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Administração de
medicamentos - menos a via IV
Conceitos:
A administração de medicamentos é um cuidado da equipe de Enfermagem.

O prescritor não é o administrador nem o preparador, por conta disso:

É uma atividade multidisciplinar, com um processo que perpassa várias


categorias profissionais - CRM, farmacêutico, enfermagem. Muitas vezes,
medicamentos já chegam diluídos no setor. Por exemplo, os quimioterápicos.
Antibióticos também deveriam ser preparados em locais próprios, porque se
inalados, seus microrganismos podem criar resistência.

A administração de medicamentos é uma das atividades mais corriqueiras


desenvolvidas pela equipe de enfermagem e traduz a eficiência, a
responsabilidade, a técnica e a destreza do profissional nessa atividade.

Mesmo que não prescreva, o profissional de Enfermagem também responde por


um processo jurídico-admnistrativo da administração de medicamentos. Por
isso, é importante conhecer as drogas manipuladas, para saber como deve
ser o processo de preparação e o quanto deve ser administrado - ação, dose,
efeitos adversos, interação medicamentosa, métodos e precauções na
administração.

Administração de medicamentos - menos a via IV 1


Segundo o código de ética da enfermagem - é direito do profissional se recusar
a executar atividades que não sejam de sua competência legal.

Esses artigos do código de ética responsabilizam o enfermeiro sobre


possíveis erros na administração do medicamento. Além de dar aval para se
recusar a administrar quando a droga está vencida, a dose está fora dos limites,
não saber realizar a técnica.

Efeitos adversos x efeitos colaterais


Efeito adverso: Efeito diferente e indesejado daquele considerado como
principal por um fármaco. Segundo a Anvisa - é qualquer resposta a um
medicamento que seja prejudicial, não intencional e que ocorra nas doses
normalmente utilizadas em seres humanos para profilaxia, diagnóstico e
tratamento de doenças, ou para modificação de uma função fisiológica. São
efeitos NEGATIVOS. Exemplo: vômito, rash cutâneo, enjoo.

Efeito colateral é um efeito diferente daquele considerado como principal por um


fármaco. Não é maléfico, mas não é o principal - não costuma ser indicado
com essa finalidade, mas pode ser utilizado. Exemplo: causar sonolência com
anti-histamínico.

Reações adversas

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De forma previsível, as drogas podem causar efeitos secundários, os quais
podem ser inofensivos ou prejudiciais. As mais comuns são:

-Tóxicos: Desenvolvem-se após a ingestão prolongada de doses altas de


determinados fármacos ou quando ocorre seu acúmulo na corrente sanguínea,
decorrente de deficiência do organismo em metabolizá-los ou excretá-los. Exemplo:
pessoas com doenças hepáticas ou renais.
-Reações idiossincráticas: efeitos imprevisíveis, como reação excessiva, deficiente
ou diferentes do comum. Podem ser dose-dependentes, variando de acordo com a
dose específica administrada. Um exemplo pode ser a administração de
determinados opióides, que acaba causando excitabilidade ao invés de sedação e
analgesia.

-Reações alérgicas: são imprevisíveis e representam de 5 a 10% das reações


adversas das drogas. Pode ser leve ou grave. Os sintomas alérgicos variam,
dependendo do indivíduo ou da concentração da droga. A preocupação é que
ocorra edema em vias aéreas (reações graves ou anafiláticas), porque ocorre uma
constrição súbita dos músculos bronquiolares, laringe, faringe, sibilos intensos,
podendo haver falta de ar. Também pode haver a presença de instabilidade
hemodinâmica e a necessidade de atendimento emergencial.

Interação medicamentosa
Ocorre quando uma droga altera o efeito de outras. Mesmo com diversos
estudos, ainda há poucas informações sobre o assunto.

É uma temática muito relevante, já que dela dependerá a eficácia terapêutica,


principalmente em tratamentos longos com uso simultâneo de fármacos.

A droga pode aumentar ou diminuir o efeito das outras, assim como alterar a
forma de absorção, metabolização e excreção (Potter & Perry, 2005).

