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Obs: Todas elas acontecem a partir de uma mutação de uma proteína envolvida com algum tipo
de sinalização muito importante, mas Huntington é herdada, é cromossômica, então a situação
é mais complicada.
Resumindo o início: De acordo com a região que vai acontecer a atrofia do neurônio, vai ter
uma consequência específica para aquela doença.
Existe uma questão importante com relação a essas doenças que, de uma forma geral,
muda a proteína de uma doença para outra, mas o que acontece é uma falha no dobramento da
proteína; ou essa proteína está mal dobrada, ou a partir de um evento (que não se sabe como
acontece) ela desdobra-se.
Existe uma corrente que explica o seguinte: O cálcio é o vilão do interior celular, pois
a principal função dele se estiver livre dentro de uma célula é fazer a ativação das caspases.
Essa ativação das caspases pelo cálcio tornam o cálcio um alvo extremamente importante
nesses processos de neurotoxicidade. Por que? Não se sabe exatamente a causa dessas doenças,
mas em todas elas há morte neuronal; se há morte neuronal e o principal sinal de morte que nós
temos é o cálcio, é provável que de uma forma ou de outra essas doenças de uma forma geral
causem excitotoxicidade, ou seja, alterem os níveis de cálcio intracelular.
A figura mostra um neurônio com todas as vias que regulam os níveis de cálcio e temos
ao mesmo tempo coisas que fazem o cálcio aumentar e coisas que fazem diminuir. Isso é
importante porque como acontece a morte neuronal, coisas que causam a doença devem
aumentar o cálcio; e coisas que podem proteger da doença, vão diminuir.
“Então são alvos que são milhões de proteínas que podem ocupar esses papéis que podem ser
usadas como alvos ou de diagnóstico ou de tratamento.”??????????????
Um dos principais sinais neuronais capaz de regular os níveis de cálcio chama-se
glutamato, ele é um aminoácido importantíssimo para a parte de sinalização cerebral junto
com o GABA; eles atuam de maneira totalmente antagônica, o glutamato é excitatório e o
GABA inibitório. Então, quando se fala de cálcio, um dos principais sinais que podem
aumentar é o próprio glutamato. E não por acaso o glutamato tem uma série de receptores e
canais que respondem a ele e esse é o perigo inclusive AMPA, NMDA, MGluR (receptor
metabotrópico de glutamato), todos eles estão envolvidos quando tem a presença de glutamato
monossódico (ajinomoto, molho shoyo, sazon, tempero do miojo…). Tem muita publicação
relacionando o uso desses condimentos sintéticos com o mal de alzheimer (tudo que for rico
em glutamato pode levar ao desenvolvimento dessas doenças)...
FREQUENTEMENTE...UMA VEZ OU OUTRA NÃO TEM PROBLEMA! O glutamato em
excesso vai hiperativar esses receptores e uma das principais ações dele é exatamente aumentar
o cálcio, aumentando o cálcio, o cálcio mata o neurônio e não da tempo dele se repor.
* Uma das principais estratégias nessas doenças é mexer com o glutamato.
Doença de Parkinson
Vamos relembrar aqui, alguém lembra como fazer noradrenalina? Tirosina → DOPA →
Dopamina → Noradrenalina → Adrenalina. Essa DOPA aqui que a gente produz normalmente
no organismo, ela não tem cor não tem fluorescência. Então o que a gente faz? Pega a molécula
da DOPA e conjuga com uma substância fluorescente fazendo o flúor Dopa (FDOPA) e quando
injeta em um voluntário saudável, esse FDOPA vai ser captado pelos neurônios
dopaminérgicos pra ele ser convertido em dopamina, só que esta dopamina vai estar também
fluorescente, eu dei um análogo fluorescente então a dopamina vai estar flúor dopamina.
E aí você vê esta imagem aqui, onde quanto mais quente a cor que for apresentada maior
a quantidade dessa substância foi captada, tem que tá mais florescente, quanto maior a
temperatura da cor significa maior a quantidade da substância e quanto menor a
temperatura da cor, menos substância foi captada. Então, num voluntário normal / sadio,
vemos isso aqui (fig 1), praticamente não tem nem azul nem violeta, tá tudo ali começando a
partir do amarelo. Quando vai para um indivíduo com parkinson não é o contrário, não tem
mais laranja, amarelo, vermelho, você vê alí azul, violeta e preto. Isso mostra o que? Que esse
cérebro desse indivíduo é menos capaz de captar FDOPA e portanto ele é menos capaz de
transformar FDOPA em flúor dopamina. Isso é uma forma de você diagnosticar. Esse exame,
recebe o nome de flúor cintilografia, injeta o isômero (?) fluorescente, ou o análogo
fluorescente e daí analisa a temperatura que da cor que foi registrada. Isso também tem como
fazer uma cintilografia do coração, na aula de farmacologia 2 na parte de arritmia eu vou
mostrar pra vcs. Você faz vários patias do coração no exame lá, como se ele fosse fatiar o
coração e cora todas as patias pra você ou as que você deu pro paciente, depois ele faz uma
reconstrução tridimensional daquelas imagens e bota o coração girando na tela do computador,
aí o médico vê exatamente onde está o bloqueio do paciente dele.
