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METODOLOGIAS ALTERNATIVAS PARA O ENSINO DE QUÍMICA:

UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Edilaine Maria da Silva Souza Garcia1 - PUCPR


Kauani Sakamoto Pereira2 - PUCPR
Neusa Nogueira Fialho3 - PUCPR

Eixo – Didática
Agência Financiadora: CAPES

Resumo

A educação contemporânea vem se tornando cada vez mais complexa e diversificada


evidenciando um público diferente tanto no que se refere à cultura, como aos
comportamentos, níveis de aprendizagem e objetivos. Sendo assim, um ensino pautado em
paradigmas convencionais com metodologias arcaicas e tradicionais já não atendem as
necessidades destes alunos e nem tão pouco as exigências da sociedade. As salas de aulas, na
maioria das escolas, são organizadas com um número exagerado de alunos dificultando ainda
mais o processo de ensino e aprendizagem. Deste modo, é preciso pensar em novas maneiras
de ensinar e aprender para atender ao máximo este público tão heterogêneo. Destacamos que
o uso de materiais didáticos diversificados e metodologias alternativas podem atenuar as
diferenças e a pluralidade existente entre os alunos. Neste contexto, o trabalho que se
apresenta, tem como objetivo relatar o uso de metodologias alternativas para ampliar as
possibilidades pedagógicas do professor de química. Este relato de experiência deu-se em
uma escola da rede pública estadual de ensino e envolveu alunos do primeiro ano do Ensino
Médio Regular e também do curso Técnico em Administração. As metodologias alternativas
utilizadas foram: a produção de um livreto sobre os elementos da tabela periódica, a qual foi
seguida de um seminário; e o jogo de cartas “Desvendando os Elementos”, sobre as partículas
subatômicas. Trata-se de duas metodologias de ensino que podem dar significado ao ensino
de química pelo fato de estimular os alunos para o desejo de aprender, além de instigar a
pesquisa, a produção colaborativa e a promoção da ludicidade. A experiência com estas duas
metodologias, uma de produção e outra lúdica, mostrou-se eficiente e deixou claro a
relevância de o professor diversificar suas estratégias de ensino para atender as diferenças e
1
Graduanda do Curso de Licenciatura em Química pela PUCPR e Bolsista do PIBID/CAPES. E-mail:
souzagarcia.edilaine@gmail.com.
2
Graduanda do Curso de Licenciatura em Química pela PUCPR e Bolsista do PIBID/CAPES. E-mail: kauani-
sakamoto@hotmail.com
3
Doutora em Educação pela PUCPR. Professora Concursada da Secretaria do Estado da Educação pela SEED.
Realiza pesquisas na área de Teoria e Prática na Formação de Professores pela PUCPR. E-mail:
neusa_nf@yahoo.com.br.
ISSN 2176-1396
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ao mesmo tempo alcançar a aprendizagem de um número maior de alunos.

Palavras-chave: Metodologias alternativas. Química. Ensino e aprendizagem.

