigação cientifica com o propósito de delinear o objeto da pesquisa,
e consequentemente, ao estabelecer a fundamentação do arcabouço teórico, a
identificação do problema a ser resolvido, e das técnicas e métodos para o
alcance do objetivo em questão, inicia-se a escrita do artigo científico. Tal escrita
“auxiliará a ver todo o contexto futuro com maior clareza e permitirá uma eficácia
51

ampliada na execução dos passos posteriores” (KOLLER; COUTO;


HOHENDORFF, 2014, p. 16).

A estrutura de um artigo, conforme a NBR 6022 da ABNT, pode ser descrita


conforme o Quadro 03: Elementos estruturais de um artigo, o qual apresenta os
elementos estruturais: pré-textuais, textuais e pós-textuais.

Quadro 03 :Elementos estruturais de um artigo


Elementos
Pré-textuais Título no idioma do documento (obrigatório)

Título em outro idioma (opcional)

Autor (obrigatório)

Resumo no idioma do documento (obrigatório)

Resumo em outro idioma (opcional)

Datas de submissão e aprovação do artigo (obrigatório)

Identificação e disponibilidade (opcional)

Textuais Introdução (obrigatório)

Desenvolvimento (obrigatório)

Considerações finais (obrigatório)

Pós-textuais Referências (obrigatório)

Glossário (opcional)

Apêndice(opcional)

Anexo(opcional)

Agradecimentos(opcional)

Fonte: ABNT, 2018, p.4


52

A NBR 6022 descreve os elementos que compõem um artigo, quer sejam


obrigatórios ou opcionais. Essa norma (ABNT, 2018, p.4) ressalta, ainda, que “a
nomenclatura dos títulos dos elementos textuais fica a critério do autor”.

Ferraz e Navas (2016, p. 19), no livro Publicação de artigos científicos:


recomendações práticas para jovens pesquisadores”, apresentam oito pré-
requisitos para a submissão de um artigo, quais sejam:
selecione a revista de interesse para enviar seu artigo; acesse o
site oficial da revista; leia as normas da revista; prepare o artigo
focando em determinada revista; escreva o artigo; verifique e
providencie os documentos necessários; tire suas dúvidas sobre
o preparo e o envio do artigo; envie o artigo.

Depois de elaborado e avaliado pelo orientador e com as recomendações de


ajustes pelos professores, recomenda-se que o artigo científico deve ser
encaminhado para avaliação em publicações periódicas, revistas especificas da
área ou áreas afins. É por meio da publicação em revista científica que a
pesquisa é disseminada e formalizada, evidenciando e comunicando o
conhecimento no âmbito científico.

Destaca-se a importância, antes de se escrever um artigo científico com vistas a


submetê-lo à apreciação de um comitê editorial de periódico, que o pesquisador
acesse no site da revista as respectivas normas de submissão, e siga
criteriosamente as politicas, diretrizes e normas. Após cumprido esse passo,
com especial atenção a todas as etapas de submissão, o artigo pode então ser
encaminhado ao periódico. A esse respeito, sugere-se, no Apêndice A, listas
compostas por: base de dados para pesquisa: periódicos científicos; bibliotecas
e repositórios eletrônicos. Assim, o pesquisador pode acessar tais listas e
selecionar um site de periódico indicado no Apêndice A, acessando as
informações disponíveis sobre a revista.

Cabe salientar que a investigação científica começa com a curiosidade acerca


da descoberta de novos conhecimentos, e todo começo leva a um mundo de
53

novas possibilidades, as quais ampliam a visão de mundo. Nesse ensejo, é


pertinente pesquisar, instigar, questionar, buscar e experimentar o novo.
54

16. Citações e Referências1

Citações

As citações no texto devem ser apresentadas de acordo com as normas definidas


pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Segundo a NBR 10520
(ABNT, 2002b, p.1), citação é "a menção de uma informação extraída de outra
fonte". Encontram-se três tipos de citação: direta, indireta ou citação de citação
(apud).

