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MUSCULAÇÃO

E GINÁSTICA
DE ACADEMIA

Roberto Pacheco da Silva


Crossfit
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Descrever a origem e a evolução do crossfit.


„„ Analisar as características de uma sessão de crossfit.
„„ Elaborar exercícios para uma aula de crossfit.

Introdução
A procura por modalidades de treinamentos de alta intensidade que
promovam ganhos de condicionamento físico em pouco espaço de
tempo vem ganhando espaço nos ambientes de treinamento físico.
Entre essas modalidades, o crossfit, desde a sua criação, na década de
90, e consolidação, nos anos 2000, vem se destacando, em razão de sua
característica com base no treinamento intervalado de alta intensidade.
Além disso, o dinamismo de variação dessa modalidade a cada sessão
de treinamento atrai milhares de pessoas ao redor do mundo.
Originalmente desenvolvido para o treinamento de militares, o mé-
todo exige aptidão cardiorrespiratória e força muscular para grandes
esforços em curtos períodos. Por meio da ampla utilização de modali-
dades diferentes, como exercícios funcionais, calistenia, levantamentos
olímpicos e exercícios de musculação, atletismo e ginástica, o crossfit visa
a desenvolver o condicionamento físico de modo geral, com resultados
nas principais valências físicas, como força e resistência muscular, aptidão
cardiorrespiratória, equilíbrio, agilidade e flexibilidade.
Neste capítulo, você conhecerá a origem e a evolução do crossfit, bem
como as principais características dessa modalidade de treinamento.
Além disso, verá exemplos de vários exercícios utilizados atualmente
durante treinamentos e como aplicá-los ou modificá-los de acordo com
a necessidade de cada aluno.
2 Crossfit

1 Crossfit: origem e evolução


O crossfit é uma modalidade de treinamento nova, se comparado a alguns
elementos que embasam seus métodos de treinamento. Existem registros de
que alguns atletas praticavam o treinamento intervalado de alta intensidade
(HIIT, do inglês high intensity interval training) no início do século passado,
na década de 1920. No entanto, o crossfit surgiu nos Estados Unidos na década
de 90, quando o ex-ginasta Greg Glassman (1956–hoje), natural da Califórnia,
desenvolveu um método utilizando a combinação do uso de barras e halteres,
levantamento de peso, ginástica, bicicleta e corridas, para melhorar o ganho
de resistência física e força muscular. Durante a infância, Greg fora acometido
por poliomielite, uma doença que ataca os nervos e pode causar compro-
metimentos dos movimentos e paralisia. Com isso, ele começou a praticar
exercícios muito cedo, e foi no treinamento de ginástica que encontrou uma
maneira de recuperar sua força e vigor físico. Além da ginástica, ele utilizava
halteres, barras e pesos, assim como o ciclismo, de modo que conseguia se
desenvolver de maneira mais completa e eficaz. Dois aspectos moldaram a
mentalidade Greg para o desenvolvimento do crossfit: a busca por saúde e
pelo mais completo desempenho físico possível.
Mais tarde, devido à insatisfação com os treinamentos encontrados em
academias de musculação e ginástica convencionais, Greg começou a desen-
volver o que seria a base do crossfit atual, com exercícios simples e funcionais.
A partir disso, ele desenvolveu exercícios específicos com a utilização de di-
versos equipamentos, como barras, halteres, anéis de ginástica, barras de apoio,
cordas de pular, kettlebells, bolas medicinais, caixas de pliometria, bandas de
resistência, máquinas de remo, entre outros. A mescla desses equipamentos,
Greg desenvolveu séries específicas de exercícios combinados, o que hoje se
reconhece como a principal característica da modalidade crossfit.
Em 2000, a marca Cossfit Inc. foi registrada, e a primeira academia com
essa modalidade surgiu na cidade de Santa Cruz, na Califórnia, onde Greg
Glassman foi contratado para treinar o departamento de polícia da cidade
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aplicando seu método de treinamento. Em 2005, a marca já possuía 13 afiliadas,


passando para 3.000, em 2012, e ultrapassando a marca das 10.000 academias
licenciadas no ano de 2014. De acordo com o site oficial da Crossfit:

O crossfit — um exercício funcional de alta intensidade constantemente


variado, aliado à uma alimentação saudável à base de carne e legumes, no-
zes e sementes, algumas frutas, pouco amido e sem açúcar — prepara você
para uma vida saudável, funcional e independente e oferece proteção contra
doenças crônicas e incapacidade física. Os elementos comprovados dessa ap-
tidão ampla, geral e inclusiva, em termos de movimento e nutrição, são o que
chamamos de essência do crossfit (GLASSMAN, 2005, documento on-line).

