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Planejamento estratégico organizacional e em

gestão de pessoas

Introdução

Para se manterem competitivas e efetivamente crescerem ao longo do tempo, as


organizações precisam realizar planejamento estratégicos. Estes indicam a direção e os
caminhos a serem seguidos, de forma que os objetivos organizacionais sejam alcançados.
Os verdadeiros responsáveis por colocar em prática as estratégias organizacionais são as
pessoas que fazem parte da organização, podendo contribuir decisivamente para que o
que foi planejado na estratégia organizacional de fato se concretize.

Conceitos Fundamentais

Planejamento: Pode ser considerado como o processo resultante das ações de análise,
reflexão e previsão de ações, que, caso seguidas poderão trazer os resultados desejados
no futuro. Planejamento é uma tentativa de organização de meios e ações que poderão
levar ao alcance de um objetivo traçado.

Estratégia: Tem sua origem na área da guerra, os estrategos eram os generais


especializados em conquistar vitórias sobre seus inimigos a partir do estudo das suas
forças e fraquezas, bem como das condições topográficas, climáticas, entre outras.

Em “A Arte da Guerra” Sun Tzu dá conselhos para que os governantes possam


empreender bem seus combates em defesa dos territórios já existentes ou para a
conquista de novos. - “Conhece teu inimigo e conhece-te a ti mesmo”.

Sun Tzu entendia que as estratégias eram as formas de realizar as ações que levariam ao
êxito nos combates que liderava. Era de extrema importância o conhecimento dos pontos
fortes e fracos de sua própria tropa e de seus inimigos.

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Considerando que as organizações competem pelos territórios (market share) e que
precisam de novas armas (diferenciais competitivos) para obterem sucesso, as estratégias
estabelecem as maneiras como serão atingidos os objetivos a longo prazo.

Estratégia para Thompson Jr: “O plano de ação administrativo para conduzir as


operações da empresa”. Ou seja, a estratégia está sempre relacionada ao modo como as
coisas serão realizadas, à forma como cada área da organização vai agir, de forma
integrada, para atingir os resultados projetados.

Planejamento Estratégico: “É o processo administrativo que proporciona sustentação


metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao
otimizado grau de interação com os fatores externos - não controláveis - e atuando de
forma inovadora e diferenciada”

Modelo de planejamento estratégico

1- Etapa inicial: Os executivos do alto escalão da empresa deverão estabelecer os rumos


que a empresa deverá tomar no longo prazo.

É importante que se realize um diagnóstico estratégico da organização, avaliando os seus


pontos fortes, as suas fragilidades, as ameaças e as oportunidades que o seu segmento de
mercado está oferecendo. A visão tem forte caráter estratégico, pois se refere ao ponto
“para onde nos dirigimos e qual será nosso foco futuro em relação a
produto/cliente/tecnologia”.

A missão da organização, “a razão de ser empresa”, é a representação textual que afirma


qual é o negócio da organização e o que pretende atender ou ofertar no seu segmento de
mercado.

É importante que se considerem quais são os valores da organização, ou seja, quais são os
princípios filosóficos e estéticos que são considerados importantes dentro da cultura
organizacional.

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2- Serão determinados os objetivos, que deverão ser capazes de “converter a visão
estratégica em metas de desempenho específicas".

Por meio do acompanhamento e do monitoramento desses objetivos formulados, os


gestores poderão verificar se as ações planejadas estão sendo cumpridas de forma eficaz e
rumo ao resultado projetado estrategicamente. Os objetivos estratégicos costumam se
referir ao posicionamento da organização frente ao mercado em que atuam.

Exemplos de objetivos estratégicos:

Obter uma participação de mercado de x%; Ter custos gerais menores do que os rivais;
Suplantar os principais concorrentes em desempenho do produto, qualidade ou
atendimento ao cliente; Obter x% de receitas com a venda de novos produtos introduzidos
nos últimos 5 anos; Conquistar a liderança tecnológica; Possui melhor seleção de produtos
do que os rivais; Fazer um esforço ao apelo da marca; Ter vendas nacionais ou globais e
capacidade de distribuição maiores do que as dos concorrentes; Lançar continuamente no
mercado produtos novos ou aperfeiçoados antes dos concorrentes.

3- Os CEOs costumam ser visionários e coordenam a elaboração de objetivos e estratégias


e sua implementação. As estratégias possuem uma hierarquia que parte das estratégias
corporativas.

Cada departamento da organização deverá conhecer o planejamento estratégico, para que


possa criar as suas próprias ações e atingirem os objetivos estratégicos que a organização
possui.

4- As ações planejadas estrategicamente deverão ser convertidas em operações, para que


contribuam com o alcance dos objetivos e da visão organizacional.

“Trata-se facilmente da parte mais trabalhosa e demorada do processo de gerenciamento


de estratégia”.

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5- “Monitorar os novos acontecimentos externos, avaliar o progresso da empresa e fazer
ajustes corretivos”. Durante essa fase do planejamento pode ser percebida a flexibilidade.
Em um mercado altamente competitivo, costumam surgir eventos repentinamente,
propondo novos cenários que precisam ser considerados e modificando as ações
estratégicas que a organização propôs inicialmente.

