Você está na página 1de 24

Ano iX • nº 21 • dezembro de 2010

Plasticultura é alternativa
para cultivos que necessitam
condições especiais
PÁGINAS 6 a 8

Triste realidade no País, o êxodo rural Deputado Estadual Giovani Cherini é o novo
deixa marcas no campo e nas cidades. presidente da Assembleia Legislativa do RS.
Confira dados do IBGE e saiba as Ele concedeu entrevista exclusiva à Letras
estatísticas sobre o fenômeno da Terra no sexto dia após assumir o cargo
Páginas 9 a 11 Páginas 12 e 13
E o ano letivo
começou!
editorial

Publicação trimestral da
Associação Gaúcha dos Professores
Técnicos do Ensino Agrícola - AGPTEA

Dir e t o r i a a g p t e a
presidente
Fritz Roloff
vice-presidente administrativo
Aldir Antônio Vicente
vice-presidente de assuntos educacionais
Danilo Oliveira de Souza
vice-presidente de assuntos sociais
Sérgio Luiz Crestani
secretário geral
Élson Geraldo de Sena Costa
primeiro secretário
Denise Oliveira da Silva
Zsuzsanna Kilian
tesoureiro geral
Carlos Fernando

Desenhando o mapa do
Oliveira da Silva
primeiro tesoureiro
Jéferson Luciano

ano letivo
Novaczyk de Souza
conselho fiscal
Francisco Rosa Pereira Neto
Márcio Henriques dos Santos
Celito Lorenzzi
conselho fiscal / suplentes
Cada dia que nasce traz em sua claridade ti­­go sobre como elaborar um plano de curso
Ayrton Cruz
Vanderlei Gomes da Silva as possibilidades, as oportunidades de que ele totalmente renovado.
Adélia Schlumpf
possa ser grande o suficiente para tornar-se Dois outros assuntos explorados são a plas­
r ed a ç ã o
contatos ines­­­quecível. Este, pelo menos, é o desejo das ­ti­­cultura e o êxodo rural, este último a partir
51 3225.5748
51 9249.7245 pessoas entusiasmadas, dispostas a dedicar- da reportagem de uma nova colaboradora da
letrasdaterra@agptea.org.br
jornalista responsável
se de corpo e alma a tudo o que vivem. Meta- pu­­­­blicação, a jornalista Silvia Regina de Olivei­
Dóris Fialcoff - MtB 8324
foricamente, o início de um ano letivo é sem- ­­ra Machado. Ela foi buscar informações para
capa
Foto de Gilmar Schafer pre um novo amanhecer, em que os corações responder à pergunta: o êxodo rural aumentou
Casa de vegetação em formato
capela, construída em madeira, miram o futuro com esperança e vontade. Não ou diminuiu?
para a produção de mudas de
flores e plantas ornamentais. é preciso ter receio de ser piegas, vale a pena O professor de Ensino Agrícola aposentado
revisão
Fritz Roloff desistir das amarras e ser, sim, um idealista. Ronald Luiz Spindler, sócio da AGPTEA desde
Comercial
Ainda mais quem tem uma das mais edifican- 1969, empresta suas emoções ao artigo O baú
Luiz Carlos Wainstein
51 9246.1259 tes entre as missões: a de educador. O ar pro- das joias e de algumas lágrimas: as pequenas
comercial@agptea.org.br
fessoral não é um exagero se vier acompa- grandes lembranças. Ele faz um passeio pelas
Projeto gráfico & edição gráfica
nhado de paixão, requisito fundamental para reminiscências herdadas da sua carreira e do
Evaldo Farias Tiburski (Tiba) quem optou pela profissão que rima com cons- cenário do qual fez parte.
51 9102.4815
impressão
trução. E uma que nunca será definitiva, pois E já nesta primeira edição de 2010 está
Comunicação Impressa nem precisará de mágica para evoluir junto sendo noticiada a data de realização do Encon-
51 3212.6011
Tiragem desta Edição com os ponteiros do relógio. tro Estadual de Professores, que este ano será
4 mil exemplares
É neste espírito que o número 21 da revista em Porto Alegre e Viamão, para ho­­­­menagear
Letras da Terra chega até você, professor, que à centenária EETA.
ainda pode estar lapidando o seu planejamento Um feliz volta às aulas e boa leitura!
pedagógico. Para auxiliá-lo, a mestre em Ciên-
Av. Getúlio Vargas, 283 cias da Educação e supervisora educacional
Fone/Fax 51 3225.5748 Dóris Fialcoff
Menino Deus - 90150-001 Lúcia Regina Rambo Szekut escreveu um ar­­ Editora
Porto Alegre - Rio Grande do Sul
adm@agptea.org.br
www.agptea.org.br 3
ensino agrícola

ETEC inicia ano letivo com melhorias


fotos: Arquivo ETEC
A Escola Técnica Estadual Celeiro portão de entrada, e foram reformados a
(ETEC), de Bom Progresso, está fazendo sede administrativa e demais prédios.
por merecer os bons augúrios do nome da “Com as melhores condições dos alo­
ci­­­­dade que a abriga. Afinal, mal 2010 co­­ jamentos, ampliamos o número de vagas
­­me­­­çou e já tem ações importantes concluí­ para o curso técnico. Isso possibilitou a for­
­das. O diretor Jacques Douglas Konzen ­­mação de um quadro efetivo de pro­­­fes­
in­­­forma que os prédios de alojamento fo­­ ­­so­­­res, bem como viabilizou a ênfase nas
ram reformados, oferecendo melhores con- aulas práticas, visando a melhor qua­­­­li­­­
dições de internato. “Conseguimos restau­ fi­­­cação profissional dos alunos”, come-
rar os banheiros, sanitários e chuveiros, mora Konzen, garantindo que este ano os
e também foram divididos os dormitórios. esforços nas aulas práticas e no acompa-
Parte da fachada da escola
Agora os alunos têm quartos menores com nhamento dos estagiários serão bem in­­­­
armários, para no máximo oito pessoas”, tensificados. o diretor. “Um dos pontos positivos da
se orgulha o dirigente, acrescentando que ETEC é o trabalho em equipe dos profes­
ainda foram feitas obras em outra casa, sores e funcionários, e de toda a comu­
Inserção social
tam­­­bém utilizada como moradia, e em mais nidade escolar.”
um prédio, onde agora, pela primeira vez, A instituição de ensino mantém um
tem vagas femininas. óti­­­mo relacionamento com a comunidade
Novo curso
Além disso, a instituição está investin­ onde está inserida. “O desempenho da
­­do na restauração do reservatório de nos­­­sa escola é bom, visto que na região A mais recente vitória da ETEC foi a
água, revestindo-o com fibra de vidro para Celeiro é a única técnica agrícola e, no mo­­ aprovação em 2010 do curso de especia-
resolver problemas de vazamento e des- ­­mento do estágio, nossos alunos estão sen­ lização em Bovinocultura de Leite – No
perdício. ­­­do recebidos com entusiasmo nas diversas eixo tecnológico Recursos Naturais, de
E o embelezamento da escola também empresas. A maioria, inclusive, está ga­­­­ran­ 360 horas/aula. A implantação está pre-
está entre as melhorias. Foi construído um ­­­tindo o seu futuro emprego”, se empolga vista para o segundo semestre.

Escola aposta na continuidade dos projetos que desenvolve


A Escola Técnica Estadual Celeiro (ETEC), de Bom Progresso, tem por filoso- das Nascentes dos Rios. Em função disso, a instituição desenvolve o Sistema
fia sempre que possível dar sequência aos projetos desenvolvidos pelos alunos, Agroflorestal além dos 50 metros de raio da nascente.
sob orientação dos professores. Isso ocorre tanto na área técnica quanto nas Captação de água e uso racional no sistema de gotejo – Envolve a captação
turmas de ensino regular. “Não tem importância se o grupo que começou já não e o armazenamento da chuva como água potável. Além de abastecer a um baixo
estuda mais na escola. O que de fato se pretende é dar continuidade para que custo, tem a capacidade de repassar às comunidades a responsabilidade de
a cada ano os trabalhos e estudos possam ser aprofundados, modificados e gerenciar seu próprio abastecimento.
aperfeiçoados, obtendo assim mais e melhores resultados nos seus propósitos”, Aquecimento solar da água – Tem o objetivo de mostrar a possibilidade de
revela o diretor. conciliar preservação do meio ambiente e economia de energia (elétrica e de
Entre os principais projetos desenvolvidos na ETEC estão os citados a seguir – recursos naturais), proporcionando maiores benefícios pela construção de cole-
todos foram apresentados na Mostra Estadual de Projetos de Escolas Técnicas e tores de aquecimento, fazendo uso de materiais recicláveis. Iniciou em 2007,
na Agrofeira. Confira. com pesquisas, estudo e levantamento de dados, e tem continuidade para ins-
Agrofloresta: recuperação e preservação da mata ciliar – Realizado na área talação e implantação em maior escala hoje na escola. A perspectiva é que a
de Recursos Naturais, tem como objetivo sensibilizar a comunidade escolar e em ideia se estenda e seja explorada também pela população.
geral para a tomada de consciência sobre a necessidade de preservação ambien- Produção Artesanal de Produtos de Limpeza – Neste projeto, de maneira
tal. Envolve a recuperação da mata ciliar no perímetro que circunda a nascente simples e fácil, são utilizados recursos naturais, como plantas medicinais, frutos
do Rio Pessegueiro, para que o ecossistema, a médio e longo prazos, seja capaz e sementes. Na elaboração de alguns dos itens também estão sendo utilizadas
de recuperar-se com equilíbrio para que a flora e a fauna regenerem-se de forma sobras da cozinha (óleo de frituras e cinzas), evitando que estes sejam despeja-
natural. Os resultados podem contribuir na disponibilidade de água de boa qua- dos no meio ambiente.
lidade da presente e das futuras gerações, bem como para poder mostrar também Fitoterapia animal – Trabalho idealizado como alternativa sustentável no con-
à população em geral o quanto é importante, fácil e eficaz obedecer à legislação trole da sanidade animal, utilizando plantas bioativas e reduzindo os custos de
vigente quanto à Área de Proteção Permanente (APP), responsável pela Proteção produção na área de Bovinocultura de Leite.