Atualmente, os dados indicam que o crossfit é uma das modalidades que


mais cresce entre os métodos de HIIT. De acordo com a pesquisa anual do
American College Sports Medicine, o HIIT tornou-se uma das três principais
tendências mundiais de fitness desde 2013, e o crossfit foi indicado como a
principal razão pela qual os treinos do HIIT foram tão bem classificados.
De acordo com o site oficial do crossfit (map.crossfit.com), os boxes para
treinamento de crossfit podem ser encontrados em 142 países, em sete con-
tinentes, com mais de 14 mil afiliados em janeiro de 2020 (Figura 1) (OFFI-
CIAL CROSSFIT AFFILIATE MAP, 2019). De acordo com Glassman (2007,
documento on-line), o fundador da modalidade:

A metodologia que impulsiona o treinamento crossfit é totalmente empírico.


Nós acreditamos que declarações significativas sobre segurança, eficácia e
eficiência, as três mais importantes e interdependentes facetas de qualquer
programa de condicionamento físico, pode ser suportado apenas por fatos
mensuráveis, observáveis e repetíveis, ou seja, dados. Chamamos essa aborda-
gem de “ginástica baseada em evidências”. A metodologia crossfit depende da
divulgação completa de métodos, resultados e críticas, e usamos a Internet (e
várias intranets) para apoiar esses valores. Nosso estatuto é de código aberto,
tornando os desenvolvedores, treinadores e atletas e uma comunidade on-line
espontânea e colaborativa. O crossfit é conduzido empiricamente, clinicamente
testado e desenvolvido pela comunidade.
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Figura 1. Número oficiais de afiliados ao crossfit em janeiro de 2020.


Fonte: Official Crossfit Affiliate Map (2019, documento on-line).

Com o passar dos anos, o crossfit se desenvolveu, passando de uma me-


todologia voltada para o treinamento de alta performance para militares
e profissionais para um treinamento que atende a todas as faixas etárias e
condições físicas. Hoje, ele é aplicado àqueles que querem um estilo de vida
saudável e para atletas profissionais dos mais variados esportes. Existem,
inclusive, modalidades de treinos voltadas para crianças, desenvolvidas em
atividades de correr, pular, empurrar, escalar e agachar. Além disso, existe o
crossfit competitivo, voltado para atletas amadores e profissionais que parti-
cipam de competições oficiais da modalidade, os chamados crossfit games,
que dispõem de ligas locais e competição mundial.
De acordo com o site oficial da Crossfit:

Ser “crossfit” é possuir uma capacidade física geral que se presta geralmente
a toda e qualquer contingência: ao provável, ao improvável, ao conhecido,
ao desconhecido. A aptidão do atleta crossfit fornece uma base sólida para
a prática de qualquer esporte ou tarefa. O esporte crossfit destaca os feitos
dos atletas comuns que aplicam essa capacidade física geral às demandas
de suas vidas individuais e esportes escolhidos, juntamente com os crossfit
games, o principal teste mundial de condicionamento físico geral e geral e
seus eventos de qualificação (OFFICIAL CROSSFIT AFFILIATE MAP,
2019, documento on-line).
Crossfit 5

Atualmente, além de um treinamento físico, muitos adotam o crossfit


como um estilo de vida, conforme os seus próprios participantes se referem
à participação de uma comunidade. De modo global, o programa incentiva
os adeptos a seguirem uma dieta balanceada à base de alimentação natural
e consumo de carnes magras, castanhas, legumes, frutas, além de sugerir a
erradicação do uso de açúcar e de alimentos industrializados, a fim de atingir
uma melhor saúde e desempenho.

