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Faculdade de Direito
Curso: Direito
Cadeira: Metodologia de Investigação Científica
1º Ano
Tema:
Neste presente trabalho do campo com tema Legalidade e legitimidade do poder, Segundo
WOLKMER assinala que “a legalidade reflete fundamentalmente o acatamento a uma
estrutura normativa posta, vigente e positiva”, e que a legitimidade “incide na esfera da
consensualidade dos ideais, dos fundamentos, das crenças, dos valores e dos princípios
ideológicos”. Sua aplicação envolve, como concepção do direito, “a transposição da simples
detenção do poder e a conformidade do justo advogados pela coletividade” A legalidade está
relacionada à forma, enquanto a legitimidade está relacionada ao conteúdo da norma.
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1.1 Objectivo
1.1.1 Objectivo Geral
Conhecer o que é Legalidade e legitimidade do poder
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2. Legalidade e legitimidade do poder.
A legalidade nos sistemas políticos exprime basicamente a observância das leis, isto é, o
procedimento da autoridade em consonância estrita com o direito estabelecido. Ou em outras
palavras traduz a noção de que todo poder estatal deverá actuar sempre de conformidade com
as regras jurídicas vigentes. Em suma, a acomodação do poder que se exerce ao direito que o
regula. Cumpre pois discernir no termo legalidade, aquilo que exprime inteira conformidade
com a ordem jurídica vigente. Nessa acepção ampla, o funcionamento do regime e a
autoridade investida nos governantes devem reger-se segundo as linhas-mestras traçadas pela
Constituição, cujos preceitos são a base sobre a qual assenta tanto o exercício do poder como
a competência dos órgãos estatais.
A legalidade supõe por conseguinte o livre e desembaraçado mecanismo das instituições e dos
actos da autoridade, movendo-se em consonância com os jurídicos vigentes ou respeitando
rigorosamente a hierarquia das normas, que vão dos regulamentos, decretos e leis ordinárias
até a lei máxima e superior, que é a Constituição. O poder legal representa por consequência o
poder em harmonia com os princípios jurídicos, que servem de esteio à ordem estatal. O
conceito de legalidade se situa assim num domínio exclusivamente formal, técnico e jurídico.
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A legitimidade tem exigências mais delicadas, visto que levanta o problema de fundo,
questionando acerca da justificação e dos valores do poder legal. A legitimidade é a
legalidade acrescida de sua valoração. É o critério que se busca menos para compreender e
aplicar do que para aceitar ou negar a adequação do poder às situações da vida social que ele é
chamado a disciplinar. No conceito de legitimidade entram as crenças de determinada época,
que presidem à manifestação do consentimento e da obediência. A legalidade de um regime
democrático, por exemplo, é o seu enquadramento nos moldes de uma constituição observada
e praticada; sua legitimidade será sempre o poder contido naquela constituição, exercendo-se
de conformidade com as crenças, os valores e os princípios da ideologia dominante, no caso a
ideologia democrática.
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São quatro os dados que se nos afiguram altamente elucidativos e indispensáveis para a
consideração da legalidade e legitimidade como temas da teoria política: o histórico, o
filosófico, o sociológico e o jurídico.
A cisão legalidade e legitimidade tornou-se patente ao pensamento europeu desde 1815,
quando se fez vivo e agudo, conforme lembra aquele jurista, o antagonismo que a França
monárquica passou a testemunhar entre a legitimidade histórica de uma dinastia restaurada e
a legalidade vigente do Código napoleônico.
A corrente racionalista proveniente da Revolução Francesa, que transitara do racionalismo
filosófico, abstrato e jusnaturalista para o racionalismo positivista, empírico e relativista
operou uma sutil transposição de termos, fazendo toda a legitimidade repousar doravante na
legalidade e não como dantes a legalidade na legitimidade. A lei, segundo a expectativa
confiante do século, representava o máximo poder da Razão emancipadora. Os juristas de
índole liberal fazem-lhe o culto do antipaternalismo, da fé mais ardente na sua capacidade
de exprimir o princípio civilizador, o governo do homem por si, como refere Michelet,
citado por Schmitt.
Com o Manifesto de Marx e os desenvolvimentos ulteriores da teorização de Lênin, Trotski
e Lukács, a lei, que fora o Coroamento doutrinário do racionalismo europeu, aparece agora
degradada a instrumento da sociedade de classes, como a superestrutura social da opressão
burguesa, como órgão de permanência dos privilégios econômicos, não sendo bons
revolucionários, segundo o conselho de Lênin, reproduzido por Schmitt, aqueles que não
souberem unir os meios ilegais de luta a todas as formas legais de tomada do poder.
Despreza-se a lei como fim e dela se serve como meio. A legitimidade do ordenamento
jurídico burguês é atacada a fundo nessa tomada de posição dos pensadores revolucionários
marxistas, que alargam cada vez mais o hiato separando a legalidade da legitimidade, cuja
ruptura tem exemplos de antecedência histórica na polêmica dos liberais com os
tradicionalistas conservadores do século XIX.
