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EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS

Kennya Ketlen Reis Vieira1


Luizabele Pereira Godinho2
Neuza Maria Cechetti³

RESUMO

A tecnologia está presente por toda parte atualmente, em casa, no trabalho, nas ruas, e
também nas escolas. Considerando ser um grande avanço mundial e símbolo da modernidade,
os recursos tecnológicos servem como meio de auxiliar o indivíduo em tarefas comuns do dia
a dia e para abranger possibilidades antes inimagináveis e complexas. Pensando no âmbito
educacional, pode-se perceber que as escolas mudaram, os alunos mudaram, e os recursos
utilizados pelos professores também e, muito disso, se deve às tecnologias e seu crescimento
exponencial. Sendo parte da formação do indivíduo, as escolas são fundamentais no processo
de crescimento/desenvolvimento da criança e do jovem e, com isso, é necessário que estejam
caminhando de acordo com o tempo, observando as modificações que ocorrem. Sabendo
utilizar as novas tecnologias a favor do professor, matérias não muito queridas pelos alunos,
podem ser mais leves, dinâmicas e descontraídas, ocasionando em melhor entendimento e
fixação do conteúdo. Além disso, provoca no aluno mais interesse e confiança para explorar e
buscar conhecimento. Sabe-se que, a Matemática é umas das disciplinas com menor
favoritismo numa sala de aula, por isso, buscar meios atuais tecnológicos (como de softwares,
por exemplo) para colaborar no ensino-aprendizagem dessa disciplina, é extremamente válido
e importante, já que é imprescindível estar atento às mudanças e novos conceitos que a
sociedade traz consigo no decorrer dos anos.

Palavras-chave: Educação; Tecnologia; Matemática.

ABSTRACT

Technology is present everywhere today, at home, at work, on the streets, and also in schools.
It agrees to be a major world breakthrough and a symbol of modernity, technological
resources serve as a means of assisting the individual in common day-to-day tasks and also to
cover previously unimaginable and complex possibilities. Thinking in the educational field, it
can be seen that schools have changed, students have changed, and the resources used by
teachers too, and much of this is due to technologies and their exponential growth. As part of

1
Graduanda do curso de Licenciatura em Matemática da Faculdade Doctum de Ipatinga. E-mail:
kennynhaketlenreis@gmail.com
2
Graduanda do curso de Licenciatura em Matemática da Faculdade Doctum de Ipatinga. E-mail:
luizabele@hotmail.com
³ Orientadora: Prof.ª Dr.ª Neuza Maria Cechetti
the formation of the individual, schools are fundamental in the growth / development process
of children and young people and, therefore, it is necessary to go according to the time,
observing how changes occur. Knowing how to use the new technologies in favor of the
teacher, subjects not much liked by students, can be lighter, more dynamic and relaxed,
leading to better understanding and correction of the content. In addition, it gives the student
more interest and confidence to explore and seek knowledge. It is known that Mathematics is
one of the least favored subjects in a classroom, therefore, seeking current technological
means (such as software, for example) to collaborate in the teaching-learning of this
discipline, is extremely valid and important, since that it is essential to be aware of the
changes and new concepts that society brings with it over the years.

Keywords: Education; Technology; Mathematics.

1 INTRODUÇÃO

Tendo em vista a necessidade de tornar o ensino da matemática menos abstrato e mais


atrativo aos alunos, busca-se métodos atuais tecnológicos, para que a disciplina seja de melhor
compreensão e menos maçante. As tecnologias estão cada vez mais presentes no cotidiano,
provocando impactos de diferente natureza em diversas áreas, sobretudo no ensino de
matemática. Para isso, é imprescindível investigar a importância da tecnologia na facilitação
do ensino-aprendizagem e, explorar novas formas e conceitos de ensinar a Matemática. Nos
dias atuais, estimular o aprendizado da Matemática através de novos meios pode ser
interessante e cativar alunos, utilizar a tecnologia torna a aula mais atrativa e condizente com
a realidade do mundo globalizado, fazendo com que melhore até mesmo a relação entre
professores e alunos nas aulas.
Para investigar a relação da Matemática com as novas tecnologias, foram realizadas
pesquisas: bibliográfica baseada em estudiosos que têm suas pesquisas vinculadas à teoria da
Educação Matemática, além de sites e aplicativos matemáticos, notícias, dados, fontes de
referência, visando melhor compreensão do assunto, sua aplicação e enriquecimento de ideias.
Além da pesquisa de campo, realizada em escolas públicas e privadas do Vale do Aço, com
professores do Ensino Fundamental II e Médio. Tendo como instrumento da pesquisa, o
questionário, abordando questões relacionadas ao uso da tecnologia como ferramenta de
ensino e aprendizagem. E a consolidação e análise dos dados adquiridos.
Este trabalho teve como objetivo investigar e analisar o processo e evolução da
tecnologia como influente no processo de ensino-aprendizagem da disciplina de Matemática.
O segundo capítulo relata, brevemente, o processo evolutivo das tecnologias
juntamente às esferas educadoras. O terceiro capítulo discorre sobre a importância que as
tecnologias têm para a sociedade em geral nos dias de hoje. O capítulo quarto, aborda como a
tecnologia pode apoiar os professores e alunos no processo de ensino e aprendizagem, no
processo da educação, formação de conhecimentos gerais e autonomia. No quinto capítulo são
expostas sugestões de softwares, sites e aplicativos matemáticos que podem colaborar no
ensino e no estudo da disciplina. Por fim, o capítulo sexto, são descritos os resultados da
pesquisa de campo realizada com docentes matemáticos para avaliar e obter pontos de vistas
sobre o tema do presente artigo.