O crossfit é uma marca registrada, de modo que as academias, ou boxes, de trei-


namento atuam por meio de franquias licenciadas. Para se tornar um instrutor, ou
coach, de crossfit, é necessário fazer um curso de aprimoramento sobre o método. Os
cursos são disponibilizados pela empresa de Greg Glassman, a Crossfit Inc., e capaci-
tam qualquer pessoa que tenha interesse em fazer parte da equipe de treinadores.
No Brasil, de acordo com a legislação, um instrutor de crossfit deve, obrigatoriamente,
ter formação em educação física. O curso habilita instrutores de nível 1 e 2, e outros
aspectos avaliativos podem alçar os treinadores aos níveis 3 e 4.

2 Características do treinamento crossfit


O crossfit é um programa de condicionamento que mescla modalidades por
meio de exercícios aeróbicos, de força, resistência, potência, agilidade e flexi-
bilidade. Segundo a definição da própria Crossfit Inc. (GLASSMAN, 2007), o
crossfit abrange “Movimentos funcionais constantemente variados, executados
em alta intensidade em domínios de tempo e modais amplos”.
Com base nessa definição, pode-se observar que o crossfit possui três
premissas fundamentais para sua aplicação: movimentos funcionais, alta
intensidade e ampla variação (de tempo e de modalidade). Os exercícios
funcionais são aqueles que simulam atividades físicas, e o seu efeito pode
ser diretamente observado nas atividades do dia a dia. Esses exercícios são
multiarticulares (i.e., ativam grandes grupos musculares), de complexidade
variada e realização simples e de fácil aprendizado, uma vez que é de ex-
periência cotidiana e realização natural de movimentos como correr, pegar
objetos do chão e levantar, subir em plataformas, deitar, rolar, entre outros.
6 Crossfit

Em termos técnicos, o treinamento funcional exercita o corpo por meio de


alavancas complexas de movimento, adotando posturas específicas que pro-
movam instabilidade e cocontrações essenciais, estimulando ações sinérgicas.
Dessa forma, ele promove instabilidade no tronco por meio de combinações
de movimentos dinâmicos e força a estabilização isométrica do tronco de
maneira reflexa (TURRI-SILVA et al., 2020).
Já os exercícios de alta intensidade se referem à forma como são realizados,
adotando, preferencialmente, sequências com maior dificuldade e que represen-
tem maior desafio ao organismo. Isso reflete uma maior demanda energética
e, consequentemente, gasto calórico elevado. Devido à alta intensidade, o
organismo demora várias horas para recuperar-se do estresse, e, durante esse
tempo, o metabolismo continua acelerado, gerando gasto energético em níveis
acima do repouso por um longo período após o exercício, o que potencializa o
efeito de queima de gordura para aqueles que buscam emagrecimento.
O treinamento em intensidades altas é cientificamente comprovado como a
melhor maneira de estimular o sistema cardiorrespiratório, a fim de promover
ganhos em consumo máximo de oxigênio, potências aeróbia e anaeróbia, bem
como força e potência musculares e função metabólica. Essa afirmação é
sustentada por estudos comparativos que demonstram que treinamentos em
alta intensidade são mais eficientes para a queima de gordura e melhoram o
condicionamento físico geral, em comparação aos treinamentos com inten-
sidades moderadas e leves.
É uma premissa básica do crossfit a ampla variação dos movimentos e
exercícios. Ao contrário de programas convencionais de musculação, por
exemplo, em que uma rotina de treinamento é seguida durante um determinado
período até haver adaptação neuromuscular, o crossfit se baseia no desafio
à homeostasia. Em virtude da gama de modalidades adotadas nas sessões
de treinamentos, a cada dia uma nova sequência com exercícios diferentes
é realizada. Dessa forma, o aluno “nunca sabe o que vai encontrar”. Essa
maneira de trabalho quebra a rotina e deixa o treinamento mais desafiador e
motivante. Como resultado, o método estimula, ao mesmo tempo, diversas
valências físicas em uma só sessão de exercícios.
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Local de treinamento: o box


Os espaços destinados à pratica do crossfit são chamados de boxes (Figura 2).
Cada box é aparelhado de forma diferente, mas geralmente possuem equi-
pamentos de musculação e levantamento olímpico, como pesos, anilhas,
barras e halteres; equipamentos de ginástica olímpica, como barras e argolas
suspensas; equipamentos para escaladas; além de materiais variados, como
cordas, pneus, elásticos, caixas, entre outros.