A citação direta é a “transcrição textual da parte da obra do autor consultado”. No


caso da citação indireta, ocorre uma transcrição livre do que foi lido, o que significa
dizer que é elaborado “um texto baseado na obra do autor consultado”. Por último,
na citação de citação (apud) faz-se referência aos conceitos de um autor lidos em
outro autor, por não se ter tido acesso à obra original e pode ser direta ou indireta.

As citações diretas devem conter obrigatoriamente a indicação da página onde foi


extraído o texto. Essas devem ser feitas conforme as seguintes maneiras:

• Citação em até três linhas, deve ser incorporada ao parágrafo, entre aspas
duplas.

Exemplo 1: Marconi e Lakatos (2017, p. 71) destacam que o conhecimento


popular ou vulgar, lato sensu “é o modo comum, corrente e espontâneo de
conhecer, que adquirimos no trato direto com as coisas e os seres humanos”.

1 Registro, nesta parte deste trabalho, meus agradecimentos a brilhante Profa. Dra. Maria de Fátima Bruno
de Faria por compartilhar em minha formação acadêmica, além de inúmeros materiais escritos, tal como o
aplicado nesta seção de citações e referências, bem como por tantas lições vivenciadas ao logo de minha
jornada como orientando do mestrado e doutorado do PPGP.
CV: http://lattes.cnpq.br/8599349398408940 [acesso em 25/09/2018].
55

Exemplo 2: O conhecimento popular ou vulgar “é o modo comum, corrente e


espontâneo de conhecer, que adquirimos no trato direto com as coisas e os
seres humanos” (MARCONI; LAKATOS, 2017, p. 71).

• Citação com mais de três linhas, deve ser destacada com recuo de 4 cm
da margem esquerda, com fonte menor que a usada no texto (no caso, fonte
10) e sem aspas.

Exemplo 3: Para Marconi e Lakatos (2017, p. 79), o conceito de método


científico:

é o conjunto das atividades sistemáticas e reacionais que, com maior


segurança e economia, permite alcançar o objetivo de produzir
conhecimento válido e verdadeiro, traçando o caminho a ser seguido,
detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.

Por outro lado, no caso de citações indiretas, basta a inclusão do sobrenome dos
autores e do ano da obra, entre parênteses. Dentre as opções apresentadas pela
ABNT para indicação da fonte da citação (sistema numérico ou autor-data), optou-
se pelo sistema autor-data, por ser o mais comumente utilizado nos periódicos
científicos.

Exemplo 4: Procurou-se selecionar casos polares, ou seja, caracterizados como


situações extremas em uma dada perspectiva, no sentido de atender categorias
teóricas e fornecer exemplos de tipos polares (EISENHARDT, 1989).

Se forem dois autores, os sobrenomes seriam separados por ponto e vírgula, como
ocorre em: (MARCONI; LAKATOS, 2017, p.89).

Se forem até três autores, a citação é feita da mesma forma, mas quando há mais
de três autores, indica-se o nome do primeiro autor seguido da expressão et al.,
como indicado a seguir: Richardson et al (2014) ou (RICHARDSON et al., 2014).
56

No caso de citação de um documento, tem-se o exemplo a seguir, extraído da NBR


10520 (ABNT, 2002):

Exemplo 5: O mecanismo proposto para viabilizar esta concepção é o chamado


Contrato de Gestão, que conduziria à captação de recursos privados como
forma de reduzir os investimentos públicos no ensino superior (BRASIL, 1995).

Na lista de referências, ficaria assim:


BRASIL. Ministério da Administração Federal e da Reforma do Estado. Plano
diretor da reforma do aparelho do Estado. Brasília, DF, 1995.

Também é possível realizar a citação indireta sem que o nome do autor esteja entre
parênteses, tal como no exemplo a seguir:

Exemplo 6: Creswell (2007) sugere, como delimitação do tema, que o


investigador identifique se o assunto é prático e útil para a pesquisa, redigindo
um título funcional.

Se fossem dois autores, os sobrenomes seriam ligados pela conjunção “e”, como
ocorre em: Segundo Marconi e Lakatos (2003).

Destaca-se que a inclusão de números de páginas é obrigatória apenas nas


citações diretas e nas indiretas é opcional. Portanto, não é necessário indicar
número de página nas citações indiretas.