2 A EVOLUÇÃO DAS TECNOLOGIAS FRENTE AO ÂMBITO EDUCACIONAL

Computadores, impressoras, celulares, tablets, entre outros, é o que vem à cabeça


quando se pensa em tecnologia, ainda mais quando se necessita do meio tecnológico como
ferramenta para o auxílio e como facilitador do processo de aprendizagem. Pensar no seu
avanço é refletir como o ensino era antes de ter telas no lugar de quadros negros, de trocar o
papel por aparelhos eletrônicos.
Desde o quarto milênio a.C., se iniciou o desenvolvimento de técnicas para escrever,
desenhar, deixar histórias e ensinamentos registrados. A invenção da Escrita Cuneiforme em
3.300 a.C. foi uma das primeiras, que utilizava uma pequena ferramenta de entalhe (cunha)
para gravar símbolos em plaquinhas de cerâmica. Logo, em 3.000 a.C., o Papiro foi criado por
egípcios que retiravam várias tiras do caule da planta aquática cyperus papyrus, coladas umas
às outras e postas para secar, com isso, formavam folhas utilizadas para a escrita (a sequência
de folhas de papiro é considerada ancestrais dos livros).
Após milhares de anos, mais precisamente em 150 d.C., o papel foi inventado na
China, inicialmente era utilizado uma mistura de casca de amoreira, cânhamo, restos de
roupas, produtos que tivessem fibras vegetais, diferentemente de hoje, em que sua matéria-
prima é a celulose. Em 1455, foi criada a prensa para impressão tipográfica (de Gutenberg),
que com letras e símbolos em relevo esculpidos em metal permitiu a impressão em massa de
livros – que antes eram escritos à mão. Posteriormente, em 1565, o lápis com grafite foi
desenvolvido na Grã-Bretanha, sem aprimoramento e basicamente constituído de dois
pedaços de madeira e um grafite entre eles.
Em meados do século XIX, as escolas eram rústicas, os professores eram profissionais
da educação para ensinar todas as matérias para os alunos, ou para uma minoria que
frequentava as aulas, visto que o trabalho infantil na agricultura, minas, serviços domésticos e
fábricas eram onipresentes. O recinto das aulas, recebia apenas os alunos que moravam
próximo àquele local já que não havia transporte, o quadro negro (criado em 1800 na Escócia)
era a tecnologia mais usada em sala de aula, os livros eram exageradamente caros, os
cadernos eram poupados e o método de aprendizagem era a memorização.
Com o passar do tempo, começaram a surgir vários aparelhos para serem utilizados em
sala de aula, para facilitar o trabalho do professor e o entendimento dos alunos. A máquina de
escrever, inventada em 1880, ajudou a ampliar o desenvolvimento de escrita de textos com
mais facilidade. O mimeógrafo, um protótipo de máquina de impressão simples patenteada
em 1887, era movido à manivela e foi utilizado por muito tempo em escolas para fazer copias
de trabalhos e provas.
Mesmo já havendo certos recursos tecnológicos, ainda eram muito precárias as formas
de desenvolver atividades diversas em sala de aula. Todavia, foram criados posteriormente o
cinematógrafo (1895), a televisão (1925), o VHS (1976), o DVD (1994), que dinamizavam as
aulas e projetavam filmes, assim como também a fita cassete (1963) e o CD (1982) para
trabalhar conteúdos em sala de aula através de músicas/sons. O retroprojetor, também foi um
importante instrumento criado em 1931, em que o professor pôde transmitir diretamente em
uma lâmina transparente de acetato tudo o que havia escrito em uma folha para os alunos da
classe. Nessa mesma década, em 1938, surgiu a primeira fotocopiadora, seu manuseio já não
era por manivela, os professores faziam seus materiais em uma folha e tiravam várias cópias
com mais rapidez e qualidade para oferecer aos seus alunos.
Com o desenvolvimento do computador eletrônico a partir do ano de 1946, da internet
em 1969, do celular em 1973, do tablet em 1989 e do smartphone em 1994, muitas mudanças
ocorreram na sociedade, pois suas evoluções permeiam até os dias atuais e modificam a vida
de todo o mundo. E, esses novos recursos se modificando e aperfeiçoando, ajudaram no
processo de facilitar o professor ao planejar suas aulas, como nas pesquisas online, construção
de exercícios diferenciados e no surgimento de dispositivos de armazenamento de arquivos,
para guardar e carregar para onde quiser suas atividades, provas, imagens, músicas e vídeos –
esses dispositivos são os disquetes (1967) e pendrives (2000).
Atualmente, em pleno século XXI, após longas transformações que as tecnologias
trouxeram e ainda trazem para a vida humana, pode-se encontrar diversos recursos dentro
deste meio para ajudar na educação. As escolas, buscando algo atual, inovador e inclusivo,
estão aderindo (há exceções) ao uso de recursos tecnológicos e, com isso, o professor e seus
alunos podem ter acesso a um campo mais amplo para seu conhecimento. Professores que
antes eram adaptados à utilização de quadro, giz, livros didáticos apenas, podem se render a
um novo conceito e se dispor a fazer uso de tecnologias como de computadores, projetores,
impressoras, tablets e smartphones, utilizando da internet, softwares, sites, aplicativos para
auxiliar e colaborar em seus conteúdos na sala de aula. E, os alunos podem explorar de outras
formas seus conhecimentos e usar essa ferramenta também a seu favor.