Figura 2. Visão geral da estrutura de um box de crossfit.


Fonte: Paul Aiken/Shutterstock.com.

No Brasil, o primeiro box foi instalado em São Paulo, em 2009, com o


total sendo de 20 boxes em 2013. Hoje, encontram-se mais de 1.000 boxes
para a prática do crossfit no país. Até o ano de 2019, houve um crescimento
na faixa dos 5.900%, com o valor aproximado de 1.200 boxes em diversos
estados e regiões do Brasil. Essa marca coloca o Brasil como o segundo país
em número de afiliados, perdendo apenas para os Estados Unidos, país de
origem da modalidade, que possui mais de 7.000 boxes para a prática em todo
o seu território.
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Cada box que utiliza o nome crossfit deve ser franquiado e pagar uma taxa, corres-
pondente ao uso do nome, à empresa Crossfit Inc., detentora dos direitos da marca.
Os boxes oficiais podem ser consultados no site oficial da Crossfit (www.crossfit.com).
Existem também os boxes não oficiais. Em geral, são locais de treinamento que aplicam
metodologia própria com base nos fundamentos do crossfit. Apesar de semelhantes
à estrutura dos boxes e ao método de treinamento, esses boxes não podem utilizar
o nome crossfit, sob risco de processos penais. Para ficar claro, se o box que não for
licenciado e não constar na informação do site oficial, não é crossfit.

Divisão da sessão de treinamento crossfit


Em geral, cada sessão de treinamento de crossfit dura de 45 a 60 minutos
em média. Pelo fato de os exercícios serem, predominantemente, de alta
intensidade, é aconselhado que alunos iniciantes intercalem entre dias de
treino e dias de descanso, para evitar algum risco de lesão até estarem em
condições adequadas para se exercitarem diariamente. No caso dos alunos
mais avançados, não é restrito o treino em dias consecutivos, uma vez que os
treinos apresentam variações constantes, de modo que dificilmente acarretarão
sobrecarga de trabalho, se uma periodização adequada for direcionada. No
entanto, considera-se que dias de descanso e recuperação fazem parte da
progressão em qualquer planejamento esportivo. A falta de descanso ade-
quado pode acarretar a síndrome do overtraining, caracterizada por perda
de rendimento e força, fadiga excessiva, alteração de frequência cardíaca em
repouso e aumento do risco de lesões.
Uma sessão de crossfit é geralmente realizada em grupo e dividida em três
partes. A primeira parte consiste no aquecimento, um momento de preparação
do corpo para as atividades mais complexas e intensas. A segunda, chamada
de parte técnica, consiste no aprendizado ou refinamento das tarefas motoras
específicas daquela sessão. Por fim, a terceira parte, chamada de workout of
the day (WOD), ou treino do dia, é o momento de intensidade e esforço na
realização dos exercícios. Os WODs são prescritos por uma nomenclatura-
-padrão que reflete o que deve ser cumprido. Alguns exemplos de WODS são:
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„„ EMOM (every minute on the minute): consiste em executar uma se-


quência de exercícios em 1 minuto e descansar o restante do tempo.
„„ AMRAP (as many rounds/repetition as possible): consiste em executar
o máximo de rounds ou repetições que forem possíveis em determinado
tempo.
„„ RFT (rounds for time): consiste em executar uma quantidade deter-
minada de rounds no menor tempo possível.
„„ RNFT (rounds not for time): consiste em executar uma quantidade
determinada de exercícios, sem se preocupar com o tempo. A técnica
e a execução com maior consistência são a prioridade.