Introdução

O estudo da química é sempre um desafio, pois os alunos têm dificuldades em


entender como as propriedades químicas se relacionam e acabam achando que o melhor
caminho é memorizar as informações que julgam importantes, o que na maioria das vezes
gera desinteresse pelo conteúdo. Segundo Filho, et al. (2011), somente quando o aluno vê
significado no que está estudando é que ele consegue compreender e produzir o saber.
A sociedade contemporânea exige mudanças, principalmente no âmbito educacional e
também um professor que se adapte a novos paradigmas e busque atualização e
aprimoramento constantemente (FIALHO, 2013). Isso leva tais professores a buscarem
metodologias diferenciadas e efetivas para o ensino-aprendizagem dos alunos, como jogos
didáticos, estudos de caso, situações problema, entre outros.
A busca por novas metodologias de ensino pode motivar a aprendizagem e promover
o interesse do aluno para aquilo que ele supõe ser uma disciplina sem importância no seu
cotidiano. Demonstrar ao aluno porque ele precisa estudar determinados conteúdos pode
estimulá-lo para a aprendizagem. Além disso, é fundamental aliar o ensino de química ao
cotidiano do aluno. Oliveira, et al. (2008, p. 2) afirmam que “um dos grandes desafios atuais
do Ensino de Química nas escolas de nível médio, é construir uma ponte entre o
conhecimento ensinado e o mundo cotidiano dos alunos”.
Uma maneira de mudar a realidade é o Projeto Institucional de Iniciação à Docência -
PIBID, onde os licenciandos têm a oportunidade de desenvolver projetos que podem
contribuir com a aprendizagem dos alunos, visto que são projetos inovadores, diferenciados e
que utilizam recursos didáticos diversos, tais como: jogos, práticas laboratoriais, simulações,
gincanas, produções de áudio e vídeo, entre outros. O PIBID é um projeto que busca interligar
o Ensino Básico ao Ensino Superior, e nesta harmonia os bolsistas têm a chance de vivenciar
a experiência profissional como professores, ainda na formação inicial.
Partindo destes pressupostos, apresentamos um relato de experiência vivenciado por
bolsistas do PIBID, juntamente com a professora supervisora, o qual foi desenvolvido em
uma escola da rede estadual de ensino, da cidade de Curitiba-PR. O público-alvo deste relato
compreendeu seis turmas do primeiro ano regular do Ensino Médio e também uma turma do
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primeiro ano Técnico em Administração. O objetivo deste trabalho é relatar o uso de


metodologias alternativas para ampliar as possibilidades pedagógicas do professor de
química. Destacamos que o uso de materiais didáticos diversificados e metodologias
alternativas podem atenuar as diferenças e a pluralidade existente entre os alunos. As
metodologias alternativas utilizadas foram: a produção de um livreto sobre os elementos da
tabela periódica, a qual foi seguida de um seminário; e o jogo de cartas “desvendando os
elementos”, sobre as partículas subatômicas. Neste sentido, exploramos duas metodologias de
ensino que podem dar significado ao ensino de química pelo fato de estimular os alunos para
o desejo de aprender, além de instigar a pesquisa, a produção colaborativa e a promoção da
ludicidade.

Metodologias alternativas: buscando amenizar a diversidade e a pluralidade estudantil

O uso de metodologias alternativas possibilita envolver um maior número de alunos


no processo de ensino e aprendizagem, pois há uma diversidade nas maneiras de aprender.
Assim, se o aluno encontra dificuldade para aprender de uma maneira, pode aprender de
outra. De Aquino (2007, p. 6) explica que:

Aprendizagem refere-se à aquisição cognitiva, física e emocional, e ao


processamento de habilidades e conhecimento em diversas profundidades,
ou seja, o quanto uma pessoa é capaz de compreender, manipular, aplicar
e/ou comunicar esse conhecimento e essas habilidades. A aprendizagem está,
portanto, intimamente relacionada à profundidade do processamento de
habilidades e conhecimento, ou seja, ao nível que representa o quanto
estamos engajados em pensar sobre o que está sendo aprendido.