Aqui eu tinha que ter uma condução que não está acontecendo, aí é mais fácil dele chegar lá
e vê que o problema dele é lá no ramo terceiro do ventrículo direito. É mais fácil de ver, só que
tem que ter tempo. Então o que é mais aceito que eu to falando é apenas esta causa e não é isso.
O que é mais encontrado e mais aceito, é a diminuição da dopamina nigroestriatal.
O GABA, ele é sempre inibitório, então quando ele estiver sendo liberado ele vai inibir o
próximo neurônio.
E aqui vai funcionar de que maneira? Esse neurônio produz dopamina, libera dopamina que
age no segundo neurônio que produz e libera ACh. A ACh atua no terceiro neurônio que vai
produzir e liberar GABA. GABA que age no quarto neurônio que também é um neurônio que
produz e libera GABA e esse GABA atua nesse último neurônio que produz e libera glutamato.
Então será uma sequência de eventos que vai acontecer. Sendo que, quando você tiver liberação
de GABA (GABA é sempre inibitório, não se esqueça!!!) se ele for liberado, ele inibe o
próximo neurônio. Então o próximo neurônio vai ta com a função diminuída, se ele tivesse que
liberar GABA ele não irá mais, concorda?
GABA ele é sempre inibitório então a partir do momento que eu tenho liberação de GABA
e ele age no próximo neurônio, esse neurônio vai estar inibido pelo GABA. Dessa maneira ele
não consegue liberar o seu produto que por coincidência é um outro GABA.
➔ Então olha como funciona: a dopamina é inibitória sobre o neurônio que libera ACh,
certo? Vamos tirar agora a dopamina de circulação, vamos estudar o circuito daqui pra
frente e depois a gente entra com a dopamina e aí é ela que vai estar diferente no
parkinson. Esse neurônio libera ACh e a ACh, estimula esse neurônio aqui (terceiro
neurônio), esse neurônio produz GABA, então sob a ação da ACh esse neurônio libera
GABA. O GABA, inibe o próximo neurônio então esse aqui que esta na regiao negra
não vai liberar o seu produto que era outro GABA. Então este neurônio está liberando
menos GABA. O GABA não é inibitório? Então se eu estou freando o GABA, esse
neurônio está ativado ou inibido? Está ativado.
Se eu tenho menos GABA, esse neurônio está livre e se está livre ele libera glutamato. O
glutamato em excesso não é tóxico? Então ele descontrola o movimento. Isso é o normal, aí o
que vem um indivíduo normal - voluntário sadio sem parkinson. Entra a dopamina na jogada
segurando o circuito todo porque ela inibe já aqui a ACh, então tudo que nós vimos que ia
acontecer liberando um excesso de glutamato, a dopamina segura e freia.
Pergunta do Allan: Se não tivesse glutamato ela não teria ó (n terminou de falar)…? Ele regula
o movimento, tanto para positivo quanto negativo. Em excesso ele é tóxico. O problema é esse
neurônio aqui da substância nigra que o paciente com parkinson começa a aprender (?). E aí
ele perdendo esse controle, acontece o que nós vimos anteriormente, sem a dopamina para frear
a ACh, todo o circuito vai começar a liberar glutamato em excesso. E esse glutamato em
excesso mata o neurônio da própria regulação, do próprio circuito elétrico. Então por isso
quando o indivíduo perde esses neurônios ele começa a ficar com o movimento totalmente
desordenado. Quem segura tudo é a dopamina, ele vai perdendo a dopamina vai perdendo o
controle.
Nesse momento teve a pergunta de uma menina lá, porém não entendi nada…
❖ Patogenia
Aqui tem até a questão de biologia molecular, que foi até a Giuliana que falou. Essa proteína
que tem movimento com parkinson, chama-se alfa sinucleína, ela que é mais encontrada
sofrendo a mutação e esse é a grande lacuna que está faltando, principalmente, porque? A alfa
sinucleína normal, o indivíduo é normal / o voluntário não tem nada. Quando a alfa sinucleína
muda-se, ela começa a originar a explicação para a doença de parkinson. Então qual é a lacuna?
O que causa a mutação dessa alfa sinucleína? Qual é o evento que aí tem haver com a questão
da isquemia cerebral, tem haver com a questão patológica mecânica, tem haver com a infecção.
Virus entao adora fazer mutações dos outros, ele se muta e muta todo mundo que tiver perto
dele. Então uma infecção viral pode perfeitamente ter sido responsável pela mutação da
sinucleína, mutando a sinucleína ela agrega, ela perde a conformação nativa dela e volta pra
estrutura secundária e primária agrega e começa a estimular a produção daquele sistema de
caspagem (?) que falei pra vocês. Sistema de caspagem(?) esse que leva a apoptose. Então tem
alguns link's faltando nesse caminho todo..
O problema todo é o que causa a mutação da sinucleína. É igual ao alzheimer, tem lá a APP
(proteína precursora amiloidogênica) enquanto ela é normal, quando ela é fisiológica, sem
problema nenhum. Quando ela sofre mutação ela gera o agregado, então o que gera essa
mutação ainda não se sabe. Esse agregado, é tão consistente, tão insolúvel que você faz uma
endoscopia eletrônica, você vê ele facilmente __?__. Tanto que ele é chamado até de composto
de lewy, ele deu esse nome a estrutura do agregado alfa sinucleína do corpúsculo lewy. Então
você vê aqui na eletrônica a formação aqui, bem eletrodensa, isso é o composto de lewy e
aquilo aí tudo é alfa sinucleína agregada. É tão intenso, precipitado que você vê a proteína
agregada.
