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04.

AVALIAÇÃO DO IMÓVEL – VISTORIA PRELIMINAR:


EMENTA: DESAPROPRIAÇÃO PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA. AVALIAÇÃO
DA TERRA NUA E BENFEITORIAS ANTES DO DECRETO PRESIDENCIAL. FASES
DISTINTAS DO PROCEDIMENTO EXPROPRIATÓRIO REGIDO POR DIPLOMAS
LEGAIS ESPECÍFICOS. AFERIÇÃO DO GRAU DE PRODUTIVIDADE FEITA POR
GLEBA E NÃO PELO IMÓVEL COMO UM TODO: POSSIBILIDADE. ALEGAÇÃO DE
INOBSERVÂNCIA DO PERÍODO DE 12 MESES PARA O LEVANTAMENTO DOS
DADOS E INFORMAÇÕES DO IMÓVEL. TRAMITAÇÃO DE AÇÃO CAUTELAR , QUE
NÃO SESPENDE NEM INTERROMPE A REALIZAÇÃO DOS ATOS
EXPROPRIATÓRIOS. PRECEDENTES. 1. A primeira fase do procedimento
expropriatório destina-se ao levantamento de dados e informações do imóvel
expropriando, no qual os técnicos do órgão fundiário são autorizados a ingressar (Lei nº
8.629/93, artigo 2º, § 2º ). A segunda, ao procedimento judicial, disciplinado por lei
complementar, conforme previsto no § 3º do artigo 184 da Constituição Federal, durante a
qual a Administração poderá novamente , vistoriar a área com a finalidade de avaliar a
terra nua e as benfeitorias ( LC 76/93, artigo 2º, § 2º ). 2. Nada impede, porém, que a
Administração faça a avaliação a partir dos dados colhidos na primeira fase, se
julgá-los suficientes, não fazendo uso da faculdade que a lei complementar lhe dá
para ingressar novamente no imóvel. 3. A avaliação a partir da primeira vistoria não
é causa de nulidade do decreto presidencial, mesmo porque nenhum prejuízo
sofreu o proprietário. Pás de nullité sans grief. 4. Aferição do grau de produtividade feita
por gleba e não pelo imóvel como um todo. Esta Corte já decidiu que a União, após a
vistoria de toda a área, pode optar pela desapropriação de apenas parte dela (MS nº
22.075-MT, Ilmar Galvão, DJ de 09.06.95). 5. O mandado de segurança não é meio
idôneo para se buscar solução referente à classificação do imóvel objeto da
desapropriação. Inexistência de direito líquido e certo à intangibilidade do primeiro laudo
em face do segundo. Ausência de provas pré-constituídas. Precedentes. 6. Alegação de
inobservância do período de 12 meses para o levantamento dos dados do imóvel.
Improcedência da afirmação, visto que as glebas foram desmembradas após ter sido
vistoriado o imóvel, como um todo, sendo desnecessária a reavaliação de cada parcela.
7. Tramitação de ação cautelar de produção antecipada de prova sobre as mesmas
questões tratadas no mandamus. As duas ações são independentes. Os atos do
procedimento expropriatório não se vinculam so desfecho da ação cautelar. Precedentes
(MS nº 20.747/DF, SYDNEY SANCHES, DJ de 31.03.89 e MS nº 23.311/PR,
PERTENCE, DJ de 25.02.00. Segurança denegada.

MS 24883 – DISTRITO FEDERAL - DECISAO: O eminente Consultor-Geral da Uniao, Dr.