Os rounds podem ser entendidos como séries, e cada round representa um


exercício, ou conjunto de exercícios, realizado durante o WOD.
A diversidade de movimentos do crossfit é vasta, e a nomenclatura e as
siglas utilizadas se referem a termos em inglês. São dezenas de siglas e equi-
pamentos específicos. Alguns exemplos comuns de siglas são:

„„ ATG (ass to grass): agachamento profundo em que se aproxima o


quadril, o máximo possível, do chão.
„„ BENCHMARK WOD: são treinos padronizados utilizados para me-
dir a evolução do condicionamento físico do praticante de crossfit.
O benchmark mais conhecido é o Fran, 21-15-9 de thruster e pull-up:
21 repetições de thruster, seguido de 21 repetições de pull-up, seguido
de 15 + 15 e, por último, 9 + 9.
„„ BW (body weight): peso corporal.
„„ DNF (did not finish): quando o atleta não completa todo o treino.
„„ DU (double under): pulo de corda em que esta passa duas vezes abaixo
dos pés a cada salto.
„„ HIIT (high intensity interval training): protocolo de treino intervalado
de alta intensidade.
„„ LPO/WL (levantamento de peso olímpico ou weightlifting): uma
categoria de movimentos que envolvem o snatch e o clean & jerk.
„„ PR (personal record): recorde pessoal em um determinado exercício
ou treino.
„„ RX: movimento-padrão prescrito de movimentos e cargas, sem que
existam adaptações ou escalonamentos.
„„ SC (scale): versão do crossfit acessível a todos, pois qualquer treino pode
ser adaptado/escalonado/customizado de acordo com as capacidades e
habilidades individuais de cada um.
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A seguir, são apresentados alguns exercícios comuns nos treinamentos de


crossfit (Figuras 3 a 16).

Figura 3. Burpee box jump-over.


Fonte: CrossFit (2019, documento on-line).

Figura 4. Hanging l-sit.


Fonte: CrossFit (2019, documento on-line).
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Figura 5. Handstand, handstand push-up e variações.


Fonte: CrossFit (2019, documento on-line).

Figura 6. Strict toes-to-bar.


Fonte: CrossFit (2019, documento on-line).
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Figura 7. Strict knees-to-elbows.


Fonte: CrossFit (2019, documento on-line).

Figura 8. Hang snatch.


Fonte: CrossFit (2019, documento on-line).
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Figura 9. Clean & jerk.


Fonte: CrossFit (2019, documento on-line).

Figura 10. Kettlebell swing.


Fonte: CrossFit (2019, documento on-line).
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Figura 11. Kettlebell snatch.


Fonte: CrossFit (2019, documento on-line).

Figura 12. Kipping muscle-up.


Fonte: CrossFit (2019, documento on-line).
Crossfit 15

Figura 13. Box jump.


Fonte: CrossFit (2019, documento on-line).

Figura 14. Burpee.


Fonte: CrossFit (2019, documento on-line).
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Figura 15. Wall-ball shot.


Fonte: CrossFit (2019, documento on-line).

Figura 16. Modified rope climb.


Fonte: CrossFit (2019, documento on-line).
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Como já mencionado, o crossfit se caracteriza pela versatilidade e um dos


preceitos básicos de sua metodologia de treinamento é a variação constante
de exercícios e sequências para treinamentos. Os WODs podem ser descritos
como desafios a serem cumpridos. Fica dessa forma impossível aqui a descrição
e padronização completa dos WODs possíveis e existentes.

Confira, a seguir, um exemplo de WOD para praticantes intermediários/avançados:


„„ AMRAP;
„„ 1’ rope climb (ou modified);
„„ 1’ burpee box jump-over;
„„ 1’ double under (anotar PR);
„„ 1’ intervalo;
„„ 6 ×;
„„ Tempo de WOD: 24 minutos.