A interação entre drogas nem sempre é indesejável, em determinadas situações


podem ser prescritas uma combinação de fármacos para que ocorra a interação
e que haja benefícios terapêuticos. Exemplo:

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É importante saber que às vezes há um receptor do fármaco em lugares
diferentes do objetivo. Por exemplo, ele é administrado para o estômago, mas
tem receptores no cérebro (Efeitos colaterais). Podem causar ação uma nas
outras, aumentando ou diminuindo o efeito de outra droga, alguns
medicamentos permanecem muito tempo no sangue ligados às proteínas
plasmáticas...

Por essas variações, para algumas interações basta colocar em horários


diferentes; para outros que permanecem biodisponíveis muito tempo, com meia-
vida alta, deve-se fazer administração de um ou outro, ou saber que um deles
não terá sua funcionalidade.

Saber essas interações para realizar aprazamento.

Vias de administração de medicamentos:


Os medicamentos podem ser administrados de várias formas, dependendo da
indicação e do tempo de ação pretendido.

Enteral: passa pelo trato gastrointestinal. Sofre efeito de primeira passagem.


Levar em consideração se o paciente tem doenças crônicas hepáticas, renais,
porque influenciará na absorção. Tipos: Oral, SNG, SNE, GTT.

Parenteral: tudo que não tem efeito de primeira passagem, que não passa por
metabolismo, veia porta, nem perda de medicamento.

-Tópica: nasal, oftálmica, retal, vaginal, etc.

-Injetável: SC, ID, IM, IV (EV), Peridural.

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Cada uma dessas vias tem sua importância e particularidade, exigindo
treinamento e técnica específicos para cada uma. Algumas podem ser
realizadas em casa, pelo cuidador ou pelo cliente, já outras apenas pelo
profissional capacitado e treinado.

Administração via enteral


Utilizam o TGI, em específico o intestino delgado como área de absorção. Eles
devem resistir à acidez do estômago e serão metabolizados pelo fígado. Esse
processo resulta na demora para a ação do fármaco.

Deve-se conhecer a interação dos medicamentos com alguns alimentos, já que


a maioria diminui a absorção do fármaco.

As interações drogas-nutrientes acontecem por meio de mecanismos


semelhantes e competitivos em vários níveis: ingestão do alimento, absorção da
droga ou do nutriente e no transporte por proteínas plasmáticas, durante a
metabolização e secreção.

Quando há muitos alimentos no estômago, gera uma barreira mecânica para o


acesso do medicamento à superfície da mucosa do TGI. As proteínas formam
complexos com alguns medicamentos, formando moléculas maiores que não
conseguem atravessar a membrana e alcançar a corrente sanguínea.

Levam uns 20 a 30 minutos para absorção completa - se o estômago não


estiver cheio ou com retenção de líquidos.

Medicamentos que administrados com uma refeição terão retardo na absorção


por níveis séricos mais baixos: amoxicilina, cefalexina, ácido acetil salicílico,
digoxina e furosemida. Medicamentos que a absorção aumenta com a ingesta:
carbamazepina, clorotiazida e hidralazina.

Administrados por via oral - paciente acordado e orientado; ou por sonda


gástrica via nasal ou oral. Após administrar o medicamento, administrar também
água para que ele seja completamente empurrado para o estômago ou
intestino.

Antes de administrar o medicamento, deve-se verificar o posicionamento correto


da sonda e manter decúbito elevado durante e após.

Apresentação dos medicamentos administrados por essa via:

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💡 +Xarope ou emulsão

Comprimidos não podem ser divididos na metade, porque ele é diluído - por
uma massa qualquer. Ele é prensado, não tem como garantir que o
medicamento esteja dividido na metade com junto com a massa e que 50%
esteja de fato na metade cortada. Não se deve fazer, a farmácia deveria ter 25.
Porém, fazemos, porque ao prescrever 25mg, o prescritor está levando em
consideração o efeito de primeira passagem, a dose já está extrapolada, então
se a divisão não ficar exata, não há problema, já que uma parte será ¨perdida¨.

Medicamento de 50 mg e a prescrição é 25. Se o paciente vai fazer via oral,


cortamos na metade e damos para ele ingerir. Via sonda, vai ter que macerar,
diluir em água e passar pela sonda.

