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Discente
Dedico este trabalho aos meus pais e meus irmãos que, com muito carinho е apoio, não
mediram esforços para que eu chegasse ate esta etapa de minha vida.
i
Agradecimento
Ao meu Deus, o meu porto seguro, a quem eu procurei nas horas de solidão e tristeza, a
ele toda honra e toda glória. A sua misericórdia iluminou os meus pensamentos confusos
e concedeu discernimento para que eu tomasse novas direcções.
Aos meus pais, que se empenharam desde a minha infância no cumprimento do seu dever
em garantir a minha educação.
Aos meus irmãos e aos meus filhos, pela paciência, pelo apoio, pelas palavras de
encorajamento e por fazerem parte de algo tão importante em minha vida.
O tempo trabalhou a nossa alma colectiva
por via de três materiais: o passado, o
presente e o futuro. Nenhum destes materiais
parece estar feito para uso imediato. O
passado foi mal embalado e chega-nos
deformado, carregado de mitos e
preconceitos. O presente vem vestido de
roupa emprestada. E o futuro foi
encomendado por interesses que nos são
alheios.
Direito do Mar está ligado diretamente à própria história da civilização, uma vez que o
mar sempre foi um ambiente muito utilizado por todos os povos, seja para navegação
como meio de transporte e comunicação, seja para exploração de seus recursos. Admira-
nos que desde a primeira codificação de leis que se tem notícia - o Código de Hamurabi
- já existiam regras em relação à navegação marítima; a Parte 1 desta obra (relativa à
evolução histórica do Direito do Mar) prioriza este tópico. Assim, o acesso ao mar
constituiu o ponto de partida de todo o direito internacional das comunicações, pois a
livre utilização dos espaços marítimos representa a forma mais ancestral de comércio
entre as civilizações. A navegação marítima foi essencial às primeiras trocas mercantis
internacionais, às comunicações com nações mais longínquas e à atividade econômica
internacional.
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
3 ALTO-MAR............................................................................................................. 3
7 PIRATARIA .......................................................................................................... 10
8 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 12
Esta deficiência tecnológica foi aos poucos sendo superada, até que - com o advento de
inúmeros instrumentos como a bússola, o sextante, melhorias das cartas náuticas, o radar
tornou-se possível navegar durante um período maior de tempo e afastar-se
gradativamente do litoral. Na saga da humanidade, muitas destas aventuras marítimas
acabaram por alterar o curso da própria história.
1.1 Objectivos
1.1.1 Geral
➢ O trabalho tem como objectivo geral, retratar o entendimento sobre os Direito dos
Estados no Alto Mar; a liberdade de navegação e a pirataria no alto mar.
1.1.2 Específicos
➢ Identificar zona económica exclusiva;
➢ Detalhar sobre o alto mar;
➢ Descrever sobre a pirataria no alto Mar.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Áreas Costeiras
Um dos principais objetivos da Convenção é fixar limites para estabelecer reivindicações
conflitantes além de fortalecer a paz, a segurança, cooperação e elações de amizade dentre
os Estados. Todos os aspectos das operações marítimas legais dependem das linhas
claramente definidas entre as águas nacionais e internacionais, ou a delimitação de zonas.
Estados costeiros têm certos direitos para impedir certas violações e cumprir os poderes
da política além de seus mares territoriais a 24 milhas náuticas da costa. Esta área, na qual
a Convenção chama de zona contígua, pode ser usada pela guarda costeira ou equivalente
naval para perseguir e, caso necessário, prender e deter, indivíduos que violem as leis do
Estado costeiro dentro do mar territorial.
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12 milhas náuticas que se estende de uma linha que une os pontos mais afastados das ilhas
mais longínquas.
As águas entre as ilhas de dentro desta linha são águas de arquipélago sobre as quais o
Estado é soberano. Navios de todos os Estados desfrutam do mesmo direito de passagem
inocente através das águas que desfrutam através dos mares territoriais.
3 ALTO-MAR
O conceito de alto mar está definido no artigo 1º na Convenção sobre Alto Mar de 1958:
ARTIGO 1.º Entende-se por «alto mar» todas as partes do mar que não pertençam ao mar
territorial ou às águas interiores de um Estado.
Nenhum Estado no alto mar pode submeter a outra parte nessa área como se vê do artigo
2º daquela Convenção:
ARTIGO 2.º Estando o alto mar aberto a todas as nações, nenhum Estado pode
legitimamente pretender submeter qualquer parte dele à sua soberania. A liberdade do
alto mar exerce-se nas condições determinadas nos presentes artigos e nas outras regras
do direito internacional. Ela comporta, nomeadamente, para os Estados com ou sem
litoral: 1) A liberdade de navegação; 2) A liberdade de pesca; 3) A liberdade de colocar
cabos e oleodutos submarinos; 4) A liberdade de o sobrevoar. Estas liberdades, assim
como as outras liberdades reconhecidas pelos princípios gerais do direito internacional,
são exercidas por todos os Estados, tendo em atenção razoável o interesse que a liberdade
do alto mar representa para os outros Estados.
