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FUNDAMENTOS DO FUNCIONAMENTO DE MOTORES DE

COMBUSTÃO INTERNA
INTRODUÇÃO
O motor é a fonte de potência de veículos. A potência do veículo lhe dá movimentação, e lhe
permite o transporte de cargas (pessoas ou materiais). Portanto, o motor é a fonte de força e
movimento de veículos. Quanto maior for a potência do motor, maior será a sua capacidade de carga,
e maiores velocidades poderá proporcionar ao veículo. Assim, se é dito que um motor é mais
potente que um outro, quer dizer que o primeiro proporciona ao veículo uma capacidade de
transportar uma quantidade maior de carga, ou de atingir velocidades mais elevadas. Por
exemplo, motores de caminhões e ônibus são feitos mais potentes que os de automóveis de modelo
popular, pois necessitam de uma maior capacidade de carga. Por outro lado, motores de automóveis
esportivos também são mais potentes que os de modelos populares. Motores de automóveis
esportivos têm por objetivo atingir maiores velocidades. O emprego da potência de motores para uma
maior capacidade de carga ou para a obtenção de velocidades mais elevadas é obtido através do
projeto adequado de um sistema de transmissão. Sistema de transmissão é um grupo de peças e
equipamentos que transfere a potência do motor para as rodas.
Para seu funcionamento, o motor necessita de uma fonte de energia: o combustível.
Combustíveis podem ser líquidos ou gasosos. Os combustíveis mais popularmente utilizados são a
gasolina, o álcool e o óleo diesel, todos líquidos. O gás natural vem sendo ultimamente empregado
como uma fonte de energia alternativa. Fatores econômicos, requerimentos de potência ou de
atendimento a legislações ambientais determinam o tipo de combustível a ser utilizado. O combustível
pode ser definido como sendo o alimento de motores.

MOVIMENTO HORIZONTAL
MOVIMENTO VERTICAL

EIXO DE MANIVELAS

MOVIMENTO ROTATÓRIO

VELA DE IGNIÇÃO INICIA A COMBUSTÃO

COMBUSTÍVEL QUEIMA E SE EXPANDE

MOVIMENTO VERTICAL DO PISTÃO

BIELA

EIXO DE MANIVELAS

Figura 1.1 – O eixo de manivelas converte o movimento do pistão em movimento rotatório, que
é transmitido para as rodas.

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Capítulo 1 - Fundamentos do Funcionamento de Motores 2

Em motores de combustão interna, o combustível é comprimido por um pistão dentro de um


cilindro, juntamente com ar aspirado do ambiente. A mistura formada entre o combustível e o
ar é queimada, produzindo pressões elevadas, e então se expande. A expansão da mistura
queimada gera o movimento do pistão, que é transmitido para as rodas do veículo.
A transmissão do movimento do pistão às rodas do veículo pode ser comparado à
transmissão do movimento de um pedal à roda traseira de uma bicicleta, conforme mostra a
Fig. 1.1. O movimento das pernas de um ciclista exerce efeito similar ao movimento do pistão
de um motor de combustão interna.

CLASSIFICAÇÕES DE MOTORES
Os motores de combustão interna são classificados de acordo com o modo de queima do
combustível em motores com ignição por centelha e motores com ignição por
compressão. Estes últimos também são também conhecidos por motores diesel. Motores
movidos a gasolina ou a álcool são exemplos de motores com ignição por centelha. Neste
caso, a queima de combustível é iniciada com uma centelha fornecida pela vela de ignição,
que é um componente instalado na superfície superior do cilindro, na parte chamada cabeçote
do cilindro. Motores diesel normalmente utilizam o óleo diesel como combustível. Nestes
motores a ignição é iniciada pela injeção de combustível no cilindro através de bicos
injetores. A combustão em motores diesel se dá de maneira espontânea, estimulada por
elevadas pressão e temperatura da mistura ar/combustível no cilindro.
Os motores também podem ser classificados como de quatro tempos ou dois tempos.
Durante seu funcionamento, um motor continuamente admite uma quantidade de ar e
combustível, comprime e queima a mistura e a deixa expandir antes de expulsá-la do cilindro.
Quando este ciclo é feito ao tempo em que o pistão executa quatro movimentos, dois para
cima e dois para baixo, o motor é chamado de quatro tempos. Quando o pistão realiza
somente dois movimentos durante o ciclo, um para cima e um para baixo, o motor é chamado
de dois tempos. Os quatro tempos de um motor a gasolina são mostrados em detalhes na Fig.
1.2 (doravante motores com ignição por centelha serão referidos por motores a gasolina).

ADMISSÃO COMPRESSÃO EXPANSÃO EXAUSTÃO

Figura 1.2- Ciclo de quatro tempos de um motor com ignição por centelha.
Durante a admissão, o motor atrai uma quantidade de ar e combustível para o interior do
cilindro. Neste processo, a válvula de admissão permanece aberta, e a válvula de exaustão
fechada. A válvula de admissão é um componente que abre ou fecha a passagem de mistura
ar-combustível para o interior do cilindro. A válvula de exaustão, também conhecida como
válvula de descarga ou válvula de escape, abre ou fecha a passagem de mistura queimada
do cilindro para o exterior. O pistão realiza um movimento para baixo, e o volume do cilindro é
preenchido por ar e combustível.
Capítulo 1 - Fundamentos do Funcionamento de Motores 3