4 março de 2010
Vista aérea da ETEC

escola, sempre investindo em máquinas,


Comunidade escolar da ETEC
equipamentos e animais, primando à qua-
Funcionários | 15 lificação profissional.
Professores técnicos | 11 Konzen, que se graduou em Geografia
Professores do núcleo comum | 12 na Unijui em 2003, orgulha-se de ter ex­­­pe­
Alunos | 259 ­­­­riência na área agrícola, já que possui uma
Alunos internos | 120, sendo que 12 propriedade rural em Miraguaí. “Isso me
são meninas deu segurança para, junto com minha
equipe, dirigir a escola quando o diretor
Cas­­­telli se aposentou, em abril de 2009”,
O novo diretor Aluno da escola apresentando projeto sobre agrofloresta na
assegura o dirigente. MEP
A história de Jacques Douglas Konzen,
eleito diretor da ETEC em outubro de 2009
com 96,15 % dos votos, é peculiar. Ele
era funcionário, mais precisamente Agente
Educacional I, da área de manutenção e
infraestrutura. Há três anos foi convidado
para trabalhar como inspetor de disciplina,
mas ocupou o cargo por apenas dois me­­
­ses, antes de ser transferido para o depar-
tamento Financeiro e, posteriormente,
para o RH da 21ª CRE. Após seis meses,
foi convidado pelo então diretor, Clóvis
Castelli, para retornar à escola como vice-
diretor, coordenando os setores de inter-
nato e de produção, principalmente o de
Pecuária. Em um trabalho conjunto com
os professores e funcionários, ele conse-
guiu, em dois anos, sanar as contas da

Horta da ETEC

5
capa

Plasticultura é alternativa para cultivos que ne


Como o nome já dá pistas, plasticultura Schäfer, o termo “cultivo em am­­biente pro-
é o cultivo agrícola auxiliado por plásticos. tegido” é o mais usado atualmente, e inclui
O que logo vem à cabeça são as estufas, e as estufas, os telados e os túneis agrícolas.
está correto, porém, o uso do material é “Este tipo de prática é indicada para cul­
bem mais abrangente na atividade. Se­­­gun­ turas que necessitem de condições espe­
­­do o engenheiro agrônomo e professor de ciais, como controle de temperatura, pro­
Floricultura do departamento de Horticultu­ dução fora de época e isolamento de pra­
­ra e Silvicultura da Faculdade de Agrono- gas, bem como para cul­­tivos com valor
mia da Universidade Federal do Rio Gran­ de retorno alto. Os ob­­­jetivos são diminuir
­­de do Sul, Gilmar Schäfer, além das estu- o ciclo produtivo, me­­­lhorar a qualidade
fas − nas quais o plástico é utilizado nos do produto e a introdução de novas espé­
for­­­matos de filmes, telas de sombreamen­ cies com exi­­gências climáticas diferen­
­to, telas anti-insetos, filmes para cobertura ciadas”, de­­­talha o engenheiro agrônomo.
do solo, etc. −, ele também é explorado Ele acrescen­­ta que são as situações que
na irrigação (tubos, gotejadores, asperso- definem a téc­­nica recomendada, porém,
res, etc.), na criação animal (comedouros, avisa que, em algumas culturas, os siste-
bebedouros, etc.), no armazenamento (sa­ mas são defi­­ni­­dos por normas, como as
­cos, lonas para silagem, etc.) e na distri- mudas cítricas produzidas no estado de
buição (caixas, sacos plásticos, etc.). São Paulo, as quais, obrigatoriamente,
devem ser cultivadas em ambiente prote-
O cultivo em gido. Em outras situações, o controle de
ambiente protegido condicionantes climáticos é que determina
o uso da técnica, como, por exemplo, para
O objetivo deste método é a produção o morangueiro. “Mas a indicação esbarra
de plantas em um local onde é possível no valor econômico do cultivo, pois o cus­
con­­­di­­­cionar um ou mais fatores ambien- ­­to de produção neste sis­­tema é bem mais
tais, conforme o sistema adotado. Segundo alto”, pondera o professor da UFRGS.
Rogério Fernandes

Kátia Marcon

Produtores supervionando cultivo em estufa Produção de morangos em túnel baixo. Cobertura do Produção de Gerbera de corte na empresa Florist Floricultura,
canteiro com plástico preto em Dois Irmãos, no RS

Diferenças entre túneis e estufas Quando utilizar estufas As estufas


Túneis - Estruturas normalmente semicirculares, sem a Cristina ensina que as estufas plásticas podem ser A escolha do modelo de estufa
presença de pé direito, classificadas em altos e baixos. opção para: depende do tipo de fator a ser
Túnel baixo - Feito sobre os canteiros, como na produção de Produções na entressafra: controlado, podendo ser casas
morangos.  em casos de precocidade das colheitas; de sombra (telados), casas de
Túnel alto - Mais indicado para plantas de pequeno porte, como  para melhorar o controle de doenças e pragas; vegetação (casas de vegetação
as folhosas. Para as maiores recomenda-se ter no mínimo 2,70  p ara aumentar a produtividade e qualidade de vidro, PVC, polietileno, etc.),
m de altura no centro do túnel. dos produtos; casas de crescimento (fito-
Estufas - Estruturas de madeira, metal, cimento ou mista, com  p ara proteger as plantas contra granizo e trons) e sementeiras ou leitos
pé direito alto, cobertas com materiais transparentes. geadas. de enraizamento.

6 março de 2010
cessitam condições especiais Quando a região
De acordo com a engenheira agrônoma
enfrenta altas
temperaturas

Gilmar Schäfer
e assistente técnica da Regional Porto Ale-
gre da Emater/RS-Ascar, Cristina Schlos- É comum os produtores enfrentarem proble-
smacher Gadea, uma série de hortaliças mas de temperaturas altas no verão, que podem
e flores é cultivada em estufas, pois a prá- chegar facilmente aos 45 graus centígrados den-
tica confere mais qualidade à produção de tro da casa de vegetação. Por isso, Schäfer avisa
mudas. “Para hortaliças, como tomate e ser fundamental atentar para os efeitos constru-
pimentão, o cultivo em estufas tem opor­ tivos dimensionais na hora da elaboração do
tunizado colher em épocas com melhor projeto. Os itens a ser considerados são:
preço de mercado, pois pode-se produzir  Percentual de ventilação: deve ser maior
em períodos que, devido às intempéries, ou igual a 30%. É calculado da seguinte
não seria possível fazê-lo a céu aberto”, forma: % Ventilação = (superfície das jane-
exemplifica. A técnica da Emater diz que las em m2 / superfície da estufa em m2) *
as flores, por serem plantas delicadas e 100. Uma estufa com 9m x 45 m = 405 m2
terem como atributo comercial a beleza, deve ter aproximadamente 123 m2 de janelas.
utilizam amplamente este formato produti­ R  elação de volume de ar (m3) / superfície
­vo. Em olericultura, se destacam o plantio coberta (m2): deve ser maior que 3:1. Isso
de diversas folhosas, como alface, chicó- condiciona a termos um pé direito de no
ria, agrião, rúcula, radite e das hortaliças- mínimo três metros de altura. Para algumas
frutos, como tomate, pimentão, morango, culturas, como a floricultura, recomenda-se
pepino, melão e feijão-vagem. “Além dis­ o uso de estufas com pé direito maior (de
­so, a produção de hortaliças em hidropo­ 4,5m a 5 m).
nia, técnica feita em sistemas de banca­  J anelas zenitais ou de cumeeira: devem
das utilizando a água como meio nutritivo ser utilizadas, pois ajudam na renovação do
para o desenvolvimento das plantas, tam­ ar, diminuindo as temperaturas internas.
bém é executada em estufas plásticas”,  C obertura interna ou externa com telas de
acrescenta Cristina. sombreamento ou reflectivas: deve ser uti-
lizada, uma vez que bloqueiam a radiação
Gilmar Schäfer

solar, diminuindo a temperatura interna.


 Quebra-ventos naturais ou artificiais: a
existência é de fundamental importância para
a proteção das estruturas. Eles devem ser
distanciados no mínimo de 6 m a 8 m das
estufas e ter permeabilidade de 50%.
 Acesso facilitado: organização do espaço
interno para as plantas de uma casa de vege-
tação deve prevê-lo. Porém, a área útil (com
plantas) precisa ter em torno de 70%.
Casa de vegetação de vidro, com sistema de resfriamento e
aquecimento, normalmente usada para pesquisa científica

Tipos de plásticos Como avaliar a posição correta para a estufa


Os plásticos transparentes são utilizados para a Schäfer orienta que a estufa deve ser construída no sentido do maior comprimento com os ventos pre-
construção de estufas com o objetivo de abrigar dominantes da região, para evitar danos mecânicos. Ou seja: se os ventos de maior predominância vie-
sementeiras ou para produzir hortaliças e flores, bus- rem do Sul, o sentido de maior comprimento deve ser Norte-Sul.
cando mais qualidade e produtividade. Em canteiros As recomendações de Cristina quanto à localização das estufas são:
de hortaliças é indicada cobertura com lona preta,  estar em solo nivelado, de textura leve e bem drenado;
para evitar a perda de umidade no solo e como bar-  ter água de boa qualidade e suficiente;
reira para o desenvolvimento de inços. O uso é bas-  ser instalada perto de casa e da energia elétrica;
tante comum na cultura do morango e na produção  estar em áreas bem ensolaradas, em zonas livres de névoa ou cerração (evitar baixadas);
de folhosas, como a alface.  estar longe de estradas poeirentas.