Relembrando:
A dopamina e a noradrenalina podem ser
clivadas tanto pela MAO quanto pela COMT.
MAO - intracelular, dentro do neurônio;
COMT - fenda sináptica
Essa levodopa está chegando por fora. Quando ela entra, está produzindo dentro do neurônio,
está protegida. MAS no caminho, antes de entrar, pode se encontrar com a COMT e ser
transformada em um metabólito inativo.
★ Por isso, na maioria dos pacientes,
além de associar a levodopa com
um inibidor da dopa descarboxilase
periférica, também é associado um
inibidor da COMT (entacapona ou
tolcapona).
Após a chegada da levodopa intacta ao sistema nervoso central, com o que a gente tem que se
preocupar agora?
Ela vai virar dopamina, só que ela pode ser metabolizada pela MAO e pela COMT. Agora ela
vai estar dentro do neurônio, então pode sofrer ação da MAO. Por esse motivo, em alguns
pacientes, há o tratamento com inibidores da MAO.
Mas você não associa as duas estratégias! Ou tríade ou inibidor da MAO, porque o nível de
dopamina pode ficar muito acima do normal e aí pode começar a ter efeito colateral. O
mais comum é o uso da tríade, principalmente porque hipertensos não podem usar esses
inibidores --- Principalmente a selegilina porque ela é metabolizada em metanfetamina pelo
nosso organismo e aí aumenta a pressão, acelera o coração, causa enxaqueca…
Ainda temos outra possibilidade que geralmente é muito mais tolerada pelo paciente, que é
utilizar os agonistas do receptor de dopamina diretos. O que um agonista faz? Mesma efeito
do ligante natural. Ag. total: efeito máximo de 100%
Por que os pacientes costumam tolerar muito melhor esses agonistas do que o precursor?
Porque eles “são dopamina pronta”, então o nível de flutuação no organismo de dopamina é
muito menor. Quando tem o precursor, tem que levar em consideração que vai passar pelo
estômago, intestino, vai ter que ser absorvida… até chegar onde precisa e pode ser que nesse
caminho que uma parte se perca. Então quando se mede a dopamina produzida pelo levodopa,
os níveis plasmáticos dela oscilam muito e isso pode fazer com que o paciente não faça adesão
ao tratamento porque ele percebe que hora ele tem melhora e hora não tem melhora nenhuma
(a concentração está mais baixa e pode causar a bradicinesia tardia).
Já com o agonista a oscilação não ocorre porque já está pronto para se ligar ao receptor.
Pergunta: Você vai usar um inibidor da MAO para não degradar a dopamina. Mas porque
vai usar de novo da COMT então?
R: Porque na verdade não é “usar de novo’, é só mostrando que essas aqui só trabalham na
periferia e essas aqui trabalham tanto na periferia como no SNC. Não é que vai usar junto, é
porque elas trabalham nos dois lados/lugares.
Pergunta: Nesse caso você tá falando que quando a MAO degrada…(?) você diminui ainda
mais os níveis?
R: Sim, Você produz dopamina mas ela é toda degradada, então pode ser que só inibindo o
processo de degradação haja melhora dos sintomas do paciente. (Resolver não resolve pois os
neurônios continuam morrendo).
Com relação a levodopa:
• A absorção é no intestino delgado;
• A levodopa deve ser ácido ou base? É um ácido fraco. Ela é absorvida bem no início do
intestino delgado, e próxima ao estômago;
• A meia vida dela é de 1h à 2h, se ela estiver sozinha. Já foi dito que ela é totalmente
metabolizada pela dopa-descarboxilase no intestino onde ela é absorvida. Então se ela estiver
sozinha ela só dura de 1 à 2h. Imagina o paciente com parkinson ter que tomar o medicamento
de 2 em 2h. Ou ele não iria tomar, ou iria começar a gastar muito dinheiro para comprar a
quantidade de comprimido necessária e aí isso gera a flutuação dos níveis plasmáticos.
Importante: a levodopa/dopa, vem da tirosina, que por sua vez de um outro aminoácido
chamado fenilalanina.
• Doença fenilcetonúria: é quando o indivíduo tem uma deficiência de fenilalanina
hidroxilase; ele não consegue transformar fenilalanina em tirosina. Ou seja, o cara pode não ter
dopamina não porque tem parkinson, mas porque ele tem fenilcetonúria. Se ele não tiver os
outros sintomas, deve-se fazer uma anamnese geral do paciente, porque ele pode não fabricar
dopamina porque ele tem fenilcetonúria. Nesse caso, basta fazer para esse paciente uma dieta
rica em tirosina, a partir da tirosina ele consegue fazer a dopamina perfeita. De qualquer
maneira ela é um aminoácido modificado - fenilalanina/tirosina/dopa - são derivados de
aminoácidos modificados. Por esse motivo, se uma paciente ingeriu uma quantidade muito
grande de proteína, essa proteína vai cair no estômago, vai ser metabolizada, os aminoácidos
vão ser absorvidos no intestino. Como ela usa o mesmo transportador do aminoácido pra ser
absorvida, pode acabar levando a uma diminuição da absorção da levodopa. Então recomenda-
se que o paciente diminua a ingestão de refeições ricas em proteína para não ter tanta chance
dele inibir a absorção da levodopa. Ele pode não ter o efeito que ele precisa porque ele não tá
absorvendo corretamente. Ele come proteína em excesso, esses aminoácidos que estão vindo
das proteínas inibem a absorção da levodopa e ele não consegue produzir a dopamina.