O início da compressão é marcado pelo fechamento da válvula de admissão. Ambas as


válvulas, de admissão e de exaustão, permanecem fechadas. A mistura ar-combustível é
comprimida pelo movimento do pistão para cima, diminuindo o volume do cilindro. A pressão
da mistura aumenta, preparando-a para ser queimada.
Ao final da compressão, com o pistão próximo à sua posição superior máxima, denominada
ponto morto superior, dá-se início ao processo de queima da mistura, a combustão. A
combustão em motores a gasolina é iniciada por uma centelha fornecida pela vela de ignição,
e, em motores diesel, é iniciada de maneira espontânea, estimulada pelas altas pressão e
temperatura da mistura no cilindro. Quando o pistão se encontra no ponto morto superior, o
volume definido pela geometria do topo do pistão, cilindro e pelo cabeçote do cilindro é
chamado câmara de combustão. A câmara de combustão é projetada de maneira a facilitar o
processo de combustão, objetivando que a mistura seja rápida e completamente queimada a
cada ciclo do motor.
A combustão prossegue e é finalizada durante a expansão. Neste processo, em que as
válvulas de admissão e exaustão permanecem fechadas, o pistão move-se para sua posição
inferior. O volume do cilindro aumenta, e a mistura em seu interior se expande. É durante a
expansão que a potência do motor é gerada, de acordo com a força exercida sobre o pistão
pela energia liberada da combustão.
Pouco antes de o pistão atingir sua posição mínima, denominada ponto morto inferior, a
válvula de exaustão é aberta, dando início à exaustão. Este processo é caracterizado pela
liberação da mistura queimada no cilindro. A mistura é expelida do cilindro à medida em que o
pistão move-se para cima. Com o pistão próximo ao ponto morto superior, a válvula de
admissão é aberta. A seguir, a válvula de exaustão é fechada e dá-se início a um novo ciclo.

EXAUSTÃO

ADMISSÃO

(A) COMPRESSÃO E (B) EXPANSÃO E


ADMISSÃO EXAUSTÃO

EXAUSTÃO

ADMISSÃO

(C) TROCA DE GASES (D) FECHAMENTO


DA EXAUSTÃO

Figura 1.3- Ciclo de dois tempos de um motor com ignição por centelha.
Capítulo 1 - Fundamentos do Funcionamento de Motores 4

O ciclo de um motor de dois tempos é mostrado na Fig. 1.3. A combustão da mistura ar-
combustível acima do pistão produz um rápido aumento na pressão e temperatura,
empurrando o pistão para baixo, produzindo potência (a). Abaixo do pistão, a janela de
admissão induz ar da atmosfera para o cárter, devido ao aumento de volume do cárter reduzir
a pressão a um valor inferior à atmosférica. O cárter é isolado ao redor do eixo de manivelas
para assegura a máxima depressão em seu interior.
A janela de exaustão, então, se abre (b), permitindo a saída do gás de exaustão. A área da
janela aumenta com o giro do eixo de manivelas, e a pressão no cilindro se reduz. O processo
de exaustão está quase se completando e, com ambas as janelas desobstruídas pelo pistão, o
cilindro se conecta diretamente ao cárter através do duto de admissão (c). Se a pressão no
cárter for superior à pressão no cilindro, então uma mistura fresca entra no cilindro e se inicia
os processos de admissão e lavagem. O pistão então se aproxima do ponto de fechamento da
janela de exaustão e o processo de lavagem se completa (d). Após a janela de exaustão estar
totalmente fechada, o processo de compressão se inicia até que o processo de combustão
novamente ocorra.
A distância entre o ponto morto superior e o ponto morto inferior e o diâmetro do cilindro
determinam o volume da mistura ar-combustível admitida pelo motor a cada ciclo. Este volume
é comumente chamado cilindrada do motor. A cilindrada é medida em litros (l) ou centímetros
cúbicos (cc ou cm³). Assim, um motor 1.0l e um motor 1000cc têm a mesma cilindrada. A
cilindrada está intimamente relacionada ao desempenho do motor. De uma maneira geral,
quanto maior for a cilindrada, maior será a potência e o consumo de combustível. A razão
entre o volume da mistura no cilindro com o pistão no ponto morto inferior e seu volume com o
pistão no ponto morto superior é denominada razão de compressão.
Os motores de combustão interna têm, normalmente, quatro, seis ou oito cilindros. Motores
de um, três, cinco, dez e doze cilindros também encontram aplicação, em menor escala.
Motores de dez e doze cilindros são, em geral, empregados em veículos de competição.
Motores de um único cilindro são comumente utilizados para testes de laboratório, veículos de
duas rodas, ou para outros equipamentos, como cortadores de grama. Os cilindros de um
motor podem ser arranjados em linha, opostos ou em configuração V, conforme mostra a
Fig. 1.4. Figuras 1.5 e 1.6 mostram um motor em configuração V e um motor em linha,
respectivamente. Figura 1.7 mostra uma vista em corte de um motor monocilíndrico de dois
tempos.

Figura 1.4- Arranjo dos cilindros (A- em linha, B- em V, C- opostos).


Capítulo 1 - Fundamentos do Funcionamento de Motores 5

Figura 1.5- Vista em corte de um motor V-8 (configuração V, 8 cilindros).

Figura 1.6- Vista em corte de um motor de quatro cilindros em linha.


Capítulo 1 - Fundamentos do Funcionamento de Motores 6

CÂMARA DE
PISTÃO COMBUSTÃO

JANELA DE
JANELA DE EXAUSTÃO
ADMISSÃO
JANELAS DE
BIELA TRANSFERÊNCIA

CÁRTER

Figura 1.7- Vista em corte de um motor simples de dois tempos.

COMPONENTES DE MOTORES
Motores de combustão interna são constituídos por vários componentes essenciais. Estes
componentes são projetados para tornar o motor eficiente e confiável. Os componentes
básicos de um motor de combustão interna de quatro tempos são os seguintes: bloco do
motor, eixo de manivelas, bielas, pistões, anéis dos pistões, cabeçote do cilindro e trem
de válvulas.
O bloco do motor é o maior e principal componente do motor. Praticamente todas as
partes do motor são direta ou indiretamente ligadas ao bloco. O bloco é feito de metal fundido,
normalmente uma liga de ferro ou alumínio. Figura 1.8 mostra uma vista em corte de um bloco
básico com as partes instaladas.
Os cilindros são largos furos arredondados feitos através do bloco. Os pistões se ajustam
nos cilindros. Os cilindros são ligeiramente mais largos que os pistões, permitindo a estes
deslizarem livremente para cima e para baixo. Em muitos blocos de liga de alumínio, luvas de
aço são colocadas nos cilindros, e os pistões deslizam em sua superfície.
O topo do bloco é usinado plano. O topo do bloco é unido por parafusos ao cabeçote do
cilindro. O topo do bloco permite a passagem de óleo, para a lubrificação do motor, e de
água (ou ar), para seu resfriamento. Passagens de fluido de resfriamento são também
encontradas através de todo o bloco, chamadas camisas de água. Por um furo feito na parte
inferior do bloco passa o eixo de manivelas. Um outro furo feito no bloco abriga o eixo de
comando das válvulas de admissão e exaustão.
O cárter é a parte inferior do bloco. O cárter abriga o eixo de manivelas e também, em
alguns casos, o eixo de comando das válvulas. O cárter também serve como um reservatório
de óleo lubrificante.
O eixo de manivelas, também conhecido como virabrequim, é responsável por converter o
movimento vertical do pistão em movimento de rotação. O eixo de manivelas gira no interior do
cárter. O eixo de manivelas é projetada de acordo com o número de cilindros do motor. O eixo
Capítulo 1 - Fundamentos do Funcionamento de Motores 7

