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INTRODUÇÃO ALIMENTAR DEFINITIVA

Aprenda a impactar para sempre a relação


do seu filho com a comida

Segurança na Introdução
Alimentar e Dicas Essenciais

Bianca Mello Soto


Médica Pediatra - CRM 145227 / RQE 75769
2020
SOBRE
Médica formada pela Faculdade de Medicina de Jundiaí (CRM-SP 145227).
Pediatra formada pela Universidade Federal de São Paulo. RQE 75769.
Especialista em Terapia Intensiva Pediátrica pela Universidade de São Paulo.
Pós Graduada em Adequação Nutricional e Manutenção da Homeostase do Corpo.
Pós Graduanda em Nutrição Vegetariana pela Sociedade Vegetariana Brasileira em
parceria com a "Plenitude".
Idealizadora e diretora clínica do Projeto "Entre Irmãos - Espaço Médico de Amor e
.
Cura".
Experiência clínica no acompanhamento de crianças no consultório médico,
principalmente vegetarianas e veganas.
Master Practitioner em PNL Sistêmica, Reikiana, Hipnoterapeuta Ericksoniana.
bianca@espacoentreirmaos.com.br
Formação em Eneagrama, Meditação e Cromoterapia.
Vegetariana há quase 5 anos. Vegana há quase 3 anos.
@drabiancamello Amante da nutrição como forma de cura e promoção de saúde.
Curvas de Crescimento

• Origem;
• 6 países em diversos continentes

• NCHS X OMS

• OMS: condições “ideais” de


crescimento e desenvolvimento

• Para que servem;

• Crianças não são somente pontos


da curva!
Curvas de Crescimento

• É apenas um REFERENCIAL e não uma meta


a ser atingida (p50);

• Não deve ser a usada ISOLADAMENTE para


definir intervenção na criança.
Curvas de Crescimento

A CRIANÇA
NÃO É UM
PONTO NA
CURVA!
Curvas de Crescimento

Estar no percentil 50 significa que a média de peso das


crianças com essa idade era essa. PONTO FINAL.
Apenas isso. 50% pesava mais do que isso. 50% pesava
menos do que isso.
Água

• Antes dos 6 meses: somente leite materno


(mesmo em regiões mais quentes);

• Para os bebês em uso de fórmula


exclusivamente: avaliar caso a caso
(maioria não precisa de água);
Fonte: Ministério da Saúde
• Água inserida somente após a Introdução
Alimentar (mas avaliar a aceitação de
comida antes de insistir na água).
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria
Água

Cuidado com o dispositivo –


sem bicos! Para proteger a
amamentação e, para os bebês
que já usam mamadeira,
diminuir a quantidade de bico
artificial.
Água

• Não use “estratégias” para o bebê aceitar


melhor a água (exemplo: saborizar a água);

• Deixe o bebê se acostumar aos poucos com o


“sabor” da água;

• É normal estranhar no início, é um


aprendizado;

• Ofereça várias vezes, mudar o dispositivo;


tomar na frente dele (tudo isso favorece a
aceitação).
Água

Tabela apenas como referência; observar e respeitar a aceitação de cada bebê.

• Quantidade fixa? Oferecer várias vezes ao dia e observar


necessidade/aceitação do bebê – o quanto o bebê aceitar;

• Não se apegar a números exatos;

• Observar a diurese e as evacuações após a introdução alimentar.

Fonte: Institute of Medicine / 2004


Outros líquidos

• Chá e água de coco não substituem a água;


• Oferecer outros líquidos à criança pode dificultar a
aceitação da água;
• Suco somente após 1 ano e, de 1 a 3 anos, não é
necessário (limitar a quantidade);
• Diante da oferta de sucos naturais, não adoçar
(nem com adoçante).
• Não oferecer café antes dos 2 anos;
• Alguns chás podem ser oferecidos desde os 6
meses, em pequena quantidade e sem adoçar
(camomila, erva cidreira, hortelã).
Outros líquidos

