EMENTA: DESAPROPRIAÇÃO PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA. AVALIAÇÃO DA TERRA NUA E BENFEITORIAS ANTES DO DECRETO PRESIDENCIAL. FASES DISTINTAS DO PROCEDIMENTO EXPROPRIATÓRIO REGIDO POR DIPLOMAS LEGAIS ESPECÍFICOS. AFERIÇÃO DO GRAU DE PRODUTIVIDADE FEITA POR GLEBA E NÃO PELO IMÓVEL COMO UM TODO: POSSIBILIDADE. ALEGAÇÃO DE INOBSERVÂNCIA DO PERÍODO DE 12 MESES PARA O LEVANTAMENTO DOS DADOS E INFORMAÇÕES DO IMÓVEL. TRAMITAÇÃO DE AÇÃO CAUTELAR , QUE NÃO SESPENDE NEM INTERROMPE A REALIZAÇÃO DOS ATOS EXPROPRIATÓRIOS. PRECEDENTES. 1. A primeira fase do procedimento expropriatório destina-se ao levantamento de dados e informações do imóvel expropriando, no qual os técnicos do órgão fundiário são autorizados a ingressar (Lei nº 8.629/93, artigo 2º, § 2º ). A segunda, ao procedimento judicial, disciplinado por lei complementar, conforme previsto no § 3º do artigo 184 da Constituição Federal, durante a qual a Administração poderá novamente , vistoriar a área com a finalidade de avaliar a terra nua e as benfeitorias ( LC 76/93, artigo 2º, § 2º ). 2. Nada impede, porém, que a Administração faça a avaliação a partir dos dados colhidos na primeira fase, se julgá-los suficientes, não fazendo uso da faculdade que a lei complementar lhe dá para ingressar novamente no imóvel. 3. A avaliação a partir da primeira vistoria não é causa de nulidade do decreto presidencial, mesmo porque nenhum prejuízo sofreu o proprietário. Pás de nullité sans grief. 4. Aferição do grau de produtividade feita por gleba e não pelo imóvel como um todo. Esta Corte já decidiu que a União, após a vistoria de toda a área, pode optar pela desapropriação de apenas parte dela (MS nº 22.075-MT, Ilmar Galvão, DJ de 09.06.95). 5. O mandado de segurança não é meio idôneo para se buscar solução referente à classificação do imóvel objeto da desapropriação. Inexistência de direito líquido e certo à intangibilidade do primeiro laudo em face do segundo. Ausência de provas pré-constituídas. Precedentes. 6. Alegação de inobservância do período de 12 meses para o levantamento dos dados do imóvel. Improcedência da afirmação, visto que as glebas foram desmembradas após ter sido vistoriado o imóvel, como um todo, sendo desnecessária a reavaliação de cada parcela. 7. Tramitação de ação cautelar de produção antecipada de prova sobre as mesmas questões tratadas no mandamus. As duas ações são independentes. Os atos do procedimento expropriatório não se vinculam so desfecho da ação cautelar. Precedentes (MS nº 20.747/DF, SYDNEY SANCHES, DJ de 31.03.89 e MS nº 23.311/PR, PERTENCE, DJ de 25.02.00. Segurança denegada.
MS 24883 – DISTRITO FEDERAL - DECISAO: O eminente Consultor-Geral da Uniao, Dr.