Deste modo, a produção de livretos, bem como a utilização do lúdico em práticas


docentes podem levar o aluno a processar suas habilidades e conhecimentos, pois requerem o
envolvimento do mesmo e o pensar sobre o que está aprendendo. Ademais, estas duas
metodologias alternativas convergem para os quatro pilares da educação propostos pela
UNESCO (2010), que são: aprender a conviver, aprender a conhecer, aprender a fazer,
aprender a ser. Destes, a UNESCO (2010) destaca o “aprender a conviver”, vindo justificar as
metodologias alternativas aqui apresentadas, visto que em ambas os alunos precisam trabalhar
em conjunto para conseguir sucesso.
O trabalho coletivo promove o conhecimento a respeito dos outros, de sua história,
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tradições e espiritualidade. E a partir daí, é possível criar um novo modo de pensar que
conduza à realização de projetos comuns com a uma administração inteligente e apaziguadora
dos inevitáveis conflitos que podem ocorrer neste tipo de trabalho (UNESCO, 2010).
A produção de livretos, principalmente em grupos, faz com os alunos trabalhem no
coletivo e também aprendam em conjunto. O fato de pesquisar sobre a utilização dos
elementos químicos e gerar um produto faz com que o aluno utilize suas habilidades e pense
nos conhecimentos que está adquirindo durante a criação do material. Além disso, a produção
em conjunto contribui para o aprender a conviver.
Em relação aos jogos didáticos é válido destacar que estes possuem uma função muito
importante dentro de sala de aula, pois auxiliam o professor e promovem um interesse maior
por parte dos alunos, de modo a favorecer a criação de um ambiente favorável à educação. De
acordo com Fialho (2013, p. 30), citando Almeida (2003, p. 57):

A educação lúdica, além de contribuir e influenciar na formação da criança e


do adolescente, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento
permanente, integra-se ao mais alto espírito de uma prática democrática
enquanto investe em uma produção séria do conhecimento.

Os jogos didáticos são relevantes, pois favorecem situações de aprendizagem que


podem reforçar a construção do conhecimento, promovendo a realização de atividades
prazerosas, mas que ao mesmo tempo, desenvolvem a capacidade de participação e a
motivação dos alunos. Porém, os jogos são apenas um auxílio e não devem substituir as aulas
explicativas.
Assim, considerando o jogo didático como uma atividade diferenciada, constituída por
regras, orientada pelo professor, que mantém um equilíbrio entre a função educativa e a
função lúdica, podemos dizer que esses jogos podem ser utilizados como recurso didático de
várias formas, dependendo, inicialmente, da característica do jogo e, posteriormente, do
planejamento didático do professor. (CUNHA, 2012).
E o uso de metodologias alternativas pode contribuir para que a aprendizagem
aconteça de fato, pois leva o aluno a aprender por diversos caminhos construindo, produzindo
e pensando sobre o que aprende. Com este entendimento passamos ao relato de experiência
vivido pelos bolsistas do PIBID, iniciando pela produção de um livreto sobre os grupos da
tabela periódica.
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1. A produção do livreto sobre a tabela periódica

A proposta da construção de livretos teve como objetivo aproximar os alunos a um


melhor convívio e também levá-los a relacionar os elementos químicos ao cotidiano, além de
sanar as dificuldades de aprendizado, as quais são recorrentes na disciplina de Química. Não é
suficiente somente expor o conteúdo, pois na realidade em que vivemos, precisamos encantar
o aluno e incentivá-lo com metodologias inovadoras, para que tenham um aprendizado mais
prazeroso e assim gerem bons resultados.
Para o desenvolvimento do projeto de produção de livretos utilizamos quatro aulas. A
primeira aula, foi expositiva e dialogada sobre a tabela periódica, localização dos elementos
químicos, famílias e períodos aos quais pertencem.
Na segunda aula, formamos 11 grupos e cada grupo poderia ter de 2 a 4 alunos para a
produção do livreto. Cada equipe pode escolher o grupo, antiga família da tabela, que gostaria
de reproduzir em seu livreto. Para tal, foi disponibilizado no quadro a maneira como o livreto
deveria ser produzido, ou seja, cada livreto deveria conter o nome da família escolhida pelo
grupo, e todos os elementos da família, com o símbolo, nome do elemento, número atômico,
número de massa, de prótons, de nêutrons, de elétrons e no mínimo três aplicações no
cotidiano.
A terceira aula foi disponibilizada para que os alunos trouxessem materiais e
iniciassem a confecção do livreto em sala de aula. A partir dessa aula os alunos conseguiram
sanar as dúvidas sobre a confecção dos livretos, porém alguns grupos finalizaram o processo
de confecção na sala e outros finalizaram em casa.
A última aula foi utilizada para a apresentação dos livretos em forma de seminários.
Neste dia, os alunos trouxeram imagens e produções de slides, no programa Power Point, para
a apresentação de seus livretos. Enquanto um aluno explicava a sua parte outro aluno folheava
o livreto, de acordo com o elemento que estava sendo apresentado. A apresentação foi bem
desenvolvida por todos os grupos e dessa maneira cada grupo pode trazer informações
importantes e relevantes sobre os elementos químicos, suas localizações na tabela periódica e
suas utilidades no dia a dia.