A ingestão do fármaco é em jejum, logo sabemos que ela é um ácido fraco, pois em jejum o
ambiente está mais ácido, então ela absorve melhor.
A retirada, mesmo que o médico chegue a conclusão de que aquele paciente não foi bem tratado
com levodopa, não serviu, vai trocar a medicação mas ela não pode ser tirada da noite para o
dia. Deve-se diminuir a dose aos poucos porque ela produz dopamina perifericamente. A
retirada muito abrupta pode provocar uma síndrome de rebote no paciente.
Tudo porque a dopamina vai começar a aumentar em todas as regiões, não tem uma memória
molecular suficiente para a levodopa chegar só na região nigra, esse é o grande problema.
Os psicotrópicos de uma forma geral tendem a alterar o sistema de (on/off) filtro do paciente;
- Neurolépticos: São os anti-psicóticos; Em sua maioria, eles são antagonistas dos receptores
de D1 D2 de dopamina. Se o receptor que precisa ser sensibilizado para a pessoa não ter
parkinson são exatamente D1 e D2, como seria possível juntar o levodopa com o antagonista
desses receptores? Um iria bloquear o efeito do outro, então por isso não se pode associar
neuroléptico com levodopa.
Paciente psicótico não deve tomar, paciente com glaucoma (pressão intraocular elevada); E
pacientes cardíacos, porque a dopamina acelera o coração. Ela também se liga no receptor β1
adrenérgico. ( Lembrar: O receptor adrenérgico do coração é o β1; do pulmão β2).
Pergunta: No caso de um paciente hipertenso que tenha que tenha o parkinson não pode usar
a…
R: Ele tem que usar outra estratégia. Ou ele usa agonista (não é a dopamina) ou liprodanol(???
não entendi). Deve-se evitar o levodopa, porque o problema é a dopamina.
Interação:
Inibidores da MAO que podem aumentar demais a quantidade de dopamina e começar a ser
tóxica no paciente;
A piridoxina é uma vitamina B6, derivado da piridoxal-fosfato, pode fazer na verdade um
aumento do metabolismo hepático da levodopa e aí ele vai acelerar a produção de dopamina
periférica, não é o que queremos. Ela precisa ser transformada no SNC.
Há pessoas que fazem suplementação vitamínica sem necessidade, a pessoa vê nos comerciais
a Cláudia Raia dizendo que deve-se tomar cálcio depois dos 40/50 anos e acaba comprando o
cálcio. Contudo, existem pessoas que não tem necessidade nenhuma de cálcio. É a mesma coisa
com as vitaminas, a pessoa não tem problema de vitaminas e toma. Então tudo que é demais,
sobra e começa a fazer mal.
O levodopa administrado sozinho vai ser muito mais metabolizado no intestino do que chegar
até o SNC, e se ele se encontrar com a COMT a situação se complica mais ainda.
Revisão
➔ Qual o nome do fármaco que é utilizado como precursor no tratamento de primeira
escolha?
Levodopa. Mas, ele é metabolizado na periferia - a mesma enzima (dopa descarboxilase) que
existe dentro do neurônio também está expressa no intestino - então quando se usa o levodopa
sozinho, ele pode ser metabolizado no intestino, pelas enzimas periféricas, e não chega em
concentrações necessárias ao sistema nervoso central.
➔ O que a gente faz para que essa substância chegue intacta ao cérebro?
Associa a um inibidor da dopa descarboxilase periférica: Carbidopa ou benserazida que vão
trabalhar especificamente nos tecidos periféricos, aumentando com isso a quantidade de
levodopa que consegue chegar ao sistema nervoso central. Sendo que, mesmo depois de
atravessar a barreira hematoencefálica e alcançar o sistema nervoso central, ela pode se deparar
com a segunda enzima de degradação dessa substância que é a COMT (enzima presente na
fenda sináptica) e se ela sofrer essa degradação, é transformada em um intermediário
metabólico chamado 3-O-metildopa e este não pode virar dopamina, então também perde-se
biodisponibilidade da levodopa no tratamento de Parkinson. Por isso, além de associar o
inibidor da dopa descarboxilase periférica, utiliza-se a entacapona como inibidor da COMT -
Tratamento de primeira linha para Parkinson “Tríade de primeira escolha”.
*Lembrar da preferência pela entacapona por conta da necrose hepática pelo uso da tolcapona.
O que essa enzima vai fazer? Tanto a COMT consegue metabolizar essas substâncias na fenda
sináptica quanto a MAO dentro do neurônio (a MAO é uma enzima mitocondrial que vai
funcionar numa forma de degradar as catecolaminas - dopamina, noradrenalina e adrenalina).
★ Quando se usa selegilina ou rasagilina, inibe-se a MAO-B, que é uma das enzimas
capazes de degradar a dopamina e quando inibida, aumenta-se o tempo de meia-vida da
dopamina para o paciente.