7
capa

O que analisar antes de implantar a plasticultura


Rogério Fernandes
De acordo com Cristina, as pesquisas
comparativas entre produções de horta-
liças com e sem a plasticultura apontam
para um rendimento superior das culturas
em todos os casos em que a técnica foi
empregada.
“Cada produtor deve avaliar se há
mer­­­cado para a cultura que deseja pro­
­du­­zir e também se a produção esperada
cobrirá os custos do investimento”, pre-
vine a técnica da Emater.

Interferências
do clima na técnica

“As variáveis ambientais afetam dire­


t­a­­mente as condições do interior do am­­
­biente protegido, que, por si só, não con­
­se­­gue controlar todas as variáveis climá­
ticas satisfatoriamente”, alerta Schäfer.
Ele destaca que na inexistência de meca-
nismo de controle, as temperaturas se­­­ Estufa com telhado modelo arco

guem uma tendência na qual as mínimas um dos fatores responsáveis pelas mudan- microclima em cultivo protegido.
e as médias são muito similares às exter- ças climáticas dentro da estufa: “O manejo O professor da UFRGS explica que
nas. “As vezes pode haver inversão tér­ do horário de abertura e de fechamento microclimas são variações locais que con-
mica dentro do ambiente protegido, ou das cortinas para a adequada ventilação dicionam um ou mais fatores ambientais.
seja, acontecer geada no interior e fora das plantas é muito importante, assim “Eles podem ocorrer dentro de um am­­­
não. Já as temperaturas máximas são co­­mo a instalação do sistema de irrigação biente protegido se as condições de ins­
superiores dentro do ambiente protegido. adequado (gotejamento e/ou nebuliza­ ­ta­­lações não forem respeitadas, princi­­pal­
Para a radiação solar é em torno de 83% ção)”. Ela informa também que a estrutura ­mente por drenagem mal executada (au­­
da incidente, aumentando-se a radiação da estufa − como comprimento, pé direito ­menta umidade relativa) e por falta de
difusa em 70%”, detalha o professor da alto, ventilação no teto (abertura zenital ni­­­­velamento do terreno, que pode ter de­­
UFRGS. para sair ar quente) e cortinas laterais ­cli­­­ves variando de 0,2% a 0,4%”, deta-
Cristina comenta que a ventilação é móveis −, é premissa para o controle do lha Schäfer.

Parâmetros para a construção de modelos maiores


De acordo com a assistente técnica da Emater, Cristina Schlossmacher Gadea, tente no mercado (entre 8,10m e 12m)
são os seguintes: Comprimento - Varia de acordo com as necessidades do produtor e do sistema
Telhado - Existem diferentes modelos de casas de vegetação, como capela, lon- de produção.
drina, arcos ou duas águas assimétricas. Os mais indicados são os modelos Altura do pé direito - Em geral é de 2,5m a 5m. Para regiões mais quentes são
arcos, uma vez que permitem maior penetração da radiação solar. recomendadas as medidas mais altas
Janelas - Podem ser laterais, frontais ou zenitais Dimensões mínimas - Não existem. O que definirá as dimensões é a capacidade
Portas - São dimensionadas em função das máquinas e dos equipamentos que de investimento do produtor.
serão usados no interior da estufa. Cobertura do telhado - Podem ser utilizados filmes de polietileno de baixa den-
Pé direito - A altura deve ser definida entre a superfície do solo e o início da sua sidade com diversos aditivos, filmes difusores, filmes antigotejo e filmes térmicos.
cobertura. Cobertura das demais áreas da estufa - Deve ser feita com filmes de polietileno
de baixa densidade, malhas e telas de sombreamento.
Dimensões da estufa Materiais para a construção da estrutura - As opções são madeira, ferro gal-
Largura - Deve ser levada em consideração a largura do filme de cobertura exis- vanizado e alumínio.

8
êxodo rural

Êxodo rural: aumentou ou diminuiu? adriana martins


Por Silvia Regina de Oliveira Machado

Jesulmino Dalpian e Jurema Camini Dal-


pian são filhos de agricultores. Nasceram em
um lugarejo, hoje o município de Coqueiro
Bai­­­­­­xo, no Rio Grande do Sul, onde ainda se
cultivam as raízes italia­­nas como o capitel,
São Roque ouve os pedidos e agradecimentos
e a bodega é um es­­pa­­­ço de conversas e jogos
de carta. Casados há quase 50 anos, tiveram
cinco filhos. Os três mais velhos saíram de
ca­­­sa na adolescên­­cia para tentar a vida na
ci­­­dade grande. Mo­­­tivo: falta de perspectivas.
Ainda hoje, Anildo Dalpian, 40 anos, um
dos filhos de Jesulmino e Jurema, lembra
das dificuldades de morar sozinho em uma Uma casa no campo abandonada que já foi o lar de uma família
pe­­ça do restaurante onde trabalhava como
jelle boontje
garçom, profissão que mantém até hoje, em ç­ ão. Essa migração da zona rural para a ur­­
Uma imagem emblemática, que traduz tanto o desespero de
Porto Alegre. “Tenho muita saudade lá de ba­­na, a procura de emprego com boa remu­ quem fica na terra, sofrendo a saudade da família que abandona
fora, sofri muito com a separação da família, ­ne­­ração, normalmente causada por falta de o campo, como de quem se foi, se arrepende e quer voltar
meus pais não acompanharam nosso cresci­ infraestrutura, de qualidade no ensino e até
­mento”, desabafa. mesmo por desastres naturais, chama-se
Segundo Anildo, toda a região perdeu, êxodo rural.
pois não foram só ele e os irmãos que saíram
de lá, mas toda sua geração. “Hoje, quando
vi­­sito o local encontro somente meia dúzia Um pouco da história
de colegas de escola, pois a maioria mora Migração rural não é assunto novo, já na
em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. época da Roma Antiga os escravos começa-
Fi­­­caram somente velhos e crianças”, cons­ ram a substituir os trabalhadores livres no
­ta­­ta. “Gosto muito da vida lá de fora. Se eu campo e estes abandonaram a terra em dire-
ti­­­ves­­­se uma chance de viver do campo, ção às cidades. Na Idade Média, com o sur-
voltaria hoje.” gimento da burguesia, que impulsionou o
Histórias como esta são frequentes por comércio fazendo crescer os grandes centros, procura por melhores condições de vida era
to­­do Brasil, muitas com finais trágicos, pois novamente o êxodo rural aparece. di­­retamente proporcional à expansão das
as cidades não têm como absorver tanta gen­ No Brasil podem ser destacados vários cul­­­turas. O fluxo migratório acontecia sempre
­te. Acaba por aumentar o desemprego, o sub­ episódios. Os ciclos da cana de açúcar, do no sentido Norte e Sul do País, mas, a partir
­­emprego, crescem as favelas e a marginaliza­ ca­­­fé e da borracha são exemplos típicos. A de 1957, com a construção de Brasília, o
êxodo tomou outro rumo: o Planalto Central.
Família Dalpian

Também é importante destacar que na


dé­­­cada de 60, durante o governo de Jusceli­
­no Kubistschek, com a abertura da economia
para o capital internacional, multinacionais
construíram fábricas em diversas cidades
co­­­mo São Paulo, Santo André e Diadema,
fru­­­­­­to da revolução industrial. O resultado foi
o êxodo rural com proporções gigantescas,
o que se estendeu até a década de 80.
Aproxi­­madamente 13 milhões de pessoas
abandonaram o campo e rumaram em dire-
ção aos centros urbanos. Isso equivalia a 33%
da população rural da época, conforme o site
de pesquisa infoescola (www.infoescola.
com). Como as metrópoles não ofereciam
condições sociais aos migrantes, houve
aumento de favelas e cortiços, desemprego,
violência, doenças ligadas à subnutrição,
prostituição e promiscuidade.
O núcleo da família Dalpian, quando consegue se reunir na sua propriedade rural Também não se pode deixar de dizer que

