Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
‘’O contrato é a mais comum e a mais importante fonte de obrigação, devido às suas múltiplas
formas e inúmeras repercussões no mundo jurídico. Fonte de obrigação é o fato que lhe dá
origem. Os fatos humanos que o Código Civil brasileiro considera geradores de obrigação são:
a) os contratos; b) as declarações unilaterais da vontade; e c) os atos ilícitos, dolosos e
culposos.’’ (p.25)
“Temos o contrato como sendo algo consensual entre pelo menos duas partes e que devem
respeitar as cláusulas nele contidas que criam, extinguem ou modifica o direito”.
O contrato é conceituado como a fonte de obrigação mais costumeira existente, não só por ser
capaz de gerar várias possibilidades de ecoar na esfera jurídica, mas também por originar
deveres nos quais seus cumprimentos são fatores indispensáveis.
‘’O Código Civil de 2002 procurou afastar-se das concepções individualistas que nortearam o
diploma anterior para seguir orientação compatível com a socialização do direito
contemporâneo. O princípio da socialidade por ele adotado reflete a prevalência dos valores
coletivos sobre os individuais, sem perda, porém, do valor fundamental da pessoa humana’’.
(p.28) ‘’A função social do contrato constitui, assim, princípio moderno a ser observado pelo
intérprete na aplicação dos contratos. Alia-se aos princípios tradicionais, como os da
autonomia da vontade e da obrigatoriedade, muitas vezes impedindo que estes prevaleçam’’.
(p.28)
A função social do contrato serve para que as partes possam ter benefícios e que se evite
conflitos sobre aquele determinado contrato.
‘’Com a evolução das relações sociais e o surgimento do consumo em massa, bem como dos
conglomerados econômicos, os princípios tradicionais da nossa legislação privada já não
bastavam para reger as relações humanas, sob determinados aspectos. E, nesse contexto,
surgiu o Código de Defesa do Consumidor atendendo a princípio constitucional relacionado à
ordem econômica’’. (p. 32)
‘’O Código do Consumidor estabeleceu princípios gerais de proteção que, pela sua amplitude,
passaram a ser aplicados também aos contratos em geral, mesmo que não envolvam relação
de consumo. Destacam-se o princípio geral da boa-fé (art. 51, IV), da obrigatoriedade da
proposta (art. 51, VIII), da intangibilidade das convenções (art. 51, X, XI e XIII). No capítulo
concernente às cláusulas abusivas, o referido diploma introduziu os princípios tradicionais da
lesão nos contratos (art. 51, IV e § 1º) e da onerosidade excessiva (art. 51, § 1º, III)’’. (p. 33)
‘’Os requisitos ou condições de validade dos contratos são de duas espécies: a) de ordem
geral, comuns a todos os atos e negócios jurídicos, como a capacidade do agente, o objeto
lícito, possível, determinado ou determinável, e a forma prescrita ou não defesa em lei (CC,
art. 104); b) de ordem especial, específico dos contratos: o consentimento recíproco ou acordo
de vontades.’’ (p.36)
Os contratos são distribuídos em três grupos, sendo eles: o subjetivo, objetivo e formal.
‘’Os requisitos subjetivos consistem: a) na manifestação de duas ou mais vontades e
capacidade genérica dos contraentes; b) na aptidão específica para contratar; c) no
consentimento.’’ (p.36)
O contrato tem seus requisitos para que o contrato seja licito, uma vez que, estes, colocam em
primeiro lugar, a vontade das partes. Além dos requisitos subjetivos, os objetivos, no qual trata
se o objeto do contrato é lícito, possível, determinado ou determinável e os formais.
“Os requisitos objetivos dizem respeito ao objeto do contrato, que deve ser lícito, possível,
determinado ou determinável (CC, art.104, II). A validade do contrato depende, assim:” (p. 38)
O requisito formal é o terceiro requisito essencial na relação contratual, que deve ser prescrito
ou não em lei.