de manivelas apresenta partes descentralizadas, onde as bielas são fixadas, que determinam
a distância entre o ponto morto superior e o ponto morto inferior. O eixo de manivelas também
apresenta contrapesos para evitar o surgimento de vibrações. O eixo de manivelas comanda o
movimento do eixo de comando das válvulas. Figura 1.9 mostra um eixo de manivelas e o
bloco de um motor. Figura 1.10 mostra a localização de um eixo de manivelas em um motor.

ASSENTAMENTO DO CABEÇOTE
FURO PILOTO
CILINDRO

BLOCO DO MOTOR

CAMISA DE ÁGUA
PISTÃO

CÁRTER
FURO PARA O EIXO DE
BIELA COMANDO DE VÁLVULAS

MANCAL
PRINCIPAL EIXO DE MANIVELAS

Figura 1.8- Bloco do motor.

CONTRAPESOS

CONEXÃO DO
VOLANTE

Figura 1.9- Bloco de um motor de quatro cilindros e árvore de manivela.


A biela é a peça que transmite o movimento do pistão e a potência gerada pela combustão
ao eixo de manivelas durante a expansão. A biela também permite movimento ao pistão
durante os processos de exaustão, admissão e compressão. A biela consiste de uma haste
com dois furos nos extremos. É conectada ao pistão através de um pino que passa através do
furo menor. O furo maior é constituido por um mancal fixado por parafusos, que envolve um
dos pinos excêntricos do eixo de manivelas. Figura 1.11 mostra os detalhes de uma biela.
Capítulo 1 - Fundamentos do Funcionamento de Motores 8

BLOCO DO
MOTOR

EIXO DE
MANIVELAS

CÁRTER

Figura 1.10- Localização da árvore de manivelas no motor.

Figura 1.11- Biela.

PISTÃO

PINO

BIELA

MOVIMENTO
DA BIELA

Figura 1.12- Pistão e biela.


Capítulo 1 - Fundamentos do Funcionamento de Motores 9

Os pistões transferem a potência gerada pela combustão para a biela e à ao eixo de


manivelas. Os pistões são unidos às bielas através de pinos, e o contato com a parede lateral
do cilindro é feito através de anéis. O topo do pistão é a parte mais exposta ao calor e à
pressão da combustão. O formato do topo do pistão combina com a geometria do cabeçote do
cilindro para formar a câmara de combustão. O topo do pistão pode ser reto, côncavo, convexo
ou apresentar outra geometria dentro de uma variedade, sempre visando facilitar o processo
de combustão. Os pistões apresentam ranhuras laterais para abrigar os anéis. Um furo radial é
feito para o pino que une o pistão à biela. A parte inferior do pistão é chamada saia do pistão.
Os pistões são normalmente feitos de ferro fundido ou de ligas de alumínio. Figura 1.12 ilustra
detalhes da conexão de um pistão com a biela.
Em motores de dois tempos, o pistão é de destacável importância no processo de lavagem.
No desenho da Fig. 1.3, o objetivo é produzir o processo de lavagem no cilindro com duas ou
mais janelas de admissão direcionadas para o lado do cilindro distante da janela de exaustão,
mas através de um pistão com o topo plano (lavagem em “loop”). Na Fig. 1.13, outros arranjos
de lavagem em “loop” são mostrados. A vantagem deste tipo de lavagem é a disponibilidade
de uma câmara de combustão compacta acima do pistão de topo plano, que permite um
processo de combustão rápido e eficiente. Um pistão para este tipo de motor é mostrado na
Fig. 1.14.

Figura 1.13- Arranjos de lavagem “loop”.


Capítulo 1 - Fundamentos do Funcionamento de Motores 10

Figura 1.14- Pistões de lavagem transversal (esquerda e centro) e de lavagem “loop” (direita).

O processo original de lavagem é o transversal. Um projeto de um defletor moderno é


ilustrado na Fig. 1.15. Apresenta boas características de lavagem em cargas parciais e tende a
fornecer boas características a baixas velocidades e baixas potências. Sob cargas plenas a
eficiência de lavagem não é boa e, combinada com uma câmara de combustão não compacta
preenchida com protuberâncias defletoras expostas, o motor apresenta uma potência
específica baixa e elevado consumo de combustível. Um projeto de motores com lavagem
transversal que não apresenta desvantagens de lavagem em plena carga é o tipo mostrado na
Fig. 1.16. Um pistão para este projeto é o da esquerda, na Fig. 1.14. Contudo, o cilindro não
apresenta a mesma simplicidade de manufatura daquele do pistão convencional do centro da
Fig. 1.14.

EXAUSTÃO

ADMISSÃO

ARRANJO PLANO
DA JANELA

Figura 1.15 – Pistão defletor de motor com lavagem transversal.


Capítulo 1 - Fundamentos do Funcionamento de Motores 11

EXAUSTÃO

ADMISSÃO

ARRANJO PLANO
DA JANELA

Figura 1.16 – Pistão defletor não convencional de motor com lavagem transversal.

O processo de lavagem com escoamento unidirecional é o mais eficiente para motores de


dois tempos. O esquema básico é mostrado na Fig. 1.17 e, fundamentalmente a metodologia é
iniciar preenchendo o cilindro com mistura fresca em uma extremidade e remover o gás de
exaustão da outra extremidade. O movimento rotacional do ar é efetivo em promover ba
combustão em uma configuração diesel. Sua aplicação para motores com ignição por centelha
envolve complexidades mecânicas, não sendo vantajosa devido aos elevados custos.