➔ Quem não pode utilizar essas substâncias? Hipertensos, porque elas são
transformadas, no metabolismo hepático, em derivados de anfetamina que pode
aumentar a pressão arterial, aumentar a frequência cardíaca, pode ser tóxico para
o paciente.
Preferencialmente, entre selegilina e rasagilina, rasagilina! Porque ela é 5x mais potente e não
é tão biotransformada em derivados de anfetamina como a selegilina.
Mas sempre que estamos falando de substâncias mais evoluídas, menos tóxicas, estamos
falando também de substâncias mais caras. Por ser muito mais cara, o paciente acaba optando
pela selegilina, além desta existir em forma de adesivo transdérmico, que facilita muito a
administração do medicamento (mas em adesivo o preço é maior).
Outra opção para
pacientes hipertensos,
intolerantes as reações
adversas dos
inibidores da MAO e
às flutuações dos
níveis de dopamina, é
a “dopamina pronta”
(= agonistas do
receptor
dopaminérgico). Esses agonistas (da imagem) são agonistas diretos dos receptores D1 e D2
dopaminérgicos, que são os receptores que vão funcionar no controle da doença de Parkinson.
Quando o médico prescreve uma dessas substâncias, as flutuações plasmáticas de dopamina
são menores porque não depende do neurônio captar o precursor e transformar no
neurotransmissor, pois já vem “pronto” na forma do agonista. Porém, não pode ser utilizado
em uma dose muito elevada devido a seletividade, pois quando se aumenta a dose, perde-se a
seletividade e pode ter mais efeito colateral do que terapêutico.
Obs: Especificidade = só irá atuar no alvo específico independente da dose. Seletividade = se
aumenta a dose, perde a seletividade.
● Esses agonistas são divididos em: Derivados do ergot e não derivados do ergot:
Ergot é um fungo chamado Claviceps purpurea que contamina cereais em geral, que acaba
levando a contaminação do indivíduo que o consumir. A partir do Ergot, extraíram a molécula
do ácido lisérgico, que é o LSD, e a partir dele fizeram uma família de substâncias com
finalidade cardiovascular.
Bromocriptina = “Criptus”significa fogo. Essa substância não pode ser utilizada por
hipertensos porque esse “fogo” significa função cardíaca elevada. Então, a bromocriptina
aumenta o funcionamento do coração, acelera o coração e aumenta a pressão arterial. Por isso,
bromocriptina é um dos menos utilizados por conta desse problema da pressão arterial e ainda
há indivíduos que sofrem alucinações.
“O mais utilizado na verdade não é nenhum desses aqui, é o mais novo que é a cabergolina.
Tanto que tem uma história, agora nessa epidemia que teve de Zika, Chikungunya, que as
pessoas ficaram com muitas sequelas, problemas articulares… então muitos reumatologistas
começaram a prescrever medicamentos que diminuem a dopamina, aí teve muita gente, muitas
pessoas desenvolvendo hiperprolactinemia. Pq? Porque quando você diminui a dopamina, isso
faz liberação prolactina. A dopamina vai diminuir para permitir a liberação de prolactina, por
isso a mulher grávida deve ser acompanhada no pré-natal e se tiver algum histórico familiar ou
algum evento predisponente ela deve ser acompanhada mais de perto ainda (depressão pós-
parto).
E na Chikungunya, o medicamento que era para a articulação, ele diminuía a dopamina. Então
muitos indivíduos, principalmente as mulheres, tiveram problemas seríssimos de retenção de
líquido, infertilidade, alteração humoral por conta da prolactina aumentada. Então, muita
cabergolina foi tomada para regularizar a prolactina e a mulher começar a voltar ao seu estado
normal. Pq? Como eles são agonistas dopaminérgicos, eles seguram a prolactina lá na via __?__
e aqui no Parkinson vão funcionar no sentido de imitar a dopamina que está sendo perdida pelo
paciente.”
A cabergolina tem um tempo de meia-vida excelente, então só se toma 1 vez por semana e esse
dia não pode ser alterado, mas a hora já não tem tanto problema. Geralmente, esses agonistas,
por terem essa vantagem, são preferidos por pacientes mais avançados.
OBS: mais avançado não é terminal! É uma fase inicial, porém, mais avançada.
★ Se o indivíduo na fase inicial não foi tratado por levodopa, ou seja, o médico tentou
tratá-lo com a primeira escolha, porém, não funcionou, então NÃO vai adiantar trocar
pelo agonista porque se deu o precursor e não houve resposta, então não haverá resposta
pelo agonista também. Então se o paciente for insensível ao precursor, tenta-se os
inibidores da MAO --- Fase mais inicial.
★ A apomorfina pode ser utilizada na forma de injetável, então ela aumenta a
concentração na fase mais avançada e melhora mais rapidamente o paciente. O
problema é que essa apomorfina sendo injetável, a concentração dela pode ser muito
alta, superando a janela terapêutica e causando efeitos colaterais no paciente.
★ O preferido de todos eles é a cabergolina. É o mais seguro de todos.
Doença de Alzheimer
A pessoa perde memória recente.
● Dica que ele dá para os alunos todo período e é ignorado: Não adianta estudar no dia
do teste, prova ou seminário, o que registra a nossa informação é a acetilcolina. Então
você aprende, mas não apreende; logo, não adianta, não registra. Se no caminho da
informação der um pico de adrenalina, apaga o que estava caminhando para ser
registrado.