9
êxodo rural

essa migração teve como causa a moderni- Mesmo diante desses fatos, Barboza não

kátia marcon
zação da agricultura, que incentivava as cul- é tão positivo e afirma que ainda há muito
turas de exportação, bem como a mecaniza­ o que caminhar. Declara que já foi pior, mas
­ção no campo. A consequência era a menor o engrossamento dos grandes centros ainda
uti­­lização de mão de obra, forçando os traba­ continua. “O ‘boom’ do calçado no Vale da
­lha­­dores excedentes a procurarem outra for­ Paranhana, micro-região localizada no Vale
­­ma de sustento, a famosa Revolução Verde. do Rio dos Sinos, fez com que os jovens saís­
­sem da terra em massa. As escolas não pre­
param o aluno para ficar no meio rural. O
Qual o papel do
en­­­sino fundamental não valoriza as coisas
ensino nesse contexto?
da terra e sim da cidade, e o ensino técnico
Segundo o professor de Agropecuária e prepara os estudantes para trabalhar como
ex-superintendente da Educação Profissional empregados em cooperativas, empresas
do Rio Grande do Sul, Martim Saraiva Barbo­ produtoras do setor agropecuário ou de ser­
­za, a situação da migração ficou insustentá- viços, prefeituras e entidades como a Ema­
vel. “Só para se ter uma ideia, em 1950 a ter, nunca para voltar à propriedade. Falta
po­­­­­­­pulação urbana era um terço do que é ho­­­je valorizar os projetos escolares, o empreende­
e a rural dois terços. Em 1980, inverteu a ­dorismo”, desabafa.
re­­lação”, comenta. Diante desses dados, al­­ Outra questão que Barboza levanta é o
­gumas medidas começaram a ser tomadas. choque de gerações que ainda persiste, por
Pequenos produtores rurais gaúchos plantando milho
“A partir de 1988, a Educação Profissional isso aconselha: “Pais, deixem seus filhos fa­­
passou a ser resgatada, ganhou um capítulo ­zer experiências na sua propriedade, como nem com uma estrutura funcional comum
na Constituição Federal, teve relevo e isso por exemplo uma lavoura de girassol”. Por a todas as escolas, independentemente do
foi bom, pois o meio agrícola começou a co­­ fim, diz não estar satisfeito com o papel do es­­ seu objetivo pedagógico”.
­brar ações do governo”, salienta Barboza. ­­­­tado gaúcho no ensino agrícola hoje, e acre- Para finalizar, Barboza acrescenta que
Na opinião do professor, as mudanças na dita que está melhor em âmbito de Brasil. em outros países os problemas na área agrí-
área do ensino iniciaram com a criação da O técnico agrícola e presidente do Sindi- cola são parecidos, porém no Brasil eles são
Lei de Diretrizes de Bases (LDB), em 1994, cato dos Técnicos Agrícolas do Rio Grande do mais profundos. Perguntado sobre a falta de
e da Superintendência da Educação Profissio­ Sul (Sintargs), Carlos Dinarte Coelho, concor­ professores e o estímulo aos docentes, afirma
­nal (Suepro), em 1998 − primeiro órgão efe­ ­­da com o ex-superintendente: “O Governo Fe­­ que falta o básico: dinheiro. “A gente só faz
­­tivo a agregar a cultura profissional, moderni­ ­deral tem feito um grande esforço para au­­ bem feito o que gosta de fazer”, avalia. “Na
­zando a base curricular das escolas e diversi­ ­mentar a oferta da Educação Profissional com Eu­­­ropa, tem moradias rurais com qualidade
­ficando as ofertas na área do setor primário. grandes investimentos nas escolas técnicas, de vida, algumas têm asfalto dentro da pro­
“Quando criaram a Suepro no Estado existia mas no Estado perde-se tempo e espaço em ­prie­­dade. O que as pessoas reivindicam é luz,
menos de dez mil alunos em cursos técni­ virtude da falta de agentes comprometidos água, esgoto tratado, casa boa, escola, trans­
cos. Em 1999 já tinham 18 mil, e em 2003, com a formação técnica de qualidade. Não ­­porte, teatro, passear e poder voltar para
quando eu entrei na superintendência, eram é possível conviver com a falta de investi­­men­ casa. Por todos esses motivos o ensino agrí­
28 mil”, lembra o ex-superintendente. ­­­­­to nos professores técnicos e de recursos, cola sozinho não consegue evitar o êxodo
rural”, explica o professor.
kátia marcon

Atitudes governamentais
Com o auge da crise no final dos anos 80,
era necessário que os governos repensassem
a política pública do setor agrícola. Um dos
caminhos foi reavaliar o papel da extensão
rural no País. Com a reorganização dos sindi­
­catos e movimentos sociais criaram-se con­­
di­­­ções políticas para criticar as formas de
agir do Estado. Em um primeiro momento,
a extensão rural passou a promover o diálogo
com a população, a interagir e ouvi-la, e não
le­­var sempre a proposta pronta. O agrônomo
e extensionista rural Celso de Almeida Frei-
tas, atualmente trabalhando na gerência de
Planejamento da Emater/RS, explica que
após perder o caráter conservacionista, a ex­­
tensão rural buscou ampliar sua base, dire-
cionando-se para setores que tinham ficado
à margem das políticas de modernização,
Um dos tantos tristes exemplos do resultado do êxodo rural nas cidades como a agricultura familiar e os assentamen-

10 março de 2010
tos de sem-terras, indígenas e outros, além

kátia marcon
de proporcionar maior participação de todos.
Ele acrescenta ainda que foi com a implanta­
­ção do Programa Nacional de Fortalecimento
da Agricultura Famíliar (Pronaf), em 1995,
que os agricultores tiveram acesso às políti-
cas públicas.“O Pronaf é um programa de
custeio, atende de forma diferenciada os
pe­­quenos produtores rurais para desenvol­
verem as atividades usando sua força de
trabalho e de sua família. Começou com o
governo de Fernando Henrique Cardoso, e
o Lula ampliou ainda mais. Hoje temos o
Pronaf Jovem, Mulher, Fundiário, Agroin­
dústria e de Alimentos”, sublinha Freitas.
O presidente do Sintargs, Carlos Dinarte
A manifestação de tranquilidade de uma família que conseguiu se manter na sua pequena proriedade rural
Coelho, enfatiza que existem vários progra-
mas setoriais implementados pelos governos Também é importante destacar a distri­­ exemplo. Investimento dos governos e ino­
municipais, estaduais e federal que têm foco bui­­ção gratuita de vacinas contra febre-afto­ vação tecnológica entram nessa conta que
nas comunidades interioranas. “O programa ­sa, sendo que o Rio Grande do Sul é o único gerou a estagnação do êxodo”.
de agricultura familiar tem demonstrado que es­­tado a efetuar esse serviço. São 5 milhões Já o professor do departamento de Ciên-
dar oportunidades e recursos às pequenas de doses só para agricultores familiares en­­ cias Sociais Agrárias da Universidade Fede-
comunidades rurais tem contribuído para a ­quadrados no Pronaf. “Não tenho dúvida que ral de Pelotas (UFPel), Flávio Sacco, doutor em
fixação das famílias, o aumento da sua ren­ ainda é muito pouco, mas o que tem sido fei­ Sociologia e Desenvolvimento Rural, também
­­da, para a formação educacional e profissio­ ­­to tem dado resultado, causando uma gran­ em entrevista ao Diário Popular, concorda
­nal, bem como para a produção de alimen­ ­­­de alegria, pois uma das ações do governo que o número de pessoas residentes no cam­
tos. O fomento às agroindústrias e os arran­ es­­­­tadual é no sentido de diminuir o êxodo ­­po parou de cair, mas se preocupa com o
jos locais são outros exemplos de programas rural”, observa Tietböhl. cha­­mado êxodo seletivo constatado pelos
que têm contribuído com o desenvolvimento dados do IBGE. “São jovens e mulheres que
destas comunidades. O setor da vitivinicul­ deixam o campo provocando a masculiniza­
Estatísticas animadoras
tura gaúcha é destaque mundial”, pondera ­ção e o envelhecimento populacional a pon­
o dirigente. Diante dessas ações, o cenário brasileiro ­­to de comprometer a renovação demográfica
Outras perspectivas no Rio Grande do Sul começa a mudar. E mudou. De acordo com e gerar diversos prejuízos”, explica o profes-
são os esforços gerados pela Secretaria Esta- o último censo agropecuário, de 2006, divul- sor. Ele tem trabalhado com o tema e aponta
dual da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agro­ gado em novembro de 2009 pelo Instituto a necessidade de um projeto de desenvolvi-
­ne­­­­­gócio (Seappa). De acordo com o secretá­ Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mento mais amplo que converta a agricultura
­rio adjunto da Agricultura, Gilmar Tietböhl, a concentração na distribuição de terras per­ familiar em instrumento contra a desigual-
exis­­­tem ações permanentes, mas os governos ­ma­­­neceu praticamente inalterada nos últimos dade social.
intensificam mais ou menos, de acordo com anos, embora tenha diminuído em 2.300 A sua análise é pertinente. A agricultura
suas convicções. Ele salientou o estímulo às mu­­­nicípios. Também o censo revela que 920 famíliar, segundo dados do IBGE, é responsá­
pequenas propriedades valorizando o que mil estabelecimentos obtiveram financia- ­vel por 70% da produção de alimentos con­
pro­­duzem, criando financiamentos com li­­­ mentos, 91% destes receberam recursos de ­su­­midos no País, pois nas grandes proprie-
nhas específicas. “A Emater tem grande par­ bancos e 85% de programas governamen- dades o objetivo maior é a exportação. São
ticipação nesse sentido, pois é uma empresa tais, sendo o principal deles o Pronaf. Além cerca de 90% dos municípios brasileiros,
privada que presta serviço para a Secretaria, dis­­­so, o êxodo rural tem decaído. Em 1996 que respondem por 35% do PIB nacional,
seu principal cliente. É ela a responsável por eram 1.377.022 pessoas ocupando as terras, mantendo emprego de milhões de brasileiros,
qualificar os agricultores, estimulando-os, em 2006 foram 1.219.510, mostrando que pois 85% dos trabalhadores na área rural
além de ser certificadora da sanidade animal menos de 12% do total de agricultores aban- estão nas pequenas propriedades (área infe-
e vegetal, sempre se adequando às políticas donaram a terra, percentual bem inferior de rior a 200 ha), porque as grandes estão me­­
governamentais”, avalia Tietböhl. anos anteriores − como os 33% menciona- ­ca­­­nizadas. De acordo com o site Ecodebate
Outro projeto que o secretário destaca é dos anteriormente. Isso significa que as polí- (www.ecodebate.com.br), elas utilizam 12,6
o troca-troca de milho, no qual o pequeno ticas desenvolvidas até aqui estão dando vezes mais trabalhadores por hectare que os
produtor escolhe a quantidade e variedade resulta­­do. médios (área entre 200 e inferior a 2.000 ha)
da semente que deseja, o estado negocia O chefe da agência do IBGE em Pelotas, e 45,6 vezes mais que os grandes estabele-
preço com fornecedores e ainda vende ao Ro­­­gério Krause, em entrevista ao Diário Po­­ cimentos (área superior a 2.000 ha). Na
agri­­­cultor com valor subsidiado, pagos na ­p u­­lar da cidade, confirma esta análise: opi­­­nião de Sacco, a inflação está sob controle
colheita. “Esse programa atende a 250 mil “Atual­­mente, o encantamento com as graças ao investimento em agricultura fami-
famílias do interior e já existe há 20 anos. supostas oportunidades do meio urbano já liar. “Se o governo continuar investindo em
Há quatro anos a secretaria também imple­ passou, e os fatos que contribuíram para pequenas propriedades, o brasileiro vai con­
mentou o troca-troca de forrageiras de in­­ o êxodo rural enfraqueceram. Hoje se fala tinuar comendo e pagando menos para se
ver­­­­no”, acrescenta. de telefone ce­­­lular de qualquer lugar, por alimentar”, conclui o professor.