CAMES CAMES

VÁLVULAS

EXAUSTÃO ADMISSÃO

ADMISSÃO EXAUSTÃO

Figura 1.17 – Dois métodos de lavagem unidirecional em motores de dois tempos.


Capítulo 1 - Fundamentos do Funcionamento de Motores 12

Existem projetos de motores de dois tempos em que a lavagem não emprega o cárter como
uma bomba de ar, mas um equipamento externo como um soprador do tipo Roots ou um
soprador centrífugo acionado pelo eixo de manivelas. Neste caso, a utilização conjunta de um
turbocompressor é mais eficiente termodinamicamente, onde a energia de exaustão dos gases
de saída da turbinas são disponíveis para acionar o compressor de ar. Figura 1.18 mostra um
arranjo em que o motor apresenta um soprador e uma turbina. O soprador é utilizado como
auxiliar na partida e para suplementar ar sob baixas cargas e velocidades, e a turbina
empregada como a principal unidade de suplemento de ar sob elevados níveis de torque e
potência em qualquer velocidade. Este motor demonstra economia de combustível e baixos
níveis de emissões de hidrocarbonetos não queimados, monóxido de carbono e óxidos de
nitrogênio, em comparação com um motor equivalente de quatro tempos.

INJETOR DE
COMBUSTÍVEL
JATO DE
SOPRADOR COMBUSTÍVEL
ROOTS

TURBOCOMPRESSOR

ANEL
CORREIA DO
SOPRADOR

Figura 1.18 – Motor de dois tempos com supercompressor e turbocompressor.


Os anéis do pistão, também denominados anéis de segmento, são fixados em ranhuras
feitas na laterais dos pistões, na parte superior. Os pistões geralmente apresentam três
segmentos de anéis. Os dois anéis superiores têm a incumbência de evitar perdas da potência
gerada na combustão e impedir a passagem da mistura ar-combustível para o cárter através
do espaçamento entre o pistão e o cilindro. O terceiro anel tem a tarefa de selar a passagem
de óleo do cárter para a câmara de combustão. Os anéis apresentam uma separação, que
permite sua montagem no pistão e lhes dá uma tendência a se abrirem, pressionando-os
contra a parede do cilindro e melhorando a vedação. Anéis de um pistão são mostrados na
Fig. 1.19.
O cabeçote do cilindro é parte do motor que cobre o bloco. Na superfície inferior do
cabeçote do cilindro são encontradas cavidades na direção dos cilindros que formam com o
topo dos pistões as câmaras de combustão. No cabeçote também se localizam as velas de
ignição, para o caso de motores a gasolina, e os bicos injetores de combustível, para o
caso de motores diesel. O cabeçote também contém aberturas chamadas janelas de
admissão e janelas de exaustão. Através das janelas de admissão a mistura ar-combustível,
Capítulo 1 - Fundamentos do Funcionamento de Motores 13

para motores a gasolina, ou ar simplesmente, para motores diesel, é admitida(o) para o


cilindro. A mistura queimada deixa o cilindro através da janela de exaustão. No cabeçote do
cilindro também encontram-se furos destinados a guiar o movimento das válvulas de
admissão e exaustão. As superfícies das janelas de admissão e exaustão são usinadas de
maneira a assentar as válvulas, garantindo que a passagem de mistura seja lacrada quando
as válvulas estão fechadas.

ANEL DE COMPRESSÃO
SUPERIOR

SEGUNDO ANEL CONJUNTO DE ANÉIS


DE COMPRESSÃO PARA CONTROLE DA
PASSAGEM DO ÓLEO

PISTÃO

Figura 1.19- Anéis de segmento.


Uma placa fina de metal, chamada gaxeta, é colocada na junção entre o cabeçote do
cilindro e o bloco do motor para fins de vedação. Gaxetas são também utilizadas nas junções
entre o cabeçote do cilindro e as tubulações de admissão e escapamento. Através da
tubulação de admissão o ar, para o caso de motores diesel, ou a mistura ar-combustível, para
o caso de motores a gasolina, tem acesso ao cilindro. A mistura queimada deixa o cilindro
através da tubulação de escape.
O trem de válvulas consiste das partes que compõem o mecanismo de operação das
válvulas de admissão e exaustão. O trem de válvulas inclui eixo de comando das válvulas,
alças, hastes, braços (balancim), molas e válvulas. As partes presentes em um trem de
válvulas dependem do seu projeto. Figura 1.20 mostra um típico trem de válvulas.

BALANCIM

HASTES
MOLA

LEVANTADOR
VÁLVULAS
EIXO DE COMANDO

Figura 1.20- Trem de válvulas.


Capítulo 1 - Fundamentos do Funcionamento de Motores 14

O eixo de comando das válvulas tem a função de comandar a abertura e o fechamento


das válvulas nos momentos adequados. Consiste de um eixo com partes ovais, chamados
excêntricos ou cames, com as quais as alças fazem contato. O número de cames no eixo é
igual ao número de válvulas. À medida que o eixo gira, os cames deslocam as alças, em um
movimento vertical. O movimento das alças é transmitido através das hastes e braços para as
válvulas. Quando a parte mais protuberante do came, chamada lóbulo, faz contato com a alça,
esta se encontra em sua posição superior, e a válvula atinge sua abertura máxima. As molas
fazem com que as válvulas retornem à sua posição de fechamento. A posição fechada da
válvula corresponde à alça em seu nível inferior, em contato com o prolongamento circular do
came. Figura 1.21 dá ênfase ao movimento do came.
BALANCIM ABAIXADO BALANCIM
LEVANTADO

MOLA

VÁLVULA HASTE
FECHADA

VÁLVULA LÓBULO TOCA LEVANTADOR LÓBULO


ABERTA LEVANTADOR DISTANTE DO
LEVANTADOR

VÁLVULA
VÁLVULA FECHADA
ABERTA

Figura 1.21- Movimento do came.