Por isso que pacientes com essa doença não lembram o que acabou de almoçar, mas
lembra do nome da tataravó que conheceu com 3 anos de idade. Como a informação do nome
já foi registrada ele consegue lembrar. Agora o que ele precisa guardar daqui pra frente não
consegue mais registrar. Por que? Os neurônios responsáveis por registrar a memória recente,
que está presente nos núcleos de meynert na região do córtex cerebral, estão sendo perdidos.
Observação: As vezes esquece nomes de filhos e netos porque é mais recente, de acordo com
avanço da doença ela começa a desorientar. O paciente começa a trocar nomes dos familiares,
por exemplo. Geralmente tem uma pessoa da família que ele não esquece.
A proteína afetada no Parkinson é a alfa sinucleína (que sofria mutação, perdia a estrutura
nativa, agregava e causava a morte do neurônio). No alzheimer já temos um estudo muito mais
profundo desses eventos, já sabem inclusive que temos a proteína chamada APP, que é
proteína precursora amiloidogênica, tanto que a placa que é responsável pela doença chama-
se beta amiloide. É um agregado formado por essa proteína. Essa proteína pode ser processada
pelos nossos neurônios, desses do núcleo de meynert que são colinérgicos, por três enzimas
diferentes que são chamadas de secretases (secretam). Essas 3 trabalham na APP em locais
diferentes. Quando ela está normal, ela é uma proteína sem mutação/alteração nenhuma, ela
vai ser preferencialmente processada pela � secretase (quando ela for processada por ela, quem
vai sobrar é a APP solúvel, que é uma proteína que depois de ser processada vai ser exportada
da célula). Isso é importante porque ela é um fator de crescimento do neurônio, um fator anti
apoptótico para o neurônio do núcleo de meynert, ela é fundamental para a fisiologia desse
neurônio; Quando essa APP se
torna mutada, ao invés de ser
preferencialmente processada
pela �, agora é
preferencialmente processada
pela � e Ɣ secretases. Qual
problema disso? elas vão gerar
proteínas chamadas de A�40 e
A�42 que são proteínas com
propriedades agregantes. Quando
elas começam a grudar umas nas
outras formam aqueles agregados
que começam a causar o que
chamamos de placa � amilóide e
é esse agregado que, não se sabe
exatamente como, causa a
neurotoxicidade. (aí entra aquela questão da ativação das caspases)
Obs interessante: Diabetes tem relação quase que comprovada com alzheimer. Uma das coisas
que pode causar uma mutação nessa proteína é o nível elevado de glicose plasmática.
Tratamento do mal de alzheimer é a mesma coisa, até o momento não tem cura, logo, tudo que
irá fazer é uma medida paliativa, uma forma de melhorar a qualidade de vida do nosso paciente.
A pessoa está perdendo neurônio colinérgico, então teremos que dar para ela acetilcolina.
Sendo que, se dermos acetilcolina ela não consegue chegar ao cérebro por conta de ser um
amônio quaternário, se der por via periférica ela não consegue atravessar a barreira
hematoencefálica. Então o artifício que nós temos é utilizarmos os anticolinesterásicos.
Relembrando: Anticolinesterásicos inibem a acetilcolinesterase que é a enzima que degrada a
acetilcolina.
Logo, quando entramos
com o anticolinesterásico
fazemos com que a
acetilcolina que já existe
dure mais. Não aumenta a
produção nem a
quantidade, apenas o
tempo de meia vida da
acetilcolina que já existe.
Lidam apenas com o que
o paciente já produz, que
é pouco, mas o
medicamento faz com
que dure um pouco mais.
Temos principalmente
quatro representantes: Donepezila, galantamina, rivastigmina e tacrina. Dessas substâncias,
uma das mais utilizadas é a donepezila.
Nós temos uma família de proteínas chamada citocromo p450 (CYP450), ela é
importantíssima em relação a metabolismo de xenobióticos (dentre eles os fármacos), o grande
problema é que a rivastigmina não tem interação com o CYP450, as outras… tacrina tem o
mesmo problema da tolcapona pode matar o paciente com --- (praticamente não são utilizadas),
a galantamina é o único que trabalha de maneira competitiva (o inibidor competitivo trabalha
de maneira reversível, então você liga o inibidor ou o ligante e se você aumenta a quantidade
do ligante o inibidor perde o efeito).
Vamos raciocinar: Comparando a galantamina que é competitiva e as demais que são não
competitivas. Comparando um paciente no início da doença e o paciente com o estágio mais
avançado. Como é feito o protocolo do tratamento? Começo com o competitivo e conforme a
doença avança troco pra não competitivo ou começo com o não competitivo e conforme avança
a doença troca para o competitivo?
