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GINÁSTICA DE
ACADEMIA
Introdução
A ginástica aeróbica e as modalidades criadas a partir dela têm se tornado
uma escolha frequente para indivíduos que queiram ingressar em um
programa de exercício, devido aos aspectos motivacional e estético e
por ser uma atividade que se adapta bem à rotina, com treinos de até
60 minutos.
Neste capítulo, você conhecerá os benefícios, as formas de elaboração
de uma aula e as características da ginástica aeróbica (no contexto das
academias e clubes de esportes), do jump e do step-training.
Silva et al. (2019a) realizaram um estudo cujo objetivo era avaliar a in-
fluência da ginástica aeróbica no bem-estar de mulheres com idade entre
30 e 50 anos, com 3 sessões de ginástica por semana, durante 2 meses. Ao
fim do estudo, observou-se que as participantes tiveram melhoras no quadro
de bem-estar geral devido à ginástica, principalmente nas áreas relacionadas
à atividade física e ao convívio social.
Liebl et al. (2014) compararam os efeitos de um programa de musculação
e ginástica localizada em uma amostra de 30 mulheres que praticavam uma
das modalidades por, pelo menos, 6 meses. O estudo não encontrou diferenças
significativas para a força máxima de membros inferiores no teste abdominal e
de flexão de braços, o que prova que a ginástica pode ser uma ótima atividade
física para prover ganhos de força e resistência muscular.
Lopes, Zangelmi e Lima (2009), ao estudarem o efeito agudo da glicemia
capilar em diabéticos tipo II e praticantes de GA, obtiveram importantes re-
sultados, que sugerem que a GA, quando bem indicada, prescrita e executada,
tem um importante papel no controle glicêmico do portador de diabetes.
De Paoli et al. (2005) investigaram o consumo calórico durante a “parte
principal” de uma aula de ginástica. Nesse estudo, participaram 15 mulheres
com idade média de 30 anos, as quais apresentaram um valor médio de consumo
energético de 6,08 kcal/min, para uma média de peso corporal de 55, 74 e
88 kg. Como uma aula normalmente tem duração de 60 minutos, pode-se dizer
que essa atividade se mostra eficiente para promover o gasto calórico do grupo.
Contudo, lembre-se de que o papel do profissional quanto ao planejamento
será sempre fundamental nesse aspecto.
Existem formas simples e rápidas de mensurar a intensidade das aulas,
a frequência cardíaca e as escalas de percepção de esforço, como a escala
de Borg, mas é sempre importante que o professor conheça seu aluno, assim
como o perfil da turma (p. ex., alguns indivíduos tendem a superestimar as
escalas), a fim de identificar possíveis sinais que referem ao andamento e
à intensidade da aula.
A motivação é um ponto bastante importante na aderência à prática da
modalidade, sendo o professor um dos principais aspectos responsáveis pela
aderência e a manutenção dos alunos. Nesse sentido, ele é responsável por
transformar o ambiente de aula em um local confortável para o desenvolvimento
das atividades, respeitando e adaptando as atividades às possíveis limitações
de infraestrutura e ao nível de condicionamento físico e possíveis limitações
de seus alunos.
4 Ginástica aeróbica, step-training e jump
A GAE teve sua origem nas décadas de 1970 a 1980, sendo caracterizada
por fundir sequências de exercícios aeróbicos, com elementos de dificuldade
da ginástica, transições originais, colaborações e interações entre membros
da equipe (FIG, 2019a). Assim como na GA das academias, a musicalidade
mostra-se um importante elemento, visto que as rotinas de exercícios são
inspiradas e executadas em sincronia com o ritmo/melodia (FIG, 2019a).
A GAE oferece diversas modalidades ou plataformas, e os ginastas podem
competir de forma individual, dupla mista, em trios e em grupos de 5 ou 8 par-
ticipantes. Em todas as categorias os participantes devem realizar movimentos
no solo e no ar, de modo que utilizem toda a extensão da arena (FIG, 2019b).