EXCÊNTRICO
ACOPLAMENTO
SUPORTE
SUPORTE

CAMES
ENGRENAGEM

Figura 1.22- Eixo de comando das válvulas.


O eixo de comando das válvulas pode estar localizada no bloco do motor ou no cabeçote do
cilindro. Quando o eixo de comando das válvulas se localiza no cabeçote do cilindro, o trem de
válvulas não apresenta hastes e braços. Figura 1.22 mostra um eixo de comando das válvulas.
A válvula de admissão abre ou fecha a janela de admissão para a entrada de ar (motores
diesel) ou mistura ar-combustível motores a gasolina) no cilindro. A válvula de exaustão abre
ou fecha a janela de escape para a saída de mistura queimada do cilindro. Os motores de
combustão interna têm, em geral, duas válvulas por cilindro, uma de admissão e uma de
exaustão. Também é comum motores modernos de potência elevada apresentarem quatro
válvulas por cilindro, duas de admissão e duas de exaustão. A válvula de admissão é feita em
Capítulo 1 - Fundamentos do Funcionamento de Motores 15

tamanho maior que a válvula de exaustão. Figura 1.23 mostra válvulas de admissão e
exaustão do tipo “poppet”, utilizadas principalmente em motores de combustão interna de
quatro tempos.

VÁLVULA DE VÁLVULA DE
EXAUSTÃO ADMISSÃO
EXTREMIDADE

RANHURAS

HASTE

FACE

CABEÇA

Figura 1.23- Válvulas de admissão e exaustão.


Em motores de dois tempos, o método mais simples de admitir mistura fresca e expulsar os
gases queimados é pelo movimento do pistão expondo janelas na parede do cilindro. Neste
caso, todos os eventos de abertura das portas são simétricos em relação ao ponto morto
superior e ponto morto inferior. É possível produzir eventos de admissão e exaustão
assimétricos pelo uso de válvulas disco, válvulas “reed” e válvulas “poppet”, permitindo que o
fasamento das janelas correspondam mais precisamente aos eventos de pressão no cilindro e
no cárter, proporcionando ao projetista maior controle sobre a otimização dos sistemas de
admissão e exaustão. Figura 1.24 ilustra o uso de válvulas disco e “reed”. Válvulas “poppet”
são de difícil projeto para proporcionar escoamento adequado a motores de dois tempos e são
mais utilizadas em motores de quatro tempos, onde o tempo disponível aos processos de
admissão e exaustão é o dobro em relação a motores de dois tempos.

EXAUSTÃO

VÁLVULA DISCO

VÁLVULA REED

ADMISSÃO

ADMISSÃO

VÁLVULA DISCO VÁLVULA REED

Figura 1.24- Válvulas disco e “reed” para controle da admissão.


TESTE SEU APRENDIZADO

 Defina os seguintes termos: tempo de admissão, tempo de compressão, tempo de


expansão, tempo de exaustão, combustão, potência, ponto morto superior, ponto
morto inferior, bloco do motor, cilindro, virabrequim, cárter, pistão, anéis de
segmentos, biela, cabeçote do cilindro, câmara de combustão, janela de admissão,
janela de escape, válvula de admissão, válvula de escape, trem de válvulas, eixo de
comando das válvulas, came, tubulação de admissão, tubulação de escapamento,
gaxeta.
 Como se dá o início da combustão em motores a gasolina?
 Como se dá o início da combustão em motores diesel?
 O que significa ponto morto superior e ponto morto inferior?
 Qual a função dos contrapesos na eixo de manivelas?
 Explique a função dos anéis de segmentos.
 Quais são os principais componentes de um trem de válvulas?
 Identifique as parte do motor na Fig. 1.25.

Figura 1.25- Identificação das partes do motor.


- Revisão
- Limpeza
- Motor
- Postos e oficinas

Revisão:
01. Saiba a quilometragem para verificação preventiva de cada item no carro
02. Veja o que verificar no carro antes de cair na estrada
03. Após as férias, saiba o que verificar no automóvel
04. Saiba quando o carro precisa de revisão
05. Confira as dicas para cuidar do seu carro 0km
06. Verificar nível de óleo do câmbio evita prejuízos
07. Confira as dicas para trocar pneus com agilidade

Limpeza:
01. Saiba como cuidar da aparência do seu carro
02. Polimento da pintura ajuda a valorizar veículo na venda
03. Evite prejuízos. Nunca lave o motor do carro!
04. Confira a melhor forma de lavar o seu veículo

Motor:
01. Conheça qual é o melhor óleo para o motor
02. Lubrificantes são fundamentais para o motor
03. Saiba evitar e como agir se o motor superaquecer
04. Mantenha o motor sempre bem regulado
05. Preserve o motor do seu carro com os filtros
06. Aprenda a corrigir a "batida de pino" do motor
07. Evite prejuízos. Nunca lave o motor do carro!

Postos e oficinas:
01. Cuidado: não seja enganado pelo frentista
02. Gaste menos escolhendo uma boa oficina mecânica
03. Dicas para você reconhecer peças falsificadas

Saiba a quilometragem para verificação preventiva de cada item no carro:


. Ar-condicionado
. Arrefecimento
. Bateria
. Câmbio
. Escapamento
. Freios
. Injeção eletrônica
. Lubrificação
. Motor
. Rodas / Pneus
. Sistema elétrico
. Suspensão
. Velas
. ar-condicionado
- A pressão do gás refrigerante do ar-condicionado deve ser verificado a cada 20 mil quilômetros.
- Ligue o equipamento uma vez por semana para manter suas peças lubrificadas.

. arrefecimento
- O arrefecimento do motor é outro ponto a ser observado na manutenção do carro.
- Verifique toda semana, com o motor frio, o nível do líquido no reservatório ligado ao radiador. Para completar o nível, use 2/3
de água filtrada e 1/3 de aditivo.
- Uma vez por ano, deve-se substituir todo o líquido de refrigeração e limpar o sistema numa oficina.
- Com essas dicas, o motor do seu carro estará sempre funcionando bem.

