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Disciplina: Direito Empresarial

Professor: Marcello Iacomini


Aula: 45| Data: 13/04/2020

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

TÍTULOS DE CRÉDITO
b) Literalidade
c) Autonomia

TÍTULOS DE CRÉDITO

Se eu perder o título, se perde a condição de credor? De acordo com o conceito dado pelo Vivante, o direito de
crédito está mencionado no título, portanto, não tendo a cártula não haverá a perda da condição de credor.

b) Literalidade: todas as relações cambiarias devem estar documentadas/escritas na própria cártula para
produzirem efeitos jurídicos.

Ex.: recebido um cheque (ordem de pagamento à vista), contém um avalista. Para saber se realmente existe um
avalista deve haver uma assinatura no cheque, não podendo ter um registro em Cartório falando que o cheque tem
o avalista. Ou seja, para produzir efeitos deve constar o avalista na cártula.

Temos que a principal obrigação do credor é procurar o devedor no dia do vencimento para cobrar, porém, se a
pessoa estiver doente ou impossibilitada de cobrar poderá ser nomeado um mandatário para exercer os direitos.
Quando envolver título de crédito há uma previsão diferente, veja abaixo.

É possível fazer uma procuração com relação ao título em Cartório para determinada pessoa cobrar, protestar
ou iniciar processo de execução? Não, pois tudo deve estar escrito na própria carta, dessa forma, deverá escrever
no verso do título paga-se por procuração a pessoa x. Somente dessa forma, qual seja, endosso mandato, é possível
nomear um procurador para cobrar, protestar ou iniciar execução em nome de outrem quando envolver o título.

A finalidade do direito cambiário é permitir que relações jurídicas possam ser entabuladas sem que o devedor tenha
a moeda em mãos, como, por exemplo, quando paga determinada coisa com três cheques pré-datados. Assim, os
títulos de crédito fomentam a atividade econômica, da mesma forma que o dinheiro. Porém, o dinheiro é de
circulação forçada, ou seja, nenhum comerciante pode se recusar a receber o dinheiro, mas poderá se recusar a
receber os títulos de crédito que não são de circulação forçada.

Como atribuir confiança dentro do direito cambiário? A autonomia resolve essa questão da confiança. Portanto,
essa é o próximo princípio a ser discutido abaixo.

c) Autonomia: é por meio da autonomia que os títulos de crédito circulam livremente. As relações cambiarias,
diferentemente do que ocorre no Direito Civil, são autônomas, ou seja, eventuais vícios ou defeitos que possam
contaminar uma relação não contaminará as relações subsequentes.

Ex.: “A” emite um cheque para “B” para pagamento de uma dívida. “B” pode ter uma dívida com “C” podendo
transmitir esse cheque por meio de um simples endosso (assinando no verso). Ainda, “C” endossa o cheque para
“D” e “D” endossa para “E”. Há 4 participantes nesse exemplo, sendo que “E” é o credor, pois ele está em posse da
cártula.

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CARREIRAS JURÍDICAS
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O obrigado principal no cheque é o emitente, no exemplo acima “A”, esse será cobrado no dia do vencimento. “E”
apresenta o cheque para “A” e “A” se recusa a pagar. A partir disso “E” inicia um processo de execução em face de
“A”. “A” oferece embargos pedindo que o juiz suspenda a execução, pois foi verificado que “C” era incapaz e não
podia ter endossado o cheque para “D” (vício da relação entre “C” e “D”). Diferente do direito civil, no direito
cambiário esse vício não contamina as demais relações subsequentes e antecedentes de modo que o juiz vai rejeitar
os embargos, não houve contaminação entre a relação de “A” e “E”, devendo “A” efetuar o pagamento.

Esse exemplo demonstra o conceito de autonomia.

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