As cápsulas, drágeas e comprimidos revestidos não podem ser cortados ou tirar


o medicamento de dentro, porque eles são projetados específicamente com um
envoltório que seja resistente ao suco gástrico para que a absorção ocorra no
intestino. Pode ser feito apenas em sonda nasoentérica, já que ela vai direto
para o intestino, só não pode via oral.

Se o paciente tiver sonda para drenagem, mantêm-se fechada em torno de 30


minutos para garantir a absorção.

Para via oral, administrar junto a água. Atenção a líquidos que sejam
contraindicados e afetem a absorção.

Para as crianças, as drágeas e os comprimidos devem ser macerados, diluídos


em água e adm com uma seringa. Para crianças menores, pode-se adm
medicamentos líquidos com copos dosadores - controlam e auxiliam a precisão
do medicamento.

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Equivalências:

Importante para concurso, quando tem livros mais antigos como referência.
Atualmente os medicamentos já vem com seringa ou copo dosador.

Administração via tópica - Parenteral


Geralmente é aplicada no local onde vai agir.

Pele e mucosas

Tudo que não é oral, enteral ou injetável.

Via cutânea:
Aplicada na pele, no local onde deve agir. Recomenda-se no caso de pomadas,
cobrir o local para que a absorção seja completa - com gaze ou curativo.

Aplicar com auxílio de um abaixador de língua.

Luvas estéreis para paciente com infecção.

Em mucosas - não exagerar a quantidade; a absorção é maior.

Remover a aplicação anterior com uso de solventes, água ou soro.

Sprays: segurar o frasco 15 a 30 cm de distancia.

Via transdérmica
Libera na corrente sanguínea - forma constante e controlada.

Costumam ser adesivos.

Não age no local, tem uma ação sistêmica.

Não aplica em local com cicatriz, calosidade ou lesões.

Colocar a quantidade na faixa de aplicação ou fita medidora (pomada)

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Antigamente havia pomada com adesivo, atualmente o adesivo já vem pronto.

Evita local com pelos, dobras ou que descola.

Manter área ao redor seca.

Aplicar nova placa 30 min antes de remover a antiga.

Medicamentos com nitroglicerina podem provocar cefaléia e hipotensão


ortostática, principalmente em idosos.

Via oftálmica
Finalidade de anestesiar o olho, dilatar a pupila ou corar a córnea para
identificar abrasões.

Colocar a data da primeira utilização no frasco e descartar depois de 2


semanas.

Remover crostas na ponta do tubo com gaze.

Limpar o olho com gaze estéril e água morna ou soro, do canto interno para o
externo.

Pedir ao cliente que incline a cabeça para trás, no sentido do olho afetado,
olhando para cima e para o lado. Puxe a pálpebra inferior para baixo e instilar a
medicação no saco conjuntival. Pedir que pisque.

Para aplicar pomada: aplicar uma camada fina ao longo do saco conjuntival, do
canto interno para o externo. Pedir que feche os olhos e os movimente por trás
das pálpebras.

Medicamentos que possam ser absorvidos de modo sistêmico, pressionar o


canto interno de 1 a 2 min para impedir que flua pelo canal lacrimal.

No hospital: o colírio deve ser único daquele paciente, porque a ponta tem
contato com mucosa íntegra. Se for de uso coletivo, não se deve encostar no
olho do paciente.

Via otológica
Utilizada para tratar infecção, inflamação, remover cerume, produzir anestesia
local ou tirar insetos.

Não se utiliza corticoide em pacientes com infecção viral ou fúngica, porque ele
diminui a resposta do sistema imunológico, só depois do ciclo estar avançado.

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Colocar o cliente em decúbito lateral, retificar canal auditivo, puxar orelha para
cima e para trás.

Lactentes e crianças até 3 anos: puxar a orelha para trás e para baixo.

Aquecer o medicamento até a temperatura o corpo.

Com uma lanterna observar se há sujidade no canal e remover.

Se precisar, pode colocar uma bola de algodão frouxamente para reter a


medicação.

Via inalatória
Tem aplicador, a pessoa tem que sugar.

Ela é inalada e vai para as vias respiratórias.

Exemplo: nebulização.

Técnica (não cai na prova):

Via nasal
O remédio de nariz não deve ser compartilhado, porque toca na mucosa.

Pinga no nariz, não precisa ser puxada.