Por sua vez, na citação de citação, identifica-se, nas referências, a obra


diretamente consultada, por meio da expressão apud, como no exemplo a seguir:

Exemplo 7: Segundo Ferrari (1982, apud MARCONI; LAKATOS, 2017), a


pesquisa de campo tem como propósito levantar informações sobre um problema a
57

ser investigado, com a finalidade de obter uma resposta quer seja na abordagem
qualitativa, quantitativa ou mista.

Isso significa que a obra de Ferrari foi citada e referenciada por Marconi e de
Lakatos, portanto é a obra de Marconi e Lakatos que deverá fazer parte das
Referências. Novamente, a página é obrigatória apenas no caso de citações diretas.
Qualquer que seja o tipo de citação, deve-se buscar discutir as ideias dos autores.

Referências

Todas as obras citadas no texto devem constar das referências. Segundo a NBR
6023 (ABNT, 2002b), as referências podem aparecer: no rodapé, no fim do texto ou
de capítulo, em lista própria e antecedendo resumos, resenhas e recensões. Pode-
se optar pela apresentação das referências no final do texto e em ordem alfabética
dos sobrenomes dos autores, pois é a mais recomendada nas publicações
científicas.

O alinhamento das referências no texto deve ser feito somente à margem


esquerda, de modo a destacar cada obra. Usar espaço simples em uma mesma
referência e dois espaços simples entre uma e outra. Deve-se optar por um recurso
tipográfico (negrito, grifo ou itálico) para destacar o título e deve-se manter o mesmo
em todas as referências. Para padronizar os trabalhos, utiliza-se o negrito.

As referências devem ser feitas de acordo com a NBR 6023 (ABNT, 2002b). A
seguir, apresentam-se orientações dos tipos mais comuns de referências. Em caso
de dúvida com relação a alguma referência não mencionada neste manual, é
oportuno consultar a referida Norma na biblioteca da Instituição.
58

LIVRO INTEIRO

Raramente são encontrados livros inteiros dedicados para a elaboração de uma


monografia, pois como os temas são bem específicos, utilizam-se partes de livros.
No entanto, caso utilize as ideias do livro inteiro ou quase todo, deve-se fazer a
referência, incluindo sobrenome do autor (e as iniciais dos nomes), título do livro
(em negrito), subtítulo do livro (se houver, sem negrito); edição (sem o número de
ordem, só o pontinho); local de edição; editora (sem as expressões “Editora, Ltda.,
S.A.”) e, finalmente, o ano da edição da obra, como no exemplo:

CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 3.


ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.

Seguem alguns detalhes:


• Incluir nos casos de edição revisada e aumentada, como no exemplo: 4. ed.
rev. e aum.
• no caso de mais de um autor, os nomes devem ser separados por ponto e
vírgula e ter um espaço entre um e outro: MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M.
• devem ser incluídos todos os autores nas obras com até três autores. No
caso de mais de três autores, incluir o primeiro seguido da expressão et al.
Exemplo: Richardson et al (2014)
• no caso de mais de uma obra de um mesmo autor, pode-se usar um traço
equivalente a seis espaços e um ponto no lugar do autor: ______. O mesmo
pode ser usado em títulos repetidos.

ALVES, R. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. 10.ed. São


Paulo: Brasiliense, 1987.
______. Título etc.
59

CAPÍTULO DE UM LIVRO

É o caso mais comum, em que lemos um capítulo que mais se aproxima do nosso
tema de monografia, mas não lemos o livro todo. Nesse caso, deve ser referenciado
apenas o capítulo lido. O livro pode ser todo ele escrito por um ou mais autores.
Nesse caso, assim que deve ser feita a referência:

SOUSA, J. C.; BRUNO-FARIA, M. F. Gestão de sistemas de educação a distância


na perspectiva da inovação. In: Daniel Mill; Cristiano Maciel. (Org.). Educação a
distância: elementos para pensar o ensino-aprendizagem contemporâneo. 1.
ed. Cuiabá: EdUFMT, 2013, v. 1, p. 311-340.