Manoel Lauro Volkmer de Castilho, ao elaborar as informacoes encaminhadas, a esta Suprema Corte, pelo Senhor Presidente da Republica, assim apreciou a questao suscitada na presente sede mandamental (fls. 206/207): .O impetrante ataca o Decreto Presidencial que declarou o imovel Fazenda Panorama de interesse social para fins de reforma agraria pois, no seu entendimento, haveria infracao ao art. 6., . 7. da Lei n. 8629/93 (que impede a improdutividade em caso de forca maior: seca) e violacao do pacto federativo (a IN 11/03, INCRA, exige o dobro da produtividade no Espirito Santo que na Bahia). Como bem demonstram as informacoes do Ministerio do Desenvolvimento Agrario MDA, os diversos argumentos contra o regulamento, da condicao de imovel improdutivo, esbarram na necessidade de comprovar, ou a ocorrencia de seca e excepcionalidade e suas consequencias, ou a existencia ou nao de projeto de melhoramento de pasto que qualificassem investimentos e o aproveitamento do imovel. Assim, a demanda de seguranca esta a exigir esclarecimentos faticos dependentes de prova, do mesmo modo que no que respeita a diversidade de criterios ou padroes de avaliacao seria preciso discutir se as condicoes agro--ecologicas sustentam ou nao os indices de qualificacao. Ao Judiciario, entretanto, nao e dado estabelece-lo senao declarar, se for o caso, que os quoeficientes ou criterios e indices nao estao amparados na lei. Com nao e o caso, ou nao se demonstra que tais numeros representam mais do que simples diferenca de realidades, a alegacao tambem nao procede. Nestes termos, adotando as informacoes AGU/GV-09/2004, e tendo em consideracao que o imovel de 1.084,62 ha (18,10 modulos) localizado no Municipio de Ponto Belo/ES, regularmente vistoriado, sujeito a secas regulares anuais e com 1042,98 ha ocupados com capim braquiario e coloniao (772,32 animais) com 100% GUT e 92,60 GEE, (este corrigido para 96,48%) podendo alojar 130 familias, esta caracterizado como propriedade improdutiva, sugiro sejam encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal as presentes informacoes (...).|| O exame de tais informacoes parece descaracterizar, ao menos em sede de estrita delibacao, a plausibilidade juridica da pretensao mandamental deduzida pelo impetrante. Tudo parece indicar, considerados os referidos elementos de informacao, que a solucao da controversia mandamental estaria na dependencia de esclarecimentos faticos sujeitos a demonstracao probatoria, alem de implicar necessaria analise sobre se .as condicoes agro-ecologicas sustentam, ou nao, os indices de qualificacao|| (fls. 206), pois, segundo revelam as informacoes emanadas do Ministerio do Desenvolvimento Agrario, .os diversos argumentos contra o regulamento, da condicao de imovel improdutivo, <. > esbarram na necessidade de comprovar, ou a ocorrencia de seca e excepcionalidade e suas consequencias, ou a existencia ou nao de projeto de melhoramento de pasto que qualificassem investimentos e o aproveitamento do imovel|| (fls. 206). Conclui-se, portanto, ao menos a primeira vista, que a especie dos autos configuraria situacao destituida da necessaria liquidez. Nao se pode perder de perspectiva, neste ponto, que a profunda discussao, instaurada na presente sede processual, concernente a produtividade, ou nao, do imovel rural de que e titular o ora impetrante, introduz, no ambito desta causa, situacao de duvida objetiva, em tudo incompativel com a via do mandado de seguranca. Impoe-se rememorar, neste ponto, que o Plenario do Supremo Tribunal Federal, pronunciando-se, especificamente, sobre a questao da produtividade fundiaria e, tambem, sobre a qualificacao do imovel rural, como improdutivo, para efeito de reforma agraria (RTJ 128/1129 - RTJ 129/69), tem ressaltado ser absolutamente impropria a utilizacao da via processual do mandado de seguranca, quando ausente - como parece ocorrer no caso - prova pre-constituida: .A controversia documental em torno do indice de produtividade do imovel rural basta para descaracterizar a necessaria liquidez dos fatos subjacentes ao direito subjetivo invocado pelos impetrantes, tornando impertinente, por ausencia de um de seus requisitos essenciais, a utilizacao da via processual do mandado de seguranca. Precedentes.