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No livro Ensaios de um Místico Moderno, o Dr. Lewis fala que a mente destrói o próprio
objeto que ela deseja por causa de um insuportável grau de ciúme. Existe algum meio de
livrar a mente dessa força negativa, ou a pessoa tem de se conformar a viver com ela para
sempre? Que passos podemos dar para eliminar esse defeito das emoções?
Por analogia, uma pessoa pode sentir orgulho pela capacidade que tem de se expressar
e pela atenção que isso atraiu para si. Essa atenção deu ao ego a proeminência que ele
instintivamente deseja. Então, em algum momento essa pessoa conhece algum indivíduo
que tem talento oratório igual ou superior ao seu. Consequentemente, a atenção é
desviada para a segunda pessoa. Esta não está querendo diminuir a primeira com sua
superior capacidade oratória; não obstante, o fato tem esse efeito psicológico. A primeira
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pessoa sente inveja da superior capacidade da outra, e sente então a emoção do ciúme.
Sente ciúme da atenção que o talento da segunda pessoa despertou, talento esse que é
superior ao seu.
Consideremos, à guisa de exemplo, um jovem que não possui atrativos físicos, em uma
reunião de jovens de ambos os sexos, outros rapazes, por sua aparência física, despertam
a atenção das moças. É bem provável
que a situação provoque ciúme no jovem,
pois ele crê não dispor de outro meio
para competir pelo reconhecimento do
ego. Esse jovem, porém, pode ser mais
inteligente, mais culto e mais eloquente
que os outros. Ele poderia chamar a si a
atenção de todo o grupo conversando
sobre um assunto interessante. Em
vez disso, ele se apega à emoção de
inadequação fundamentada tão somente
em sua aparência física.
Naturalmente, todos somos egotistas, pois desejamos que nosso ego seja reconhecido,
mas existem pessoas que sempre desejam ser o centro das atenções. Essas pessoas, por
causa de sua instabilidade emocional e falta de autodisciplina, sentirão muita dificuldade
em controlar ou em se livrar da inveja. O ciúme continua a consumir todos os melhores
fatores da personalidade, é como um fogo incontrolável e devastador que destrói tudo à
frente.
Outros indivíduos devem não tentar justificar seu ciúme, isto é, não devem querer
explicá-lo como outra coisa. Se sentimos essas emoções devemos admitir para nós
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mesmos: “Sou invejoso. Sinto ciúme quando meu ego se sente ameaçado”. Abrem-se,
então, dois cursos de ação para nós. O primeiro é a autoanálise, em outras palavras, será
que só possuímos uma única qualidade louvável que nos levou a sentir ciúme porque ela
foi suplantada pela de outra pessoa? Com frequência descobrimos que possuímos outros
talentos ou habilidades, os quais estão um pouco adormecidos e podem ser superiores aos
da pessoa que é a causa de nosso ciúme. Esses talentos devem então ser cultivados. Eles
nos trarão autoconfiança e destaque. Nessas circunstâncias, o indivíduo se torna igual ao
outro que nele despertou ciúme – não no mesmo talento ou atividade, mas em outro, que
lhe granjeia igual reconhecimento.
Além disso, não devemos esperar que sejamos bem-sucedidos e destacados em todas
as tarefas ou empreendimentos. Afinal de contas, todos os seres humanos são diferentes.
Alguns possuem aptidões naturais ou talentos que outros não possuem. A um grau
bastante preciso, cada um de nós sabe intuitivamente os potenciais que possui. Sabemos,
por exemplo, se temos ou não a capacidade de pintar e de apreciar os aspectos mais sutis
da pintura. Se não temos a aptidão para a pintura, não devemos sentir ciúme por causa das
realizações de outra pessoa.
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