Manoel Lauro Volkmer de Castilho, ao elaborar as informacoes encaminhadas, a esta
Suprema Corte, pelo Senhor Presidente da Republica, assim apreciou a questao
suscitada na presente sede mandamental (fls. 206/207): .O impetrante ataca o Decreto
Presidencial que declarou o imovel Fazenda Panorama de interesse social para fins de
reforma agraria pois, no seu entendimento, haveria infracao ao art. 6., . 7. da Lei n.
8629/93 (que impede a improdutividade em caso de forca maior: seca) e violacao do
pacto federativo (a IN 11/03, INCRA, exige o dobro da produtividade no Espirito Santo que
na Bahia). Como bem demonstram as informacoes do Ministerio do Desenvolvimento
Agrario MDA, os diversos argumentos contra o regulamento, da condicao de imovel
improdutivo, esbarram na necessidade de comprovar, ou a ocorrencia de seca e
excepcionalidade e suas consequencias, ou a existencia ou nao de projeto de
melhoramento de pasto que qualificassem investimentos e o aproveitamento do imovel.
Assim, a demanda de seguranca esta a exigir esclarecimentos faticos dependentes de
prova, do mesmo modo que no que respeita a diversidade de criterios ou padroes de
avaliacao seria preciso discutir se as condicoes agro--ecologicas sustentam ou nao os
indices de qualificacao. Ao Judiciario, entretanto, nao e dado estabelece-lo senao
declarar, se for o caso, que os quoeficientes ou criterios e indices nao estao amparados
na lei. Com nao e o caso, ou nao se demonstra que tais numeros representam mais do
que simples diferenca de realidades, a alegacao tambem nao procede. Nestes termos,
adotando as informacoes AGU/GV-09/2004, e tendo em consideracao que o imovel de
1.084,62 ha (18,10 modulos) localizado no Municipio de Ponto Belo/ES, regularmente
vistoriado, sujeito a secas regulares anuais e com 1042,98 ha ocupados com capim
braquiario e coloniao (772,32 animais) com 100% GUT e 92,60 GEE, (este corrigido para
96,48%) podendo alojar 130 familias, esta caracterizado como propriedade improdutiva,
sugiro sejam encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal as presentes informacoes (...).||
O exame de tais informacoes parece descaracterizar, ao menos em sede de estrita
delibacao, a plausibilidade juridica da pretensao mandamental deduzida pelo impetrante.
Tudo parece indicar, considerados os referidos elementos de informacao, que a solucao
da controversia mandamental estaria na dependencia de esclarecimentos faticos sujeitos
a demonstracao probatoria, alem de implicar necessaria analise sobre se .as condicoes
agro-ecologicas sustentam, ou nao, os indices de qualificacao|| (fls. 206), pois, segundo
revelam as informacoes emanadas do Ministerio do Desenvolvimento Agrario, .os
diversos argumentos contra o regulamento, da condicao de imovel improdutivo, <. >
esbarram na necessidade de comprovar, ou a ocorrencia de seca e excepcionalidade e
suas consequencias, ou a existencia ou nao de projeto de melhoramento de pasto que
qualificassem investimentos e o aproveitamento do imovel|| (fls. 206). Conclui-se,
portanto, ao menos a primeira vista, que a especie dos autos configuraria situacao
destituida da necessaria liquidez. Nao se pode perder de perspectiva, neste ponto, que a
profunda discussao, instaurada na presente sede processual, concernente a
produtividade, ou nao, do imovel rural de que e titular o ora impetrante, introduz, no
ambito desta causa, situacao de duvida objetiva, em tudo incompativel com a via do
mandado de seguranca. Impoe-se rememorar, neste ponto, que o Plenario do Supremo
Tribunal Federal, pronunciando-se, especificamente, sobre a questao da produtividade
fundiaria e, tambem, sobre a qualificacao do imovel rural, como improdutivo, para efeito
de reforma agraria (RTJ 128/1129 - RTJ 129/69), tem ressaltado ser absolutamente
impropria a utilizacao da via processual do mandado de seguranca, quando ausente -
como parece ocorrer no caso - prova pre-constituida: .A controversia documental em torno
do indice de produtividade do imovel rural basta para descaracterizar a necessaria
liquidez dos fatos subjacentes ao direito subjetivo invocado pelos impetrantes, tornando
impertinente, por ausencia de um de seus requisitos essenciais, a utilizacao da via
