Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Eixo – Didática
Agência Financiadora: CAPES
Resumo
Introdução
tradições e espiritualidade. E a partir daí, é possível criar um novo modo de pensar que
conduza à realização de projetos comuns com a uma administração inteligente e apaziguadora
dos inevitáveis conflitos que podem ocorrer neste tipo de trabalho (UNESCO, 2010).
A produção de livretos, principalmente em grupos, faz com os alunos trabalhem no
coletivo e também aprendam em conjunto. O fato de pesquisar sobre a utilização dos
elementos químicos e gerar um produto faz com que o aluno utilize suas habilidades e pense
nos conhecimentos que está adquirindo durante a criação do material. Além disso, a produção
em conjunto contribui para o aprender a conviver.
Em relação aos jogos didáticos é válido destacar que estes possuem uma função muito
importante dentro de sala de aula, pois auxiliam o professor e promovem um interesse maior
por parte dos alunos, de modo a favorecer a criação de um ambiente favorável à educação. De
acordo com Fialho (2013, p. 30), citando Almeida (2003, p. 57):
Além dos livretos, a outra metodologia alternativa utilizada com os alunos foi um jogo
de cartas denominado “Desvendando os Elementos”. Este jogo tinha por objetivo ser utilizado
como apoio às aulas regulares de Química para trabalhar a estrutura do átomo, com enfoque
nos seus números atômico e de massa e nas partículas constituintes dos átomos, também
chamadas de partículas subatômicas (prótons, nêutrons e elétrons).
O jogo foi aplicado em quatro turmas de 1° ano do Ensino Médio. Após sua aplicação
realizou-se uma “avaliação” dos alunos, por meio de atividades, para analisar a eficácia da
metodologia. O desenvolvimento desta metodologia compreendeu quatro horas-aulas de
cinquenta minutos cada.
A primeira aula foi uma aula expositiva/dialogada, onde foi introduzido o conteúdo
sobre os modelos atômicos, para os alunos compreenderem toda a evolução que estes
sofreram até chegar ao modelo utilizado atualmente.
A segunda aula também foi expositiva/dialogada e foi dedicada à uma explicação
sobre as partículas constituintes dos átomos e suas principais características.
Na terceira aula foi feita a aplicação do jogo “desvendando os elementos”. O jogo
continha dois tipos de cartas diferentes, e os alunos deveriam relacionar os átomos da tabela
periódica com seus respectivos números de prótons, nêutrons e elétrons formando assim um
par. Cada par contava um ponto para o aluno que acertasse. O jogo foi realizado em grupos,
de no máximo cinco alunos competindo entre si. Para que isso fosse possível, foram
elaborados oito conjuntos diferentes de cartas com 10 pares, ou seja, 20 cartas em cada, mais
4 cartas, sendo dois hidrogênios e dois flúores. Ao final, cada conjunto deveria conter 24
cartas.
O modelo das cartas foi criado no computador por uma das bolsistas e depois impresso
em folha sulfite. Essas folhas impressas foram coladas em papel cartão e depois recortadas no
formato em que estavam desenhadas, um retângulo.
O primeiro tipo de carta segue o modelo em que os elementos estão dispostos na
tabela periódica, ou seja, no centro da carta consta o símbolo do elemento químico, seguido
de seu nome escrito na lateral da carta; acima do símbolo está disposto o número atômico do
elemento; e abaixo do símbolo o número de massa do elemento (Figura 1).
23695
O segundo tipo de carta presente no jogo (Figura 2) são as cartas onde estão
representados os números de prótons, nêutrons e elétrons dos elementos.
Além desses dois tipos de cartas mencionados, cada conjunto de cartas contém duas
cartas coringas (bônus) e duas cartas desafio. As cartas coringas são representadas pelos
átomos de hidrogênio (H). Se o aluno tirasse essa carta, ele ganhava o ponto da rodada
automaticamente sem precisar encontrar um par, pois os dois hidrogênios presentes no jogo
não têm par. Além disso, este aluno ainda tinha direito de jogar novamente, podendo
conseguir mais um ponto se acertasse o próximo par.