|| (RTJ 168/163, Rel. Min. CELSO DE MELLO) Na realidade, o tema pertinente a qualificacao objetiva do imovel rural - notadamente no que concerne a sua alegada condicao de bem produtivo - envolve o exame necessario de materia de fato que se revela insuscetivel de discussao em sede mandamental, especialmente quando se pretende questionar a inadmissibilidade da declaracao expropriatoria, sob o fundamento de que esta teria incidido sobre bem que supostamente realizaria, de modo pleno, a funcao social que lhe e inerente. A possibilidade dessa analise, na via do mandado de seguranca, quando presente uma situacao de controversia objetiva, tem sido rejeitada pela jurisprudencia do Supremo Tribunal Federal (RTJ 158/510-511, Rel. Min. MAURICIO CORREA - MS 22.075/MT, Rel. Min. ILMAR GALVAO - MS 22.077/RS, Rel. Min. MOREIRA ALVES - MS 22.150/CE, Rel. Min. CARLOS VELLOSO - MS 22.290/PR, Rel. Min. NERI DA SILVEIRA, v.g.). E que refoge, aos estreitos limites da acao mandamental, o exame de fatos despojados da necessaria liquidez, pois o .iter|| procedimental do mandado de seguranca nao comporta a possibilidade de instauracao incidental de um momento de dilacao probatoria, consoante adverte a doutrina (ALFREDO BUZAID, .Do Mandado de Seguranca||, vol. I/208, item n. 127, 1989, Saraiva) e proclama o magisterio jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal: .A controversia documental em torno do indice de produtividade do imovel rural basta para descaracterizar a necessaria liquidez dos fatos subjacentes ao direito subjetivo invocado pelos impetrantes, tornando impertinente, por ausencia de um de seus requisitos essenciais, a utilizacao da via processual do mandado de seguranca. Precedentes.|| (RTJ 168/163, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) .Refoge, aos estreitos limites da acao mandamental, o exame de fatos despojados da necessaria liquidez, pois o iter procedimental do mandado de seguranca nao comporta a possibilidade de instauracao incidental de uma fase de dilacao probatoria. - A nocao de direito liquido e certo ajusta-se, em seu especifico sentido juridico, ao conceito de situacao que deriva de fato certo, vale dizer, de fato passivel de comprovacao documental imediata e inequivoca.|| (MS 20.882/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) .O exame de situacoes de fato controvertidas - como aquelas decorrentes de duvida fundada sobre a extensao territorial do imovel rural ou sobre o grau de produtividade fundiaria - refoge ao ambito da via processual do mandado de seguranca, que nao admite, ante a natureza especial e sumarissima de que se reveste o writ constitucional, a possibilidade de qualquer dilacao probatoria.|| (RTJ 176/692-693, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) Ve-se, pois, que a jurisprudencia desta Suprema Corte tem advertido, em inumeras decisoes (RTJ 124/948, v.g.), que .O mandado de seguranca nao e meio idoneo para o exame de questoes cujos fatos nao sejam certos|| (RTJ 142/782, Rel. Min. MOREIRA ALVES). Insista-se, pois, presente o contexto que emerge desta causa, que a simples existencia de materia de fato controvertida - a tornar questionavel a propria caracterizacao do direito liquido e certo (nocao que nao se confunde com a de direito material, cuja tutela se busca obter em sede mandamental) - revela-se bastante para tornar inviavel a utilizacao do .writ|| constitucional (RTJ 83/130 - RTJ 99/68 - RTJ 99/1149 - RTJ 100/90 - RTJ 100/537). A jurisprudencia do Supremo Tribunal Federal, ao pronunciar-se sobre esse especifico aspecto do tema, deixou consignado que a discussao em torno do proprio significado de direito liquido e certo - que traduz requisito viabilizador da utilizacao do .writ|| mandamental - veicula materia de carater eminentemente processual, mesmo porque a nocao de liquidez, .que autoriza