Nos termos do artigo 86 da Convenção de Montego Bay, tem-se que o alto mar é
entendido como todas as partes marítimas “não incluídas na zona econômica exclusiva,
no alto territorial ou nas águas interiores de um Estado, nem as águas arquipelágicas de
um estado arquipélago”.
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O Direito Internacional Público tem como principal norteador o da liberdade do alto mar,
mas com padrões mínimos de conduta dos Estados na utilização comum do alto mar.
O alto mar não é res nullius, algo sem dono, ou algo sujeito à apropriação do Estado, mas
sim, res communis. É coisa de uso livre e comum, destinada ao benefício de toda a
sociedade internacional, o que exclui o direito de usar, gozar e dispor.
Importante atentar no assunto para as redações do artigo 3º da Convenção sobre Alto Mar
referenciada:
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ou de trânsito e as particularidades do Estado sem litoral, todas as questões
relativas à liberdade de trânsito e à igualdade de tratamento nos portos, no caso
em que estes Estados não sejam já partes às convenções internacionais em vigor.
Como ensinou MAZZUOLI, tais medidas deve incluir as que sejam necessárias para
assegurar que: a) cada navio, antes de seu registro e posteriormente, a intervalos
apropriados, seja examinado por um inspetor de navios devidamente qualificado e leva a
bordo as cartas, publicações marítimas, equipamentos e instrumentos de navegação
apropriados a segurança da navegação do navio; b) cada navio esteja confiado a um
capitão e a oficiais devidamente qualificados, em particular no que se refere a manobra,
navegação, comunicações e condição de máquinas, a competência e o número de
tripulantes sejam os apropriados para o tipo, tamanho, máquinas e equipamentos para o
navio; c) o capitão, os oficiais, e, na medida do necessário, a tripulação reconheçam
perfeitamente e observem os regulamentos internacionais aplicáveis que se refiram à
segurança de vida no mar, prevenção de abalroamentos, prevenção, redução e controle da
poluição marinha e manutenção de radiocomunicações.
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Todo Estado deve ainda ordenar a abertura de um inquérito, efetuado por uma pessoa, ou
perante, ou pessoas devidamente qualificadas, em relação a qualquer acidente marítimo
ou incidente de navegação no alto mar, que envolva um navio arvorando a sua bandeira
e no qual tenham perdido a vida ou sofrido ferimentos graves nacionais de outro Estado,
ou se tenham provocado danos graves a navios ou a instalações de outro Estado ou ao
meio marinho.
ARTIGO 98
1. Todo Estado deverá exigir do capitão de um navio que arvore a sua bandeira,
desde que o possa fazer sem acarretar perigo grave para o navio, para a tripulação
ou para os passageiros, que:
a) preste assistência a qualquer pessoa encontrada no mar em perigo de desaparecer;
b) se dirija, tão depressa quanto possível, em socorro de pessoas em perigo, desde
que esteja informado de que necessitam de assistência e sempre que tenha uma
possibilidade razoável de fazê-lo;
c) preste, em caso de abalroamento, assistência ao outro navio, à sua tripulação, e
aos passageiros e, quando possível, comunique ao outro navio o nome do seu
próprio navio, o porto de registro e o porto mais próximo em que fará escala.
2. Todo Estado costeiro deve promover o estabelecimento, o funcionamento e a
manutenção de um adequado e eficaz serviço de busca e salvamento para garantir
a segurança marítima e aérea, e, quando as circunstâncias o exigirem, cooperar
para esse fim com os Estados vizinhos por meio de ajustes regionais de
cooperação mútua.
ARTIGO 99
Todo Estado deve tomar medidas eficazes para impedir e punir o transporte de escravos
em navios autorizados e arvorar a sua bandeira e para impedir que, com esse fim, se use
ilegalmente a sua bandeira. Todo escravo que se refugie num navio, qualquer que seja a
sua bandeira, ficará, livre.
ARTIGO 100
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(Dever de cooperar na repressão da pirataria)
Mais de uma centena dos Estados estenderam suas jurisdições para 200 milhas náuticas,
de acordo com a convenção. Como consequência, 99% da pesca mundial e grande parte
do petróleo, gás e outros recursos do mar se encontram sob jurisdição nacional (A
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1998).
5 PLATAFORMA CONTINENTAL
A Parte VI da Convenção regula atividades nas plataformas continentais.
Desenvolvimentos tecnológicos recentes deram amplos acesso a recursos e utilizações
encontrados debaixo da água e sob o fundo mar. A Conferência das Nações Unidas de
1958 sobre o direito do mar definiu a plataforma continental conforme citado abaixo:
“[...] o leito do mar e o subsolo das áreas submarinas adjacentes a costa, porém
a da área do mar, a uma profundidade de 200 metros ou, além deste limite, a
profundidade das águas suprajacentes admite a exploração de recursos naturais
das áreas mencionadas.” (A ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1998,
p. 13).
Se a plataforma continental se estender além das 200 milhas náuticas, as nações podem
reivindicar jurisdição até 350 milhas da linha base ou 100 milhas náuticas da linha de
profundidade de 2500 metros. O limite exato depende de certos critérios tais como a
espessura da rocha sedimentar. Tais direitos não afetam o status legal das águas acima da
plataforma continental (A ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1998).