• Não introduzir bebidas com cafeína antes dos 2 anos


de idade;
• Sucos não recomendados antes de 1 ano;
• Mesmo entre 1 e 2 anos os sucos (naturais e
artificiais) devem ser evitados pelo risco de predispor
à obesidade devido ao maior consumo de calorias e
não ingestão das fibras das frutas que contribuem
para diminuir a absorção do açúcar;
• Preferência pela água.
• Chás com muita moderação após 6 meses,
preferência sem cafeína, sem adoçar.
Outros líquidos
(Documento “polêmico e controverso”)
– 12 a 24 meses: Leite integral (puro e pasteurizado) e água potável.
Por dia, o consumo de leite deve variar entre 500 e 700ml.
A quantidade de água pode variar de 250 a 900 ml e, em caso de
sucos naturais, somente meio copo (prefira a fruta ao suco).
– 2 a 5 anos: Leite desnatado ou com pouca gordura e água potável.
Quantidade de leite entre 2 e 3 anos: 500 ml por dia.
Quantidade de leite entre 4 e 5 anos: 600 ml por dia.
Quantidade de água nesse período: de 300 a 1100 ml por dia.
Não oferecer antes dos 5 anos:
– 0 a 6 meses: Leite materno ou fórmula infantil (quando
- Bebidas com cafeína, bebidas com adoçante zero, leite com sabor
necessário).
(morango ou chocolate), bebidas com açúcar, fórmula de transição
Sem necessidade de água.
ou segmento após um ano (INDIVIDUALIZAR CADA CASO!)
– 6 a 12 meses: Leite materno ou fórmula infantil.
Água pode ser oferecida durante as refeições quando os sólidos são
introduzidos.
Água - Resumo

• Água: sempre a preferência;


• Ideal: água filtrada ou fervida;
• Água mineral: uso esporádico.
Água de coco - resumo

• Água de coco pode ser oferecida em PEQUENA quantidade após a introdução alimentar, em caráter de exceção;
• Não deve substituir a água;
• Atenção ao rótulo (maioria com adição de açúcar ou outros ingredientes).

Fonte: Blog Mamãe Plugada


Chás - resumo

• Podem ser oferecidos em PEQUENA


quantidade após a introdução alimentar,
em caráter de exceção;
• Não deve substituir a água;
• Preferências pelos chás sem cafeína;
• Não adoçar!
Sucos - resumo

• Não oferecer antes de 1 ano de idade;


• De 1 a 3 anos, são desnecessários;
• Caso opte por oferecer após 1 ano:
máximo de 120ml e sem adoçar;
• Não substituir refeição;
• Sucos sempre naturais.
Alguns mitos sobre a Introdução Alimentar

• Primeira live de junho sobre “MITOS E ERROS DA INTRODUÇÃO ALIMENTAR”.


• Live da Semana de Lives – Segredos para uma Introdução Alimentar de
Sucesso sobre “O PERIGO DO ‘COMI E NÃO MORRI’”.
• Não queremos criar sobreviventes e sim pessoas com uma ótima relação com
a comida desde sempre!
Alguns mitos sobre a Introdução Alimentar

• Não existe horário proibido para oferecer os


alimentos (individualidade da criança);
• Não existe tempo mínimo entre a refeição e o
banho (percepção individual);
• Criança não sente falta do que nunca comeu;
• Criança não fica “aguada” por olhar o adulto
comer;
• Não precisa ter dente para comer em pedaços;
• Doce não é afeto.
Alergia Alimentar
Alergia Alimentar
Alergia Alimentar

• Alergia ≠ Intolerância;
• Tipo:
• Mediada por IgE: mais rápida (2h); mais grave; lesões
de pele e alterações de via respiratória; alterações
laboratoriais.
• Não mediada por IgE: menos grave; menos
persistente; pode levar dias para aparecer; sintomas
gastrointestinais, dermatite atópica.
• Mista.
• Clínica é sempre soberana.
Alergia Alimentar – principais alérgenos
Síndrome de Alergia Oral

• Síndrome pólen-alimento;
• Alergia pelo contato de alguns alimentos com
a mucosa oral;
• Prurido, eritema, edema;
• Alguns alimentos comumente envolvidos
nisso: melão, melancia, banana, maçã,
pêssego, cereja, batata, cenoura, ameixa,
amêndoa, avelã e aipo.
Alergias a outra substâncias

• Conservantes;
• Corantes;
• Aditivos alimentares: Corante artificial
tartrazina (sucos artificiais, gelatinas e
balas), sulfitos (sucos industrializados) e
glutamato monossódico (temperos
artificiais).
APLV X Intolerância a lactose
APLV X Intolerância a lactose

Atenção às bulas dos suplementos vitamínicos


Alergias Alimentares X Introdução Alimentar

• Dieta de exclusão da mãe + exclusão dos


alimentos em questão – MANTER A
AMAMENTAÇÃO;
• Cuidado ao retirar todos os alimentos de
uma vez;
• Cuidado com contaminação cruzada;
• Exames X Observação clínica.
Como agir diante de um quadro
de alergia alimentar

• IMPORTÂNCIA DE LER RÓTULOS!