3 A IMPORTÂNCIA DAS TECNOLOGIAS NA CONTEMPORANEIDADE

O desenvolvimento tecnológico está modificando cada vez mais o mundo e a


sociedade, e sua rápida evolução faz com que esse processo revolucione diversas ações e
possibilidades que jamais poderiam ser imaginadas antes. O contexto da vida humana, nos
dias atuais, é marcado pelo uso de diferentes aparelhos tecnológicos que são capazes de
facilitar a vida, a comunicação, a economia, o aprendizado e até mesmo modificar as formas
de trabalho e estudo. Tudo está ao alcance das mãos, em qualquer lugar do mundo e em
qualquer tempo.
Inicialmente, desde os tempos remotos, o homem busca criar e desenvolver meios para
facilitar processos e situações do cotidiano, visando melhorias em sua qualidade de vida. Com
o surgimento de novas tecnologias revolucionárias, elas passam a ter um papel crucial nas
formas de produção, e impactos diretamente ligados à vida humana, ao ambiente social em
todos os setores. Um processo foi muito importante na história para a disseminação da
tecnologia, a Revolução Industrial, que teve início na Inglaterra na segunda metade do século
XVIII e se alastrou pelo mundo motivando grandes transformações. Essas mudanças
ocorridas após esse período só aumentaram e evoluíram constantemente, e permeiam até a
atualidade.
Tigre (2006) menciona sobre este período que, “desde meados do século XVIII
observam-se sucessivas ondas de inovações obtidas por meio da introdução de máquinas e
equipamentos”. É importante ressaltar os processos evolutivos que essas inovações
perpetuaram para chegar até aos dias de hoje, buscava-se desenvolver ferramentas
tecnológicas eficientes para as necessidades de cada tempo/período. Com o passar dos anos,
as prioridades e questionamentos se renovam e a invenção de novas tecnologias também, com
isso, vieram as grandes transformações para a vida humana. A criação e desenvolvimento de
automóveis, telefones, telescópios, foguetes, celulares, computadores, entre muitos outros
equipamentos tecnológicos são hoje imprescindíveis para a contínua evolução do mundo
(equipamentos esses que eram inimagináveis na era dos nossos antepassados). Com essas
transformações, alteraram-se os costumes, comportamentos, valores, padrões/estilo de vida,
ou seja, as pessoas passaram a ter interesses diferentes, a acompanhar essas mudanças
A inserção de novas tecnologias digitais no mundo e sua adaptação, ajudou na
facilitação da mobilização, da comunicação (encurta distâncias), de resolução de processos e
problemas, na construção da autonomia, entre outras contribuições. Elas deixaram de estar
presentes apenas na TV, no computador de mesa, em casa e em escritórios, e passaram a
ocupar espaços externos: ruas, bares, praças, shoppings, viagens etc., ou seja, pode-se
carregar consigo e usufruir quando e onde quiser. Hoje, a maioria das pessoas no mundo
possuem um celular, um computador e internet, basta isso para entrar em um mundo repleto
de informações, opiniões, culturas e conhecimentos diversos. Estamos cada vez mais imersos
a estes meios tecnológicos e propensos a utilizá-los.
Tendo em vista todas essas ocorrências, é possível que se desfrute desses recursos para
algo benéfico, inútil ou maléfico, fica a critério do usuário. Porém, sabendo usar de forma
plena, melhor será a experiência do indivíduo com as tecnologias, “alcançando seus próprios
propósitos em diferentes contextos” (Araújo e Vilaça, 2016). São muitas as possibilidades,
como por exemplo, a existência de redes sociais, que ajudam na aproximação de pessoas e
contato constante, softwares que contribuem para resolução de problemas, fazer compras e
vendas online, aplicativos de táxi, mapas, filmes, comidas, jogos, atividades físicas, estudos,
saúde, entre outros, são apenas algumas dentre muitas possibilidades. A admissão desse
recurso no mundo foi capaz de abrir espaços para novos conceitos e estilos de vida.
Essas tecnologias proporcionam mudanças no modo de pensar, agir, aprender, ler,
relacionar, enfim, viver as modificações da contemporaneidade. Exemplo disso, é o ano de
2020, que será para sempre marcado por sua vasta utilização em diversos setores. O trabalho,
o estudo (escolas), as compras, vendas, o lazer, a comunicação física, foram afetadas pelo
isolamento social em todo o mundo pela pandemia do novo Corona Vírus (Covid-19). Com
isso, a solução para que todas essas áreas fossem menos prejudicadas, dependeram em sua
grande maioria da implementação de novos recursos tecnológicos, da internet e métodos
particulares a fim de minimizarem os impactos negativos causados a curto, médio e longo
prazo.
A partir dessas análises, do quão importante é o uso da tecnologia no cotidiano atual,
pode-se dizer que ela é o símbolo da modernidade mundial e os progressos futuros estarão
diretamente ligados a mesma. Afinal, o século XXI está marcado pelo considerável avanço
tecnológico e, por isso, é reflexo de todas essas transformações vivenciadas.