processual do mandado de seguranca. Precedentes.|| (RTJ 168/163, Rel. Min. CELSO DE
MELLO) Na realidade, o tema pertinente a qualificacao objetiva do imovel rural -
notadamente no que concerne a sua alegada condicao de bem produtivo - envolve o
exame necessario de materia de fato que se revela insuscetivel de discussao em sede
mandamental, especialmente quando se pretende questionar a inadmissibilidade da
declaracao expropriatoria, sob o fundamento de que esta teria incidido sobre bem que
supostamente realizaria, de modo pleno, a funcao social que lhe e inerente. A
possibilidade dessa analise, na via do mandado de seguranca, quando presente uma
situacao de controversia objetiva, tem sido rejeitada pela jurisprudencia do Supremo
Tribunal Federal (RTJ 158/510-511, Rel. Min. MAURICIO CORREA - MS 22.075/MT, Rel.
Min. ILMAR GALVAO - MS 22.077/RS, Rel. Min. MOREIRA ALVES - MS 22.150/CE, Rel.
Min. CARLOS VELLOSO - MS 22.290/PR, Rel. Min. NERI DA SILVEIRA, v.g.). E que
refoge, aos estreitos limites da acao mandamental, o exame de fatos despojados da
necessaria liquidez, pois o .iter|| procedimental do mandado de seguranca nao comporta a
possibilidade de instauracao incidental de um momento de dilacao probatoria, consoante
adverte a doutrina (ALFREDO BUZAID, .Do Mandado de Seguranca||, vol. I/208, item n.
127, 1989, Saraiva) e proclama o magisterio jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal:
.A controversia documental em torno do indice de produtividade do imovel rural basta para
descaracterizar a necessaria liquidez dos fatos subjacentes ao direito subjetivo invocado
pelos impetrantes, tornando impertinente, por ausencia de um de seus requisitos
essenciais, a utilizacao da via processual do mandado de seguranca. Precedentes.|| (RTJ
168/163, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) .Refoge, aos estreitos limites da acao
mandamental, o exame de fatos despojados da necessaria liquidez, pois o iter
procedimental do mandado de seguranca nao comporta a possibilidade de instauracao
incidental de uma fase de dilacao probatoria. - A nocao de direito liquido e certo ajusta-se,
em seu especifico sentido juridico, ao conceito de situacao que deriva de fato certo, vale
dizer, de fato passivel de comprovacao documental imediata e inequivoca.|| (MS
20.882/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) .O exame de situacoes de fato
controvertidas - como aquelas decorrentes de duvida fundada sobre a extensao territorial
do imovel rural ou sobre o grau de produtividade fundiaria - refoge ao ambito da via
processual do mandado de seguranca, que nao admite, ante a natureza especial e
sumarissima de que se reveste o writ constitucional, a possibilidade de qualquer dilacao
probatoria.|| (RTJ 176/692-693, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) Ve-se, pois, que a
jurisprudencia desta Suprema Corte tem advertido, em inumeras decisoes (RTJ 124/948,
v.g.), que .O mandado de seguranca nao e meio idoneo para o exame de questoes cujos
fatos nao sejam certos|| (RTJ 142/782, Rel. Min. MOREIRA ALVES). Insista-se, pois,
presente o contexto que emerge desta causa, que a simples existencia de materia de fato
controvertida - a tornar questionavel a propria caracterizacao do direito liquido e certo
(nocao que nao se confunde com a de direito material, cuja tutela se busca obter em sede
mandamental) - revela-se bastante para tornar inviavel a utilizacao do .writ|| constitucional
(RTJ 83/130 - RTJ 99/68 - RTJ 99/1149 - RTJ 100/90 - RTJ 100/537). A jurisprudencia do
Supremo Tribunal Federal, ao pronunciar-se sobre esse especifico aspecto do tema,
deixou consignado que a discussao em torno do proprio significado de direito liquido e
certo - que traduz requisito viabilizador da utilizacao do .writ|| mandamental - veicula
materia de carater eminentemente processual, mesmo porque a nocao de liquidez, .que
autoriza o ajuizamento do mandado de seguranca, diz respeito aos fatos|| (RTJ 134/681,
Rel. p/ o acordao Min. CARLOS VELLOSO RTJ 171/326-327, Rel. Min. ILMAR GALVAO -
RE 195.192/RS, Rel. Min. MARCO AURELIO - RMS 23.443/DF, Rel. Min. CELSO DE