11
entrevista

“A palavra cooperação já e
Giovani Cherini Em que pontos o seu projeto como presidente da Assembleia Legislativa
do RS (AL) se diferencia dos realizados pelos seus antecessores?
Quando ainda era um menino, em um dos Eu acho que a grande diferença é que o nosso projeto é muito simples
e fácil de ser entendido. Ele não tem o objetivo de mudar o mundo, mas as
dias que ajudava a família na roça, na re­­lações aqui, internamente, dos funcionários, dos deputados com sociedade
e com a Assembleia também. É um programa que já existe, nós só vamos
periferia de Soledade, Giovani Cherini en­­­caminhá-lo no meio político. O Cooperativismo e o Associativismo já exis-
tem há muitos anos, nós não inventamos nenhum programa novo. E não
assistiu o pai, Irani, suado pela lida, parar te­­mos a pretensão de mudar o mundo em um ano, é pouco tempo, e nele
o cavalo baio e lhe pedir emocionado: “Vai, queremos influenciar o máximo na sociedade, na cultura e na multiplicação
dos pães, como eu chamo, que é trazer para o meio político as boas experiên­
meu filho, faz aí um discurso como o ­cias na área do Associativismo. Já estamos conseguindo muita coisa. Reuni­
­mos diretores e superintendentes, as mesas, os líderes, traçamos metas. Aqui
Brizola! Eu sei que tu podes!” dentro já se percebem as mudanças das relações. Eu acho que isso acon­­­te­
Surpreendido, o garoto, apoiado na enxada, ­­ce muito na medida em que se demonstra não ter preconceitos, que as pes-
soas não têm tanta diferença assim por serem deste ou daquele partido, até
respondeu: “Tudo bem, pai, até posso porque o meu adversário de hoje é meu companheiro amanhã, e vice-versa.

tentar um discurso, mas quem é que vai Em relação ao Cooperativismo, existem projetos específicos que o
senhor vá trazer aproveitando este ano como presidente da AL?
me ouvir?” Certamente, o que Cherini O nosso programa não é algo pronto. Nós o iremos construindo conforme
escutou a seguir influenciou totalmente a a caminhada, até porque, na área empresarial se sabe quais são as maiores
or­­­ganizações, mas na da cooperação nunca se fez um levantamento. Eu não
sua vida, refletindo na autoestima, sempre es­­­tou falando de cooperativa, mas de cooperação, que é um conceito muito
mais amplo. Às vezes não se tem cooperação em uma cooperativa, mas in­­
tão responsável pela coragem das pessoas ­­di­­vidualismo, disputa. Faremos uma seleção dos bons programas e projetos,
que decidem investir em uma vida pública, e quando os encontrarmos, apresentaremos à sociedade, colocando toda a
es­­trutura da AL, demonstrando essas ideias, para que tenham efeito multipli­
na qual estão sempre expostos e sendo ­­cador. Como aquela pedrinha que você joga na água e ela vai fazendo ondas.

cobrados: “Eu, meu filho. Eu e estes pés O senhor acredita que o projeto de lei da sua autoria, nº 366/2007, para
viabilizar as cooperativas nas escolas, é uma boa forma de alcançar
de milho vamos te aplaudir de pé!” Fruto essa reverberação para a cultura do Cooperativismo na sociedade?
deste tipo de semeadura, o deputado Se analisarmos a Educação no Brasil, os dados estatísticos de quantas
pessoas fazem faculdade hoje e como era há 20 anos, o País está muito bem.
estadual há 15 anos assumiu, no dia 30 de Mas o que não está é a educação para a cooperação. Quando se fala em Edu­
­­cação, se deveria dizer Educação Cooperativa, pois, às vezes, uma pessoa se
janeiro de 2010, a presidência da forma como médico, mas é um matador de gente, não tem consciência ne­­
Assembleia Legislativa do Rio Grande do ­nhuma. Há quem sequer possui curso superior e tem muito mais espírito de
cooperação que alguém com doutorado. Então, o nosso pensamento é, nessa
Sul. E, quando estava há apenas seis dias caminhada, introduzir essa nova forma de pensar a Educação, que é a Edu-
cação Cooperativa, em todos os seus níveis. Hoje nós temos uma educação
no cargo, que deverá ocupar por um ano, individualista, egoísta. Dizem que se educar o povo vai melhorar. Eu acho
que se continuar em um sistema individualista vai piorar. A nossa pretensão
ele recebeu Letras da Terra em seu é chegar nesta grande discussão, por isso, na Comissão de Educação, esta-
gabinete para uma entrevista exclusiva. mos sugerindo a União Faz a Vida para que traga para a AL este debate. E
aí, lá na frente, na hora cer­­­ta, lançaremos esta semente. A Educação por si
Participaram o presidente da AGPTEA, Fritz só é a solução? Não, é o tipo de Educação. Estou há seis dias como presi-
dente, e a palavra ‘cooperação’ já está sendo repetida em muitos lugares do
Roloff, o vice-presidente Social, Sérgio Luiz Es­­­­ta­­­do. Já está reverberando.
Crestani e a editora da revista Dóris
O que é esta proposta União Faz a Vida?
Fialcoff. Acompanhe O Sistema Sicredi que adotou, já tem 200 municípios participando. Isso

12 março de 2010
está reverberando no Estado”
começou lá quando nós fazíamos coopera- ­ izamos o Estado, mas 50% do PIB gaúcho
n precisa ser em relação aos dois lados, não
tivas escolares, não é por acaso que hoje provêm do agronegócio, portanto, é muito só sobre a parte do governo.
existe a Ex­­­­podireto. Se formos analisar, im­­­portante investir nas escolas agrícolas,
naquela região de Não-Me-Toque não existe na qualidade dos professores, do ensino, Como vê a federalização do Ensino
um só agricultor que não seja sócio de uma na Educação Cooperativa. Se não consegui­ Agrícola que está ocorrendo no País?
cooperativa. Is­­so se dá justamente pela ­mos formar uma cooperativa na escola por- O governo federal centralizou os recur-
consciência es­­colar, pois foi na escola que que a lei não permite que ela tenha vida sos em Brasília como nunca na história. É
aprenderam a formar uma cooperativa, a pró­­­pria, imagina o resto? uma concentração de impostos tão grande
fazer a horta, a ven­­der o repolho, a alface, que eles têm que fazer alguma coisa: 63%
e com estes re­­­cursos fazer a cooperação O último grande incremento na estrutura de tudo que se arrecada vão para lá. Todos
também dar re­­­sul­­­tado econômico. O Estado das escolas agrícolas gaúchas foi feito por nós sabemos que, historicamente, o pior
deveria ter um setor de Educação Coopera- ocasião do governo Collares. Há projeto coor­­denador de despesas é aquele que fica
tiva. Uma vez nós fizemos um currículo para que o mesmo aconteça este ano? longe dos cidadãos. E a Federação, para o
mínimo das escolas de ensino fundamental, Eu já conversei com o diretor geral da cidadão, não existe, mas sim o município, no
do que era possível trabalhar em cada dis- Secretaria de Educação, Ervino Deon, para máximo o estado. Devemos lembrar co­­­mo
ciplina. Não pregamos a ideia de ter apenas discutirmos o Ensino Agrícola. Todos os mu­­ eram as universidades federais há dez, 15
uma matéria de cooperativismo, pode até ­nicípios querem escola agrícola, e as que anos: um desastre. O governo federal deve-
ter, mas o mais importante é o espírito da es­­­tão funcionando o fazem sempre com ria é repassar recursos para os estados e
cooperação estar inserido no currículo da uma dificuldade enorme. Mas a discussão es­­­tes os gerirem.
escola. E o que sabemos é que a maioria

Guerreiro | Agência AL
está incluída no espírito do individualismo.
A criança não aprende nem a dar bom dia
para um colega, um professor, se não fizer
isso de que adian­­­ta se formar em uma facul-
dade? Será um grande egoísta.

Como o senhor, técnico agrícola formado,


vê esta área do ensino hoje no Estado?
A agricultura evoluiu muito, em todos
os sentidos, e o que o Estado falha muito é
em relação ao ensino da agricultura de pre-
cisão. Quando ela chegará às escolas agrí-
colas, que deveriam ser laboratórios desta
ciência? Antes se dizia que tecnologia era
só para os grandes, hoje se vê que é para
todos. Infelizmente, as escolas levam muito
tempo. Existe muito conservadorismo no
Ensino Agrícola, o que é próprio da expres-
são “técnico”. Técnico é o que ensina o agri­
­­­cultor a plantar e colher, o que, de certa ma­­
­­neira, ele já sabe. O que alguém formado
precisa ensinar às pessoas é serem gente,
gostarem de viver na natureza, conviver
com o meio ambiente. As escolas fazem
mui­­­to com os recursos que dispõem, até
porque o Rio Grande do Sul nunca encarou
o Ensino Agrícola como um ponto prioritário,
quando deveria tê-lo como um ponto de re­­
­fe­­rência. Esta semana, o pessoal de Não-Me-
Toque veio pedir para criar um centro de agri­
­­cultura de precisão lá. Poderia ser uma es­­
­co­­­la agrícola de agricultura de precisão, o
ca­­­minho é esse. Fala-se muito que nós ur­­­ba­

13
14 março de 2010
artigo

Como elaborar um plano de curso


totalmente renovado?
Por Lúcia Regina Rambo Szekut
Mestre em Ciências da Educação e supervisora educacional