Durante o nacional-socialismo a crise chega ao máximo grau de intensidade. Aqui temos
concretizado o exemplo histórico supremo de uma corrente de opinião, de uma ideologia, de
um partido político, cujos chefes, sem quebra da legalidade, tomaram o poder à sombra do
regime estabelecido e dele se serviram do modo que se nos afigura mais ominoso em toda a
história do gênero humano, e cuja legitimidade, vista ou apreciada pelos critérios do
racionalismo imperante na doutrina jurídica dos movimentos liberais e positivistas do século
XIX, pareceria irrepreensível. O mesmo se passou na Tchecoslováquia com a tomada do
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poder por uma revolução aparentemente pacífica, de teor parlamentar, que instaurou ali a
nova legalidade proletária.
2.6 A consideração filosófica do problema da legitimidade
A legitimidade assim considerada não responde aos fatos, à ordem estabelecida, aos
dados correntes da vida política e social, segundo o mecanismo em que estes se desenrolam
— o que seria já do âmbito da legalidade — mas inquire acerca dos preceitos fundamentais
que justificam ou invalidam a existência do título e do exercício do poder, da regra moral,
mediante a qual se há de mover o poder dos governantes para receber e merecer o
assentimento dos governados.
Formula-se determinada doutrina acerca do fundamento do poder e da obediência, e,
mediante o critério perfilhado nessa doutrina, mede-se a seguir a legitimidade de uma ordem
política qualquer, seu teor de veracidade ou erro, que há de variar consoante a tábua dos
valores estabelecidos subjetivamente. Busca-se então menos o poder que é do que
propriamente o poder que deveria ser.
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2.9 O aspecto jurídico da legitimidade
Ultimando a transição do sociológico ao jurídico, Carl Schmitt, o mais conspícuo
jurista da Alemanha comprometida com o nacional-socialismo, intenta demonstrar que a
posse do poder legal em termos de legitimidade requer sempre uma presunção de
juridicidade, de exequibilidade e obediência condicional e de preenchimento de cláusulas
gerais, cuja importância prática e teórica não deve ser ignorada pela teoria constitucional
nem pela filosofia do direito, visto que tanto servem de critério de controle da
constitucionalidade da legislação como de ponto de partida a uma doutrina do direito de
resistência.
Quanto ao poder de fato, o poder revolucionário, o poder que emerge das crises ou rupturas
violentas da ordem legal vigente, a doutrina de Hauriou conserva o mesmo caráter jurídico
formal, recusando a esses poderes legitimidade, que só se adquire eventualmente na medida
em que os mesmos, uma vez estabelecidos, façam “a autoridade e a competência
prevalecerem sobre o poder de dominação”. A observância e adoção da ordem jurídica é a
via aberta para a legitimação dos governos ou poderes de fato.
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manifestado como um dado histórico e relativo, consoante as doutrinas ou as crenças
geralmente aceitas e que lhes servem de esteio, modificáveis conforme a época ou o país. Na
Idade Média, essa crença-suporte da legitimidade foi Deus, a religião, o sobrenatural, ao passo
que contemporaneamente ela vem sendo o povo, a democracia, o consentimento dos cidadãos
e a adesão dos governados.
Mas não se exaure nisso o problema da legitimidade governativa. Cumpre passar ao segundo
problema, o de saber se todo governo é legal e legítimo ao mesmo tempo e quais as hipóteses
configuradas de desencontro desses dois elementos: legalidade e legitimidade. Com efeito,
concebe-se perfeitamente um governo legal que seja ilegítimo. Haja vista o exemplo francês,
muito citado, do governo de Petain, que, investido legalmente no poder, cedo patenteou seu
inteiro desacordo com os sentimentos e esperanças e votos do povo francês. Daí resultou
negar-lhe o país adesão e consentimento, bases da legitimidade política. Já o governo francês
de De Gaulle no exílio, que emergira das lutas da libertação nacional, foi em 1944, como
governo provisório da República francesa, o governo ilegal porém legítimo do povo francês.
Via de regra, os governos que nascem das situações revolucionárias, dos golpes de Estado,
das conspirações triunfantes, são governos ilegais mas eventualmente legítimos, se abraçados
logo pelo sentimento nacional de aprovação ao exercício do seu poder. Confirmada a
viabilidade desses governos, a legitimidade fundará então com o tempo a nova legalidade. E
esta há-de perdurar, conciliada no binómio legalidade-legitimidade, até que ulteriores
comoções da consciência nacional tragam com a intervenção súbita de crises imprevistas e
profundas para a conservação do poder a perda do equilíbrio político dos sistemas legais e sua
consequente destruição.
A questão de medição de distâncias, é fundamental em cartografia, para tal efeito é necessário
ter em conta dois métodos fundamentais a saber: O método directo e o método indirecto, cuja
aplicação obriga ao recurso a diversos instrumentos especializados que se vão transformando
de acordo com o desenvolvimento da Cartografia.
A escolha de cada um dos métodos depende em grande medida das condições de localização
do cartógrafo ou do investigador e das disponibilidades que este tem em meios de execução
das suas tarefas.
3. Conclusão
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4. Referencia Bibliográfica
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