2. O jogo “desvendando elementos”


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Além dos livretos, a outra metodologia alternativa utilizada com os alunos foi um jogo
de cartas denominado “Desvendando os Elementos”. Este jogo tinha por objetivo ser utilizado
como apoio às aulas regulares de Química para trabalhar a estrutura do átomo, com enfoque
nos seus números atômico e de massa e nas partículas constituintes dos átomos, também
chamadas de partículas subatômicas (prótons, nêutrons e elétrons).
O jogo foi aplicado em quatro turmas de 1° ano do Ensino Médio. Após sua aplicação
realizou-se uma “avaliação” dos alunos, por meio de atividades, para analisar a eficácia da
metodologia. O desenvolvimento desta metodologia compreendeu quatro horas-aulas de
cinquenta minutos cada.
A primeira aula foi uma aula expositiva/dialogada, onde foi introduzido o conteúdo
sobre os modelos atômicos, para os alunos compreenderem toda a evolução que estes
sofreram até chegar ao modelo utilizado atualmente.
A segunda aula também foi expositiva/dialogada e foi dedicada à uma explicação
sobre as partículas constituintes dos átomos e suas principais características.
Na terceira aula foi feita a aplicação do jogo “desvendando os elementos”. O jogo
continha dois tipos de cartas diferentes, e os alunos deveriam relacionar os átomos da tabela
periódica com seus respectivos números de prótons, nêutrons e elétrons formando assim um
par. Cada par contava um ponto para o aluno que acertasse. O jogo foi realizado em grupos,
de no máximo cinco alunos competindo entre si. Para que isso fosse possível, foram
elaborados oito conjuntos diferentes de cartas com 10 pares, ou seja, 20 cartas em cada, mais
4 cartas, sendo dois hidrogênios e dois flúores. Ao final, cada conjunto deveria conter 24
cartas.
O modelo das cartas foi criado no computador por uma das bolsistas e depois impresso
em folha sulfite. Essas folhas impressas foram coladas em papel cartão e depois recortadas no
formato em que estavam desenhadas, um retângulo.
O primeiro tipo de carta segue o modelo em que os elementos estão dispostos na
tabela periódica, ou seja, no centro da carta consta o símbolo do elemento químico, seguido
de seu nome escrito na lateral da carta; acima do símbolo está disposto o número atômico do
elemento; e abaixo do símbolo o número de massa do elemento (Figura 1).
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Figura 1: Ilustração de uma das cartas que representam os elementos químicos.

Fonte: As autoras, 2017.

O segundo tipo de carta presente no jogo (Figura 2) são as cartas onde estão
representados os números de prótons, nêutrons e elétrons dos elementos.

Figura 2: Ilustração das cartas que representam as partículas subatômicas.

Fonte: As autoras, 2017.

