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VIOLÊNCIA NA ESCOLA 

Segundo Elis Palma Priotto (2008) e Lindomar Wessler Boneti (2008), a violência
escolar é denominada por todos os atos ou ações de violência, comportamentos
agressivos e antissociais, incluindo também conflitos interpessoais (seja entre alunos,
alunos e professores ou até entre professores), danos ao patrimônio escolar, atos
criminosos, marginalizações, discriminações, bem como outros praticados entre a
comunidade escolar (alunos, professores, funcionários, familiares e estranhos à escola)
dentro do ambiente escolar.
Através dos relatos percebeu-se que na escola estudada a violência se apresenta por
meio de agressões físicas e agressões verbais, com constantes xingamentos e
intimidações, incluindo ainda, furtos e a presença das drogas e bebidas alcoólicas dentro
da escola.
Pode-se considerar que tal violência tem decorrências históricas e sociais. Portanto, não
pode vincular a violência nas escolas a um único fator, pois envolve o espaço social
onde a escola está inserida, a situação familiar dos estudantes e a atitude do poder
público para com a educação, entre outros fatores.
FATORES RELACIONADOS À VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS 
Explanando sobre alguns dos fatores que refletem na violência dentro das escolas, pode-
se destacar o ambiente onde as escolas estão inseridas, que muitas vezes tornam os
alunos vulneráveis tanto a sofrerem violências, como a reproduzi-la dentro da escola.
Vê-se que no entorno de escolas não é incomum a presença de bares com fácil acesso a
bebidas alcoólicas por menores, que muitas vezes as levam para dentro até das salas de
aula. O entorno das escolas acabam sendo lugares de vulnerabilidade, carecendo de
segurança pública e policiamento, sendo os policiais muitas vezes fonte de medo e não
de segurança e sem o mínimo de fiscalização no que se refere a venda de bebidas
alcoólicas à menores de 18 anos. No entanto, toda essa fragilidade torna a escola mais
passível da influência da violência externa.
Dentro do próprio ambiente familiar pode-se citar como forma de violência expressa
nesse ambiente, a negligência e o abandono das crianças por parte dos seus pais ou
responsáveis, pelo descaso de proporcionar condições necessárias para o
desenvolvimento do ser humano, como higiene, alimentação, roupa etc., fazendo com
que as crianças se sintam cada vez mais rejeitadas, podendo nutrir um sentimento de
revolta exteriorizados de forma agressiva dentro das escolas.
Muitos pais acabam delegando para a escola uma responsabilidade que era sua,
atribuindo à escola todo papel de educar seus filhos, o que acaba sendo um erro, pois a
família é a base da educação, onde se aprende o que é ser ético, respeitar as diferenças
de cada um, os limites que cada um deve ter e, portanto, viver em sociedade. Porém,
vale ressaltar que, em um dado momento histórico, a escola assumiu toda
responsabilidade de educar, tendo em vista que os pais teriam que trabalhar e não
tinham com quem deixar seus filhos, e posteriormente, a escola vem a perceber que não
havia possibilidade de conter para si todo papel educacional. Toda essa questão reflete
hoje, tendo em vista que muitos pais atribui todo o seu tempo para trabalhar e
continuam a encarregar toda a responsabilidade da educação para a escola.
Ainda no âmbito familiar, muitos filhos acabam vivenciando episódios de violências
entre os familiares que acaba refletindo no desenvolvimento psicológico e emocional de
cada um deles, bem como, afetando o desenvolvimento escolar e social.
O Estado, por sua vez, em diversas ocasiões não cumpre seu papel de fiscalização, de
proporcionar condições adequadas e criar políticas públicas que viabilizem uma escola
como centro de aprendizagem e conhecimento e não como um lugar de medo e
violência.

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