4 O USO DA TECNOLOGIA COMO APOIO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Não dá para negar a importância das tecnologias da informação para a educação no


contexto de vida atual. Paradigmas tradicionais estão sendo quebrados constantemente, sendo
necessário repensar os métodos de ensino visto que, é facilmente observado a facilidade de
acesso tecnológico por parte das crianças desde bem pequenas, o que já as tornam inclusas e
imersas a este meio durante todo o seu desenvolvimento como indivíduo e cidadã. Deve-se, a
partir disso, questionar de que forma esses recursos podem apoiar no processo de
aprendizagem dessas crianças e jovens, além disso, entender o que é necessário e importante
para que esse método seja produtivo e eficaz.
A sala de aula é o local onde se deve proporcionar múltiplas formas de ensino e
aprendizagem. Os alunos, em sua maioria, já possuem habilidade em manusear celulares,
tablets, computadores e facilidade para acessar aplicativos, softwares e usufruir da internet,
desse modo, o professor deve usar disto como uma ferramenta a seu favor, aplicando
atividades virtuais que o aprendiz tenha prazer e interesse em participar, tornando as aulas
mais atraentes e dinâmicas. Ademais, pode ser utilizado aplicativos de mensagens, como por
exemplo o WhatsApp, em que podem ser criados grupos para debates, desenvolvimentos de
trabalhos, troca de conhecimentos, tirar dúvidas, ou seja, outro meio que os estudantes podem
entrar em contato entre eles e até mesmo com o docente.
Em tempos atuais, é imprescindível que o professor fique atento a todo tipo de
informações que seu aluno recebe, pois estas estão sendo repassadas cada vez com mais
facilidade e rapidez e, isto, pode ser utilizado em sala de aula para criar atividades, ajudar a
cativar sua turma e expandir as fontes de conhecimento. Por isso, é extremamente importante
que o corpo docente tenha uma formação continuada na área tecnológica, pois é inegável a
necessidade de se ter domínio das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) nos dias
de hoje.
Como citado no capítulo anterior, o isolamento social devido à pandemia do Corona
Vírus fez com que muitos setores que geram aglomerações parassem de funcionar por tempo
indeterminado, dentre esses, as escolas interromperam suas atividades. Entretanto, com o uso
da tecnologia, foi possível que elas dessem continuidade ao ensino e aprendizagem, utilizando
plataformas e aplicativos online que possibilitam o contato entre professores e alunos, a fim
de não perderem o ano letivo. Com o uso de celulares, computadores, câmeras, microfones,
plataformas digitais, redes sociais, aplicativos criados para o uso específico da educação, o
quadro branco/negro se tornou uma tela virtual. Logo, pode-se observar o quanto é
fundamental que haja a educação continuada para os professores em serviço.
Além das salas de aula, os professores precisam incentivar o educando a consumir as
tecnologias, assumir seu papel de mediador do saber, a fim de explorar sua autonomia e
dinamismo para o próprio conhecimento, fora do âmbito escolar. É acessível encontrar meios
para aprender qualquer assunto que seja de interesse particular de cada um, há plataformas
com professores online e videoaulas disponíveis por toda internet, softwares e aplicativos que
ajudam no processo de entendimento e resolução de problemas, atividades variadas, jogos
educacionais, sites específicos para inúmeros temas, acesso à locais e culturas distintas, tudo a
um clique de distância. Tudo isso pode promover às crianças e jovens a autodidática3, pois
com tantas opções disponíveis virtualmente de diversos tipos de conhecimento, com esses
podendo explorar o máximo que conseguem, contribuem e facilitam o processo de busca para
a construção e desenvolvimento de seus próprios conceitos e autossuficiência para decidir e
resolver problemas, participando ativamente da sociedade em que vivem.
Aderir ao uso das tecnologias pode proporcionar o estímulo do desenvolvimento do
raciocínio lógico, despertar o interesse e a curiosidade, assimilar o material estudado com
atividades dinâmicas, entre outros benefícios. Mas, sabe-se que, também há dificuldades a
serem enfrentadas frente a isso, como por exemplo, a ausência de recursos tecnológicos, falta
de conhecimento do aluno e/ou professor, falta de educação continuada para o professor, falta
de um planejamento eficaz e de políticas públicas para a inclusão digital. Visto que há muitas
possibilidades e dificuldades a serem encontradas, é preciso analisar e avaliar o que pode ser
modificado, o que deve ser mantido e o que é importante para derrubar barreiras, diminuir as
diferenças sociais e do sistema educacional.

3
Pessoa que tem a capacidade de aprender sem ter um professor ou mestre lhe ensinando ou ministrando aulas.
O próprio indivíduo, com seu esforço particular, busca e pesquisa o material necessário para sua aprendizagem.
5 A TECNOLOGIA ALIADA AO ENSINO E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA

A tecnologia está diretamente ligada à matemática e aos números. Stival, Carlos e


Almeida (2009, p. 3) afirmam que:

O computador é conhecido como uma máquina de calcular, pois tudo que ocorre por
trás da sua interface são cálculos matemáticos, uma junção de números de base
binária e hexadecimal resultando em letras, desenhos e todo conteúdo áudio visual
presenciado pelo usuário. A matemática e o computador estão interligados, pois
ambos recebem os dados, processam e emitem um resultado. Assim a computação
evoluiu junto com a matemática, pois os primeiros computadores foram criados a
base de cálculos.