• Comunique seu médico;
• Medicação antialérgica, corticoide;
• Adrenalina subcutânea nos casos mais graves;
• Suspender alimento em questão;
• Auxílio médico, caso necessário.
Alergia alimentar
Segurança na Introdução Alimentar

• Reflexo de GAG;
• Manobra para desengasgar crianças
menores de 1 ano;
• Manobra para desengasgar crianças
maiores de 1 ano.
Reflexo de GAG

• Reflexo de DEFESA;
• Náusea, tosse, lacrimejamento,
coloca para fora;
• Comum e desejável;
• Melhora com o tempo;
• Manter a calma e observar o
bebê;
• Não é engasgo.
Engasgo

• Evento grave
• Obstrução do fluxo de ar;
• Bebê não respira, não emite sons;
• Não é mais comum no BLW;
• Na dúvida, faça a manobra.
Manobra para desengasgar um
bebê menor de 1 ano
Manobra para desengasgar um
bebê maior de 1 ano
Seletividade Alimentar X Dificuldade Alimentar
Seletividade:
• Pouca variedade, certa recusa alimentar, diminuição do
apetite e certo desinteresse pelo alimento;
• Dificuldade em aceitar novos alimentos;
• Avaliar se não se trata de uma fase ESPECÍFICA do
desenvolvimento.
Dificuldade alimentar:
• Aceitação muito restrita, chegando a recusar categorias
inteiras de alimentos;
• Comportamento de fuga, luta ou medo;
• Dificuldade em fazer as refeições junto com a família.
Em ambos os casos: EQUIPE MULTIDISCIPLINAR.
Seletividade Alimentar X Dificuldade Alimentar
(ABORDAGEM) – PARTE 1

• Avaliar antecedentes médicos;


• Avaliar antecedentes pessoais e familiares;
• Avaliar como foi feita a introdução alimentar;
• Avaliar como é a alimentação dos pais;
• Avaliar a dinâmica da alimentação da casa;
• Equipe multidisciplinar.
Seletividade Alimentar X Dificuldade Alimentar
(ABORDAGEM) – PARTE 2

• Tratar condições clínicas/psicológicas;


• Começar do zero a introdução alimentar (caso tenha
acontecido de forma não adequada);
• Modificar hábitos da família como um todo;
• Incluir a criança no preparo do alimento, desde a sua
compra;
• Modificar a forma de apresentar os alimentos;
Seletividade Alimentar X Dificuldade Alimentar
(ABORDAGEM) – PARTE 3

• Modificar o local de apresentar ao alimentos;


• Modificar o horário de apresentar os alimentos;
• Comer com a criança;
• Evitar distrações no momento da comida;
• Evitar comparações com outras crianças;
• Evitar comentários sobre o corpo da criança.
Seletividade Alimentar X Dificuldade Alimentar
(Paciente especiais: autismo, síndromes genéticas, PC)

• Cuidado com as expectativas;


• Atenção a condições clínicas que
dificultem o processo;
• Respeitar sinais de prontidão;
• Cuidado com a expectativa X reação
necessidade calórica;
• Importância do lúdico;
• Você entra no mundo da criança e não ela
no seu!
10 dicas para uma
Introdução Alimentar DEFINITIVA
10 dicas para uma
Introdução Alimentar DEFINITIVA

1 Aceite que até o


primeiro ano de vida do
bebê o leite materno
(ou, na sua ausência, a
fórmula infantil) é o
principal alimento.
10 dicas para uma
Introdução Alimentar DEFINITIVA

2 Não tenha pressa


para começar.
(Respeite os 6
meses* + sinais de
prontidão)
10 dicas para uma
Introdução Alimentar DEFINITIVA

3 Não tenha
expectativas.
(É muito mais uma
apresentação
alimentar do que
uma introdução).
10 dicas para uma
Introdução Alimentar DEFINITIVA

4 Respeite o tempo de
cada criança.
(Intenção é formar
uma ótima relação
com a comida desde
sempre).
10 dicas para uma
Introdução Alimentar DEFINITIVA

5 Faça as refeições
junto com a criança.
10 dicas para uma
Introdução Alimentar DEFINITIVA

6 Envolva a criança no
preparo dos
alimentos.
10 dicas para uma
Introdução Alimentar DEFINITIVA

7 Não liquidifique,
peneire, bata ou
processe os alimentos.
As crianças precisam de
textura desde sempre.
10 dicas para uma
Introdução Alimentar DEFINITIVA

8 Descasque mais,
desembale menos.
10 dicas para uma
Introdução Alimentar DEFINITIVA

9 Esqueça o “Comeu e
não morreu”. Não é
sobre sobrevivência e
sim sobre criar uma
ótima relação com a
comida para sempre.
10 dicas para uma
Introdução Alimentar DEFINITIVA

10 Coloca o mundo no mudo e


escuta seu coração.
Recados Finais

• Live sobre perguntas e respostas;


• Material complementar (e-book +
check list);
• Certificados;
• Agradecimentos finais.
OBRIGADA
bianca@espacoentreirmaos.com.br

@drabiancamello

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