o ajuizamento do mandado de seguranca, diz respeito aos fatos|| (RTJ 134/681, Rel. p/ o acordao Min. CARLOS VELLOSO RTJ 171/326-327, Rel. Min. ILMAR GALVAO - RE 195.192/RS, Rel. Min. MARCO AURELIO - RMS 23.443/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO - RMS 23.720/GO, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.): .O direito liquido e certo, pressuposto constitucional de admissibilidade do mandado de seguranca, e requisito de ordem processual, atinente a existencia de prova inequivoca dos fatos em que se basear a pretensao do impetrante e nao a procedencia desta, materia de merito (...).|| (RTJ 133/1314, Rel. Min. SEPULVEDA PERTENCE - grifei) .A formulacao conceitual de direito liquido e certo, que constitui requisito de cognoscibilidade da acao de mandado de seguranca, encerra (...) nocao de conteudo eminentemente processual.|| (RTJ 134/169, Rel. p/ o acordao Min. CELSO DE MELLO) Cabe enfatizar, neste ponto, como anteriormente ressaltado, que o conceito de direito liquido e certo, para os fins da acao civil de mandado de seguranca, nao constitui nocao redutivel a categoria do direito material reclamado pelo impetrante do .writ||. Tal como precedentemente assinalado, a formulacao conceitual de direito liquido e certo, que constitui requisito de cognoscibilidade da acao de mandado de seguranca, encerra, por isso mesmo, no plano de nossa dogmatica juridica, uma nocao de conteudo eminentemente processual. Dai o incensuravel magisterio de CELSO RIBEIRO BASTOS (.Do Mandado de Seguranca||, p. 15, 1978, Saraiva), para quem .... o direito liquido e certo e conceito de ordem processual, que exige a comprovacao dos pressupostos faticos da situacao juridica a preservar. Consequentemente, direito liquido e certo e conditio sine qua non do conhecimento do mandado de seguranca, mas nao e conditio per quam para a concessao da providencia judicial||. Registre-se que esta Corte, em sucessivas decisoes, deixou assinalado que o direito liquido e certo, apto a autorizar o ajuizamento da acao de mandado de seguranca, e, tao-somente, aquele que concerne a fatos incontroversos, constataveis de plano, mediante prova literal inequivoca (RE 269.464/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO): .... direito liquido e certo e o que resulta de fato certo, e fato certo e aquele capaz de ser comprovado, de plano, por documento inequivoco.|| (RTJ 83/130, Rel. Min. SOARES MUNOZ) .O mandado de seguranca labora em torno de fatos certos e como tais se entendem aqueles cuja existência resulta de prova documental inequívoca...||. (RTJ 83/855, Rel. Min. SOARES MUNOZ) E por essa razao que a doutrina acentua a incomportabilidade de qualquer dilacao probatória no ambito desse .writ|| constitucional, que supoe - insista-se - a producao liminar, pelo impetrante, das provas literais pre- constituidas, destinadas a evidenciar a incontestabilidade do direito publico subjetivo invocado pelo autor da ação mandamental. Por isso mesmo, adverte HELY LOPES MEIRELLES (.Mandado de Segurança, Acao Popular, Acao Civil Publica, Mandado de Injunção e Habeas Data||, p. 35, 20. ed., atualizada por Arnoldo Wald, 1998, Malheiros), .As provas tendentes a demonstrar a liquidez e certeza do direito podem ser de todas as modalidades admitidas em lei, desde que acompanhem a inicial (...). O que se exige e prova pre-constituida das situações e fatos que embasam o direito invocado pelo impetrante|| (grifei). Finalmente, parece que inexistiria a alegada ofensa ao pacto federativo (decorrente de suposto tratamento discriminatório dispensado aos produtores rurais do Estado do Espírito Santo), pois, como salientou o Ministério do Desenvolvimento Agrário, com fundamento em dados técnicos que informam a metodologia cientifica utilizada pelo INCRA, para efeito de obtenção dos índices de produtividade, a exigência de índices diferenciados para as diferentes regiões decorre justamente da necessidade de considerar as varias características de cada região homogênea (...)|| (fls. 239). Sendo assim, tendo em consideração as razoes expostas - e sem prejuízo de ulterior e mais aprofundado exame da controvérsia mandamental, indefiro o pedido de medida liminar. 2. Como ja foram prestadas as informações pelo Senhor Presidente da Republica, autoridade ora apontada como coatora (fls. 203/403), ouca-se o eminente Procurador-Geral da Republica. Publique-se. Brasília, 14 de maio de 2004. Ministro CELSO DE MELLO (RISTF, art. 38, I)