Profissionais da Tecnologia da Informação ligados à educação matemática


desenvolvem aplicativos, softwares para deixar o aprendizado mais interessante, mais
dinâmico e aperfeiçoado, sem que fique na mesmice e desinteressante o estudo de uma das
disciplinas menos querida pela maioria dos alunos. Esses aplicativos contam com recursos
que vão desde a resolução de cálculos, montagem de gráficos, planos cartesianos, até os que
geram imagens tridimensionais de acordo com o comando do usuário. Tudo a favor da
aprendizagem e melhor visualização do assunto explorado, já que se pode assimilar melhor o
conteúdo vendo uma figura, gráficos, aplicações e resultados.
Ao considerar que o uso dessa tecnologia pode trazer possibilidades benéficas e úteis
para o entendimento e auxílio no estudo da matemática, é imprescindível que se busque por
conhecimento e estudo das diversas escolhas que ela dispõe. Não basta apenas saber o seu
objetivo, é necessário que haja empenho para aprender a utilizar os recursos, criar um bom
planejamento para conseguir colocar em prática de modo eficaz e alcançar êxito. No ambiente
educacional, esses softwares, possibilitam ao docente, em sua prática pedagógica, e ao seu
aluno, a experimentação matemática, a análise de construções e soluções, além de facilitar a
aprendizagem de conceitos específicos da disciplina.
Além de utilizar programas como o Word (Equation), Excel (gráficos e planilhas),
calculadoras para auxiliar no processo de ensino-aprendizagem e criação de atividades, no
tópico a seguir, serão expostos quatro dos aplicativos mais interessantes e democráticos para
usufruir, explorar e estudar alguns conteúdos dentro da Matemática. Sendo eles, os seguintes
softwares: Geogebra, Poly e Kahoot.

5.1 Sites, softwares e aplicativos auxiliadores no processo de ensino-aprendizagem da


Matemática
5.1.1 GeoGebra

O software GeoGebra (Geo de geometria e Gebra de álgebra) foi criado no ano de


2001 pelo professor e matemático Markus Hohenwarter, que sempre teve suas investigações
voltadas para o uso da tecnologia na educação matemática. Com uma interface de usuário
simples, este software proporciona uma visão ampla de diversos conteúdos, como a
geometria, a álgebra entre outros, pois fornece três diferentes formas de ver o objeto
matemático: a zona gráfica, a zona álgebra e a folha de cálculo.
Os recursos interativos e dinâmicos presentes no GeoGebra, podem ser de grande valia
para ensinar de maneira mais simples os mais complexos assuntos da matéria, com inúmeras
ferramentas para criação de objetos, realização de construções geométricas, utilizando régua e
compasso digitais mantendo, porém, passos e características fundamentais à construção
convencional. Dentro dele pode-se criar no plano: pontos, segmentos de retas, gráficos de
funções algébrica, retas perpendiculares e paralelas, mediatrizes, bissetrizes, formar polígonos
e seus ângulos, triângulos, círculos, quadriláteros, paralelogramos, imagens tridimensionais,
descobrir áreas, entre muitos outros comandos.
O aplicativo é livre e gratuito, pode ser usado por qualquer pessoa em algum aparelho
eletrônico que tenha acesso à internet. Para acessá-lo, deve ser baixado/instalado na loja de
aplicativos ou até mesmo ser utilizado diretamente do site https://www.geogebra.org. Essa sua
facilidade de acesso, auxilia o professor no ensino, na criação de atividades e torna a
matemática mais atingível para os alunos (já que pode ser usado também em casa, no ônibus,
na rua, etc.), desafiando a capacidade de investigação e criatividade, além de permitir a
visualização, interpretação, experimentação e demonstração, aproximando de um ensino mais
significativo e amplo.

Figura 1. Função do terceiro grau representada no GeoGebra.


Fonte: https://www.geogebra.org/calculator.
Figura 2. Explorando o cubo em 3D no GeoGebra.
Fonte: https://www.geogebra.org/m/znzz4cx2.

5.1.2 Poly

Poly é um software que possui uma variedade de sólidos platônicos, arquimedianos,


entre outros, podendo ser utilizado no ensino-aprendizagem da Geometria Espacial. Com ele,
é possível construir e explorar poliedros, fazendo a relação entre arestas, vértices, faces,
permitindo que os alunos visualizem os sólidos regulares e irregulares, fechados e sua
planificação, além de movimentá-los e mudar a cor dos mesmos. É possível fazer operações
com as formas geométricas, facilitando a visualização e construção de figuras 3D.
Possuindo duas versões para download, sendo Poly 1.11 (gratuita) e Poly Pro 1.11
(shareware - que funciona por um tempo determinado e após, precisa ser comprado), são
programas que permitem explorar, construir poliedros e manipulá-los no computador de
diferentes maneiras. A versão gratuita permite visualizar os sólidos de diferentes perspectivas,
fazer planificação, criar figuras que podem ser usadas para ilustrar trabalhos de Matemática,
por exemplo. A interface e layout do seu sistema são básicos e fáceis de serem
compreendidos, há uma janela para polígonos e outra para os controles, pode-se escolher o
tipo de polígono, começando do básico ao mais complexo.

Figura 3. Aplicativo Poly 1.11.


Fonte: http://matematicadorenato.blogspot.com/p/poly.html.
Figura 4. Sólido de Platão representado no aplicativo Poly Pro 1.11.
Fonte: https://poly-pro.softonic.com.br/.