Nós temos dois tipos de substâncias anticolinesterásica, uma que trabalha de maneira
competitiva e que portanto essa inibição ela é revertida quando se aumenta a quantidade do
ligante natural e tres que trabalha de maneira não competitiva, ou seja, não são revertidas com
a concentração do ligante. Pensa na doença em que o paciente está perdendo neurônios
colinérgico, qual o protocolo será realizado: começo com o tratamento dele, diagnóstico,
começa com um competitivo e troca por um não competitivo ou começa com um não
competitivo e quando avança troco por competitivo?? R: O tratamento começa com um não
competitivo. PQ? No início do tratamento, o paciente já está com a doença, mas
comparativamente o início da doença e o avanço, temos mais ACh no início. Então no
início, se eu usar um inibidor competitivo, pode ser que eu não tenha efeito nenhum, pois
é provável que essa ACh desloque o inibidor, não tendo ação nenhuma. Então começa pelo
não competitivo, que geralmente é a rivastigmina (?), e como o paciente vai avançando na
doença a ACh dele natural vai diminuindo e aí posso trocar pelo competitivo, gerando menos
efeito colateral e se é competitivo ela vai depender dos níveis da ACh. Quando se tiver ACh
um pouco maior, ele diminui o efeito do inibidor (não tem tanto efeito colateral), quando a
ACh diminui demais ele ganha o efeito do inibidor e aumenta a duração da ACh.
Os dois mais usados são: ↪Rivastigmina (não competitiva) : no início de tratamento que era
não competitivo e outra questão é não ter interação grande com a CYP 450. (importante pois
a CYP 450, essas enzimas geram muitas interações medicamentosas, basta que a pessoa
comece a tomar mais medicação e ela pode começar a ter interação medicamentosa ).
↪Tacrina (competitiva)
↪Galantamina (competitivo)
Pq a rivastigmina é preferencial? - Por não ter interação considerável com a CYP 450.
Qual a importância disso? Hoje em dia podemos ter essa doença acometendo gente bem jovens,
e o grande problema é que quanto mais jovem mais grave é a doença. É uma doença que
começou a ter _?_ quando você começa a ter aumento da perspectiva de vida, ela geralmente
acomete nos idosos, tendo algumas exceções.
→Em função de preço, a donepezila é usada no lugar da rivastigmina. Elas são substitutas
uma das outras.
Vamos comparar o início da doença com uma fase mais avançada: Se você verifica os níveis
de ACh no paciente, no estado inicial ela tá um pouco mais alta e conforme vai avançando ela
vai diminuindo. Se o inibidor é competitivo, ele depende da concentração do ligante natural
(ACh), entao se voce dar um inibidor competitivo num momento que a ACh está mais alta, ela
pode impedir a ação do inibidor porque é competição. Quem vai ganhar a competição é ela,
entao nao tera efeito nenhum no medicamento. Num estado mais avançado, como ela está mais
baixa é de _?_ ela competir com o inibidor então se ganha o efeito do medicamento.
Quando falamos de inibição, não falamos em zerar não. Inibir é diminuir. Então eu to
inibindo a acetilcolinesterase, eu tô diminuindo a atividade dela. Isso é importante porque no
próximo slide a gente começa a falar de memantinas e fenciclidinas(?) que são outras formas
de tratar a doença de alzheimer. Tem uma diferença entre as duas que é em com relação a essa
questão. Uma inibe e a outra bloqueia.
- Como eu falei pra vocês, memantina e fenciclidina, esse paciente da mesma maneira
que o paciente de parkinson ele nao tem excesso de glutamato?. Então uma outra forma
de tratá-lo é diminuir as ações citotóxicas do glutamato. A memantina é a mais utilizada
delas, por conta de preço e da segurança. Porque a memantina é um antagonista parcial
do receptor, mas a fenciclidina ela bloqueia completamente.
- Esses receptores de NMDA, são receptores ionotrópicos, então o glutamato se liga ao
receptor fora da célula e isso abre canal iônico e esse receptor pode ter vários tipos de
íons para carrear se ele for NMDA ou AMPA. Eles abrem canais iônicos e esses íons
começa a atravessar a membrana plasmática.
Quando se fala de memantina, ela causa o antagonismo do receptor b-glutamato(?) (sítio que
liga glutamato) e a fenciclidina ela bloqueia tanto o sítio de glutamato como os canais iônicos.
E aí passamos de uma situação de super estimulação do glutamato para zero de glutamato e
isso não é uma coisa interessante pq o glutamato é tóxico em altas concentrações mas ele é
necessário para poder controlar o movimento do paciente. Então quando se usa a fenciclidina
tem que ser um estágio extremamente avançado onde o paciente não tem mais o que fazer.
- A memantina diminui a perda da velocidade de memória por esta protegendo a vida
dos neurônios que ainda existem no paciente. Não existe cura, mas tem o retardo da
morte neuronal o que acontece é que o neurônio que ainda está vivo acaba diminuindo
seus níveis de cálcio então diminui a chance de morte dele.
O glutamato sozinho não tem um efeito interessante, geralmente se associa a glutamina com a
rivastigmina ou donepezila.
Aqui temos o tratamento com um medicamento novo, o Axura, que a gente vai trabalhar
protegendo o excesso de glutamato. Aqui é uma situação normal, fisiológica, e quando começa
a ter uma superestimulação de glutamato isso começa a perder sustentação neuronal, pq ele nao
esta matando neurônio? Se está matando neurônio, está perdendo sinal colinérgico e aí você
tem aqui uma resposta colinérgica diminuída. Quando trata com o Axura que é a memantina,
aí você recuperar a sinalização da ACh. Isso aqui é um esquema de uma indústria , acontece
que o paciente não vai voltar com o sinal dele com se nada tivesse acontecido no cérebro dele.