Nos links a seguir, é possível encontrar uma descrição completa das siglas utilizadas,
de exercícios e diversos exemplos de WODs para treinamento.

https://qrgo.page.link/WNpLs

https://qrgo.page.link/27aMf

https://qrgo.page.link/1B7Rx

3 Crossfit: benefícios versus riscos


A literatura científica demonstra que os treinamentos em alta intensidade
são tão ou mais efetivos que os em intensidades moderadas para a obtenção
de força e potência muscular (UCHIDA et al., 2013), bem como para o au-
mento da capacidade aeróbica (BUCHHEIT; LAURSEN, 2013). Dessa forma,
o adequado controle da intensidade durante o exercício é uma condição crucial
para a obtenção dos resultados esperados.
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O crossfit é uma modalidade de treinamento que baseou seu desenvolvi-


mento nos treinamentos intervalados de alta intensidade, que, como visto,
foram implementados décadas atrás para treinamentos de atletas de alto nível
e, posteriormente, como forma de preparação física da população em geral
e em condições especiais (CAO; QUAN; ZHUANG, 2019; COSTA et al.,
2018; GOMES NETO et al., 2018; LIU et al., 2019). Segundo Gava (2016,
documento on-line):

Trabalhos físicos de alta intensidade e com tempo mais curto de prática na


sessão, logo induzem o pensamento sobre o HIIT. Porém, diferente do que
ocorre nesse programa onde o praticante realiza exercícios em alta intensidade,
ele tem um tempo de descanso específico, sendo esse ativo ou passivo. Já no
crossfit, não há um momento específico de descanso durante o WOD, pois é
necessário que de seu máximo dentro daquele tempo com o mínimo de pausa.

O crossfit, como um programa de exercícios de atividades mistas, é capaz,


no mesmo método de treinamento, de gerar efeitos em diversos parâmetros
da capacidade física, podendo ser definido como um treinamento que visa a
desenvolver o condicionamento físico geral. O crossfit se intitula como um
programa de força e condicionamento capaz de melhorar o condicionamento
físico em dez domínios (GLASSMAN, 2002):

1. resistência cardiovascular/respiratória;
2. resistência muscular;
3. força;
4. flexibilidade;
5. potência;
6. velocidade;
7. coordenação;
8. agilidade;
9. equilíbrio;
10. precisão.

Entre os resultados mais comuns esperados pelos praticantes de exercícios


está o emagrecimento, visto que o crossfit acarreta alto gasto energético para
a realização dos exercícios de alta intensidade. Em média, uma aula de crossfit
queima em torno de 800 kcal, porém o consumo calórico total é muito mais
elevado, devido ao efeito de manutenção elevado do metabolismo após o
término da sessão para a recuperação do organismo após o estresse físico do
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treino. Esse período de alto gasto pode durar várias horas após a finalização
da atividade.
Um estudo de revisão sistemática publicado em 2017 sumarizou os resulta-
dos de trabalhos sobre crossfit até aquele momento. Foram revisados 13 estudos,
que totalizaram 2.326 participantes. Esses trabalhos foram conduzidos nos
Estados Unidos (10), no Canadá (1) e por meio de um fórum on-line na internet
(2). Os estudos envolveram homens e mulheres. Um deles foi realizado com
estudantes universitários e três utilizaram o crossfit como parte do treinamento
militar. Nos achados, foi demonstrado que participantes mais experientes e
com melhor desempenho nas atividades apresentaram melhor capacidade
aeróbica e potência anaeróbica, bem como que a diretriz de intensidade da
modalidade pode aumentar a aptidão cardiovascular em iniciantes e sujeitos
menos treinados (MEYER; MORRISON; ZUNIGA, 2017).
Além disso, alguns estudos relataram que, em comparação com outros
métodos tradicionais, como treinamentos aeróbicos contínuos de moderada
intensidade e musculação tradicional, o crossfit é mais atrativo e reflete me-
lhor adesão ao treinamento a longo prazo. Algumas explicações podem ser
inferidas pelo grau de desafio que os treinos oferecem, uma vez que o crossfit
trabalha com a superação dos próprios limites, tornando-o, assim, uma ati-
vidade estimulante. Como resultados, os sujeitos sentem-se mais confiantes,
superando essas limitações, o que pode acabar refletindo em outras áreas de
sua vida, gerando, assim, ganhos psicológicos.
Apesar de muitas evidências apontarem para os efeitos positivos do crossfit,
uma revisão sistemática avaliou 31 estudos sobre o tema. Destes, em quatro
estudos foi utilizado o método estatístico de metanálise. Como conclusão,
os autores afirmaram que:

Até agora, a literatura científica atual do crossfit tem sido com base em
estudos que investigaram os efeitos do crossfit sobre a composição corporal,
parâmetros psicofisiológicos, risco de lesão musculoesquelética, aspectos de
vida e saúde e comportamento psicossocial. A metanálise não encontrou um
efeito significativo das alterações do treinamento crossfit no índice de massa
corporal, gordura corporal relativa, massa gorda, massa corporal magra e
circunferência da cintura. Infelizmente, o número de estudos investigando
crossfit com alto nível de evidência e com baixo risco de viés é escasso. Como
resultado, essas descobertas não podem estabelecer os benefícios ou riscos
do crossfit, nem fornecem recomendações práticas definitivas relativas ao
crossfit. Apesar dessa disparidade, existe a existência de evidência inicial
de níveis mais altos de senso de comunidade, satisfação e motivação entre
os participantes do crossfit. (CLAUDINO et al., 2018, documento on-line).
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Em relação aos riscos do crossfit, é notável que em qualquer modalidade


esportiva ou de treinamento existem riscos inerentes, mesmo em atividades
leves. Contudo, em atividades com nível de intensidade elevados e altas cargas
de treinamento até a fadiga, os riscos aumentam. Os maiores riscos atribuídos
ao crossfit são as lesões musculares e articulares.
Uma pesquisa foi realizada com o objetivo de determinar as taxas e os
perfis de lesões durante o treinamento de rotina de crossfit, cuja avaliação foi
feita com 132 indivíduos, por meio de questionário. Nas respostas, 97 (73,5%)
indivíduos relataram ter sofrido algum tipo de lesão durante o treinamento
crossfit. Foram relatadas 186 lesões, sendo que 9 (7,0%) necessitaram de
intervenção cirúrgica. Os locais de maior incidência de lesões foram ombros,
coluna, braços/cotovelos, mãos/punhos e joelhos. Foi calculada uma taxa de
lesões de 3,1 por 1.000 horas treinadas. As taxas de lesões com o treinamento
crossfit equiparam-se às relatadas na literatura para esportes, como levanta-
mento de peso olímpico, levantamento de peso e ginástica, e são inferiores às
taxas de esportes competitivos de contato, como rugby (HAK; HODZOVIC;
HICKEY, 2013).
Outro estudo semelhante, de caráter epidemiológico, realizado por meio de
questionário com praticantes de crossfit no Brasil, coletou dados demográficos
para avaliar o perfil, o histórico esportivo, a rotina de treinamento e a presença
de lesões em atletas de crossfit. O total de 566 indivíduos preencheram os
critérios para serem avaliados. Destes, 6,3% relataram que não praticavam
nenhum tipo de atividade física antes de iniciar o treinamento de crossfit.
Quando questionados sobre todas as possíveis motivações para começar a
praticar crossfit, 410 entrevistados (72,4%) responderam que iniciaram essa
atividade para melhorar o condicionamento físico, 327 (57,8%) relataram
buscar uma melhor qualidade de vida, 233 (41,2%) relataram curiosidade, 196
(34,6%) relataram ganhos estéticos e 39% relataram que praticam a modalidade
há mais de 1 ano.
Nenhum participante relatou praticar crossfit apenas 1 vez por semana,
e 242 indivíduos (42,8%) relataram praticar mais de 4 vezes por semana.
Aproximadamente um terço dos entrevistados relataram participar de com-
petições de crossfit. Um total de 328 entrevistados (58%) relataram realizar
outras atividades físicas além do crossfit. Entre estes, 72,6% praticavam essas
outras atividades 1 a 2 vezes por semana, sendo as mais comuns: surf, yoga,
pilates, musculação e ciclismo. Além disso, 71,4% relataram descansar 1 a
2 vezes por semana.
Crossfit 21