Não se divide remédio da via nasal.

No hospital realiza-se hiperextensão da cabeça; coloca a ponta do inalador em


uma narina e ocluir a outra com o dedo. Pedir que inspire suavemente enquanto

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pressiona o cartucho. Expirar pela boca e repetir o procedimento na outra
narina.

Lavar o adaptador nasal com água morna.

Se for mais de uma inalação, fazer a próxima com o intervalo de 2 min.

Se o cliente usa esteróide e broncodilatador, instruir a usar o broncodilatadore e


só depois de 5 min o esteróide.

Via vaginal
Utilizada em contracepção, inflamação e infecção.

Pode ser supositório, óvulos, anel vaginal - não pode estar a mais de 37 graus
pois começa a liberar o medicamento, então deve ser refrigerado quando estiver
fora da vagina, tampões, comprimidos, irrigação, cremes e gel.

Pedir à cliente que urine antes, colocar em posição de litotomia ou ginecológica,


expondo somente o períneo. Lubrificar o aplicador ou supositório com librificante
hidrossolúvel. Introduzir a medicação por 5 cm dentro do canal com um
aplicador ou o dedo indicador. Lavar aplicador não descartável com água
quente e sabão.

Supositórios devem ser refrigerados.

Fornecer absorvente.

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A paciente deve permanecer no leito pelo máximo de tempo possível e evitar
relação sexual durante o tratamento.

Via retal
Não sofre efeito de primeira passagem pois é absorvido pelas veias retais, por
isso é tópica, mesmo sendo no TGI.

Utilizada para estimular peristalse, facilitar evacuação, aliviar dor, vômitos ou


irritação local, reduzir febre e induzir relaxamento.

Manter o supositório refrigerado ou em água fria corrente.

Técnica: Colocar em posição de Sims. Lubrificar o supositórios e introduzir por


aprox. 7 a 8 cm. Encorajar a reter o supositório.

Para pomada: introduzir o aplicador e aplicar 2,5 cm de pomada. Colocar gaze


entre as nádegas para absorver o excesso de medicação. Limpar o aplicador
com água quente e sabão.

Procedimento contra-indicado para pacientes com arritmia cardíaca, pós-


opertaório de cirurgia retal ou prostática.

Vias injetáveis - Parenteral


São as injetáveis;

São as vias:

-Intradérmica;

-Subcutânea;

-Intramuscular;
-Intravenosa.

Possuem a vantagem de ser uma via mais rápida, favorecendo rápida absorção.

Seringas
Utilizada para preparar e administrar os medicamentos.

A seringa é composta pelo embolo, corpo e bico.

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A escolha da seringa deve ser feita considerando a via de administração e o
volume a ser aplicado.

Seringa de 20 ml: dividida a cada 5 ml, os quais são divididos de 1 em 1 ml.

Para fazer 2,5 e 3,5 deve utilizar seringas menores, já que elas
marcam os meios ml.

Seringa de 10 ml: marca a cada 1 ml, os quais são divididos em 0,2 ml.

Seringa de 5 ml: Cada 1 ml é dividido em 0,2 ml.

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Seringa de 1 ml: dividida em 100 partes iguais, que correspondem a 100 UI.

Agulhas:
Composta por: canhão, a haste e o bisel.

A escolha da agulha deve ser realizada levando-se em consideração a via de


administração, o local a ser administrado, o volume e a viscosidade do
medicamento, assim como o próprio cliente, avaliando as condições da
musculatura, peso, pele local, etc.

Número: mm do comprimento/espessura

Agulha 40/12 e 40/10: aspiração e preparo de medicações:

Agulha 30/7 e 25/7: aplicação intravenosa no adulto.

A 25/7 pode se usar também como IM


em braços mais finos.

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Agulha 30/8 e 25/8: aplicação IM no adulto. Para pessoas magras, idosos ou
crianças podemos usar de menor calibre.

Agulha 13/4,5 ou 13/4,0: aplicação via ID e SC.

O gelco é diferente da agulha na numeração. O mais calibroso


tem número menor. É inversamente proporcional.

Para aspirar medicação injetável, deve-se realizar a higienização das mãos.