. bateria
- A bateria é um elemento crucial para o funcionamento do carro.
- Você deve verificar toda semana com o carro frio o nível de água. Trabalho dispensável para as baterias seladas, que não
precisam de água.
- Para completar o nível, utilize somente água destilada. Nunca coloque qualquer outro tipo de líquido. Complete de forma que
as placas de chumbo fiquem totalmente cobertas, mas sem transbordar.
- Mantenha os pólos limpos.
- Evite deixar as luzes acesas, ou o rádio funcionando com o motor desligado, pois pode descarregar a bateria.
- Ao instalar equipamentos que necessitem de muita energia, como rádio mais potente ou ar-condicionado, redimensione o
sistema elétrico de maneira que ele suporte o aumento de energia.

. câmbio
- O nível de óleo do câmbio precisa ser verificado aos 25 mil quilômetros.
- A troca completa deve ser realizada a cada 50 mil quilômetros, conforme recomendação do fabricante.
- Evite apoiar o pé sobre o pedal da embreagem, pois provoca desgaste das peças, como rolamentos e discos de embreagem.
- Manter o carro numa subida, usando o pedal da embreagem e do acelerador, aumenta o consumo de combustível e gasta o
disco e platô.

. escapamento
- O escapamento deve ser verificado a cada 20 mil quilômetros.
- Os fixadores e abraçadeiras devem ser revisados periodicamente.
- Lave a parte de baixo do carro somente com água e sabão neutro, para não ressecar as borrachas.

. freios
- Os freios são itens importantíssimos para a segurança do seu veículo. Cuidando deles, você evita acidentes e garante maior
vida útil para o seu carro.
- O primeiro ponto a observar é o nível do fluido de freio. Ele deve ser verificado todas as semanas e, se necessário, deverá ser
completado com fluido da mesma marca.
- Recomenda-se a sua substituição anualmente.
- Se quando você pisa no pedal do freio, ele faz barulho, isso pode significar pastilhas gastas. Os discos estarão sendo
arranhados.
- Verifique o estado das pastilhas a cada 10 mil quilômetros.
- As lonas devem ser trocadas entre 25 mil e 40 mil quilômetros. Nesse tempo, os tambores também devem ser checados.
- Não pise no freio de forma brusca, procure pisar progressivamente e com antecedência. Utilize os freios com uma marcha
engatada, para evitar desgaste das pastilhas e discos.

. injeção eletrônica
- A cada 40 mil quilômetros deve-se limpar os bicos da injeção eletrônica porque a sujeira presente no combustível pode
entupir o sistema, aumentando o consumo e piorando o desempenho do motor.

. lubrificação
- A lubrificação é um dos elementos principais na preservação do motor. É preferível utilizar o óleo indicado pela montadora no
manual do veículo.
- O nível de óleo deve ser verificado uma vez por semana com o carro frio. Ele precisa estar entre o mínimo e o máximo da
vareta do medidor. Quando completar o nível, é importante usar o mesmo tipo e marca de óleo que estiver sendo usado no seu
carro.
- A troca completa do óleo sintético deve se realizar no prazo recomendado pelo fabricante do produto, geralmente entre 20
mil e 25 mil quilômetros. Sempre que fizer essa troca, o filtro de óleo também deve ser substituído.
- A cada troca de óleo, limpe o filtro de ar, que deve ser substituído depois de 10 mil quilômetros.

ADITIVOS
- Utilizar corretamente os vários tipos de aditivos, na hora de abastecer o tanque de combustível ou trocar o óleo do motor, é o
segredo para que os proprietários de veículos consigam reduzir os gastos com sua manutenção, melhorar o desempenho do
motor e economizar em consumo e troca de peças. Aditivo não é supérfluo. É uma forma de manutenção preventiva.
- Eles agem diretamente sobre as causas do desgaste excessivo de peças e componentes dos veículos, como a formação de
depósitos no sistema de lubrificação e de admissão de combustível, falhas na lubrificação (especialmente em partidas a frio)
etc. Além disso, os aditivos promovem economia de combustível e diminuem a emissão de poluentes.
- Eles têm, como principal função, manter e restaurar as condições originais dos sistemas mecânicos, garantindo que continuem
funcionando em sua melhor faixa de desempenho. A utilização de aditivos no sistema de refrigeração evita a corrosão do
sistema de arrefecimento e também melhora o consumo.

. motor
- A vida útil do motor de um automóvel depende diretamente do cuidado que você tem com a sua manutenção.
- O filtro de combustível precisa ser trocado entre 30 mil e 50 mil quilômetros.
- Veja também as correias dentada, do alternador, da bomba d'água, da direção hidráulica e do ar-condicionado a cada 20 mil
quilômetros. Elas devem ser substituídas entre 40 mil e 50 mil quilômetros.
- Verifique as mangueiras do combustível sempre que possível e troque-as quando estiverem ressecadas, trincadas ou folgadas.

. rodas / pneus
- Elementos essenciais para a sua segurança e da família, os pneus e rodas do seu carro devem estar sempre em boas condições
de uso.
- O tipo dos pneus que equipam o seu veículo devem obedecer à indicação que vem no manual do proprietário.
- A cada duas semanas, ou antes de viajar, os pneus precisam ser calibrados ainda frios. Complete com a pressão correta
indicada para os pneus, que vem impressa no manual do carro e nas tabelas específicas. Verifique também o estepe.
- O uso da tampinha na válvula de ar de cada pneu é fundamental para evitar que o bico receba impurezas.
- O momento ideal para a troca dos pneus é quando a marca de desgaste, um triângulo ou as letras TWI impressas na lateral
deles, são atingidas.
- Deve-se fazer o rodízio a cada 10 mil quilômetros, além do alinhamento de rodas e direção.
- Para os pneus radiais, o rodízio deve ser em linha reta. Os traseiros trocam de posição com os dianteiros, ou seja, o da
esquerda com o mesmo lado e o da direita com o seu equivalente.
- Para os pneus diagonais ou normais, o rodízio é em forma de X, ou seja, os traseiros trocam de lado com os dianteiros, que
passam em linha reta para os traseiros, sem alternar os lados.
- As rodas devem ser balanceadas após o rodízio, ou sempre que você substituir pneus.

