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ABSOLUTISMO MONÁRQUICO

- Os reis assumiram o papel praticado pela nobreza feudal na formulação feudal, na cobrança de impostos e nas
funções militares;
- Os monarcas formaram exércitos profissionais e permanentes, criaram e instituíram impostos e uma
burocracia (estrutura com regras e rotinas fixas e por responsabilidades e hierarquias bem definidas) ligada à
administração do Estado, com o auxílio da nobreza;
- Séculos XVI e XVIII – adoção do absolutismo (poder real hereditário; rei considerado representante de Deus
na terra – apogeu entre 1643 e 1715, no reinado de Luís XIV, na França);
- O monarca decidia diretamente os assuntos do Estado, exercendo forte controle sobre o comércio, as
manufaturas e a máquina administrativa;
- O pagamento de impostos era feito pelos trabalhadores urbanos, rurais e pela burguesia, possibilitando o
funcionamento da estrutura estatal;
- Burocracia permanente, sistema tributário nacional, codificação do direito e primórdios de um mercado
unificado;
- Relações de produção rural continuavam feudais;
- Sujeitou as massas camponesas à sua posição tradicional.

TEÓRICOS DO ABSOLUTISMO
- Refletiram sobre o Estado e a política, em busca de uma conclusão a respeito do modelo ideal de governo.

Nicolau Maquiavel
- Nasceu em Florença;
- Era um funcionário público;
- Viveu no período em que a família Médici estava no poder (juntamente com seus sucessivos golpes sofridos);
- 1512 – os Médici voltam ao poder;
- 1513 – Maquiavel é preso e torturado por conspiração (era ligado a milícias e campanhas militares);
- Política não democrática em uma cidade cheia de conflitos internos e externos pelo poder, além da influência
da Igreja;
- O poder deveria ser mantido para que o Estado e a ordem social fossem preservados;
- Separou política e religião;
- Virtù: capacidade de escolher a melhor estratégia administrativa e a vontade política de alguém (ação política)
– capacidade de escolher a melhor estratégia para o seu governo;
- Fortuna: circunstâncias do acaso às quais o ser humano é submetido (oportunidade/sorte);
- Um bom governante combinava fortuna e virtù sem uma ser mais importante que a outra;
Obra: O Príncipe
- Virtù e fortuna;
- Os fins justificam os meios (ele não fala essa frase) – em nome da ordem, medidas cruéis são justificáveis;
- Ser amado é bom, mas é melhor ser temido – o temor impede a revolta (o temido não se levanta); o amor é
inconstante e a confiança no amor permite revoltas;
- Ações populares: agradam o povo e devem ser feitas lentamente;
- Ações impopulares: devem ser feitas de uma vez, pois deixam a lembrança de bondade do rei;
- Hereditariedade é mais fácil, conquista armada é mais difícil (pois precisa conquistar as pessoas que moram
nesses lugares);
- Força de um leão e astúcia de uma raposa.

Thomas Hobbes
- Defendia a monarquia;
- Era inglês;
- Infância e adolescência – dinastia Tudor e medo de uma invasão espanhola;
- Tensão causada por revoltas burguesas e camponesas;
Contrato social
- Os seres humanos, vivendo em um estado de natureza, se autodestruiriam, promovendo uma guerra entre
todos;
- Sem um governo forte e capacitado, os indivíduos não respeitariam os limites necessários para a boa
convivência social. Para isso, abdicariam seus direitos em nome do rei, único capaz de manter a ordem social e
a segurança nacional;
- O Estado era um monstruoso aparato administrativo que, por meio de um contrato social firmado com a
população, poderia resolver por ela as questões referentes a sobrevivência e fazer a sociedade entrar em um
estado civil, as pessoas deveriam renunciar a sua liberdade política;
- Estado civil: convivência pacífica em que o ser humano abre mão de sua liberdade em prol da pasz social;
- Redução de todas as vontades a uma só vontade;
- O ser humano é inclinado para o mal;
- “O homem é o lobo do homem” – o ser humano é mau por natureza;
- O monarca pode fazer o que for preciso para manter a ordem social e a proteção da vida;
- A propriedade privada não deveria existir;
- As pessoas transfeririam seus direitos ao monarca.
Obra: O Leviatã
- Demonstra a importância da monarquia;
- O “Leviatã” é um ser imenso, com grande força, invencível e cruel, descrito como protetor das criaturas mais
fracas e menores. O Estado, na forma monárquica, protegeria os seres humanos de sua própria maldade;
- O Estado atuaria como um grande corpo formado por várias pessoas;
- O cidadão não poderia questionar as regras, pois assim voltaria ao estado de natureza;
- O Estado deveria assegurar à vida e os direitos das pessoas. Em caso de falta nisso, as pessoas poderiam
contestar e se rebelar;
- O direito natural é o uso da liberdade do indivíduo da maneira que ele quiser para preservar a sua vida;
- Igualdade = conflito;
- Só com uma pessoa com uma grande concentração de poder seria possível alcançar a paz;
- Impondo a força, é possível alcançar a obediência.