Já as cartas desafio foram representadas pelo elemento flúor (F), que também não tem
pares no jogo. Se o aluno tirasse essa carta, ele podia “roubar” um ponto de um dos
adversários do seu grupo, mas para isso, ele deveria escolher um elemento que seu adversário
23696
já tivesse acertado e descobrir o número de prótons, nêutrons e elétrons desse elemento na sua
forma iônica (cátion ou ânion), cuja carga já estava indicada na parte superior direita das
cartas, escrita de canetinha.
No dia da aplicação do jogo, foram entregues a todos os alunos uma cópia das regras
do jogo (Quadro 1), de forma a auxiliá-los caso houvesse alguma dúvida na hora de jogar.
2. Cada bancada com 10 jogadores deverá se dividir em dois grupos, cada grupo com 5 jogadores.
Dessa forma, cada bancada deverá conter 2 grupos;
3. Todas as cartas que contém os elementos químicos devem estar viradas para baixo. Apenas as
cartas contendo os números de prótons, nêutrons e elétrons devem estar viradas para cima;
4. Cada jogador deverá sortear um número para decidir a ordem das jogadas. O jogador que tirar o
maior número começa o jogo e a ordem de jogadas segue em ordem decrescente dos números
tirados (do maior para o menor número);
5. O participante que iniciará o jogo, deverá virar uma das cartas contendo um elemento químico.
Todos os 5 integrantes do grupo devem anotar esse elemento no caderno;
6. O participante da vez, após ter virado a carta do elemento químico, deverá achar o número de
prótons, nêutrons e elétron desse elemento fazendo as contas no caderno. Após isso, ele deverá
encontrar o par de sua carta do elemento, de acordo com os números que ele achou fazendo as
contas. O par encontrado fica em posse do jogador para contar na pontuação;
7. O jogador da vez deverá achar a carta correspondente sozinho, ou seja, deverá fazer as contas
sozinho. Se algum integrante do grupo ajudar, a pontuação dos dois é zerada;
8. Se o participante não conseguir formar o par corretamente, ele devolve a carta do elemento,
embaralha as cartas novamente e passa a vez para o próximo participante que fará o mesmo
procedimento, pegando outro elemento e assim sucessivamente;
9. O jogo consta com 2 cartas coringas, que são os hidrogênios (H). Quando o jogador tira essa
carta, a pontuação vai diretamente para ele, sem precisar formar um par;
10. O jogo conta também com 2 cartas desafio, que são os elementos flúor (F). Quando o jogador
tirar essa carta, ele tem o direito de “roubar” um ponto de um adversário, mas para isso ele deverá
escolher um elemento em posse desse adversário e acertar o número de prótons, nêutrons e elétrons
que esse elemento terá na forma de íon (positivo ou negativo);
11. Ao final do jogo, o participante que tiver obtido mais pontos, ou seja, tiver acertado mais pares
de elementos, vence o jogo.
A última aula foi dedicada à resolução de exercícios sobre o tema para verificação da
aprendizagem dos alunos, como por exemplo, calcular o número de nêutrons a partir dos
números atômicos e de massa; relacionar os números atômicos com os prótons; relacionar as
cargas dos íons com a quantidade de elétrons que estes perderam ou ganharam, entre outros.
Resultados e Discussões
O jogo feito com os alunos teve um resultado bastante positivo com relação ao
entendimento do conteúdo e à capacidade de resolver as questões propostas sem precisar de
outra explicação sobre o assunto.
23698
Considerações finais
passar a vez.
Outra sugestão feita pelos alunos, sobre o jogo, foi de que todos os integrantes do
grupo deveriam achar todos os pares simultaneamente, ao final quem fizesse a maior
quantidade de pares vencia o jogo. Essa sugestão deixou o jogo mais rápido, porém mais
competitivo.
REFERÊNCIAS
CUNHA, M. B. da. Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização
em Sala de Aula. Química Nova na Escola, vol. 34, N° 2, p. 92-98, maio 2012. Disponível
em: < http://www.qnesc.sbq.org.br/online/qnesc34_2/07-PE-53-11.pdf >. Acesso em: 05 jun.
2017.