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Faculdade de Direito
Curso: Direito
Cadeira: Metodologia de Investigação Científica
1º Ano
Tema:
Nome do Estudante:
Código:
Docente, Dr:
1.1 Objectivo...............................................................................................................................3
2.4 Como se formou o princípio da legalidade e a espécie de legitimidade que esse princípio
procurou estabelecer...................................................................................................................5
3. Conclusão..........................................................................................................................11
4. Referencia Bibliográfica....................................................................................................12
1.0 Introdução
Neste presente trabalho de campo com tema Legalidade e legitimidade do poder, segundo
WOLKMER assinala que “a legalidade reflete fundamentalmente o acatamento a uma
estrutura normativa posta, vigente e positiva”, e que a legitimidade “incide na esfera da
consensualidade dos ideais, dos fundamentos, das crenças, dos valores e dos princípios
ideológicos”. Sua aplicação envolve, como concepção do direito, “a transposição da simples
detenção do poder e a conformidade do justo advogados pela coletividade”
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1.1 Objectivo
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2. Legalidade e legitimidade do poder.
A legalidade, como acatamento a uma ordem normativa oficial, não possui uma qualidade de
justa ou injusta. A ideologia legalista, por sua vez, parte da noção de legalidade para distorcê-
la e, aí sim, servir como instrumento de injustiça.
A legalidade nos sistemas políticos exprime basicamente a observância das leis, isto é, o
procedimento da autoridade em consonância estrita com o direito estabelecido. Ou em outras
palavras traduz a noção de que todo poder estatal deverá actuar sempre de conformidade com
as regras jurídicas vigentes. Em suma, a acomodação do poder que se exerce ao direito que o
regula. Cumpre pois discernir no termo legalidade, aquilo que exprime inteira conformidade
com a ordem jurídica vigente. Nessa acepção ampla, o funcionamento do regime e a
autoridade investida nos governantes devem reger-se segundo as linhas-mestras traçadas pela
Constituição, cujos preceitos são a base sobre a qual assenta tanto o exercício do poder como
a competência dos órgãos estatais.
A legalidade supõe por conseguinte o livre e desembaraçado mecanismo das instituições e dos
actos da autoridade, movendo-se em consonância com os jurídicos vigentes ou respeitando
rigorosamente a hierarquia das normas, que vão dos regulamentos, decretos e leis ordinárias
até a lei máxima e superior, que é a Constituição. O poder legal representa por consequência o
poder em harmonia com os princípios jurídicos, que servem de esteio à ordem estatal. O
conceito de legalidade se situa assim num domínio exclusivamente formal, técnico e jurídico.
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2.3 O princípio da legitimidade
A legitimidade tem exigências mais delicadas, visto que levanta o problema de fundo,
questionando acerca da justificação e dos valores do poder legal. A legitimidade é a
legalidade acrescida de sua valoração. É o critério que se busca menos para compreender e
aplicar do que para aceitar ou negar a adequação do poder às situações da vida social que ele é
chamado a disciplinar. No conceito de legitimidade entram as crenças de determinada época,
que presidem à manifestação do consentimento e da obediência. A legalidade de um regime
democrático, por exemplo, é o seu enquadramento nos moldes de uma constituição observada
e praticada; sua legitimidade será sempre o poder contido naquela constituição, exercendo-se
de conformidade com as crenças, os valores e os princípios da ideologia dominante, no caso a
ideologia democrática.
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2.5 A crise histórica da legalidade e legitimidade do poder
São quatro os dados que se nos afiguram altamente elucidativos e indispensáveis para a
consideração da legalidade e legitimidade como temas da teoria política: o histórico, o
filosófico, o sociológico e o jurídico.
A cisão legalidade e legitimidade tornou-se patente ao pensamento europeu desde 1815,
quando se fez vivo e agudo, conforme lembra aquele jurista, o antagonismo que a França
monárquica passou a testemunhar entre a legitimidade histórica de uma dinastia restaurada e
a legalidade vigente do Código napoleônico.
A corrente racionalista proveniente da Revolução Francesa, que transitara do racionalismo
filosófico, abstrato e jusnaturalista para o racionalismo positivista, empírico e relativista
operou uma sutil transposição de termos, fazendo toda a legitimidade repousar doravante na
legalidade e não como dantes a legalidade na legitimidade. A lei, segundo a expectativa
confiante do século, representava o máximo poder da Razão emancipadora. Os juristas de
índole liberal fazem-lhe o culto do antipaternalismo, da fé mais ardente na sua capacidade
de exprimir o princípio civilizador, o governo do homem por si, como refere Michelet,
citado por Schmitt.