6 O DIREITO DE PERSEGUIÇÃO
A doutrina da perseguição, codificada originalmente na Convenção de 1958 sobre o alto
mar e subsequentemente, na Convenção, está baseada nos princípios da lei internacional
consuetudinária. O direito foi, na verdade, incluído no Esboço da Convenção de Harvard
de 1929 (BAIRD, 2004).
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iniciar-se quando o navio estrangeiro ou uma das suas embarcações se
encontrarem nas águas interiores, nas águas arquipelágicas, no mar territorial ou
na zona contígua do Estado perseguidor, e só pode continuar fora do mar
territorial ou da zona contígua se a perseguição não tiver sido interrompida. Não
é necessário que o navio que dá a ordem de parar a um navio estrangeiro que
navega pelo mar territorial ou pela zona contígua se encontre também no mar
territorial ou na zona contígua no momento em que o navio estrangeiro recebe a
referida ordem. Se o navio estrangeiro se encontrar na zona contígua, como
definida no artigo 33, a perseguição só pode ser iniciada se tiver havido violação
dos direitos para cuja proteção a referida zona foi criada.” (A ORGANIZAÇÃO
DAS NAÇÕES UNIDAS, 1982, p. 57).
Com relação à não conformidade dos navios de Guerra com a lei e os regulamentos de
um Estado costeiro, o Artigo 30 da Convenção afirma que:
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Em suma, isso implica que caso uma embarcação de guerra não tenha autorização para
entrar nas águas soberanas de outro Estado, não poderá fazer valer seu direito de
perseguição, uma vez que não será mais caracterizada como passagem inocente.
O efeito desses Artigos sobre a luta contra a pirataria ficará claro mais tarde neste
documento. Conforme citado por Baird (2004, p. 26) “[...] as condições para o exercício
do direito de perseguição são cumulativas. Cada uma delas tem que ser satisfeitas para
que a perseguição seja legitimada sob a Convenção.”
7 PIRATARIA
Muitas pessoas acham que os piratas são indivíduos de um só olho, barbas negras, pernas
de pau e/ou um gancho de metal no lugar da mão. O fato é que a pirataria moderna é real,
mas a ideia de um papagaio cômico no ombro de um pirata passa longe, para dar lugar
aos lançadores de granada impelidos por foguetes e armas automáticas.
A pirataria marítima envolve uma complexidade de variáveis, tanto nas suas causas como
nas suas consequências, dificultando acções individuais e simplista para a resolução do
problema. Constitui um fenómeno de grande preocupação na comunidade internacional,
dados os enormes prejuízos à economia, que suporta os custos relacionados com o
pagamento de regaste de pessoas e de navios.
Assim como os encargos relacionados com efectivo combate, com o recurso a meios
militares de última geração. As consequências chegam ao aumento dos valores dos
contratos de seguro marítimo e, consequentemente, dos produtos transportados pelo mar,
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sem esquecer as graves violações dos direitos humanos dos trabalhadores marítimos,
vítimas as mas diversas e cruéis formas de violência.
Segundo Raymond (2005, p. 7), para superar essa questão, a Agência Marítima
Internacional adotou a seguinte extensa definição: “Pirataria é subir a bordo de qualquer
embarcação com o intuito de cometer furto ou qualquer outro crime e com a intenção ou
capacidade de usar a força em auxílio de tal ato.” Contudo, ela também afirma que tal
definição, que cobre todos os atos independentes da localização da embarcação, não tem
status na lei internacional.
Mais uma vez, de acordo com o Artigo 107 da Convenção, somente um “[...] navio de
guerra ou embarcações claramente marcadas e identificadas como estando o serviço do
governo e autorizado para tal” podem deter um navio pirata.
Há um enorme volume de informação disponível sobre pirataria em alto mar, mas para
efeito deste trabalho, só é necessário saber que se trata de uma indústria multibilionária
em dólares e de que forma a Convenção a define.
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8 CONCLUSÃO
A Convenção foi escrita e aceita a fim de tornar o mundo marítimo mais seguro e para
proteger a soberania dos Estados. Trata-se de um documento muito abrangente e o
Secretário Geral das Nações Unidas o chamou de "possivelmente o instrumento de maior
significado legal deste século" (A ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1998, p.
6).
É essencial que a definição de pirataria da Convenção seja reescrita, pois fica claro que,
segundo a definição (alto-mar), legalmente a pirataria não ocorre no século XXI. Também
a rigidez da lei sobre o direito de perseguição deve ser reavaliada, pois há muitas brechas
que podem ser usadas pelos infratores para escapar da captura, ou evitar um processo.
Se um navio for afundado na parte estreita do Estreito devido a atos piratas, causará a
perda de milhões de dólares para a economia mundial. Portanto, a Organização das
Nações Unidas deve decidir sobre o equilíbrio entre a importância econômica do Estreito
para a economia mundial e o direito soberano de um Estado de impedir navios de guerra
de outros Estados entrarem em seus mares territoriais.
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9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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