Antes de qualquer técnica -lavar as mãos,;ir até o paciente e avaliar o paciente


e ambiente - se há mesa, lixo, biombo, carrinho de curativo; avaliar a presença
de materiais; lavar as mãos, volta pro setor e prepara material; lava as
mãos,;faz o procedimento; descarta material e lava as mãos de novo.

Seringas, agulhas & tipo de aplicação:

-ID: seringa de 1ml ou 3ml;


-SC: seringa de 1ml ou 3ml;
-IM: seringa de 3ml ou 5ml;

-EV: seringa de 10ml ou 20ml;

A seringa se abre pela abertura própria para isso.

Intradérmica
Utilizada principalmente para testar alergias ou teste tuberculínico. Também a
BCG.

Pouca absorção sistêmica, efeito principalmente local.

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Volume máximo: 0,5 ml.

Local: antebraço - face anterior, região escapular ou inserção do deltoide.

Utiliza agulha 13/4.5 ou 13/4.

Bisel para cima.

Ângulo 10 a 15 graus.

Apenas é introduzido o bisel.

Subcutânea
Prolonga os efeitos, já que a absorção é lenta.

Não pode ser usada em clientes com doença vascular oclusiva e má perfusão
tecidual, pois vai retardar a absorção da medicação.

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Exemplo: administrar insulina.

Máximo volume 2 ml.

Feita no tecido subcutâneo, tecido adiposo.

Locais de aplicação: face posterior do braço, face posterior escapular ou


lateral escapular, face anterior da coxa , região abdominal e supra-glútea.

Agulha 13/4.5 ou 13/4. igual à ID, só que o ângulo é 90 graus. Quando não há
essas agulhas, pode usar a 25x7 ou 25x8 e utilizar o ângulo de 45 graus.

Sempre fazer a prega.

Geralmente não realiza massagem. Se for heparina colocar gelo depois para
evitar sangramento no local. Não se faz aspiração no caso de heparina. Ao
aspirar antes aumenta a probabilidade de sangramento.

A técnica de aspirar para ver se há sangue está caindo em desuso, já que a


vascularização é reduzida. E, mesmo se cair em vasos menores, não há
problema - de todo jeito vai cair na circulação.

Cuidado: rodízio dos locais de aplicação na via subcutânea. É fundamental


para evitar a lipodistrofia - lesão no tecido adiposo por conta da sobrecarga de
administração. forma-se um tecido fibroso - tecido cicatricial, forma um nódulo.

💡 CAI NA PROVA

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Cálculo para medicação
Sempre utilizar o modelo:

Medicamento Disponível ——————————————— Volume para diluir


Prescrição Médica —————————————————— X da questão.

Exemplo: PM de Heparina 5000————1ml


2.500 UI de 12/12h. Há 2500————xml
disponível Heparina 5.000
UI/ml, quanto devo X : 0, 5ml.
administrar?

Resposta: Administrar 0,5 ml de


Heparina

Exemplo: PM de Liquemine 5000 − − − −1ml


500 UI SC 12/12h. Há 500————xml
disponível Liquemine Ampola
5000UI/ml. Quanto aspirar? x : 0, 1ml

Resposta: Administrar 0,1 ml.

Insulinas

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A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, responsável pela regulação
metabólica dos carboidratos e das gorduras.

A insulina pega a glicose que está na circulação e a coloca dentro da célula.


Sem insulina, a glicose permanece no sangue, causando uma
hiperglicemia. Sem glicose, reduz o metabolismo da célula, que não terá
produção de energia.

A insulina é hipoglicemiante.

Se o pancreas não produz insulina, aplica-se a exógena, que fará o que a


endógena faria.

Existem hipoglicemiantes orais e injetáveis. Os orais são medicamentos que


tem funções parecidas, injetáveis são os tipos de insulina.

Diabetes Mellitus: o indivíduo não produz insulina. Pode ser Insulínica


Dependente - paciente que recebe terapia insulínica diariamente e Não
Insulínica Dependente - paciente que recebe terapia hipoglicemiante oral e
insulinas esporadicamente.

Para o cálculo utiliza-se a regra de 3 e a seringa de 100 UI (equivalentes a 1ml).


Quando não houver seringa de 100 UI, o ideal é utilizar a 3ml.