MS 23744 - MATO GROSSO DO SUL - EMENTA: DESAPROPRIAÇÃO PARA FINS DE
REFORMA AGRÁRIA. AVALIAÇÃO DA TERRA NUA E BENFEITORIAS ANTES DO DECRETO PRESIDENCIAL. FASES DISTINTAS DO PROCEDIMENTO EXPROPRIATÓRIO REGIDAS POR DIPLOMAS LEGAIS ESPECÍFICOS. AFERIÇÃO DO GRAU DE PRODUTIVIDADE FEITA POR GLEBA E NÃO PELO IMÓVEL COMO UM TODO: POSSIBILIDADE. ALEGAÇÃO DE INOBSERVÂNCIA DO PERÍODO DE 12 MESES PARA O LEVANTAMENTO DOS DADOS E INFORMAÇÕES DO IMÓVEL. TRAMITAÇÃO DE AÇÃO CAUTELAR, QUE NÃO SUSPENDE NEM INTERROMPE A REALIZAÇÃO DOS ATOS EXPROPRIATÓRIOS. PRECEDENTES. 1. A primeira fase do procedimento expropriatório destina-se ao levantamento de dados e informações do imóvel expropriando, no qual os técnicos do órgão fundiário são autorizados a ingressar (Lei nº 8.629/93, artigo 2º, § 2º). A segunda, ao procedimento judicial, disciplinado por lei complementar, conforme previsto no § 3º do artigo 184 da Constituição Federal, durante a qual a Administração poderá novamente, vistoriar a área com a finalidade de avaliar a terra nua e as benfeitorias (LC 76/93, artigo 2º, § 2º). 2. Nada impede, porém, que a Administração faça a avaliação a partir dos dados colhidos na primeira fase, se julgá-los suficientes, não fazendo uso da faculdade que a lei complementar lhe dá para ingressar novamente no imóvel. 3. A avaliação a partir da primeira vistoria não é causa de nulidade do decreto presidencial, mesmo porque nenhum prejuízo sofreu o proprietário. Pas de nullité sans grief. 4. Aferição do grau de produtividade feita por gleba e não pelo imóvel como um todo. Esta Corte já decidiu que a União, após a vistoria de toda a área, pode optar pela desapropriação de apenas parte dela (MS nº 22.075-MT, Ilmar Galvão, DJ de 09.06.95). 5. O mandado de segurança não é meio idôneo para se buscar solução referente à classificação do imóvel objeto da desapropriação. Inexistência de direito líquido e certo à intangibilidade do primeiro laudo em face do segundo. Ausência de provas pré-constituídas. Precedentes. 6. Alegação de inobservância do período de 12 meses para o levantamento dos dados do imóvel. Improcedência da afirmação, visto que as glebas foram desmembradas após ter sido vistoriado o imóvel, como um todo, sendo desnecessária a reavaliação de cada parcela. 7. Tramitação de ação cautelar de produção antecipada de prova sobre as mesmas questões tratadas no mandamus. As duas ações são independentes. Os atos do procedimento expropriatório não se vinculam ao desfecho da ação cautelar. Precedentes (MS nº 20.747/DF, SYDNEY SANCHES, DJ de 31.03.89 e MS nº 23.311/PR, PERTENCE, DJ de 25.02.00. Segurança denegada.
MS 24911 – DF - EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO.
DESAPROPRIAÇÃO: REFORMA AGRÁRIA. MOTIVO DE FORÇA MAIOR: Lei 8.629/93, art. 6º, § 7º. UTILIZAÇÃO DE ÍNDICES PARA O CÁLCULO DO GUT E DO GEE. DIREITO DE DEFESA: DEVIDO PROCESSO LEGAL. I. - Motivo de força maior não demonstrado (Lei 8.629/93, art. 6º, § 7º). II. - Alegação de ofensa ao princípio isonômico pela utilização de índices diversos de índices utilizados em outro Estado: fatos, no ponto, controvertidos, inadmitida, no processo do mandado de segurança, a dilação probatória. III. - Inexistência de prejuízo para a defesa, que impugnou, no procedimento administrativo, o laudo e interpôs os recursos cabíveis. Não tendo havido prejuízo para a defesa, não há falar em nulidade: pas de nullité sans grief. IV. - Produtividade do imóvel: a ausência de dilação probatória, no processo do mandado de segurança, afasta a existência de direito líquido e certo, que pressupõe fatos incontroversos. V. - Mandado de segurança indeferido.