O CONTRATO SOCIAL E O ESTADO DEMOCRÁTICO


- O Estado democrático é aquele que possui o povo como soberano;
- Os representantes do povo no meio político são meros agentes;
- O contrato entra no contexto de que não é a vontade de todos, porém aborda a vontade de cada indivíduo
enquanto membro da sociedade (algo maior);
- O interesse comum é a soma dos interesses particulares;
- Uma norma só é válida na medida em que o povo por ela se considera obrigado, o que só ocorre quando este
se sente criador da norma como partícipe do processo de sua elaboração e instituição;
- O novo contrato social diminui o poder do soberano, que é regido pelo povo;
- O poder emana do povo;
- A Constituição é um órgão que representa a vontade popular;
- A Constituição transforma-se em força ativa se essas tarefas forem efetivamente realizadas, se existir a
disposição de orientar a própria conduta segundo a ordem nela estabelecida, se, a despeito de todos os
questionamentos e reservas provenientes dos juízos de conveniência, se puder identificar a vontade de
concretizar essa ordem. Concluindo, pode-se afirmar que a Constituição converter-se-á em força ativa se
fizerem-se presentes, na consciência geral – particularmente, na consciência dos principais responsáveis pela
ordem constitucional -, não só a vontade de poder, mas também a vontade de Constituição;
- A Constituição não deve se preocupar apenas em adaptar seu conteúdo à realidade, mas também em impor
tarefas a serem realizadas, tanto pelo legislador derivado, ordinário e demais órgãos da administração pública,
quanto pela sociedade, a fim de que a Constituição adquira força própria. Isso significa dizer que é o povo que
impõe tarefas, sendo o Estado/soberano tão somente o responsável pela instrumentalização desses objetivos e,
por vezes, balizador das discussões acerca do 9348 interesse público, o que corrobora a tese de que a sociedade
se institui de si para si mesma;
- Existe uma obrigação rotineira de tomar decisões que influem na vida social direta ou indiretamente. Essa
obrigação é do representante do povo, que as toma em nome dos outorgantes de tal autoridade, a sociedade.
Todavia, para que tais decisões sejam aceitas como coletivas e legítimas, mister é que “sejam levadas a termo
com base em regras que estabeleçam quais os indivíduos autorizados a tomar decisões vinculatórias para todos
os membros do grupo e quais os procedimentos.”;
- Ao entendermos fatores reais de poder como a praxe de uma determinada sociedade, dever-se-á ter em vista
que a praxe legitima a teoria e não o inverso, o que do ponto de vista prático, assume primordial relevo, dado
que o não uso ou a má disponibilização dos meios constitucionais de efetivação da democracia podem conduzir
pesquisadores, intérpretes e, possivelmente, o legislador, ao equívoco de pressupor que tais mecanismos são
obsoletos dentro do ordenamento jurídico, favorecendo o retrocesso ao estado autocrático ou, ainda, ao que já
se vivencia, uma burocracia exacerbada, a qual 9349 impossibilita a sociedade de participar e fiscalizar os atos
públicos, resultando na sensação de impunibilidade dos maus administradores.
- Esse elenco ilustra as duas maneiras pelos quais a participação popular se dá: a primeira seria um exercício
participativo direto dos cidadãos; a segunda um exercício indireto via associações ou outras formas de
representação da vontade dos cidadãos organizados;
- Ser cidadão, vai muito além do direito/dever de eleger seus representantes pela via do voto universal, direto e
secreto; tem a ver muito mais com as práticas sociais e culturais que dão sentido à inclusão do indivíduo como
parte atuante sobre seu espaço e tempo do que com os direitos reconhecidos pelo aparelho estatal, muita vez
mera retórica para registro da história oficial; é necessário que esta nova sociedade civil consiga problematizar
tanto a noção quanto a percepção de suas reais prioridades.