Observe que sempre iniciamos com os autores. Depois deve figurar o nome do
capítulo lido (Gestão de sistemas de educação a distância na perspectiva da
inovação). A seguir, a expressão In, seguida por dois pontos (significa que foi lido
em). Depois vem a edição, local da edição, editora (EdUFMT), o ano, o capítulo lido
ou as páginas, inicial e final (311- 340), do capítulo.

É trabalhoso, mas é sempre assim. Para facilitar sua vida, salve um exemplo no seu
computador e depois é só copiar e colar.

CAPÍTULO DE UM MANUAL ORGANIZADO POR UM OU MAIS AUTORES

Atualmente, vários autores comumente se reúnem e escrevem um livro que possui


um eixo comum que une os diferentes capítulos. No caso, sempre tem alguém
responsável por organizar o livro, vendo a melhor ordem dos capítulos e se
responsabilizando pela estruturação do trabalho. São os organizadores ou
coordenadores dos livros, estes comumente denominados de handbook,
compêndios ou manuais.

A seguir um exemplo sobre como fica a referência de um capítulo de um Manual:


60

DOUGHERTY, D. Organizando para a inovação. In: CALDAS, M.; FACHIN, R.;


FISCHER, T. (Org.). Handbook de estudos organizacionais: ação e análise
organizacionais. São Paulo: Atlas, 2004, parte II, cap 15.

O autor do capítulo é o Dougherty. O título do capítulo é: Organizando para a


inovação. Os organizadores do manual foram CALDAS, M.; FACHIN, R.; FISCHER,
T. O título e subtítulo do livro é Handbook de estudos organizacionais: ação e
análise organizacionais (somente o título é destacado) e..., depois vocês já sabem.

ARTIGOS EM PERIÓDICOS CIENTÍFICOS

É muito comum e até mesmo aconselhável ler artigos científicos em periódicos na


elaboração do projeto e da monografia, pois pode-se ter acesso a diferentes visões
de um tema e representam produções mais atualizadas (já que um livro leva um
tempo bem maior para ser publicado).

A seguir, um exemplo de referência de um artigo científico:


LEWIS, C.; DESSEN, M. A. O pai no contexto familiar. Psicologia: Teoria e
Pesquisa, Brasília, v. 15, n. 1, p. 9-16, jan./abr.1999.

Assim, primeiramente figuram os autores do artigo; a seguir, o nome do artigo (O


pai no contexto familiar). Logo após, o nome do periódico (e esse é que deve ser
destacado com negrito), depois o local da publicação, o volume, o número do
periódico, as páginas inicial e final do artigo e, por fim, os meses abreviados e o
ano. O único mês que não se abrevia é maio, como se pode deduzir.
61

ARTIGO DE JORNAL CIENTÍFICO EM MEIO ELETRÔNICO

KELLY, R. Eletronic publishing at APS: its not just online journalism. APS News
Online, Los Angeles, Nov. 1996. Disponível em:
<http://www.aps.org/apsnews/1196/11965.html>. Acesso em: 25 nov.1998.

TRABALHO APRESENTADO EM EVENTO

Devem ser incluídos os dados referentes à: autoria, título do trabalho, seguido da


expressão In: nome do evento, numeração, caso exista, ano e cidade em que foi
realizado, título do documento (Anais, atas, tópicos temáticos etc.), local, editora,
data de publicação e páginas inicial e final da parte referenciada.

BRAYNER, A. R. A.; MEDEIROS, C. B. Incorporação do tempo em SGBD orientado


a objetos. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE BANCO DE DADOS, 9, 1994, São
Paulo. Anais...São Paulo: USP, 1994. p. 16-29.

MALAGRINO, W. et al. Estudos preliminares sobre os efeitos de baixas


concentrações de detergentes amiônicos na formação do bisso em
Branchidontas solisianus. 1985. Trabalho apresentado ao 13 Congresso
Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, Maceió, 1985.

DISSERTAÇÕES E TESES

SOUSA, J. C. Inovação no contexto organizacional: fatores facilitadores e fatores


dificultadores. 2006. 187 f. Dissertação (Mestrado em Gestão Social e Trabalho) -
Universidade de Brasília, Brasília, 2006.