. sistema elétrico
- A parte elétrica do seu veículo é muito delicada. Cuidando do sistema, você não corre o risco de parar no trânsito.
- Fique atento na altura dos faróis alto e baixo. Mantenha-os sempre regulados.
- Confira se todas as luzes acendem, pois a falta de uma delas pode diminuir a sua segurança e resultar em multa.
- No caso de um fusível queimado, substitua-o por outro de mesma amperagem.

. suspensão
- A suspensão também merece a sua atenção.
- Faça uma revisão completa dos eixos, molas, rolamentos, pivôs, terminais, juntas homocinéticas, coxins, bandejas, batentes e
buchas a cada 40 mil quilômetros.
- Os amortecedores devem ser substituídos nesse mesmo período.
- Se você pressionar o carro para baixo, ele deve subir uma vez e parar. Senão, os amortecedores estão sem função.

. velas
- As velas também são importantes para o bom funcionamento do motor.
- Substitua as de cobre a cada 15 mil quilômetros e as de prata ou eletrodos múltiplos depois de 30 mil quilômetros. As mais
recentes de platina precisam ser trocadas apenas a cada 60 mil quilômetros.
- Ao fazer essa substituição, verifique também os cabos de velas.
- Problemas de perda de potência, geralmente são ocasionados pelas velas, que devem estar sempre reguladas.
Verificar nível de óleo do câmbio evita prejuízos
Os descuidos do motorista com o câmbio têm efeitos colaterais muito fortes: os prejuízos causados pela danificação das delicadas
peças da caixa de marchas. Geralmente, os custos destes componentes são bastante elevados. Para evitar dores-de-cabeça e um
buraco no orçamento, basta ficar atento a hora certa de substituir o lubrificante do sistema de transmissão, além de trocar as
marchas sem trancos e pisar no pedal de embreagem até o fim do curso durante as mudanças de marchas. Com o tempo de uso, as
engrenagens da caixa de mudanças sofrem desgastes e o óleo perde a viscosidade e suas propriedades aditivas, deixando de
cumprir a sua função lubrificante.
Por isso, o nível de óleo do câmbio precisa ser verificado numa oficina especializada aos 25 mil quilômetros. A troca completa
do lubrificante deve ser realizada a cada 50 mil quilômetros, conforme recomendação do fabricante. Passar do prazo pode
ocasionar o surgimento de ruídos e, em situações mais graves, a transmissão pode até quebrar. Já nos câmbios automáticos, a
verificação do nível de óleo pode ser feita por meio de uma vareta, similar à usada para medir o nível de óleo do cárter. O
compartimento está atrás do motor. Os manuais recomendam a checagem desse nível a cada 20 mil quilômetros. Mas
recomenda-se uma freqüência maior, pois o sistema pode ter vazamentos imprevistos.
Saiba quando o carro precisa de revisão
Excesso de oscilação da carroceria e chiados durante a frenagem podem ajudar o motorista a identificar onde está a origem dos
problemas no veículo. Porém, nem tudo pode ser feito na garagem. Se o conserto precisar de maior conhecimento técnico ou
ferramental específico, não hesite em consultar uma oficina. Verifique abaixo os itens que devem ser observados com maior
freqüência no automóvel:
Freios - Ruídos durante a frenagem ou pedal sem firmeza podem indicar problemas. O primeiro ponto a observar é o nível do
fluido de freio. Ele deve ser verificado todas as semanas e, se necessário, deverá ser completado com fluido da mesma marca.
Verifique o estado das pastilhas a cada 10 mil km. As lonas e tambores devem ser trocadas entre 25 mil e 40 mil quilômetros. Se
o veículo tiver mais de 35 mil km ou um ano de uso e a luz do painel acender, o fluido deve ser trocado.
Direção e suspensão -Se o carro "puxar" para um dos lados, calibre os pneus. Se a falha persistir, faça o alinhamento.
Comportamento anormal em curvas, excesso de oscilação da carroceria e barulhos vindos das partes inferiores do carro podem
ser sintomas de problemas com amortecedores, que devem ser substituídos a cada 40 mil km. Se você pressionar o carro para
baixo, ele deve subir uma vez e parar. Senão, os amortecedores estão sem função.
Pneus - Calibre-os a cada duas semanas enquanto estiverem frios, sem se esquecer do estepe. Atente também para o desgaste da
banda de rodagem. O momento ideal para a troca dos pneus é quando a marca de desgaste, um triângulo ou as letras TWI (limite
internacional de segurança) impressas na lateral deles, são atingidas. Se o desgaste for irregular, pode evidenciar problema com a
geometria da suspensão (alinhamento e cambagem).
Velas - Problemas de perda de potência, geralmente são ocasionados pelas velas, que devem estar sempre reguladas. Substitua as
de cobre a cada 15 mil quilômetros e as de prata ou eletrodos múltiplos depois de 30 mil quilômetros. As mais recentes de platina
precisam ser trocadas apenas a cada 60 mil quilômetros. Ao fazer essa substituição, verifique também os cabos de velas.
Confira as dicas para trocar pneus com agilidade
Imprima a lista abaixo com dicas para facilitar a troca dos pneus, tanto pelos homens quanto pelas mulheres. Basta apenas ter um
pouco de jeito e não ter medo de sujar as mãos:
- Parar o veículo no acostamento;
- Colocar o triângulo luminoso a uns 20 metros do veículo e acionar o pisca-alerta do carro;
- Não esquecer de puxar o freio de estacionamento e calçar as rodas;
- Se o pneu furado for o do lado esquerdo, retirar o estepe e deixá-lo em pé, à sua direita. Dessa maneira ele também servirá de
sinalização;
- Apoiar o macaco no assoalho do carro. Cada carro traz indicado na lataria o local em que o equipamento deve ser encaixado;
- Desapertar os parafusos das rodas, sem retirá-los;
- Suspender o veículo o suficiente para que as rodas sejam retiradas;
- Depois de retirar o pneu, colocar o estepe e os parafusos no local, apertando apenas com as mãos;
- Baixar o carro e, em seguida, apertar os parafusos com a chave apropriada. Como as roscas são autotravantes, elas não
precisam de apertos exagerados;
- Lembrar de recolher o triângulo;