Início de ano letivo, professores reuni- locais públicos ou privados, ou qualquer ou­­ g­ a, cada vez mais é preciso saber e infor-
dos, direção da escola disposta a dar novos ­tra atividade que você desenvolva pode ser mar-se sobre economia, política, cultura,
ru­­­mos ao trabalho, aulas prestes a se reini­ de grande utilidade se estiverem plena­­men­ artes, esporte, etc.
­­ciar, alunos ansiosos por mudanças e me­­ ­­te “amarradas” e conectadas ao traba­­­lho Outro aspecto de fundamental impor-
­­lhorias. Mas, o que fazer? Como renovar a desenvolvido na escola em sua totalida­­de! tância para um planejamento escolar ade-
escola e, principalmente, os cursos e as au­­ Pense também que não adianta apenas quado aos novos tempos é a utilização das
­las? De que forma é possível, logo no início centrar suas atenções no conteúdo especí­ novas tecnologias, tanto para informar-se
do período escolar, dar alento e ânimo a ­fico de sua disciplina. Se você dá aulas de e elaborar os planos de ação como para as
to­­­dos os participantes da comunidade edu- português, matemática, história, artes, eco­ atividades de trabalho com os alunos.
cacional em que trabalhamos? ­­nomia, planejamento, criações, zootecnia, É importantíssimo que o professor co­­
Sem sombra de dúvida, o primeiro pas­ culturas, é certo que aprofundamentos e ­nheça sites e portais para indicar para seus
­­so é levar o planejamento escolar anual novos materiais em sua área específica de alunos como referenciais de pesquisa e
mui­­­to a sério. De nada adianta reunir o gru­ conhecimento devem fazer parte da revisão apoio em seus projetos escolares.
­­po de professores da escola para simples- e atualização de seu planejamento de tra­ O trabalho educacional necessita do
mente atualizar datas e realizar pequenas ­ba­­lho. Mas além desses saberes centrados apoio e intercâmbio dentro do quadro do­­
modificações no plano de curso. em sua especialidade deve também existir ­cente, criando projetos, integrando discipli­
Modificar a forma de pensar o plano um preparo do profissional para melhorar ­­nas e buscando sempre o suporte dos ges-
es­­­colar anual e agir nesse sentido é mais sua didática, seu arsenal de práticas e tores escolares. Devemos lembrar e firmar
do que necessário e, certamente, é o pri­­­mei­ ações para a efetivação do processo de en­­ com constância a ideia de que o conheci-
­ro e decisivo passo para que a escola seja ­sino-aprendizagem. mento não é estanque e fragmentado.
outra no ano que se inicia. Assuma o com- É de essencial importância que o do­­ Além disso, os gestores podem ajudar a
promisso em benefício de seus alunos e ­cen­­­te conheça a proposta pedagógica da todos na busca por um ambiente escolar de­­
também de você mesmo, professor. escola, bem como a filosofia e a metodolo­ ­vidamente equipado, limpo, organizado, efi­
A seguir, equipe-se para essa dura ta­­ ­gia. Portanto, é fundamental que se in­­for­ ­­ciente e bonito. São eles que, liderando e em
­re­­­fa. Vá para o planejamento escolar com ­­me sobre quais os pilares e práticas co­­muns conjunto com toda a comunidade edu­­­ca­­­cio­
recursos que se adequem aos conteúdos a essa proposta. ­­nal, devem mobilizar os esforços pela ma­­­nu­
curriculares previstos para o ano escolar Ainda ao professor compete estar por ­­tenção da escola e pela criação de uma for­
com o qual trabalhará. Saiba também que den­­tro das novas ideias de seu segmento ­­­ma de pensar a instituição que a torne atraen­
a utilização ou previsão de uso de recursos de trabalho. Saber o que pesquisadores e ­te, interessante e benéfica para todos.
em aula de nada adianta se os mesmos não educadores estão falando sobre relação A harmonia no ambiente escolar não
estiverem concatenados com práticas pe­­ professor-aluno, indisciplina, novas tecno- é uma utopia. É, talvez, uma tarefa com­
­da­­­gógicas como explanações do professor, logias na educação, gestão escolar, leis da ­ple­­xa, que exige o que de melhor podem
atividades, trabalhos em grupo, uso de ou­­ educação, merenda escolar, avaliações, dar os educadores: competência, coragem
­tras referências. Filmes, computadores, in­­ qualidade de ensino e temas afins. E não e muito, muito amor!
­ternet, livros, visitas a museus, excursões a é só isso: com as novas tecnologias em vo­­ Um excelente ano letivo para 2010!
Piotr Lewandowski

15
maquinário agrícola informe publicitário

Tecnologia no plantio, decisão para colher bons resultados


Os avanços da genética agrícola para úmidos e pegajosos e declividade acentu-

Fotos Divulgação John Deere


aumentar o rendimento das lavouras e a ada. Os produtores têm agora a opção do
oferta de alimentos deram um novo valor sistema a vácuo, que permite o plantio em
às sementes no processo de produção do velocidades mais altas, com melhor espa-
campo. Com a tecnologia nelas contida, as çamento entre as sementes e menor ocor-
sementes têm hoje um peso maior nos cus- rência de sementes duplas ou falhas.
tos do produtor. Por essa razão, cada O sistema VacuMeter mantém a preci-
semente precisa ser aproveitada de forma são e a consistência do espaçamento
a expressar o máximo de seu potencial, o mesmo com sementes de formato e tama-
que requer um processo do plantio mais nho irregulares. Estas vantagens se refle-
preciso para ter como resultado uma tem em descontos oferecidos pelas forne-
colheita com alto rendimento. cedoras de sementes para quem usa plan-
As plantadeiras, portanto, ganham tadeiras a vácuo. Como estas máquinas
mais importância no ciclo de produção. O produtor precisa contar com uma conseguem trabalhar com sementes com diferenças de tamanho, o seu processo
máquina com um sistema altamente preciso de deposição das sementes. Os de produção é simplificado, e o custo reduzido.
modelos com sistema a vácuo atendem à necessidade de maior precisão, com O sistema alcança velocidade de trabalho de até 12 quilômetros por hora
grandes vantagens em relação as que possuem sistema mecânico. O dosador a com alta precisão. Com esta capacidade produtiva o agricultor pode utilizar uma
vácuo usa a pressão negativa para puxar e colocar a semente em alta velocidade plantadeira de menor porte do que a que necessitaria no caso do sistema mecâ-
e com precisão. nico, e assim reduzir a exigência de potência do trator. O resultado é redução de
A série 1100 de plantadeiras foi projetada pela John Deere para apresentar tempo de trabalho e dos custos de combustível, além da garantia de um plantio
alto rendimento nas condições difíceis de plantio comuns na região Sul, com solos de qualidade que, na hora da colheita, se reflete no alto rendimento.

16 março de 2010
artigo

O baú das joias e de algumas lágrimas:


as pequenas grandes lembranças
Por Ronald Luiz Spindler
professor do ensino agrícola aposentado e sócio da AGPTEA desde outubro de 1969

Depois de quase 20 anos longe do nos­ E agora,

Dóris Fialcoff
­­ Rio Grande, deparei-me com a agrada-
so outra lá­­­gri­­
bilíssima constatação da extraordinária ­m a – Em
evo­­lução da AGPTEA nestes longos 40 uma feita,
anos: a expressão política, as ações na por falta ex­­
área do ensino técnico, a prospecção do ­­­­­­trema de Uma das carteirinhas de Ronald
fu­­­turo, a integração ativa com instituições re­­­­­­cursos, como sócio número 154 da AGPTEA
de áreas afins, os seminários, os encontros, es­­­gotan­­do-se o cré­­­dito pes­­soal da di­­reção
os fóruns, os cursos, a continuada luta pe­­­­lo da Escola de São Leopoldo, convo­­camos
ensino técnico, o apoio aos colegas, o cres- os pais, que vieram dos distantes Planalto
cimento materializado na bem organizada e Serra, para apoiarem o convenci­­mento
sede própria, a Educredi, a Casa da Praia dos responsáveis, sob pena de insubordi-
em Itapeva, a Casa do Parque Assis Brasil, nação administrativa, mandando os alunos
a revista Letras da Terra... para casa. Vejam que esta lágrima já exis-
Então, na situação de professor aposen­ tia há muito tempo.
­tado, tendo exercido por mais de 30 anos Opa, dois brincos de brilhantes! – O
esta nossa função (permitam-me recordar) portância e o sine qua non das reivindica- desenvolvimento do Serviço de Integração
de altíssimo valor social e econômico, en­­ ções, de mais meios para as escolas e os Escola Empresa, na Escola de São Leopol­
­tusiasmado e estimulado com o que estou do­­­centes, nunca mais haveria necessidade ­do, com a equipe realizando trabalhos com
vendo aqui, peço licença para remexer o de greve – santa ingenuidade a minha! a comunidade próxima, as empresas, e os
baú das recordações que me afloram es­­­ Aqui, uma joiazinha linda – O ano de alunos interagindo com as mesmas, de
pon­­­taneamente: mi­­­­nha formatura na EETA, em 1960. Olha on­­­de surgiu a ideia do Curso Técnico Flo­
Olha a primeira joia – O surgimento do só, em 2010, completará 50 anos, e en­­tão, ­res­­tal, nos idos de 1980, sob a gestão do
Curso Técnico, no então Colégio Agrícola a Escola fará 100 anos. Puxa vida, que or­­ professor Ítalo Maioli.
Vis­­­­conde de São Leopoldo, sob a gestão do ­­gulho! E ainda tive a grata satisfação de Olha só que lindo colar de pérolas! –
saudoso professor Rostirola, a partir de trabalhar lá alguns anos. O convívio, que todos nós, professores do
uma crise na Escola Federal de Alegrete, Vejam só, aqui tem um rubí de muitos En­­sino Agrícola, temos com nossos alunos
de onde vieram os primeiros alunos, já pa­­­ra quilates – A conclusão, em 1978, do Es­­ e ex-alunos. Que trabalho lindo nós realiza­
o segundo ano. Deus escreve certo por ­­quema II, curso de licenciatura na UFRGS, ­­mos como catalisadores de verdadeira in­­
linhas tortas! que a AGPTEA conseguiu, através do seu ­clusão e ascensão social, de desenvolvimen­
Ora, uma lágrima – A primeira greve do presidente-fundador Luiz Calvete Corrêa. ­to humano e crescimento econômico (lás-
magistério, capitaneada pelo então presi- Que moral adquiri, juntamente com os co­­ tima que eles, governantes, não tenham
dente do CPERS, Hermes Zanetti, ocasião ­legas da turma – já não era mais feito a a acuidade visual para enxergar esta joia
em que os professores foram para as suas facão! e tantas outras do nosso dia a dia).
comunidades expor as razões e os objeti- Outra joia com a marca AGPTEA – O Bem, acho melhor parar por aqui. O
vos, de sangue doce, achando que uma Encontro de Professores em Ana Rech, de coração não está aguentando. Obrigado
vez o governo conscientizado sobre a im­­­ grande significado. pela paciência e até a vista.