LEGISLAÇÃO

A seguir, exemplos extraídos da NBR 6023 (ABNT, 2002b):


62

BRASIL. Decreto-lei n° 5.452, de 1 de maio de 1943. Lex: coletânea de legislação:


edição federal, São Paulo, v.7, 1943. Suplemento.

BRASIL. Constituição (1988). Emenda constitucional n°9, de 9 de novembro de


1995. Lex: legislação federal e marginalia, São Paulo, v. 59, p. 1966, out./dez.
1995.

Muitas outras referências podem ser feitas e para isso deve-se consultar a referida
norma da ABNT.
63

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: informação


e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002.

______. NBR 10520: informação e documentação: apresentação de citações em


documentos. Rio de Janeiro, 2002.

______. NBR 6023: informação e documentação; referências: elaboração. Rio


de Janeiro, 2002.

______. NBR 6022: Informação e documentação. Artigo em publicação periódica


técnica e/ou científica – Apresentação. Rio de Janeiro, 2018.

CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e


misto. Tradução Luciana de Oliveira da Rocha. 3.ed. Porto Alegre: Artmed,
2007.

FERRAZ, E. C.; NAVAS, A. L. G. P. Publicação de artigos científicos:


recomendações e práticas para jovens pesquisadores. São Paulo, 2016

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2007.

GÜNTHER, H. Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é a


questão? Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 22, n. 2, maio/ago., p. 201-
210, 2006

KOLLER, S. H.; COUTO, M. C. P de P.; HOHENDORFF, J. V. (Org.). Manual de


produção científica. Porto Alegre: Penso, 2014.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos da metodologia científica. 7.


ed. São Paulo: Atlas, 2010.

MARCONI, M. A, LAKATOS, E. M. Fundamentos de Metodologia Científica.


8.ed. São Paulo: Atlas, 2017.

Richardson et al Pesquisa Social: métodos e técnicas. 3.ed. São Paulo: Atlas,


2014.
64

APÊNDICE A - Base de dados para pesquisa

1. Periódicos Científicos

APGS Revista de Administração Pública e Gestão Social


http://www.apgs.ufv.br/index.php/apgs/about/editorialPolicies#focusAndScope
[acesso em 17/09/2018].

BAR Brazilian Administration Review


http://anpad.org.br/periodicos/content/frame_base.php?revista=2 [acesso em
17/09/2018].

BBR BRAZILIAN BUSINESS REVIEW http://bbronline.com.br/ [acesso em


17/09/2018].

CADERNOS EBAPE.BR
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/index [acesso em
17/09/2018].

ENAP - Revista do Serviço Público


https://revista.enap.gov.br/index.php/RSP/index [acesso em 17/09/2018].

PAP Revista Práticas de Administração Pública https://periodicos.ufsm.br/pap


[acesso em 17/09/2018].

RAC Revista de Administração Contemporânea


http://www.anpad.org.br/periodicos/content/frame_base.php?revista=1 [acesso
em 17/09/2018].

RAE Revista de Administração de Empresas (http:/rae.fgv.br/rae) [acesso em


17/09/2018].

RAP Revista de Administração Pública


http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap [acesso em 17/09/2018].

RAUSP Revista de Administração http://www.rausp.usp.br/ [acesso em


17/09/2018].

THE JOURNAL OF MANAGEMENT AND GOVERNANCE


(PRINT) https://link.springer.com/journal/10997 [acesso em 17/09/2018].

2. Bibliotecas e Repositórios Eletrônicos


65

BDTD Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações


http://bdtd.ibict.br/vufind/ [acesso em 17/09/2018].

ESMPU Biblioteca Digital http://escola.mpu.mp.br/atividades-


academicas/biblioteca/bibliotecas-digitais [acesso em 17/09/2018].

IBICT Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia


http://repositorio.ibict.br/ [acesso em 17/09/2018].

QUALIS CAPES
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/veiculoPublicacao
Qualis/listaConsultaGeralPeriodicos.jsf [acesso em 17/09/2018].

SCIELO Scientific Electronic Library Online http://www.scielo.org/php/index.php


[acesso em 17/09/2018].

SPELL Scientific Periodicals Electronic Library http://www.spell.org.br/ [acesso


em 17/09/2018].

Você também pode gostar