MELLO - RMS 23.720/GO, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.): .O direito liquido e certo,
pressuposto constitucional de admissibilidade do mandado de seguranca, e requisito de
ordem processual, atinente a existencia de prova inequivoca dos fatos em que se basear
a pretensao do impetrante e nao a procedencia desta, materia de merito (...).|| (RTJ
133/1314, Rel. Min. SEPULVEDA PERTENCE - grifei) .A formulacao conceitual de direito
liquido e certo, que constitui requisito de cognoscibilidade da acao de mandado de
seguranca, encerra (...) nocao de conteudo eminentemente processual.|| (RTJ 134/169,
Rel. p/ o acordao Min. CELSO DE MELLO) Cabe enfatizar, neste ponto, como
anteriormente ressaltado, que o conceito de direito liquido e certo, para os fins da acao
civil de mandado de seguranca, nao constitui nocao redutivel a categoria do direito
material reclamado pelo impetrante do .writ||. Tal como precedentemente assinalado, a
formulacao conceitual de direito liquido e certo, que constitui requisito de cognoscibilidade
da acao de mandado de seguranca, encerra, por isso mesmo, no plano de nossa
dogmatica juridica, uma nocao de conteudo eminentemente processual. Dai o
incensuravel magisterio de CELSO RIBEIRO BASTOS (.Do Mandado de Seguranca||, p.
15, 1978, Saraiva), para quem .... o direito liquido e certo e conceito de ordem processual,
que exige a comprovacao dos pressupostos faticos da situacao juridica a preservar.
Consequentemente, direito liquido e certo e conditio sine qua non do conhecimento do
mandado de seguranca, mas nao e conditio per quam para a concessao da providencia
judicial||. Registre-se que esta Corte, em sucessivas decisoes, deixou assinalado que o
direito liquido e certo, apto a autorizar o ajuizamento da acao de mandado de seguranca,
e, tao-somente, aquele que concerne a fatos incontroversos, constataveis de plano,
mediante prova literal inequivoca (RE 269.464/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO): ....
direito liquido e certo e o que resulta de fato certo, e fato certo e aquele capaz de ser
comprovado, de plano, por documento inequivoco.|| (RTJ 83/130, Rel. Min. SOARES
MUNOZ) .O mandado de seguranca labora em torno de fatos certos e como tais se
entendem aqueles cuja existência resulta de prova documental inequívoca...||. (RTJ
83/855, Rel. Min. SOARES MUNOZ) E por essa razao que a doutrina acentua a
incomportabilidade de qualquer dilacao probatória no ambito desse .writ|| constitucional,
que supoe - insista-se - a producao liminar, pelo impetrante, das provas literais pre-
constituidas, destinadas a evidenciar a incontestabilidade do direito publico subjetivo
invocado pelo autor da ação mandamental. Por isso mesmo, adverte HELY LOPES
MEIRELLES (.Mandado de Segurança, Acao Popular, Acao Civil Publica, Mandado de
Injunção e Habeas Data||, p. 35, 20. ed., atualizada por Arnoldo Wald, 1998, Malheiros),
.As provas tendentes a demonstrar a liquidez e certeza do direito podem ser de todas as
modalidades admitidas em lei, desde que acompanhem a inicial (...). O que se exige e
prova pre-constituida das situações e fatos que embasam o direito invocado pelo
impetrante|| (grifei). Finalmente, parece que inexistiria a alegada ofensa ao pacto
federativo (decorrente de suposto tratamento discriminatório dispensado aos
produtores rurais do Estado do Espírito Santo), pois, como salientou o Ministério
do Desenvolvimento Agrário, com fundamento em dados técnicos que informam a
metodologia cientifica utilizada pelo INCRA, para efeito de obtenção dos índices de
produtividade, a exigência de índices diferenciados para as diferentes regiões
decorre justamente da necessidade de considerar as varias características de cada
região homogênea (...)|| (fls. 239). Sendo assim, tendo em consideração as razoes
expostas - e sem prejuízo de ulterior e mais aprofundado exame da controvérsia
mandamental, indefiro o pedido de medida liminar. 2. Como ja foram prestadas as
informações pelo Senhor Presidente da Republica, autoridade ora apontada como coatora
(fls. 203/403), ouca-se o eminente Procurador-Geral da Republica. Publique-se. Brasília,
14 de maio de 2004. Ministro CELSO DE MELLO (RISTF, art. 38, I)