Além desses dois tipos de cartas mencionados, cada conjunto de cartas contém duas
cartas coringas (bônus) e duas cartas desafio. As cartas coringas são representadas pelos
átomos de hidrogênio (H). Se o aluno tirasse essa carta, ele ganhava o ponto da rodada
automaticamente sem precisar encontrar um par, pois os dois hidrogênios presentes no jogo
não têm par. Além disso, este aluno ainda tinha direito de jogar novamente, podendo
conseguir mais um ponto se acertasse o próximo par.
Já as cartas desafio foram representadas pelo elemento flúor (F), que também não tem
pares no jogo. Se o aluno tirasse essa carta, ele podia “roubar” um ponto de um dos
adversários do seu grupo, mas para isso, ele deveria escolher um elemento que seu adversário
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já tivesse acertado e descobrir o número de prótons, nêutrons e elétrons desse elemento na sua
forma iônica (cátion ou ânion), cuja carga já estava indicada na parte superior direita das
cartas, escrita de canetinha.
No dia da aplicação do jogo, foram entregues a todos os alunos uma cópia das regras
do jogo (Quadro 1), de forma a auxiliá-los caso houvesse alguma dúvida na hora de jogar.

Quadro 1: Regras do jogo “Desvendando os Elementos”


REGRAS DO JOGO
1. Todos os jogadores irão se dividir nas bancadas, de forma com que cada bancada fique com 10
jogadores;

2. Cada bancada com 10 jogadores deverá se dividir em dois grupos, cada grupo com 5 jogadores.
Dessa forma, cada bancada deverá conter 2 grupos;

3. Todas as cartas que contém os elementos químicos devem estar viradas para baixo. Apenas as
cartas contendo os números de prótons, nêutrons e elétrons devem estar viradas para cima;

4. Cada jogador deverá sortear um número para decidir a ordem das jogadas. O jogador que tirar o
maior número começa o jogo e a ordem de jogadas segue em ordem decrescente dos números
tirados (do maior para o menor número);

5. O participante que iniciará o jogo, deverá virar uma das cartas contendo um elemento químico.
Todos os 5 integrantes do grupo devem anotar esse elemento no caderno;

6. O participante da vez, após ter virado a carta do elemento químico, deverá achar o número de
prótons, nêutrons e elétron desse elemento fazendo as contas no caderno. Após isso, ele deverá
encontrar o par de sua carta do elemento, de acordo com os números que ele achou fazendo as
contas. O par encontrado fica em posse do jogador para contar na pontuação;

7. O jogador da vez deverá achar a carta correspondente sozinho, ou seja, deverá fazer as contas
sozinho. Se algum integrante do grupo ajudar, a pontuação dos dois é zerada;

8. Se o participante não conseguir formar o par corretamente, ele devolve a carta do elemento,
embaralha as cartas novamente e passa a vez para o próximo participante que fará o mesmo
procedimento, pegando outro elemento e assim sucessivamente;

9. O jogo consta com 2 cartas coringas, que são os hidrogênios (H). Quando o jogador tira essa
carta, a pontuação vai diretamente para ele, sem precisar formar um par;

10. O jogo conta também com 2 cartas desafio, que são os elementos flúor (F). Quando o jogador
tirar essa carta, ele tem o direito de “roubar” um ponto de um adversário, mas para isso ele deverá
escolher um elemento em posse desse adversário e acertar o número de prótons, nêutrons e elétrons
que esse elemento terá na forma de íon (positivo ou negativo);

11. Ao final do jogo, o participante que tiver obtido mais pontos, ou seja, tiver acertado mais pares
de elementos, vence o jogo.

Fonte: As autoras, 2017.


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A última aula foi dedicada à resolução de exercícios sobre o tema para verificação da
aprendizagem dos alunos, como por exemplo, calcular o número de nêutrons a partir dos
números atômicos e de massa; relacionar os números atômicos com os prótons; relacionar as
cargas dos íons com a quantidade de elétrons que estes perderam ou ganharam, entre outros.