Há vários tipos de insulina - ação rápida e ação lenta - mais comuns.

Normalmente o indivíduo em casa faz uso da insulina de ação lenta e em


situações de emergência hospitalar utiliza-se a de ação rápida.

Cálculo de insulina:

Exemplo: PM de Insulina 20
Simples 25UI SC. Disponível 25————xml

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Frasco de Insulina Simples x : 0, 25ml
100UI e seringa de 3ml,
quanto aspirar para
administrar 25UI de Insulina
Simples?

Resposta: Administrar 0,25 ml.

Administração via intramuscular (IM)


Permite injetar o medicamento direto no músculo, em graus de profundidade
variados. Usada para administrar suspensões aquosas e soluções oleosas.
Absorção a longo prazo.

A agulha é a 30/7 e 30/8. Pessoa mais magra: 25/7 e 25/8.

Volume máximo depende do local de aplicação.:

-Deltoide - 2 ml.
-Vasto lateral da coxa - 5 ml.
-Dorso-glútea e ventro-glútea - 5 ml.

Escolha nessa ordem: vasto lateral, glúteo e por fim deltoide - exceto vacina.

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O bisel deve ser lateralizado em relação à fibra muscular.

Aplicação ventro-glútea:

-Aplicação profunda, longe de nervos e


vasos sanguíneos.
-Melhor local para pacientes magros.

Aplicação Método em Z ou Trajeto Z:

-Utilizada para aplicar drogas irritativas


para proteção da pele e tecidos. Ex:
sulfato ferroso.
-Eficaz na vedação do medicamento
dentro do tecidos musculares.
-Realizada em grandes e profundos
músculos, como glúteo.

-Ao administrar, faz-se a prega e com o dedo


indicador puxa-se a pele.

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-Quando solta a pele, ela volta e desvia o orifício
da pele do orifício da aplicação no músculo.

Cálculos em geral
Glicose a 5% - significa que há 5 g de glicose a cada 100 mL. Não há apenas
solvente. Tem solvente e soluto. Não é uma solução pura.

Dipirona de 500 mg/mL. Há um soluto diluído no solvente.

Somente soluto em pó - Vai ser diluído porque o pó não é possível de ser


aspirado. Seria a reconstituição de medicação.

Para fazer um soro glicosado: pegar água destilada e acrescentar ampolas de


glicose hipertônica. São ampolas pequenas de 10 ml de glicose que devem ser
diluídas.

Cálculos de concentrações dos medicamentos


% - significa X g em 100 ml.

Exemplo: Quantos gramas de cloreto de sódio tem em uma


ampola de 10 ml a 20%?

20% ———- 20 g em 100 ml


x g em 10 ml.

x: 2 g de cloreto de sódio.

Temos uma Solução Fisiológica 0,9% 125ml para diluirmos um


determinado antibiótico, qual é a concentração de sódio dessa
solução?

0,9 % ————- 0.9 g em 100 mL

Administração de medicamentos - menos a via IV 21


x g em 125 mL.
x: 1,25. 0.9 : 1, 125 g de sódio em 125 mL.

Chama cloreto de sódio 0,9 ou solução fisiológica - SF0,9%.

Situação: Tenho glicose em 5% e preciso administrar mais. Pego uma ampola


de 10 mL, por exemplo, e transformo o soro com glicose em maior.

Tipos de soluções
Hipotônica: inferior à concentração plasmática;

Isotônica: mesma concentração plasmática;

Hipertônica: superior à concentração plasmática;

Exemplo: cloreto de sódio a 0.45% seria hipotônica;

É possível transformar uma solução isotônica em hipotônica adicionando água.

Quando a concentração no vaso é maior do que na célula, ocorre osmose e


saída do líquido da célula para o vaso. Isso pode causar edema, aumento da
pressão arterial.

Em pessoas desidratadas, por exemplo, coloca-se um líquido


hipotônico.

Paciente hipoglicêmico - administrar líquido hipertônico.

Pacientes queimados, por conta das lesões na pele que é o


principal regulador de líquidos do corpo, tendem a perder
grandes quantidades de líquido. Por conta disso, uma das
primeiras intervenções é administrar líquidos hipotônicas para
recuperação.