“Há dois sistemas no que tange à forma como requisito de validade do negócio jurídico: o
consensualismo, da liberdade de forma, e o formalismo ou da forma obrigatória.” (p. 40)
O direito contratual é regido por alguns princípios, sendo eles: da autonomia da vontade, da
supremacia da ordem pública, do consensualismo, da relatividade dos efeitos, da
obrigatoriedade, da onerosidade excessiva e da boa-fé.
“O princípio da autonomia da vontade se alicerça exatamente na ampla liberdade contratual,
no poder dos contratantes de disciplinar os seus interesses mediante acordo de vontades,
suscitando efeitos tutelados pela ordem jurídica.” (p. 43)
O princípio da autonomia da vontade não é absoluto e está totalmente ligado com o princípio
da supremacia da ordem pública.
“Em suma, a noção de ordem pública e o respeito aos bons costumes constituem freios e
limites à liberdade contratual. No campo intervencionista, destinado a coibir abusos advindos
da desigualdade econômica mediante a defesa da parte economicamente mais fraca, situa-se
ainda o princípio da revisão dos contratos ou da onerosidade excessiva.” (p. 46)
“De acordo com o princípio do consensualismo, basta, para o aperfeiçoamento do contrato, o
acordo de vontades, contrapondo-se ao formalismo e ao simbolismo que vigoravam em
tempos primitivos.” (p. 46)
“Funda-se tal princípio na ideia de que os efeitos do contrato só se produzem em relação às
partes, àqueles que manifestaram a sua vontade, vinculando-os ao seu conteúdo, não
afetando terceiros nem seu patrimônio.” (p. 47)
“O princípio da intangibilidade dos contratos, representa a força vinculante das convenções.
Daí por que é também chamado de princípio da força vinculante dos contratos. Pelo princípio
da autonomia da vontade, ninguém é obrigado a contratar.” (p. 48)
O princípio da revisão dos contratos “opõe-se tal princípio ao da obrigatoriedade, pois permite
aos contraentes recorrerem ao Judiciário, para obterem alteração da convenção e condições
mais humanas, em determinadas situações.” (p.50)
“O princípio da boa-fé exige que as partes se comportem de forma correta não só durante as
tratativas, como também durante a formação e o cumprimento do contrato. Guarda relação
com o princípio de direito segundo o qual ninguém pode beneficiar-se da própria torpeza.
Recomenda ao juiz que presuma a boa-fé, devendo a má-fé, ao contrário, ser provada por
quem a alega.” (p. 53)
“Este, se biparte em boa-fé subjetiva, também chamada de concepção psicológica da boa-fé, e
boa-fé objetiva, também denominada concepção ética da boa-fé.” (p. 54)
“Dois princípios hão de ser sempre observados, na interpretação do contrato: o da boa-fé e o
da conservação do contrato. No tocante ao primeiro, deve o intérprete presumir que os
contratantes procedem com lealdade e que tanto a proposta como a aceitação foram
formuladas dentro do que podiam e deviam eles entender razoavelmente, segundo a regra da
boa-fé (CC, art. 422).” (p. 65)
“O Código de Defesa do Consumidor ainda avança ao dispor, no seu art. 46, que os contratos
que regulam as relações de consumo deixam de ser obrigatórios se ao consumidor não for
dada oportunidade de conhecer previamente o seu conteúdo, ou forem redigidos de forma a
dificultar a compreensão de seu sentido e alcance. Trata-se de norma que constitui, ao mesmo
tempo, regra de interpretação e de garantia do prévio conhecimento e entendimento do
conteúdo do contrato por parte do consumidor.” (p. 67)
Portanto, concluímos que o contrato além de seguir de acordo com a vontade das partes, de
forma licita, objeto possível, determinado e determinável, ele deve conter uma linguagem de
fácil interpretação para que o ler, uma vez que, a objetividade e clareza devem ser
prevalecidos numa relação contratual.