O Brasil é um dos grandes representantes dessa modalidade, e os atletas
Lucas Barbosa e Tamires Silva ocupam o 1º e 9º lugar, respectivamente, no
ranking mundial nas modalidades individuais, e, na dupla mista, os mesmos
atletas ocupam a 2ª posição. No entanto, a modalidade não faz parte dos jogos
olímpicos (FIG, 2019c).
2 Step-training/bodystep
Modalidade que utiliza a plataforma step (que se assemelha a um degrau),
o step-training teve sua origem na década de 1980. Com uma proposta inova-
dora, ele conquistou o mercado fitness ao longo dos anos, sendo, hoje, uma das
principais modalidades a serem trabalhadas em espaços destinados à prática
de atividade física (PEREIRA; MONTEIRO, 2017).
Ginástica aeróbica, step-training e jump 5
3 Jump
O jump consiste em um programa de exercícios ritmados que utiliza membros
inferiores e superiores, no qual os movimentos são executados sobre um mi-
nitrampolim (LEMOS et al., 2008). Por se tratar de uma modalidade aeróbica,
seus benefícios são os mesmos das modalidades discutidas anteriormente.
Furtado, Simão e Lemos (2004), ao analisarem o comportamento de va-
riáveis metabólicas relacionadas à aula de jump, como frequência cardíaca,
consumo máximo de oxigênio, produção de dióxido de carbono, quociente
respiratório, equivalente metabólico e dispêndio energético por meio da espi-
rometria, constataram que a modalidade proporciona aumento da resistência
cardiorrespiratória, que, por sua vez, contribui para a manutenção e a melhora
da qualidade de vida de seus praticantes (FURTADO; SIMÃO; LEMOS, 2004).
Sendo composta por saltos, corridas (bem como suas variações e combina-
ções) e coreografias, a aula de jump se mostra uma modalidade extremamente
motivante e estimulante para o praticante, proporcionando a melhora da resis-
tência cardiorrespiratória, da aptidão cardiorrespiratória e, consequentemente,
da saúde (PERANTONI et al., 2009).
O controle da intensidade da aula é de extrema importância para a obtenção
dos benefícios decorrentes da prática de jump, e diferentes técnicas para a sua
mensuração podem ser utilizadas, como: volume máximo de oxigênio, limiares
ventilatórios e de lactato, percepção de esforço e frequência cardíaca, sendo
estas duas últimas as mais utilizadas e de fácil aplicação, as quais são ótimas
alternativas para grandes grupos (MIGUEL et al., 2017).
A aula de jump tem cerca de 50 a 55 minutos de duração, sendo também
dividida em aquecimento, parte principal e volta à calma ou relaxamento.
O ritmo das músicas deve acompanhar essas fases, ou seja, na fase de relaxa-
mento, a música deve ser mais calma/com um ritmo mais leve.
O aquecimento deve ser iniciado fora do minitrampolim, para que, depois,
seja continuado nele. Já a parte principal deve possuir músicas com intervalos
de intensidade (leve, moderada e intensa), cabendo ao professor conduzir a
intensidade dos exercícios de acordo com esses intervalos. A última fase é
caracterizada por alongamentos específicos e exercícios de respiração.
10 Ginástica aeróbica, step-training e jump
Figura 1. Momento em que os alunos executam uma corrida estacionária em uma aula
de jump.
Fonte: Giorgio Rossi/Shutterstock.com.
Vale destacar que esses são apenas alguns dos passos que são utilizados
em uma coreografia de jump, de modo que o professor possui total liberdade
para inovar e criar novos movimentos e, posteriormente, incorporá-los a
novas coreografias.
12 Ginástica aeróbica, step-training e jump
A heterogeneidade da turma é uma situação com a qual o professor deve estar pre-
parado para lidar. Assim como nas aulas de step e GA, o professor deve saber utilizar
as metodologias adequadas, e mensurar a intensidade das atividades (principalmente
com alunos iniciantes) é de extrema importância. Os princípios e técnicas a serem
aplicados aqui podem ser os mesmos citados anteriormente. Lembre-se, sempre,
de que o professor é o responsável pela motivação, a aderência e a permanência do
aluno em um programa de atividade física.
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