O Professor Ronald, atualmente, tem domicílio formal em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, mas, na
verdade, está hoje praticamente morando em um pequeno motorhome com sua esposa Íris. Eles acabam
de retornar de uma viagem pelos Andes, acompanhados pelo filho Martin e família. A aventura os fez
alcançar 4.000 metros de altitude, na fronteira Argentina-Chile (monumento para a paz, do Cristo Reden-
tor). Após, uma vez cruzado o passo clássico, Los Libertadores, entre Argentina e Chile, foram até o Pací-
fico e retornaram mais ao Sul, por um passo novo, em consolidação, chamado Pehuenche. Entusiasmaram-
se com a magnífica cordilheira, lembrando que o Aconcágua é a maior montanha fora do sistema Himalaia.

17
n o t í c i a s d a a gp t e a

AGPTEA dá a largada no
Festival Letras da Terra
de Artísticos Saberes
Logo no início de 2010, a Associação já teve um grande ­ o no artigo 18 da Lei Federal nº 8.313, de 23 de dezem-
d
motivo para comemorar, e muito. O seu projeto Festival Le­­ bro de 1991, pessoas físicas ou jurídicas que patrocinarem
­tras da Terra de Artísticos Saberes, inscrito no ano passado poderão deduzir no Imposto de Renda 100% do valor
na Lei Rouanet, foi aprovado. Ele prevê uma maratona de destinado. Ca­­­da interessado em apoiar a iniciativa pode
oficinas de sen­­­sibilização artística − nas áreas de mú­­­sica direcionar até 4% do valor do seu imposto devido.
instrumental, artes cênicas e dança −, que serão realizadas
em escolas agrícolas de dez cidades gaúchas. O critério de
As oficinas
seleção das institui­­­ções, neste primeiro momento, foi o nú­­
­mero de associados à AGPTEA. As aulas serão ministradas por profis­­sio­­­nais capaci-
A proposta da AGPTEA é proporcionar uma alternativa tados e atuantes. Cada ciclo de aprendizagem terá 40
de inclusão e integração entre jovens e adultos, com foco horas, desenvolvendo habilidades e competências con-
na Educação Profissional, bem como despertar e incentivar sideradas fundamentais no processo de formação das
o surgimento de novos talentos. áreas da mú­­­­sica, dança e das artes cênicas.
Após todas as oficinas, que serão abertas aos alunos e
à comunidade em geral, o projeto culminará na realização,
As escolas envolvidas
em Ca­­­razinho, do Festival Letras da Terra de Ar­­­tísticos Sa­­
­be­­res, reu­­­nindo todos os envolvidos. Na ocasião, serão apre- Esta é a primeira edição do projeto, mas a Associa-
sentados os trabalhos desenvolvidos a partir das aulas, e ção Gaúcha de Professores Técnicos de Ensino Agrícola
serão gravados um CD e um DVD dos grupos. espera que seja apenas o início de uma longa ca­­­mi­­nha­
­­­da. Agora dez es­­­colas serão beneficiadas, porém, se
Recursos financeiros a iniciativa der bons frutos, outras instituições, se ti­­­ve­
­­rem interesse, também poderão ser sede das oficinas.
Após a aprovação pelo Ministério da Cultura, o projeto Vale lembrar que todos os custos serão supridos pelos
já está apto a entrar na fase de captação de recursos. Como recursos financeiros do projeto, pois todos os detalhes
o Festival Letras da Terra de Artísticos Saberes foi enquadra­ foram considerados e orçados.

Mais informações sobre o Festival Letras da Terra de Artísticos


Saberes podem ser obtidas pelo telefone (51) 3225.5748 ou pelos
e-mails roloff.sl@gmail.com (do presidente da AGPTEA, Fritz Roloff)
e comunicacao@agptea.org.br (da jornalista Dóris Fialcoff).

18 março de 2010
n o t í c i a s d a a gp t e a

Diretor de colégio agrícola lança livro


O professor e atual diretor do Colégio pos de estudante. Colaborou com algumas
Agrí­­­cola de Frederico Westphalen, da Uni- colunas do jornal O Alto Uruguai quan­­­do
versidade Federal de Santa Maria, Luís Al­­ aluno do curso técnico e, posteriormente,
­berto Cadoná, lançou, no final de 2009, o escreveu por um período uma coluna na
livro O espírito da floresta. A ideia central Re­­­vista Destake, ambos de Frederico
da obra é a descrição da integração entre a West­­­phalen. Fez parte do Conselho da
vida de um jovem agricultor entre os anos Fepagro Norte, como representante das
de 1960 e 1980, no espaço rural, com seus es­­­­colas técnicas. Colaborou com a equipe
costumes, tradições, sua moral, religiosi- técnica do Banco Nacional de Agricultura
dade e pureza de costumes. Aborda, tam- Familiar (BNAF), gratuitamente, no perí-
bém, seus trabalhos, a sua rotina e relação odo de 1995 a 2000. Participa do grupo
com uma pequena mata que ainda existia de pesquisa Inovação, Poder e Desenvol-
na unidade de produção familiar. vimento em Áreas Rurais do Brasil (IPO­
O livro está muito relacionado com o modernização que sofreu a agricultura no ­DE), juntamente com o grupo de pesquisa
tempo em que o Cadoná conviveu com período e todas as consequências às pes- da pós-graduação em Desenvolvimento
seus tios José e Amália Cadoná, os 13 pri­ soas, aos animais e ao ambiente em geral. Rural da UFRGS, envolvendo grupos do
­­mos, dentre eles Irineu (em memória), o Estado, de Santa Catarina, do Paraná e
qual empresta o nome ao personagem da Rio Grande do Norte.
O autor
história, no interior do município de Taqua-
ruçú do Sul. “Irineu representa os milha­ É licenciado em Técnicas Agropecuá-
Para adquirir o livro
res de jovens, filhos de agricultores fami­ rias e Técnicas Comerciais, especialista
O espírito da floresta
liares que colonizaram esta região, que le­­ em Educação e mestre em Extensão Rural
­garam às gerações atuais o ‘espírito’ do pela Universidade Federal de Santa Maria Os pedidos podem ser feitos por corres­
agricultor e que hoje aqui vivem, traba­ (1993), com dissertação sobre a Organi- ­ ondência (caixa postal 226, CEP 98400-
p
lham, se relacionam, usufruem de alguns zação da Agricultura Familiar. 000, Frederico Westphalen – RS) e pelo
momentos de lazer”, diz o professor. Seu gosto pela literatura é nato, tendo e-mail lacadona@yahoo.com.br. O valor
O texto trata também do processo de priorizado sempre a leitura desde os tem- é R$ 15, mais R$ 5 de frete.

Sócio da AGPTEA recebe título de doutor na Espanha


No dia 29 de ja­­­nei­ CAR), onde ele exer-
Arquivo pessoal Waner Barreto

­­­ deste ano, o profes-


ro ceu o magistério. A
sor Waner Sanches de­­­fesa obteve a nota
Barreto defendeu sua máxima Cum Laude.
tese doutoral Varia­ Para Barreto, esse
cion de la Biodiversi­ reconhecimento fez o
dad del Pasto en Areas coroamento de um
Sometidas al Pasto­ trabalho que contou
reo Racional, na Uni­ com a participação de
­ver­­­sidad de Leon-Es­­­ docentes e alunos,
panha. O estudo foi demonstrando o grau
rea­­­lizado a partir de de avanço técnico e
um projeto de pasto- cientifico que pode
reio racional desenvol- atingir uma escola
vido durante oito anos técnica agropecuária.
na Escola Estadual de Parabéns, professor, e
Educação Profissional ainda mais sucesso
de Carazinho (EEPRO- na sua jornada!
Waner com integrantes da banca da Universidad de Leon, logo após a sua defesa de tese

19
n o t í c i a s d a a gp t e a

Encontro Estadual de 2010 homenageará a EETA Arquivo AGPTEA


O XXV Encontro Estadual de Professo-
res e o VIX Fórum Nacional de Ensino Agrí-
cola já têm data e local definido. Aconte-
cerão de 26 a 29 de outubro, como sem-
pre de terça a sexta-feira, em Porto Alegre
e Viamão. As atividades serão realizadas
na Casa de Retiro Vila Bethânia, no bairro
Glória, na Capital – onde também será a
hospedagem – e na Escola Estadual Téc-
nica de Agricultura, a EETA, que no mesmo
mês celebrará um século de existência. A
escolha destas cidades se deu justamente
para homenagear a instituição.
Este ano, os já tradicionais eventos da
Associação serão dedicados à saúde, nos
mais diversos níveis, tendo como foco o A maioria dos participantes do XXIV Encontro em 2009, realizado em Guaporé, em visita à Vinícola

homem, os animais e o meio ambiente. Os participantes apenas terão que tra- será bem próximo ao que vem sendo pra­
Estão sendo planejadas visitas às unida- zer toalhas e materiais de higiene pessoal. ticado desde 1999”. Fique atento e já
des educativas da EETA, bem como ou­­­­ O valor da inscrição será divulgado opor- reserve o período na sua agenda para
tras de caráter técnico em instituições de tunamente, mas o presidente da AGPTEA, encontrar os colegas e se reciclar. A Asso-
Porto Alegre. Fritz Roloff, já adianta: “Se não for igual, ciação conta com sua presença.

