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Filosofia da Religião 11ºF

2021/2022
Leibniz e o
argumento do mal
Maria Caeiro Nº17 Marta Lourenço Nº19
Resumo da Apresentação

Gottfried Wilhelm Leibniz


Obras
Origem do problema do mal
Clarificação do argumento de Epicuro
Ponto de partida de Leibniz
Teodiceia
Objeções a Leibniz
Gottfried Wilhelm
Leibniz
Leipzig, 1 de julho de 1646 - Hanôver, 14 de novembro de 1716;

Filosofia e Direito - Polímata: filósofo, físico e matemático;

Cálculo diferencial e integral, desenvolvimento da lógica e do


cálculo automático;

Campo das calculadoras mecânicas, multiplicação


automática e a divisão na calculadora de Pascal, a primeira
calculadora mecânica produzida em massa e o sistema de
números binários.
1666; 1686; 1709; 1714;

Scriptura universalis. Leibniz, Malebranche e Sistema leibniziano. Núcleo da sua filosofia.


Antoine Arnauld.
Origem do problema
do mal
Most Shocking Second a Day Video

https://www.youtube.com/watch?v=RBQ-IoHfimQ
Origem do problema do mal

Será a existência de Deus teísta consistente com a existência do mal (natural e moral) no mundo?

Formulação original de Epicuro:


- Deus, ou quer eliminar o mal e não pode; ou pode, mas não quer; ou não quer nem pode; ou,
em ambos, quer e pode.
- Se ele quer e não pode, então ele é fraco e isso não se aplica a Deus.
- Se ele pode mas não quer, então ele é vingativo, estranho a Deus.
- Se ele não quer nem pode, ele é fraco e rancoroso, e por isso não é um deus.
- Se ele quer e pode, que é a única coisa adequada para um deus, de onde vêm as coisas más?
- Ou porque é que ele não as elimina?
in Lactantius, Sobre a Fúria dos Deuses, 13-19

Formalização do argumento de Epicuro:


Premissa I – Se existe um Deus todo-poderoso e perfeito, então não há mal no mundo.
Premissa II – Existe o mal no mundo.
Conclusão – Logo, o Deus teísta não existe.
Clarificação do A existência de Deus teísta pode garantir a não existência do mal.

argumento de Alguns teístas defendem que o mal não existe em si.

Epicuro O mal é importante para uma maior exigência moral.

A existência do mal permitiria a existência do bem.

Premissa I – Deus existe.


Premissa II – Deus é perfeitamente bom e poderoso.
Premissa III – Um ser onibenevolente quereria prevenir todos os males.
Premissa IV – Um ser onisciente que conhece todas as formas do mal, é capaz de prevenir a
existência do mal, e se quer prevenir o mal, pode, de facto, prevenir a existência do mal.
Premissa V – Se existir um ser omnipotente, onibenevolente e omnisciente, então mal não
existe.
Premissa V – Mas, o mal existe.
Resposta de Leibniz

Ponto de Partida
- Deus pode estar na origem do pecado e do mal:

"É uma manifesta ilusão defender que Deus não é o autor do pecado, porque não existe algo como o autor de
privações, embora aquele possa ser chamado o autor de tudo o que é real e positivo num acto pecaminoso."

Leibniz, O Autor do pecado, 1673

Exemplo: Um pintor é o autor de dois quadros, idênticos em todos os aspectos, a não ser que um representa a
mesma cena numa escala maior do que o outro.

- Tese de Santo Agostinho.


Resposta de Leibniz

Teodiceia
Premissa I: Deus criou o melhor de todos os mundos possíveis.
Premissa II: O melhor de todos os mundos possíveis tem partes indesejáveis, ou seja, males.
Premissa III: Se I e II são verdadeiras, então Deus permite o mal.
Conclusão: Logo, Deus permite o mal.

Deus não podia permitir que o mundo fosse uma extensão de Si mesmo.

- uma vontade de Deus normativa relativamente aos “bens”;


- outra vontade “permissiva” a que permite o ao Homem o livre arbítrio.
Resposta de Leibniz

Objeções
Premissa I: Deus criou o melhor de todos os mundos possíveis.

- Tomás de Aquino argumenta que não há “o melhor” de todos os mundos possíveis;


- Para cada mundo que se conceba, é possível pensar num mundo melhor e assim sucessivamente ao
infinito.

Premissa II: O melhor de todos os mundos possíveis tem partes indesejáveis, ou seja, males.

- Existem males que parecem não servir para qualquer propósito benéfico;
- Parecem haver males injustificados.
Resposta de Leibniz

Objeções
Contra-argumento de John Leslie Mackie

Premissa I – Se Deus existe, então o mundo foi criado por um ser omnipotente, omnisciente e onibenevolente.
Premissa II – Se um tal ser criou o mundo, então este é o melhor mundo possível.
Premissa III – Se este é o melhor de todos os mundos possíveis, então não deve conter o mal.
Premissa IV – Este mundo contém o mal.
Conclusão – Deus não existe.

Conclusão pode ser contestada:

- Entre os vários mundos possíveis só escolheu um, o nosso. Por isso de acordo com Leibniz não se pode
aceitar como verdadeira a Premissa III. Se ele é perfeito não se poderia ter prolongado pelo mal.
- Logo, o argumento de Leibniz mantém a sua consistência lógica.

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