- Levar sempre no porta-malas lanterna, triângulo, chave de rodas e um pano para limpar as mãos.
Ar-condicionado
A pressão do gás refrigerante do ar-condicionado deve ser verificado a cada 20 mil quilômetros. Ligue o equipamento uma vez
por semana para manter suas peças lubrificadas.
Arrefecimento
Verifique toda semana, com o motor frio, o nível do líquido no reservatório ligado ao radiador. Para completar o nível, use 2/3 de
água filtrada e 1/3 de aditivo. Uma vez por ano, deve-se substituir todo o líquido de refrigeração e limpar o sistema numa oficina.
Bateria
Você deve verificar toda semana com o carro frio o nível de água. Trabalho dispensável para as baterias seladas, que não
precisam de água. Para completar o nível, utilize somente água destilada. Nunca coloque qualquer outro tipo de líquido. Complete
de forma que as placas de chumbo fiquem totalmente cobertas, mas sem transbordar. Mantenha os pólos limpos. Evite deixar as
luzes acesas, ou o rádio funcionando com o motor desligado, pois pode descarregar a bateria. Ao instalar equipamentos que
necessitem de muita energia, como rádio mais potente ou ar-condicionado, redimensione o sistema elétrico de maneira que ele
suporte o aumento de energia.
Câmbio
O nível de óleo do câmbio precisa ser verificado aos 25 mil quilômetros. A troca completa deve ser realizada a cada 50 mil
quilômetros, conforme recomendação do fabricante. Evite apoiar o pé sobre o pedal da embreagem, pois provoca desgaste das
peças, como rolamentos e discos de embreagem. Manter o carro numa subida, usando o pedal da embreagem e do acelerador,
aumenta o consumo de combustível e gasta o disco e platô.
Escapamento
O escapamento deve ser verificado a cada 20 mil quilômetros. Os fixadores e abraçadeiras devem ser revisados periodicamente.
Lave a parte de baixo do carro somente com água e sabão neutro, para não ressecar as borrachas.
Freios
O primeiro ponto a observar é o nível do fluido de freio. Ele deve ser verificado todas as semanas e, se necessário, deverá ser
completado com fluido da mesma marca. Recomenda-se a sua substituição anualmente. Se quando você pisa no pedal do freio,
ele faz barulho, isso pode significar pastilhas gastas. Os discos estarão sendo arranhados. Verifique o estado das pastilhas a cada
10 mil quilômetros. As lonas devem ser trocadas entre 25 mil e 40 mil quilômetros. Nesse tempo, os tambores também devem ser
checados. Não pise no freio de forma brusca, procure pisar progressivamente e com antecedência. Utilize os freios com uma
marcha engatada, para evitar desgaste das pastilhas e discos.
Injeção eletrônica
A cada 40 mil quilômetros deve-se limpar os bicos da injeção eletrônica porque a sujeira presente no combustível pode entupir o
sistema, aumentando o consumo e piorando o desempenho do motor.
Lubrificação
O nível de óleo deve ser verificado uma vez por semana com o carro frio. Ele precisa estar entre o mínimo e o máximo da vareta
do medidor. Quando completar o nível, é importante usar o mesmo tipo e marca de óleo que estiver sendo usado no seu carro. A
troca completa do óleo sintético deve se realizar no prazo recomendado pelo fabricante do produto, geralmente entre 20 mil e 25
mil quilômetros. Sempre que fizer essa troca, o filtro de óleo também deve ser substituído. A cada troca de óleo, limpe o filtro de
ar, que deve ser substituído depois de 10 mil quilômetros.
Motor
O filtro de combustível precisa ser trocado entre 30 mil e 50 mil quilômetros. Veja também as correias dentada, do alternador, da
bomba d'água, da direção hidráulica e do ar-condicionado a cada 20 mil quilômetros. Elas devem ser substituídas entre 40 mil e
50 mil quilômetros. Verifique as mangueiras do combustível sempre que possível e troque-as quando estiverem ressecadas,
trincadas ou folgadas.
Rodas e pneus
O tipo dos pneus que equipam o seu veículo devem obedecer à indicação que vem no manual do proprietário. A cada duas
semanas, ou antes de viajar, os pneus precisam ser calibrados ainda frios. Complete com a pressão correta indicada para os pneus,
que vem impressa no manual do carro e nas tabelas específicas. Verifique também o estepe. O uso da tampinha na válvula de ar
de cada pneu é fundamental para evitar que o bico receba impurezas. O momento ideal para a troca dos pneus é quando a marca
de desgaste, um triângulo ou as letras TWI impressas na lateral deles, são atingidas.
Deve-se fazer o rodízio a cada 10 mil quilômetros, além do alinhamento de rodas e direção. Para os pneus radiais, o rodízio deve
ser em linha reta. Os traseiros trocam de posição com os dianteiros, ou seja, o da esquerda com o mesmo lado e o da direita com o
seu equivalente. Para os pneus diagonais ou normais, o rodízio é em forma de X, ou seja, os traseiros trocam de lado com os
dianteiros, que passam em linha reta para os traseiros, sem alternar os lados. As rodas devem ser balanceadas após o rodízio, ou
sempre que você substituir pneus.
Sistema elétrico
Fique atento na altura dos faróis alto e baixo. Mantenha-os sempre regulados. Confira se todas as luzes acendem, pois a falta de
uma delas pode diminuir a sua segurança e resultar em multa. No caso de um fusível queimado, substitua-o por outro de mesma
amperagem.
Suspensão
Faça uma revisão completa dos eixos, molas, rolamentos, pivôs, terminais, juntas homocinéticas, coxins, bandejas, batentes e
buchas a cada 40 mil quilômetros. Os amortecedores devem ser substituídos nesse mesmo período. Se você pressionar o carro
para baixo, ele deve subir uma vez e parar. Senão, os amortecedores estão sem função.
Velas
Substitua as de cobre a cada 15 mil quilômetros e as de prata ou eletrodos múltiplos depois de 30 mil quilômetros. As mais
recentes de platina precisam ser trocadas apenas a cada 60 mil quilômetros. Ao fazer essa substituição, verifique também os cabos
de velas. Problemas de perda de potência, geralmente são ocasionados pelas velas, que devem estar sempre reguladas.

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