20 março de 2010
Denise Oliveira
A Casa da Praia e um grupo de associados que desfrutou desta temporada

Casa da Praia hospedou 46 associados na temporada


A temporada 2010 da Casa da Praia, veraneio de 2009, quando 36 professores inferiores, tornando-se um atrativo a mais
em Itapeva, foi novamente de agenda fizeram reservas. para aproveitar alguns dias quase a beira
lotada. Desta vez, foram as famílias de 46 O local, entretanto, não está à dispo- mar. E, para quem gosta de ir para o Lito-
associados que desfrutaram por dez dias sição apenas de dezembro a fevereiro. A ral no inverno, também é uma boa pedida.
o benefício que a AGPTEA oferece. Este partir de março, mesmo com as tempera- Escolha o melhor período e faça as malas!
ano, a pousada disponibilizou onze apar- turas ainda lá em cima até meados de abril Ligue para a Associação (51 3225.5748)
tamentos, portanto três a mais do que no ou maio, os valores das diárias ficam bem ou acesse www.agptea.org.br.

Erramos
Na última edição de Letras da Terra foi publicada uma relação dos novos diretores eleitos nas escolas agrícolas estaduais. Entretanto, o nome do dirigente
da Escola Estadual Técnica Encruzilhada, de Maçambará, foi divulgado errado: a nova diretora, na verdade, é Maira Aide David. Também não foi mencionada
a diretora eleita da Escola Estadual de Ensino Médio Santa Isabel, de São Lourenço do Sul, que é Sulamita Kréger Moch.

Fenasul acontecerá Marrocos é novamente


de 27 a 30 de maio parceira da AGPTEA
A grande feira do outono gaúcho este ano acontece­­­rá de 27 a 30 de maio − A Associação acaba de re­­
nesta edição, o even­­­to terá um dia a menos, mas contará com a presença de todas v­ italizar um convênio que havia
as raças do início ao fim da programação. As em­­­presas interessadas em reservar sido assinado em 2006, com a
e confirmar seus espaços nos pavilhões do Par­­­que Assis Brasil, em Esteio, podem Marrocos Corretora e Admi­­nis­­
procurar a Styllo Mídia (fone 51. 3319 7299). A AGPTEA, como sempre, estará tradora de Seguros. Com isso,
de portas abertas em sua casa no parque para receber seus amigos, especial- os associados passaram a con-
mente os associados, para uma boa conversa e um chimarrão. tar com os benefícios oferecidos
pela empresa, principalmente os seguros. Entre os disponíveis es­­­tão os seguros
3ª Festileite de vida, de acidentes pessoais, de saúde, previdência privada, as­­sis­­­tência fami-
O evento será realizado de 22 a 25 de abril de 2010, no Parque de Ex­­­posições liar pós-vida, bem como os seguros residenciais e de automóveis.
de Anta Gorda - RS. A 3ª Festileite está parti­­cipando do Circuito Exceleite/2010 A Marrocos foi fundada em 2000 e con­­­ta com uma grande e especializada
– Pista – Produção – Suprema. As inscrições dos animais poderão ser feitas de equipe de corretores. Eles visitarão as cidades gaú­­­chas, devidamente identifica-
15 a 30 de março, na sede da entidade (Rua Veríssimo Rosa, 316 - Partenon, dos com crachás. Os interessados podem solicitar informações pelo telefone da
Porto Alegre). AGPTEA (51 3225.5748) e pelo e-mail adm@agptea.org.br.

21
educredi

Educredi possui Seguro Garantidor Cooperativa


oferece convênios
As aplicações financeiras dos sócios da Educredi estão seguras e possuem maior
A Educredi oferece a cada cooperado um
rentabilidade se comparadas ao mercado financeiro (veja quadro abaixo). A Coope-
convênio odontológico, com a Novodon­
rativa possui, junto ao Banco Central do Brasil, o Seguro Garantidor, que cobre em
­to, e outro na área de seguros (veículos,
até R$ 20 mil as aplicações.
residencial, vida), com a Corretora Nau-
TAXAS DEPÓSITOS A PRAZO jorks. Informe-se e utilize estes serviços.

CAPITAL % CDI PERÍODO DEPÓSITO

De R$ 100 a R$ 10 mil 100% 6 meses Serviço de cobrança evita


custos indesejados
De R$ 11 mil a R$ 20 mil 103% 8 meses Com o objetivo de facilitar o retorno dos
créditos fornecidos, a Educredi conta com
Acima de R$ 20 mil 105% 10 meses serviços terceirizados de duas em­­­­presas
de cobrança. Ao utilizá-los, a Coopera-
tiva evita perdas e a elevação do ní­­­vel
de inadimplência. A cobrança também
Valores do Cooperativismo foram reavaliados é executada pelas atendentes da enti-
dade, que telefonam para o sócio quando
A Aliança Cooperativa Internacional (ACI) rediscutiu e adequou os valores do Coo-
acontece de o desconto em folha – por
perativismo ao momento atual. O sonho por justiça, liberdade, igualdade e segurança
motivos alheios a vontade do sócio – não
dos pioneiros se mantem vivo até hoje nos princípios doutrinários. Veja mais detalhes:
ter sido efetuado. É uma providência fun-
Valores de auto-ajuda damental que deve ser tomada para evi-
Compreendem a criatividade, o dinamismo, a responsabilidade, a independência e o tar dispêndios com juros desnecessários.
espírito do “faça você mesmo o que estiver ao seu alcance”.
 alores de ajuda mútua
V
Como cooperação, unidade, ação coletiva, solidariedade e paz. Desconto de quota capital
Valores de interesse não-lucrativo A Educredi solicita que o associado verifi­
Como o da conservação de recursos, eliminando o lucro como força orientadora, res- ­que, a cada mês, em seu contracheque,
ponsabilidade social e não-exploração do trabalho alheio. se houve o devido desconto de sua quota
 alores democráticos
V capital. E aqueles que têm empréstimos
Como os da igualdade, participação e equidade. e ou aplicações, devem observar se suas
 alores do esforço voluntário
V parcelas foram descontadas. Caso não te­­
Como os da fidelidade aos compromissos assumidos, do poder criativo e do pluralismo. ­nha ocorrido, comunique à Cooperativa.

 alores do universalismo
V
Que significam abertura e mente esclarecida, sensibilidade a uma visão de globalidade
que supere o espírito bairrista ou de seita. Cooperativa dispõe de
 alores educacionais
V
melhor taxa de empréstimo
Que apreciam o desejo por mais conhecimentos e perspicácia na visão da realidade e A Educredi está oferecendo empréstimos
por maior entendimento. com as melhores taxas do mercado:
 TAXA 1,49% - 12 meses – integrali-
 alores de determinação
V
zar no mínimo R$ 300;
No esforço e na busca de benefícios para os membros.
 TAXA 1,99% - 18 meses – integrali-
zar no mínimo R$ 200;
 TAXA 2,49% - 24 meses – integrali-
Av. Getúlio Vargas, 283 – Menino Deus zar no mínimo R$ 100;
Porto Alegre – CEP 90150-001 Por ser uma cooperativa de crédito, a
Fone 51 3225-1897 – Fax 51 3225-5748 instituição aposta no equilíbrio financeiro
educredi@gmail.com – www.educredi.org dos seus associados.

22 março de 2010
Sites de utilidade pública
Serviço dos cartórios de todo o Brasil, que permite solicitar documentos via internet www.cartorio24horas.com.br/index.php
Busca e reserva de hotéis em todo o Brasil, por cidade e por faixa de preços www.hotelinsite.com.br
Busca de transporte terrestre entre cidades – transportadora, preços e horários https://appweb.antt.gov.br/transp/secao_duas_localidades.asp’
Legislação Federal e Estadual por assunto ou por número, além de súmulas dos STF, STJ e TST www.soleis.adv.br
Busca da melhor operadora para chamadas telefônicas http://sistemas.anatel.gov.br/sipt/Atualizacao/Importanteaspp’
Busca da melhor rota entre dois locais em uma mesma cidade ou entre dois municípios, e sua distância. Também localiza ruas www.mapafacil.com.br
Busca de mapas de ruas das cidades http://mapas.terra.com.br/Callejero/home.asp
Informações sobre as condições das estradas do Brasil, e distâncias entre as cidades www.dnit.gov.br
Catálogo telefônico do Brasil www.102web.com.br
As horas em qualquer lugar do mundo www.timeticker.com/main.htm
Pesquisas dentro de livros www.a9.com
Pesquisa sobre o Brasil desde o descobrimento www.historiadobrasil.com.br
Conjugação de verbos em 102 Idiomas www.verbix.com
Conversão de Unidades www.webcalc.com.br/conversões/area.html
Envio de e-mails pesados, acima de 50Mb www.dropload.com
Envio de e-mails pesados, sem limite de capacidade www.sendthisfile.com
Cálculo de qualquer correção desde 1940, informando todos os índices disponíveis no mercado financeiro. Grátis para Pessoa Física www.debit.com.br
Leitura de jornais e revistas de todo o mundo www.indkx.com/index.htm
Câmeras virtuais, funcionando 24 horas, ao redor do mundo www.earthcam.com

Você também pode gostar