MS 23744 - MATO GROSSO DO SUL - EMENTA: DESAPROPRIAÇÃO PARA FINS DE


REFORMA AGRÁRIA. AVALIAÇÃO DA TERRA NUA E BENFEITORIAS ANTES DO
DECRETO PRESIDENCIAL. FASES DISTINTAS DO PROCEDIMENTO
EXPROPRIATÓRIO REGIDAS POR DIPLOMAS LEGAIS ESPECÍFICOS. AFERIÇÃO
DO GRAU DE PRODUTIVIDADE FEITA POR GLEBA E NÃO PELO IMÓVEL COMO UM
TODO: POSSIBILIDADE. ALEGAÇÃO DE INOBSERVÂNCIA DO PERÍODO DE 12
MESES PARA O LEVANTAMENTO DOS DADOS E INFORMAÇÕES DO IMÓVEL.
TRAMITAÇÃO DE AÇÃO CAUTELAR, QUE NÃO SUSPENDE NEM INTERROMPE A
REALIZAÇÃO DOS ATOS EXPROPRIATÓRIOS. PRECEDENTES. 1. A primeira fase do
procedimento expropriatório destina-se ao levantamento de dados e informações do
imóvel expropriando, no qual os técnicos do órgão fundiário são autorizados a ingressar
(Lei nº 8.629/93, artigo 2º, § 2º). A segunda, ao procedimento judicial, disciplinado por lei
complementar, conforme previsto no § 3º do artigo 184 da Constituição Federal, durante a
qual a Administração poderá novamente, vistoriar a área com a finalidade de avaliar a
terra nua e as benfeitorias (LC 76/93, artigo 2º, § 2º). 2. Nada impede, porém, que a
Administração faça a avaliação a partir dos dados colhidos na primeira fase, se julgá-los
suficientes, não fazendo uso da faculdade que a lei complementar lhe dá para ingressar
novamente no imóvel. 3. A avaliação a partir da primeira vistoria não é causa de nulidade
do decreto presidencial, mesmo porque nenhum prejuízo sofreu o proprietário. Pas de
nullité sans grief. 4. Aferição do grau de produtividade feita por gleba e não pelo imóvel
como um todo. Esta Corte já decidiu que a União, após a vistoria de toda a área, pode
optar pela desapropriação de apenas parte dela (MS nº 22.075-MT, Ilmar Galvão, DJ de
09.06.95). 5. O mandado de segurança não é meio idôneo para se buscar solução
referente à classificação do imóvel objeto da desapropriação. Inexistência de direito
líquido e certo à intangibilidade do primeiro laudo em face do segundo. Ausência de
provas pré-constituídas. Precedentes. 6. Alegação de inobservância do período de 12
meses para o levantamento dos dados do imóvel. Improcedência da afirmação, visto que
as glebas foram desmembradas após ter sido vistoriado o imóvel, como um todo, sendo
desnecessária a reavaliação de cada parcela. 7. Tramitação de ação cautelar de
produção antecipada de prova sobre as mesmas questões tratadas no mandamus. As
duas ações são independentes. Os atos do procedimento expropriatório não se vinculam
ao desfecho da ação cautelar. Precedentes (MS nº 20.747/DF, SYDNEY SANCHES, DJ
de 31.03.89 e MS nº 23.311/PR, PERTENCE, DJ de 25.02.00. Segurança denegada.

MS 24911 – DF - EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO.


DESAPROPRIAÇÃO: REFORMA AGRÁRIA. MOTIVO DE FORÇA MAIOR: Lei 8.629/93,
art. 6º, § 7º. UTILIZAÇÃO DE ÍNDICES PARA O CÁLCULO DO GUT E DO GEE.
DIREITO DE DEFESA: DEVIDO PROCESSO LEGAL. I. - Motivo de força maior não
demonstrado (Lei 8.629/93, art. 6º, § 7º). II. - Alegação de ofensa ao princípio isonômico
pela utilização de índices diversos de índices utilizados em outro Estado: fatos, no ponto,
controvertidos, inadmitida, no processo do mandado de segurança, a dilação probatória.
III. - Inexistência de prejuízo para a defesa, que impugnou, no procedimento
administrativo, o laudo e interpôs os recursos cabíveis. Não tendo havido prejuízo para a
defesa, não há falar em nulidade: pas de nullité sans grief. IV. - Produtividade do imóvel: a
ausência de dilação probatória, no processo do mandado de segurança, afasta a
existência de direito líquido e certo, que pressupõe fatos incontroversos. V. - Mandado de
segurança indeferido.

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