Figura 5. Sólido planificado no aplicativo Poly Pro 1.11.


Fonte: https://poly-pro.softonic.com.br/.

5.1.3 Kahoot!

O Kahoot! é um sistema de questionário criado na Noruega, sendo uma plataforma de


ensino-aprendizagem online, que traz elementos de gamificação para criar quizzes – não
havendo limite de perguntas – que podem ser usados em ambientes como salas de aula para
brincar e despertar interesse dos alunos com atividades dinâmicas e em grupo. O aplicativo
pode ser reproduzido e baixado por diferentes navegadores e dispositivos móveis através de
sua interface da web. Acessando o site https://kahoot.com/ pode-se criar um jogo/atividade,
enquanto o site https://kahoot.it/ já encaminha diretamente para começar a jogar com o PIN
gerado na atividade feita.
Sua jogabilidade é fácil, os alunos/jogadores deverão se conectar com o PIN do jogo
criado, mostrado na tela comum, a partir daí usam um dispositivo para responder as perguntas
de múltipla escolha, que deverão ter de duas a quatro respostas, podendo haver uma imagem
ou vídeo associado a pergunta criada pelo professor. Sendo projetadas uma pergunta por vez,
eles têm de 05 segundos a 2 minutos para responderem as questões, clicando em seus
dispositivos (smartphones, tablets, laptops), no decorrer do tempo, há uma contagem
regressiva. Ao final da contagem, um gongo é soado e em seguida é exibido o número de
respostas corretas e incorretas. Por fim, é exibido um ranking com os melhores alunos e suas
respectivas pontuações.

Figura 6. Exercício de Matemática em atividade feita pelo Kahoot!.


Fonte: http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php.

Figura 7. Kahoot! em sala de aula.


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Kahoot!.

6 APLICAÇÃO NAS AULAS DE MATEMÁTICA – PESQUISA DE CAMPO

Foi realizada uma pesquisa com professores de Matemática dos anos finais do ensino
fundamental e ensino médio, de escolas públicas e privadas do Vale do Aço. Nessa pesquisa,
constou perguntas acerca do tema tecnologia na educação matemática, quais os desafios e
possibilidades encontradas, se há recursos suficientes para implementar em sala de aula, entre
outras perguntas relacionadas ao tema do presente artigo. Além disso, em meio à pandemia
vivida no ano de 2020 (Covid-19), como foram implementados os diversos meios
tecnológicos para que as escolas não interrompessem suas atividades, os professores foram
questionados sobre como eles avaliam a utilização da tecnologia durante este período
desafiante.
Devido a essa pandemia, foi inviável encontrar professores nas escolas que pudessem
responder ao questionário. Com isso, os contatos foram via telefone, e-mail, aplicativos como
WhatsApp e Facebook, para que pudessem responder ao questionário e compartilharem com
professores que também pudessem colaborar com a pesquisa. Ao todo, foram coletadas 35
respostas, e a consolidação dessa pesquisa está descrita a seguir.

Gráfico 1. Escola atuante. Gráfico 2. Recursos da escola. Gráfico 3. Acesso à internet.

Fonte: Pesquisa de campo realizada com professores do Vale do Aço em novembro de 2020.

As informações iniciais, pedidas aos professores, eram sobre as escolas que atuam.
Foram coletadas respostas de 25 professores da rede pública de ensino e 10 de instituições
privadas. Pode-se observar que, mais da metade dos entrevistados informaram que a escola
não possui recursos suficientes para que os alunos pudessem usufruir da tecnologia para
auxiliar no processo de ensino-aprendizagem em sala de aula.
Analisando as respostas individualmente, percebeu-se que: das 25 escolas públicas,
apenas 8 possuem sala de informática e recursos suficientes para os estudantes, o mesmo
número de escolas privadas que também possuem (8). Ou seja, 80% das privadas
entrevistadas possuem recursos tecnológicos suficientes para os educandos, já as públicas
entrevistadas que possuem são apenas 32%. Além disso, apenas 3 dessas escolas não possuem
acesso à internet, e após análise individual das respostas, concluiu-se que todas essas são
escolas públicas. Verifica-se assim que, mesmo havendo discursos de democratização e
ensino igualitário, ainda há muita diferença quanto às possibilidades entre uma rede de ensino
e outra.

Gráfico 4. Utilização das tecnologias. Gráfico 5. Aplicativos/softwares matemáticos.

Fonte: Pesquisa de campo realizada com professores do Vale do Aço em novembro de 2020.

Quanto ao uso das tecnologias nas aulas de Matemática, dos 35 professores, 23 as


utilizam para contribuir no ensino dos alunos, isso é mostrado no gráfico 4 acima. E dentre as
muitas possibilidades de recursos, sites, aplicativos e softwares, os mais conhecidos e/ou
utilizados são: GeoGebra e Kahoot. Outros foram também selecionados (Poly e Winplot) e
citados pelos professores entrevistados, dentre eles: Rachacuca, Quizlet, Sudoku, Socrative,
jogos educacionais variados, entre outros.
Após análise individual das respostas, foi observado que, dos 12 professores que não
utilizam desses recursos em sala de aula, 9 conhecem pelo menos um dos
aplicativos/softwares. Por outro lado, 3 dos interrogados não utilizam e nem conhecem
nenhum deles.

Gráfico 6. Contribuição da tecnologia no ensino. Gráfico 7. Dificuldades encontradas para utlizá-la.