Com o Manifesto de Marx e os desenvolvimentos ulteriores da teorização de Lênin, Trotski
e Lukács, a lei, que fora o Coroamento doutrinário do racionalismo europeu, aparece agora
degradada a instrumento da sociedade de classes, como a superestrutura social da opressão
burguesa, como órgão de permanência dos privilégios econômicos, não sendo bons
revolucionários, segundo o conselho de Lênin, reproduzido por Schmitt, aqueles que não
souberem unir os meios ilegais de luta a todas as formas legais de tomada do poder.
Despreza-se a lei como fim e dela se serve como meio. A legitimidade do ordenamento
jurídico burguês é atacada a fundo nessa tomada de posição dos pensadores revolucionários
marxistas, que alargam cada vez mais o hiato separando a legalidade da legitimidade, cuja
ruptura tem exemplos de antecedência histórica na polêmica dos liberais com os
tradicionalistas conservadores do século XIX.
Durante o nacional-socialismo a crise chega ao máximo grau de intensidade. Aqui temos
concretizado o exemplo histórico supremo de uma corrente de opinião, de uma ideologia, de
um partido político, cujos chefes, sem quebra da legalidade, tomaram o poder à sombra do
regime estabelecido e dele se serviram do modo que se nos afigura mais ominoso em toda a
história do gênero humano, e cuja legitimidade, vista ou apreciada pelos critérios do
racionalismo imperante na doutrina jurídica dos movimentos liberais e positivistas do século
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XIX, pareceria irrepreensível. O mesmo se passou na Tchecoslováquia com a tomada do
poder por uma revolução aparentemente pacífica, de teor parlamentar, que instaurou ali a
nova legalidade proletária.
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2.8 Manifestações da legitimidade
Debaixo do mesmo prisma sociológico, Max Weber faz que a legalidade repouse sobre
três formas básicas de manifestação da legitimidade: a carismática, a tradicional e a legal ou
racional. Esses três tipos de poder legítimo abrangido no clássico esquema de Max Weber têm
resumidamente a explicação que se segue, segundo as palavras mesmas do celebrado
sociólogo.
A autoridade carismática assenta sobre as “crenças” havidas em profetas, sobre o
“reconhecimento” que pessoalmente alcançam os heróis e os demagogos, durante as guerras e
as sedições, nas ruas e nas tribunas, convertendo a fé e o reconhecimento em deveres
invioláveis que lhes são devidos pelos governados. O poder carismático se baseia, segundo o
sociólogo, na directa lealdade pessoal dos seguidores.
A autoridade carismática, acrescenta Max Weber, a despeito de haver sido uma das potências
mais revolucionárias da História, transformadora dos sentimentos e destinos de povos e
civilizações inteiras conserva nas suas formas mais puras o carácter autoritário e imperativo.
Já a autoridade tradicional se apoia na crença de que os ordenamentos existentes e os poderes
de mando e direcção comportam a virtude da santidade. O tipo mais puro, prossegue Max
Weber, é o da autoridade patriarcal, onde o governante é o “senhor”; o governado, o “súbdito”
e o funcionário, o “servidor”. Afirma o sociólogo: presta-se obediência à pessoa por respeito,
em virtude da tradição de uma dignidade pessoal que se reputa sagrada. Todo o comando se
prende intrinsecamente à tradição, cuja violação brutal por parte do chefe poderá
eventualmente pôr em perigo seu próprio poder, cuja legitimidade se alicerça tão-somente na
crença acerca de sua santidade. A criação de um novo direito em face das normas oriundas da
tradição é em princípio impossível. Consequentemente, a direcção política do meio social
goza de uma solidez e estabilidade que se acha sob a dependência imediata e directa do
aprofundamento da tradição na consciência colectiva.