Em termos de lesões, 176 indivíduos (31%) mencionaram ter sofrido algum


tipo de lesão enquanto praticavam crossfit. Entre estes, 74 (42%) relataram
procurar um profissional de saúde para diagnosticar ou tratar a lesão; 59 (33,5%)
relataram ter de modificar seu treinamento normal em duração, intensidade ou
qualquer outra característica por mais de 2 semanas, embora sem exigir nenhum
tratamento especializado; e 42 (24%) relataram ter de se abster completamente
de praticar crossfit ou qualquer outra atividade física por mais de 1 semana,
também sem tratamento específico (SPREY et al., 2016). Vale ressaltar que não
houve diferença significativa em relação às atividades esportivas anteriores,
pois os indivíduos que não praticavam atividade física prévia ou praticavam
em vários níveis apresentaram taxas de lesões muito semelhantes.
Na conclusão sobre o estudo, os autores citam que:

As taxas de lesões crossfit são comparáveis às de outros esportes recreativos


ou competitivos, e as lesões mostram um perfil semelhante ao levantamento
de peso, levantamento olímpico, treinamento de força, ginástica olímpica e
corrida, que têm uma taxa de incidência de lesões quase metade da do futebol
(SPREY et al., 2016, documento on-line).

Um dos grandes tabus que aflige os praticantes de crossfit é a associação


da modalidade com a rabdomiólise. Apesar de ser considerada uma doença
rara, ela é grave, podendo causar insuficiência renal e, em certos casos, levar
à morte. Portanto, é de suma importância que o profissional que prescreve e
acompanha os treinamentos conheça e informe os alunos sobre os riscos da
rabdomiólise, orientando-os a conhecer mais sobre essa doença e a buscar
ajuda médica se observarem algum dos sintomas.

A rabdomiólise é uma síndrome de destruição do músculo esquelético com vazamento


do conteúdo muscular, frequentemente acompanhada por presença exacerbada de
creatina-quinase (CK) na corrente sanguínea e mioglobinúria (eliminação da mioglobina
pela urina). Além disso, se for suficientemente grave, pode ocorrer insuficiência renal
aguda, com transtornos metabólicos potencialmente letais. Os sinais e sintomas comuns
são: dores musculares, sensibilidade e fraqueza. Sintomas inespecíficos, como febre e
mal-estar, estão frequentemente presentes. Os pacientes também podem se queixar
de urina de cor escura, resultado característico da mioglobinúria.
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Casos documentados de rabdomiólise após o treinamento de crossfit preo-


cupam tanto os médicos como os participantes, visto que alguns casos relatados
foram resultantes da participação em apenas uma sessão de exercício crossfit
(GLASSMAN, 2005). Embora tenha sido amplamente documentada a asso-
ciação de rabdomiólise com diversas modalidades de exercícios extenuantes,
como ciclismo, treinamento KAATSU e fisiculturismo, o perfil de exercícios
repetitivos e de alta intensidade que visam à superação de limites é motivo de
preocupação, por apresentar um considerável risco para o quadro.
Com base nisso, um estudo buscou quantificar e avaliar os riscos de ra-
bdomiólise associados à participação no crossfit. Em uma série de casos,
quantificou-se a proporção de pacientes com lesões relacionadas ao crossfit
que precisam de admissão por rabdomiólise. Um total de 498 pacientes, com
523 lesões sofridas pelo crossfit, atenderam aos critérios de inclusão. As lesões
mais comuns foram as osteomusculares (81,5%). Destas, lesões relacionadas à
coluna, aos ombros e aos joelhos englobavam mais da metade das lesões mus-
culoesqueléticas (54,7%). Foram diagnosticados e admitidos para rabdomiólise
11 pacientes, o equivalente a 2,1% da população estudada (HOPKINS et al.,
2019). Os autores afirmaram, em suas conclusões que, embora o percentual
de casos de rabdomiólise associados ao crossfit seja menor que o percentual
de outras lesões esportivas, esses casos são mais preocupantes, devido à
possibilidade de complicações com risco de vida, como falência de órgãos.

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