Fonte: Pesquisa de campo realizada com professores do Vale do Aço em novembro de 2020.
Sabendo que a utilização de recursos tecnológicos pode influenciar na educação, os
gráficos 6 e 7 apresentam questões relacionadas a contribuição e as dificuldades encontradas
no uso da tecnologia no processo de ensino-aprendizagem. Dentre as contribuições, a
“assimilação do material estudado, através de imagens, jogos, vídeos, exercícios variados”
teve concordância de 94,3% dos professores entrevistados. As dificuldades por sua vez, de 35
professores entrevistados, apenas 2 não as encontraram. Porém, a principal escolhida foi a
“falta de recursos” com 54,3%. Percebe-se que são encontrados muitos benefícios e
possibilidades no uso das tecnologias, em contrapartida as dificuldades para que sejam
implementadas nas escolas, são limitadoras.

Gráfico 8. Avaliação das aulas utilizando tecnologias. Gráfico 9. Reação dos alunos às aulas.

Fonte: Pesquisa de campo realizada com professores do Vale do Aço em novembro de 2020.

A maioria dos professores entrevistados avaliam a utilização dos recursos tecnológicos


em sala de aula como sendo importante ou muito importante (gráfico 8). Isso se dá devido às
múltiplas possibilidades que podem ser trazidas através deles, além de uma dinâmica diferente
em sala de aula, estimulando a curiosidade e motivação dos alunos. A partir disso, no gráfico
9, pode-se confirmar o que foi dito anteriormente, visto que a reação dos alunos com essas
aulas que envolvem a tecnologia é boa ou muito boa em sua maioria. Já era esperado esse
resultado, devido às crianças e jovens já estarem inseridos no contexto tecnológico desde
muito novos, o que os desperta interesse e atenção.

6.1 Desafios durante a pandemia

Devido as mudanças ocorridas no ano de 2020 frente à pandemia do novo Corona


Vírus foi necessário, principalmente, utilizar a tecnologia para que os alunos não perdessem o
ano letivo, de forma remota e à distância. Sabendo disso, os professores foram questionados
sobre como eles avaliam este ensino virtual adotado. Segue o resultado:

Gráfico 10. Avaliação do ensino em período de pandemia.

Fonte: Pesquisa de campo realizada com professores do Vale do Aço em novembro de 2020.

É perceptível a insatisfação dos docentes quanto aos novos modos de ensino que
tiveram de ser implantados. O gráfico apresenta menos respostas positivas (considera-se
apenas 5), e bastante respostas intermediárias (que provavelmente veem o lado positivo e
negativo) e ruins. Isso mostra que não houve preparação e o quanto ainda há carência e
insuficiência de conhecimento no uso das tecnologias para auxiliar na educação como um
todo. Se por um lado a tecnologia é importante e benéfica para utilizar no apoio do ensino e
aprendizagem, depender apenas dela remotamente por videoaulas, não se pôde ver tantos
benefícios assim, visto que isso depende do professor estar junto, avaliando de perto,
utilizando devidamente quando necessário para auxiliar e tornar a aula mais interessante.
Para se obter mais informações acerca do assunto, os professores foram questionados
sobre os pontos positivos e negativos de ensinar e aprender de casa, via internet, nesse
período. Abaixo estão expostas as respostas, os pontos de vista e opiniões dos entrevistados.

Tabela 1. Pontos positivos e negativos do ensino virtual na pandemia.


Pontos Positivos Pontos Negativos
• Aulas mais dinâmicas, variedade de materiais, • Falta de interesse por parte dos alunos (10
interação tecnológica, mídias alternativas e respostas com a mesma opinião);
novas descobertas tecnológicas; • Falta de acesso à internet por parte de alguns
• Cumpriu-se o conteúdo anual programado; alunos (zona rural, baixa renda, entre outros
• O aluno e as famílias estão valorizando a fatores) (8);
ausência física do professor; • Falta de recursos (4);
• Possibilidade de contato com alunos e • Dispersão e não participação dos alunos (3);
responsáveis; • Aprendizagem fica a desejar, a percepção que
Pontos Positivos Pontos Negativos
não está havendo aprendizagem (3);
• Falta de rotina e compromisso de estudo (2);
• Falta de acompanhamento de alguns pais com
seus filhos (2);
• Aumenta a desigualdade entre alunos de escolas
públicas e privadas (2);
• Dificuldade de aceitação dos alunos;
• Equipamentos desatualizados, e condições
• Atendimento personalizado (individual); financeiras desfavoráveis de algumas famílias,
• Descoberta de novos recursos que podem dar com logística precária;
suporte às aulas; • Os alunos enviam respostas que já se encontram
• Mantém relativa conexão com os alunos; prontas na Internet e não se sentem motivados a
estudar; muitos copiam ou terceiros fazem as
• Alunos tendo contato com os conteúdos;
atividades para eles;
• Manter saudável contra o vírus;
• Alunos interagindo muito pouco, difícil fazer
• Evitar a contaminação;
avaliações, falta de treinamento para
• Não paralisar totalmente os estudos; professores, sobrecarga de trabalho, falta de
• Manter os estudos em meio a pandemia; controle do horário de trabalho;
• As dúvidas são melhores esclarecidas para os • Os alunos que até então pareciam "conectados",
poucos alunos que têm interesse; demonstraram total inaptidão para uso
• Facilidade para a utilização de recursos consciente da tecnologia nos estudos.
tecnológicos; • Não foi desenvolvida plataforma adequada para
• Contribuiu na formação profissional - pôde fazer postagem das atividades, professores não foram
vários cursos, participar de eventos e palestras, adequadamente capacitados para aulas remotas
que em tempo normal não teria oportunidade; etc.;
• Alunos comprometidos não tiveram problemas • Dificuldade de comunicação, mesmo com a
em resolver as atividades; tecnologia, dificuldade dos pais, e outros fatores,
• O aluno continuou mantendo contato com os como perda da saúde visual e mental;
estudos e não corre o risco de estagnar os seus • A falta do contato humano;
conhecimentos, mesmo aprendendo menos que • Impressão de que está dando “aula para as
em uma aula presencial. paredes”;
• O aluno, adolescente, precisa da presença do
professor no dia a dia para cobrar as atividades;
• O aluno não consegue concentrar e aprender
realmente os conteúdos;
• Muitas atividades resolvidas de maneira
incorreta;
• Internet na zona urbana de baixa qualidade, com
grande oscilação de sinal.
Fonte: Pesquisa de campo realizada com professores do Vale do Aço em novembro de 2020.

