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Guião de Correção – 2º Teste – Introdução ao Estudo de Direito – 2021

Respostas:

Parte I

1. A personalidade jurídica e a capacidade jurídica de gozo são facilmente confundidas, mas existe uma
fronteira que as separa. A fronteira que as separa é o facto de que a personalidade jurídica ser a aptidão
de ser titular de direitos e obrigações, que é adquirida logo após o nascimento completo e com vida de
acordo com o número 1 do artigo 66 do código civil, enquanto que a capacidade jurídica de gozo é a
aptidão de exercer esta titularidade por meio de terceiros (tutor ou curador). Portanto, a afirmação é
falsa porque pode-se sim identificar a fornteira entre a personalidade jurídica por se tratar da aptidão de
ser titular e a capacidade jurídica de gozo que é a necessidade de terceiros para exercício dos direitos e
obrigações.

2. Existe sim uma relação de complementaridade entre a menoridade, inabilitação e a interdição, esta
complementaridade reside no facto destas três não possuírem livremente o exercício dos seus direitos e
obrigações, a não ser que o menor seja emancipado. O menor não apresenta capacidade jurídica, o
interditado e o inabilitado não apresentam a capacidade jurídica de exercício, mas sim a capacidade
jurídica de gozo, a qual é sempre necessário a intervenção de um terceiro para executar ou exigir
direitos e obrigações. O interdito e o inabilitado são equiparados ao menor por nenhum destes possuir
liberdade de exercer os seus direitos e obrigações, de acordo com o artigo 139º do código civil.

Parte II

1. As relações jurídicas existentes na hipótese são as seguintes:

1ª Relação jurídica – relação entre Abú e a entidade com que este contraiu o empréstimo. Sujeitos: Abú e a
entidade que contraiu o empréstimo; Objecto: a titularidade do valor do empréstimo. Facto jurídico: entrega do
valor e a posterior o pagamento do empréstimo feito. Garantia: possibilidade da entidade que contraiu o
empréstimo recorrer a um meio coercivo., ou de levar acaso ao tribunal caso Abú não consiga quitar a dívida
feita.

2ª Relação jurídica – relação entre Abú e Fufú seu filho (relação jurídico-familiar). Os sujeitos desta relação
jurídica são: O Abú como pai e o Fufú como filho. Objecto da relação jurídico-familiar é o dever de Abú como
pai de um menor (Fufú) alimentar e contribuir com as despesas de educação e sustento do seu filho. O sujeito
jurídico é o facto de que logo após o nascimento de Fufú, Abú sabia das suas obrigações que é de sustentar o seu
filho enquanto este for menor. A garantia desta relação é a possibilidade de Fufú recorrer aos tribunais para que
este possa usufruir dos seus direitos como filho.

3ª Relação jurídica- é a relação entre Fufú e a E-Microcrédito que tem os mesmos elementos da primeira relação
jurídica identificada mudando apenas os nomes dos sujeitos, passando a serem estes: Fufú e a E-Microcrédito.

4ª Relação jurídica - Sujeitos: Abu e a sua empresa. Objecto: contrato de trabalho entre Abu e a empresa. Facto
jurídico: prestação de serviços da parte de Abu e recompensa mensal monetária da empresa para Abu. Garantia:
possibilidade de recorrência ao tribunal no caso de uma das partes contratuais não obedecer as cláusulas
contratuais.

2. De acordo com a hipótese dada, Abú vivia uma vida de luxo, tinha uma casa superluxuosa (arrendada)
comprou um telefone de último grito e adquiriu um empréstimo para comprar o seu carro de sonho. O
comportamento de Abú de acordo com a lei pode levá-lo a estar sujeito à inabilitação de acordo com o
artigo 152º o artigo civil, por mostrar a incapacidade de reger convenientemente o seu património. Na
hipótese dada, apesar de Abú estar a viver uma vida de rei, é fornecida a informação de que ele anda
super endividado não tendo sequer água e luz em casa, mas vivendo uma vida pródiga e endividada
esta situação mostra a incapacidade de Abú reger convenientemente os seus bens.
3. Fufú tendo dificuldades de pagar o empréstimo à E-Microcrédito, e este empréstimo tendo sido feito
com vista à investir do negócio de Fufú, de acordo com o artigo 127º, número 2, aos actos relativos à
profissão do menor, e pelos actos practicados no exercício dessa profissão, só respondem os bens de
que o menor tiver a livre disposição. Mas como Fufú mesmo assim não conseguiu pagar todo o
empréstimo, e tendo o seu pai Abú autorizado este empréstimo, o Abú deve pagar o que falta do
empréstimo, mas a E-Microcrédito não pode executar a viatura luxuosa de Abú.

4. Abu está perante uma incapacidade acidental onde ele se encontra incapacitado de entender o sentido
da sua acção. De acordo com o número 1 do artigo 257 do código civil, se o estado de incapacidade
acidental de Abu fosse notório, então o negócio seria sim anulado.

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