Quanto ao último tipo, o da autoridade “legal”, que informa toda a época do racionalismo
ocidental, temos o poder fundado no estatuto, na regulamentação da autoridade. Aqui assevera
Max Weber: o tipo mais puro é o da autoridade burocrática. Sua concepção fundamental se
resume na postulação de que qualquer direito pode ser modificado e criado ad libitum, por
elaboração voluntária, desde que essa elaboração seja formalmente correcta. A obediência se
presta não à pessoa, em virtude de direito próprio, mas à regra, que se reconhece competente
para designar a quem e em que extensão se há de obedecer. Demais, o poder racional ou legal
cria ademais em suas manifestações de legitimidade a noção de competência, o poder
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tradicional a de privilégio e o carismático, desconhecendo esses conceitos, dilata a
legitimação até onde alcance a missão do chefe, na medida de seus atributos carismáticos
pessoais, conforme observa aquele pensador.
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Se a existência do poder político na sociedade se acha legitimada com rara ou nenhuma
discrepância (sendo a única excepção a dos anarquistas) o problema da legitimidade, ao
contrário, se complica quando a questão versada entra a ser a do exercício legítimo do poder.
Trata-se aqui de indicar o fundamento de legitimidade do governo ou dos governantes,
manifestado como um dado histórico e relativo, consoante as doutrinas ou as crenças
geralmente aceitas e que lhes servem de esteio, modificáveis conforme a época ou o país. Na
Idade Média, essa crença-suporte da legitimidade foi Deus, a religião, o sobrenatural, ao passo
que contemporaneamente ela vem sendo o povo, a democracia, o consentimento dos cidadãos
e a adesão dos governados.
Mas não se exaure nisso o problema da legitimidade governativa. Cumpre passar ao segundo
problema, o de saber se todo governo é legal e legítimo ao mesmo tempo e quais as hipóteses
configuradas de desencontro desses dois elementos: legalidade e legitimidade. Com efeito,
concebe-se perfeitamente um governo legal que seja ilegítimo. Haja vista o exemplo francês,
muito citado, do governo de Petain, que, investido legalmente no poder, cedo patenteou seu
inteiro desacordo com os sentimentos e esperanças e votos do povo francês. Daí resultou
negar-lhe o país adesão e consentimento, bases da legitimidade política. Já o governo francês
de De Gaulle no exílio, que emergira das lutas da libertação nacional, foi em 1944, como
governo provisório da República francesa, o governo ilegal porém legítimo do povo francês.
Via de regra, os governos que nascem das situações revolucionárias, dos golpes de Estado,
das conspirações triunfantes, são governos ilegais mas eventualmente legítimos, se abraçados
logo pelo sentimento nacional de aprovação ao exercício do seu poder. Confirmada a
viabilidade desses governos, a legitimidade fundará então com o tempo a nova legalidade. E
esta há-de perdurar, conciliada no binómio legalidade-legitimidade, até que ulteriores
comoções da consciência nacional tragam com a intervenção súbita de crises imprevistas e
profundas para a conservação do poder a perda do equilíbrio político dos sistemas legais e sua
consequente destruição.
A questão de medição de distâncias, é fundamental em cartografia, para tal efeito é necessário
ter em conta dois métodos fundamentais a saber: O método directo e o método indirecto, cuja
aplicação obriga ao recurso a diversos instrumentos especializados que se vão transformando
de acordo com o desenvolvimento da Cartografia.
A escolha de cada um dos métodos depende em grande medida das condições de localização
do cartógrafo ou do investigador e das disponibilidades que este tem em meios de execução
das suas tarefas.
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3. Conclusão
Ao terminar com este trabalho de campo conclui que a legitimidade abrange por último
duas categorias de problemas distintos. O primeiro problema se relaciona com a necessidade e
a finalidade mesma do poder político que se exerce na sociedade através principalmente de
uma obediência consentida e espontânea, e não apenas em virtude da compulsão efectiva ou
potencial de que dispõe o Estado — instrumento máximo de institucionalização de todo o
poder político. Vista debaixo desse aspecto, a legitimidade do poder só aparece contestada nas
doutrinas anárquicas, nomeadamente no marxismo, ao passo que as demais escolas
conhecidas se empenham em dar-lhe por fundamento ora os impulsos naturais, orgânicos e
biológicos do homem, ora o consentimento livremente expresso por uma associação de
vontades, como nas teorias do contrato social, reconhecendo-se em qualquer das últimas
posições mencionadas, por legítima, a existência na sociedade de um poder político imposto
às vontades individuais.
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4. Referencia Bibliográfica
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