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Introdução
Através dos aspectos sensoriais do objeto o homem sente, toca e visualiza as características físicas do
produto, que se apresentam pela rugosidade da textura, cor, coerência formal da estrutura, entre outros.
Atualmente, na produção de artefatos, a superfície do produto tem apresentado maior significado do que a
própria função, situação característica da cultura ocidental imediatista.
Valores estéticos e a predominância da forma tem se destacado sobre a função prática. Grande parte
dos produtos fabricados pelo homem sofre uma forma de tratamento superficial que altera o último estrato do
material, para que este possa suportar maiores agressões e corresponder a maiores solicitações (MANZINI,
1993).
Em projeto de Design, a forma estética deve estar atrelada ao desempenho do produto, seja este
gráfico ou produto. Para Löbach, a satisfação das necessidades estéticas não é necessária para nossa
existência física, mas para a nossa saúde psíquica. Os elementos estéticos são responsáveis por despertar no
homem os sentidos, comunicando valores pessoais e de grupo, signos culturais e posições sociais. A Gestalt,
escola de psicologia que trata do fenômeno da percepção, a partir das teorias desenvolvidas esclarece os
princípios formais responsáveis pela capacidade do cérebro de fazer associações, substituições ou integrações
através das leis de organização da forma perceptual como unidade, segregação, unificação, fechamento,
continuidade, proximidade, semelhança e pregnância da forma. Cabe ao designer utilizar estes conceitos para
traduzir em conforto e segurança aos usuários.
A motivação do Design em proporcionar a adequação dos objetos ou o mundo artificial ao homem não
implica somente no conforto sensorial, mas também é de sua responsabilidade atender a requisitos como
qualidade, funcionalidade, custo, produção, estética, ergonomia e impacto ambiental da geração e descarte do
produto, pois o produto final interage com o mundo natural do homem e causa impacto seja na cultura, nos
hábitos, decisões e valores ou no ambiente social.
Considerações Finais
As relações estabelecidas entre consumidor e produto são definidas no momento projetual. A partir do momento
que o designer conhece o seu público alvo, ele tem condições de definir as características do artefato, assim
como quais funções estarão evidentes no produto final, com o objetivo de atender as necessidades do
consumidor. Das três funções estudadas, a estética é a que mais tem se destacado em função da realidade que
traduz o anseio dos indivíduos em adquirir produtos para distinção social. Tem se tido pouco cuidado com os
fatores antropométricos, de produção e descarte do produto, de tempo de permanência no mercado e, do ciclo
de vida do produto, fatores esses que resumem a qualidade projetual. A satisfação do usuário não deve se
resumir somente ao critério de superfície, mas também durante todo o tempo de uso do produto, pois afinal o
papel do designer está em proporcionar o bem-estar do homem na sua individualidade e também enquanto ser
coletivo inserido na sociedade.
Bibliografia
LOBACH, Bernd. Design industrial: bases para a configuração dos produtos industriais. São Paulo: Edgard
Blucher, 2001.
MANZINI, Ezio. A matéria da invenção. Lisboa: Centro Português de Design, 1993.
VIDAL GOMES, Luis; BROD JUNIOR, Marcos. Logogramas: desenho para projeto. Porto Alegre: sCHDs Editora,
2007.