Pacientes com perda de sangue, administra-se solução


isotônica, pq ele só perde sangue, que se encontra a
concentração isotônica.

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Equipo e polifix
Equipo:

Rolete - permite ou não a passagem do soro

Copo dosador.

Ponta - parte que vai no acesso.

Há medicações que não podem ser administradas pelo ejetor lateral, porque
dão reações fortes. Essas devem ser diluídas. Ex: tramal - deve ser diluído em
100 ml para não causar enjoo.

Nunca diluir medicação em soro de 500 ml. Faz em 100 ml ou pelo ejetor lateral.

Não pode tocar na ponta nem no polifix.

O ideal é que o equipo seja preenchido com a ponta dentro de uma cuba rim e
com a ponta tampada.

Segundo a abertura do rolete as gotas vão cair em determinada frequência. A


frequência deve ser calculada para administrar em x tempo.

Polifix - extensor com várias vias. Tem clipes para fechar e abrir.

Lavar depois com soro para que não fique medicação no trajeto.

Colocar a ponta no polifix para poder administrar medicação do paciente


sem precisar utilizar o ejetor lateral.

Gotejamento de soluções
O cálculo do gotejamento deve ser realizado para o controle da infusão
contínua, prescrita em horários que determinarão seu tempo de infusão e
quantas gotas serão infundidas por minuto. Pode ser em gotas ou microgotas.

Administração de medicamentos - menos a via IV 23


Medidas e equivalências:

1 gota= 3 microgotas;

1 ml= 20 gotas;

1 ml= 60 gotas.

Fórmula de gota e microgota para infusão em horas:

Há equipo de gotas e microgotas.

Utiliza o volume em ml, tempo em hora.

PM SF0,9% 1000 ml de 12 em 12h, quantas gotas irão infundir


por minuto?

F: 1000 /12.3 : 27.77 : 28 gotas por minuto.

Seriam 28.3 para microgotas.

PM SF0,9% de 500 ml de 4 em 4h, quantas microgotas irão


infundir por minuto?

F: 500/4: 124.98. 125 de microgotas por minuto.

Quando a infusão é em menos de 1 hr


Utiliza-se o tempo em minutos.

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Exemplo: Flagyl 500 mg EV em 100ml para infundir em 50
minutos, quantas gotas e microgotas irão infundir por minuto?

Gotas: 100.20/50: 40 gotas por minuto.

Microgotas: 100.60/50: 120 microgotas por minuto.

Na prática: olha no relógio de bolso quantas gotas caem por segundo.

Regra de três e diluição de medicamentos

Exemplo: PM Dexamentasona 2 mg EV. Disponível frasco


ampola (FA) de 2,5 ml com 4 mg/ml. Como devemos proceder?

4 mg ————- 1 ml

2 mg ————— x
x: Aspirar 0,5 ml do medicamento, que corresponderá a 2 mg de decadron.

Técnica:

Obs: limpa o frasco com álcool, tira a tampa com a parte seca da gaze.

Proteger o embolo com o envoltório plástico, porque a ponta está encapada.

Diluir em 10: pega a medicação e dilui com 10 ml.

Diluir para 10: pegar a medicação mais de soro até que complete 10.

Há medicações que podem ser diluídas em maior quantidade e administrar


apenas a dose, guardando o outro para a próxima aplicação. Depende do tipo

Administração de medicamentos - menos a via IV 25


de medicação.

Sempre: dose sobre dose, soluto sobre soluto, solvente sobre solvente

Reconstituir medicação

Exemplo: antibiótico.

Colocar luva e máscara.

Limpar ao invólucro com álcool.

Aspirar o solvente - Ex: 10 ml.

Coloca o solvente no pote do soluto.

Faz homogeneização.

Aspira a medicação.

Posso colocar qualquer líquido, mas devo fazer a conta para saber quanto
haverá por ml.

5 milhões de unidade - frasco.

Se minha prescrição for 2,5 milhões, eu administro metade da medicação,


independente dos ml.

Na prática, dilui-se com 5 ml para ter 1 milhão de unidades por ml (facilitar o


cálculo). O mais fácil é usar o mesmo valor de volume pelo número de milhões.

💡 Cai na prova: exemplos básicos.

Administração de medicamentos - menos a via IV 26

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