Por fim, o planejamento estratégico auxilia as organizações a traçarem as linhas de ação


que utilizarão para atingirem o resultado almejado no futuro.

Planejamento estratégico de gestão de pessoas

As pessoas são as grandes responsáveis pelos resultados esperados pelas organizações.

As pessoas são muito diferentes em seu nível de experiências profissionais, sua educação
formal e não formal, seus conhecimentos e suas habilidades. Cabe ao departamento de
gestão de pessoas possibilitar um alinhamento e uma integração de saberes entre todos.

Em todos os cenários econômicos, são os talentos e as competências que poderão vir a


garantir o sucesso da organização.

Um indivíduo, para ser contratado por uma organização, será testado em relação a
determinados conhecimentos ou habilidades, isso não significa que seja considerado um
talento nesse primeiro momento.

Para ser talento a pessoa precisa possuir algum diferencial competitivo que a valorize, um
talento será aquele colaborador que tem potencial para ajudar a atingir os objetivos
estratégicos que a organização traçou para si.

Ao possuir um grupo de colaboradores que possam ser considerados talentos, a


organização terá um ótimo nível de capital humano, o que resultará no incremento do
capital intelectual dessa organização e, consequentemente, em maiores probabilidades de
alcance dos resultados. Ou seja, realizar a gestão de pessoas, aprimorando suas

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competências e incrementando seu capital humano, eleva significativamente as chances de
o planejamento estratégico organizacional ser bem sucedido.

Cada estratégia organizacional vai requerer ações específicas da área de gestão de


pessoas. -> Analisar a tabela apresentada no PDF.

As políticas e práticas de gestão de pessoas devem estar alinhadas com os objetivos


estratégicos que a organização estabeleceu para atingir o seu resultado a longo prazo.

Contribuições da gestão de pessoas para a estratégia da


organização

A gestão de pessoas influencia diretamente os resultados organizacionais, uma vez que ela
pode “ser compreendida como um conjunto de políticas, práticas, atitudes e ações
empregadas para interferir no comportamento humano e focá-lo nos objetivos
organizacionais”

Competências Organizacionais: São os recursos da empresa que se desdobram em


competências essenciais e básicas.

Competências essenciais: São as competências organizacionais que agregam valor


e garantem competitividade organizacional.

Competências básicas: São os pré-requisitos básicos para a realização das


atividades.

A gestão estratégica de pessoas vai focar em converter os recursos humanos da empresa


para além das competências básicas, tornando-as essenciais, também conhecidas como
core competences.

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Perspectivas teóricas básicas na gestão estratégica de
pessoas

Perspectiva Universalista: Defende que a existência de melhores práticas de gestão de


pessoas traria, automaticamente, melhores resultados para as organizações,
independentemente do que consta em seus planos estratégicos, do setor em que atuam,
do seu porte ou do tipo de organização.

Perspectiva Configuracional: Admite que deve existir um alinhamento entre todas as


práticas de gestão de pessoas da organização, de forma horizontal, e entre as respectivas
estratégias que a mesma possui, formuladas anteriormente.

Perspectiva Contingencial: As estratégias de gestão de pessoas serão mais efetivas


quando estiverem devidamente integradas ao contexto ambiental e às estratégias
organizacionais. A busca do alinhamento entre os sistemas de gestão de pessoas e a
gestão estratégica e as metas organizacionais.

Planejamento adaptativo

● O foco se concentra no planejamento empresarial, sendo as práticas de gestão de


pessoas consideradas como reflexões posteriores.
● As discussões cabem aos gerentes de linha, com envolvimento tangencial de
profissionais de gestão de pessoas.
● O resultado é uma síntese das práticas de gestão de pessoas necessárias à
realização dos planos empresariais.

Planejamento autônomo e isolado

● O foco se concentra nas práticas de gestão de pessoas e na forma como a função de


gestão de pessoas pode adicionar valor à empresa.
● Os profissionais de gestão de pessoas trabalham no plano e o apresentam aos
gerentes de linha.
● O resultado é um plano para a função de gestão de pessoas, incluindo práticas
prioritárias.

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Planejamento integrado

● O foco se concentra na síntese entre o planejamento estratégico e o planejamento


de gestão de pessoas.
● Os gerentes de linha e os profissionais de gestão de pessoas trabalham como
parceiros, para garantir a ocorrência de um processo integrado de planejamento de
gestão de pessoas.
● O resultado é um plano que destaca as práticas de gestão de pessoas prioritárias
para a obtenção de resultados estratégicos empresariais.

Ao analisarmos essas 3 tendências percebemos que os ganhos são muito mais


significativos para as organizações ao adotarem o processo de planejamento integrado de
gestão de pessoas. É formulado em consonância com o planejamento estratégico
organizacional, por meio das parcerias dos líderes de todas as áreas que compõem a
organização.

A integração entre a gestão de pessoas e o planejamento estratégico organizacional é


fundamental para que a empresa possa alcançar, por meio das pessoas, seus objetivos
estratégicos.

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