DIREITO DIVINO DOS REIS E O PODER REAL


- Alguns pensadores defendiam que a legitimação jurídica da monarquia estava assegurada na religião;
- Os reis seriam a mais perfeita manifestação da autoridade dada por Deus – monarquia por direito divino;
- Os reis eram iluminados por Deus.

Jean Bodin
- Francês;
- O “procurador-geral do diabo” por conta de sua perseguição a manifestações “heréticas”;
- Negava a existência do Parlamento, já que o órgão, diante de Deus, não tinha soberania para resolver qualquer
questão, principalmente se estivesse em desacordo com o rei;
- “Quem despreza seu príncipe soberano despreza a Deus, do qual é a imagem na terra.”;
- Um sistema político em que a delegação de poderes se institui enquanto prática comum promove a diluição da
soberania necessária a um governo estável;
- Um governo misto gera uma falsa impressão de que não há a ação de um setor politicamente soberano;
- O fato da população romana ter o direito de indicar quais pessoas ocupariam os cargos de magistratura, não
limita os diversos poderes concedidos a esses mesmos representantes políticos;
- Caso não haja um setor politicamente soberano, seja minoritário ou majoritário, qualquer governo acaba se
transformando em um verdadeiro regime de natureza anárquica;
- No momento em que a hegemonia é assumida pela figura do príncipe, temos a instalação de uma monarquia.
Em experiências em que a soberania é assumida pela grande maioria da população, acredita o pensador que o
estado é popular. Por fim, caso haja um grupo minoritário controlando as instituições políticas, haveria a
formação de um regime aristocrático;
- O poder absoluto conservaria a ordem social;
- *Soberania*.

Jacques Bossuet
- Bispo e teólogo francês;
- Principal pensador da monarquia por direito divino;
- O poder do rei emanava de Deus;
- O rei era o representante de Deus na Terra;
- A monarquia hereditária era boa porque é o mais natural e se perpetua por si próprio, conserva o Estado e os
poderes que o constituem e a dignidade das casas reais;
- O príncipe trabalha para seus filhos, e o amor pelo seu reino e pela sua família se juntam em sentido e torna-se
algo natural;
- Os grandes obedeceriam a uma família que sempre foi vista como superior, não alimentando a inveja pelo
cargo mais alto;
- O trono real seria o trono de Deus;
- Os reis são deuses e participam da independência divina;
- O rei vê de mais longe e de mais alto, portanto vê melhor, e assim deve-se obedecê-lo sem reclamações, já que
são disposições para a desordem;
- Deus ilumina o rei, que usa sua sabedoria para a correção divina.

Dinastia Bourbon
- Não se apoiavam no contrato social ou na natureza divina do poder;
- Declaravam que toda autoridade emanava do soberano;
- Somente pela persona do rei vem a existência dos tribunais e sua autoridade, só exercem o poder pelo seu
nome, permanecem sempre nele e nunca são usados contra o monarca;
- O Poder Legislativo pertence somente ao rei, sem dependência ou partilha;
- Toda ordem pública emana do rei e os direitos e interesses da nação estão unidos com os do monarca e
repousam nas mãos dele.

- A etiqueta era uma forma de distinção social;


- Inglaterra – 1533 – apenas os membros da família real podiam usar púrpura e detalhes de ouro nas roupas e
apenas os gentlemen usavam seda, tendo renda superior a vinte libras anuais;
- Portugal e Espanha – leis determinavam quem era chamado por “vós”, “Vossa Mercê” ou “Vossa Majestade”;
- França – corte de Luís XIV – a condição social determinava quem se aproximava do rei e quem podia dirigir-
lhe a palavra. Regras de roupa e comida funcionavam mais como forma de discriminação do que de forma
agradável no convívio social.

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