Resultados e Discussões

A atividade de produção de livretos instigou os alunos a retomarem os conteúdos já


estudados anteriormente e os aproximou dos elementos da tabela periódica, além de promover
um convívio mais harmonioso entre eles. Houve um melhor entendimento da maneira como
as famílias estão dispostas na tabela periódica e os alunos conseguiram relacionar a química
ao seu cotidiano.
Apresentamos (Figura 3) um livreto produzido pelos alunos com todas as informações
solicitadas sobre o elemento. Por meio do livreto os alunos têm a possibilidade de ter uma
melhor visualização dessas informações e como foram eles que confeccionaram fica mais
fácil o entendimento.

Figura 3: Demonstração de um dos livretos produzidos pelos alunos.

Fonte: As autoras, 2017.

O jogo feito com os alunos teve um resultado bastante positivo com relação ao
entendimento do conteúdo e à capacidade de resolver as questões propostas sem precisar de
outra explicação sobre o assunto.
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No dia da aplicação do jogo, percebeu-se um grande entusiasmo dos alunos com


relação à essa atividade diferenciada e, quando eles estavam jogando, notou-se um bom
envolvimento com o jogo e a grande competitividade entre os alunos, porém percebeu-se uma
convivência saudável e produtiva entre eles.
Expomos um mostra dos alunos no dia da aplicação do jogo (Figura 4) como
ilustração, ressaltando que quando os alunos sentiam alguma dificuldade, eles tentavam
resolver primeiramente no caderno para, posteriormente, procurar a resposta correta nas
cartas.

Figura 4: Aplicação do jogo com os alunos.

Fonte: As autoras, 2017.

Considerações finais

Tanto a produção do livreto como o jogo “desvendando o átomo” trouxeram


resultados relevantes evidenciando que o uso de metodologias alternativas podem de fato
minimizar as diversidades e diferenças entre os alunos, devido ao trabalho coletivo, e também
promover momentos de interação e aprendizagem.
Durante a produção dos livretos, os alunos mostraram-se interessados e participativos,
usaram de muita criatividade, sendo que alguns buscaram realizar o trabalho manualmente e
outros utilizando o computador.
No que se refere ao jogo destacamos que no decorrer das aplicações do jogo, os alunos
foram fazendo algumas sugestões que eles acharam que tornariam esta metodologia
alternativa mais divertida e mais competitiva, como por exemplo, cada estudante teria um
tempo de 20 segundos para achar a resposta correta e se não achasse nesse tempo, teria que
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passar a vez.
Outra sugestão feita pelos alunos, sobre o jogo, foi de que todos os integrantes do
grupo deveriam achar todos os pares simultaneamente, ao final quem fizesse a maior
quantidade de pares vencia o jogo. Essa sugestão deixou o jogo mais rápido, porém mais
competitivo.

REFERÊNCIAS

AQUINO, C. T. E. de. Como aprender: andragogia e as habilidades de aprendizagem. São


Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

CUNHA, M. B. da. Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização
em Sala de Aula. Química Nova na Escola, vol. 34, N° 2, p. 92-98, maio 2012. Disponível
em: < http://www.qnesc.sbq.org.br/online/qnesc34_2/07-PE-53-11.pdf >. Acesso em: 05 jun.
2017.

FIALHO, N. N. Jogos no ensino de Química e Biologia. Curitiba: InterSaberes, 2013.

FILHO, F. S. L; CUNHA, F. P.; CARVALHO, F. S.; SOARES, M. F. C. A importância do


uso de recursos didáticos alternativos no ensino de química: Uma abordagem sobre novas
metodologias. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7,
N.12; 2011.

OLIVEIRA, M. M. et al. Lúdico e materiais alternativos – metodologias para o ensino de


química desenvolvidas pelos alunos do curso de licenciatura plena em química do CEFET-
MA. UFPR, Curitiba, jul. 2008. Disponível em:
<http://www.quimica.ufpr.br/eduquim/eneq2008/resumos/R0135-2.pdf >. Acesso em: 05
jun.2017.

UNESCO. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da comissão


internacional sobre educação para o século XXI. Disponível em:
<http://unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf>. Acesso em: 05 jun. 2017.

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