Com isso, pode-se concluir que os pontos negativos se sobressaíram sobre os


positivos. O que já era esperado de acordo com o gráfico 10, visto que a maior parte avaliou
desfavoravelmente, e suas opiniões/pontos de vista presentes na Tabela 1 confirmaram isto.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através desta pesquisa observou-se que, não se pode fechar os olhos para o uso das
ciências tecnológicas no âmbito educacional. As instituições devem evoluir no mesmo passo
que as tecnologias, e os professores, sendo eles de Matemática ou não, devem ser capacitados
para poderem dar suporte necessário aos alunos.
Em contrapartida, no dia a dia das escolas, foram identificadas várias dificuldades
mencionadas pelos professores, como a falta de formação continuada, falta de recurso, a
dispersão dos alunos, dificuldade de aceitação de alguns, a falta de recursos para certos alunos
da zona rural e/ou com condição econômica desfavorável, dentre outros pontos. Também
foram encontrados pontos positivos como sendo as aulas mais dinâmicas, a utilização de
aplicativos que colaboram para a assimilação do material estudado anteriormente, o uso da
tecnologia para dar continuação às aulas para que os alunos não perdessem o ano letivo, entre
outros.
Deste modo, tendo em vista os aspectos mencionados, tanto para ministrar as aulas
remotas, quanto no meio de vivenciar diferentes experiências em sala de aula, as ferramentas
tecnológicas são de grande valia para a contribuição no ensino de disciplinas, desde que
usadas da maneira correta. Para isso, o educador necessita estar apto para utilizar tais recursos
a seu favor, otimizando tempo e levando inovação didática aos estudantes. Com isso, as aulas
de Matemática (não querida por muitos) podem se tornar mais atrativas, considerando que os
professores ainda têm um grande conflito entre conquistar a atenção do aluno e conseguir
usufruir da tecnologia em sala de aula para alcançar esses objetivos.

REFERÊNCIAS

ARAUJO, Elaine Vasquez F.; VILAÇA, Márcio Luiz C. Tecnologia, sociedade e educação
na era digital. Duque de Caxias, RJ: Unigranrio, 2016.

BETTEGA, Maria H. S. Educação continuada na era digital. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2010.

BRAGA, Paulo. Evolução das tecnologias na educação. Science and Technology.


Disponível em: https://www.timetoast.com/timelines/evolucao-das-tecnologias-na-educacao-
4244e99e-140d-4761-9d94-72f034a4feaf. Acesso em: 26/10/2020.

COSTA, G. Kahoot!: Um gameshow em sala de aula. Disponível em:


http://www.giseldacosta.com/wordpress/kahoot-um-gameshow-em-sala-de-aula/. Acesso em:
18/11/2020

LUMMERTZ, Natália; DOS ANJOS, Sabrini M. Da Silva. Explorando o software Poly.


Disponível em: https://silo.tips/download/explorando-o-software-poly-pro-natalia-lummertz-
1-sabrini-micheli-da-silva-dos-a. Acesso em: 16/11/2020
MACHADO, Marília Costa; SÁ, Adriana Lourenço. O uso do software Geogebra no estudo
de funções. XIV EVIDOSOL e XI CILTEC - Online - Junho/2017.

RIBEIRO, Flávia Martins; PAZ, Maria Goretti. O ensino da matemática por meio de novas
tecnologias. Revista Modelos – FACOS / CNEC Osório Ano 2 – Vol. 2 – Nº 2 – 2020 – ISSN
2237-7077

STIVAL, Hudson P.; CARLOS, Luiz; ALMEIDA, Tatiane M. A. L. O processo da evolução


tecnológica. 2009. UNICAMPS. Disponível em:
https://semanaacademica.com.br/system/files/artigos/artigo_5_0.pdf. Acesso em: 29/09/2020.

TIGRE, Paulo Bastos. Gestão da inovação – A economia da Tecnologia no Brasil. 7ª


Tiragem. ELSEVIER. CAMPUS. 2006. Disponibilizada por LeLivros.

VALENTE, J. A. As tecnologias digitais e os diferentes letramentos. Revista Pátio. Porto


Alegre, RS, v. 11, n. 44, 2008.

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