Mas vai tendo uma melhora sintomática do paciente pela ACh.
Lembra que falei pra vocês que só recentemente o pessoal tá tentando buscar uma forma de
inibir a coloração da �-40 e �-42? Primeiro foi pra clínica melhorar a vida do paciente e agora
eles começaram a tentar vê uma forma de frear a doença. O que o pessoal tá conseguindo fazer
é o tratamento com anticorpos contra a �-40 e �-42 e isso diminui tanto a formação da placa
beta amiloide, aqui é a situação de controle situação salina(?) de 0.32% com o tratamento de
anticorpo vai para 0.02 isso com 15 meses de tratamento e com 18 cai de 0.49 pra 0.22,
aproximadamente cai para 50% de perda da placa beta amiloide.
(1h12) Jess
(Aqui é o mesmo resultado na forma de gráfico. Salina com o anticorpo praticamente zera a
produção da placa beta-amiloide. Isso não será barato, porque é um anticorpo, ou seja, é
proteína. Não será por via oral, vai ser pela via parenteral ou intra-nasal porque é proteína.)
Vale ressaltar também os antiinflamatórios que começaram a surgir e esse grupo está
mostrando que antiinflamatórios comuns como sulindac, ibuprofeno, indometacina…
conseguem diminuir a formação da placa beta-amiloide.
O interessante é: papel inflamatório, provavelmente essa inflamação está gerando mutação da
APP e por isso está gerando a doença. Então quando diminui a resposta inflamatória diminui a
mutação da APP e diminui a mutação da placa.
Resumo: Estamos conseguindo usar esses antiinflamatórios para diminuir a formação da
placa beta-amiloide.
Dependendo do local onde aconteceu esse ataque oxidativo e a morte neuronal, tem a
consequência da perda do movimento em um músculo que tá ligado com aquele neurônio.
Nesse sentido, o paciente perde capacidade de deglutição, de movimentação dos olhos, de
audição… Tudo dependendo da região que foi afetada. O músculo vai encurtando de tamanho
e isso vai enrijecendo a camada muscular.
Existem pacientes que tem a esclerose amiotrófica lateral generalizada, geralmente é um
estado mais avançado. Existe também a esclerose múltipla (da Cláudia Rodrigues - A diarista),
que é generalizada, com isso ela tem momentos em que está muito bem ou muito mal.
Tratamento:
Existe um único tratamento disponível para melhorar o paciente. Ele é feito com uma
substância chamada de RILUZOL. O RILUZOL (lembrar do receptor NMDA do glutamato)
também trabalha bloqueando totalmente o receptor NMDA, tanto o sítio de glutamato como os
canais de iônicos de sódio e cálcio para tentar diminuir o processo de atrofia neuronal.
Eventualmente todas as pessoas vão morrer da doença. O que se pode fazer é diminuir a
velocidade de morte ou proteger os neurônios que ainda estão vivos.
O tratamento é caro, mas é dado pela UNIÃO. (Às vezes podem ficar sem enviar o
medicamento, comprometendo o tratamento dos menos favorecidos que acabam por ficar
paralisados em casa e sentindo dores).
DOENÇA DE HUNTINGTON
A doença de Huntington é extremamente mal conhecida e quase ninguém estuda essa
doença. O indivíduo apresenta movimentos involuntários (que não são “tic nervoso”), como
por exemplo de arregalar os olhos e não consegue parar.
Tem um movimento chamado de estereotipado que é repetitivo e percebe-se que é uma questão
muscular de fato; o músculo está involuntariamente sendo contraído e relaxado. Então a pessoa
começa a ter movimentos involuntários desse tipo com os olhos, com a boca, ouvido… tem
vários tipos de condição.
Tratamentos disponíveis:
Existem dois que são o BACLOFEN ou CLORPROMAZINA, mas o que causa (geralmente)
melhores efeitos é o BACLOFEN, porque ele é como se fosse um GABA mimético (ele imita
as ações do GABA centrais). Então por essa razão a melhor eficiência do tratamento é com o
BACLOFEN.
CLORPROMAZINA:
Já foi dito que a clorpromazina não pode ser administrada junto com o levodopa, porque a
clorpromazina é um antipsicótico, então ela é um antagonista do receptor dopaminérgico e aí
nos pacientes que tiverem a doença levando ao aumento da dopamina, ela tem efeito, porque
como ela é um antagonista do receptor de dopamina, ela diminui um pouco as ações dessa
dopamina levemente aumentada. Mas, o mais comum é o indivíduo ter baixo GABA, ele tem
menor atividade/expressão da glutamato descarboxilase.
Em resumo: O melhor tratamento para a doença de Huntington é o BACLOFEN, pois ele imita
as ações do GABA.
EFEITOS COLATERAIS:
Os principais efeitos são: sonolência e hipnose. A pessoa fica extremamente dormente para a
vida, mas pelo menos não tem os sintomas que costumam ser graves em que a pessoa tem esse
problema muscular. Costuma-se dizer que na Coréia de Huntington (esse outro nome acontece
porque os indivíduos mais propensos são os asiáticos), o que ocorre é o contrário do que
acontece com o Parkinson. No Parkinson a dopamina está diminuída, e no Huntington a
dopamina está aumentada.